- O Banco Central (BCB) reduziu a taxa Selic em 0,25 ponto percentual. A meta agora é de 2,00% a.a.
- O Comitê não fechou totalmente a porta para novos cortes, mas destacou que pode não haver mais espaço para cortes adicionais alertando para questões prudenciais e de estabilidade financeira: “O espaço remanescente (…), se houve, deve ser pequeno”.
- Copom não antevê diminuição no grau de estímulo fiscal enquanto expectativas de inflação estiverem abaixo da meta para o horizonte relevante. Mas condicionou também à trajetória fiscal. ▪ As projeções do Copom para a inflação recuaram marginalmente de 2% para 1,9% em 2020, e mantiveram-se inalteradas em 3% para 2021 (usando câmbio mais depreciado nas projeções).
Dois pontos de destaque no comunicado:
- Copom não fechou a porta para mais cortes. Porém, tentou passar a ideia de que existe menos espaço que anteriormente para um potencial corte adicional. Não fechou a porta para mais cortes devido à alta incerteza.
- Selic vai se manter em mínimas históricas enquanto as expectativas de inflação estiverem abaixo da meta para o horizonte relevante (2021 e em menor grau, 2022).*
O comunicado condicionou eventuais ajustes futuros na Selic à percepção sobre a trajetória fiscal e de novas informações que alterem a visão corrente de inflação. Significa que eventuais ajustes serão feitos apenas na presenta de eventos que alterem de maneira significativa o cenário de inflação. Portanto, entendemos que a Selic deve fechar o ano em 2,00%.
Copom sinalizou um guidance de que não antevê aumento de Selic a menos que haja deterioração da percepção fiscal e/ou mudança significativa nas expectativas de inflação. Portanto, entendemos que a Selic deve encerrar o ano em 2%.
*As expectativas de inflação para 2020 estão entre 1,63% – 2,7% (mediana da pesquisa FOCUS e inflação implícita) frente a meta de 4% com intervalo de 1,5 ponto percentual. Ou seja, as expectativas estão abaixo do piso da meta para este ano.
Equipe Macro
José Márcio Camargo
Tiago Tristão
Eduardo Ferman
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