- O volume de vendas do comércio varejista variou -16,8% mom em abril na comparação com março (abaixo da mediana das projeções que era de -13%, Broadcast). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior o volume de vendas apresentou variação de -16,8% YoY.
- O volume de vendas no varejo ampliado (inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) variou -17,5% mom e -27,1% yoy na comparação interanual.
- Como resultado do surto de Covid-19, as variações de -16,8% mom no volume de vendas no varejo e de -17,5% mom no comércio varejista ampliado foram as quedas mais intensas das séries históricas, iniciadas em janeiro de 2000. As políticas de isolamento social entraram em vigor apenas a partir da segunda quinzena de março. Contudo, durante todo o mês de abril o Brasil esteve sob políticas de isolamento social.
- O recuo nas vendas no varejo atingiu todas as oito atividades pesquisadas. A maior queda foi em Tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), seguido de Livros e papelaria (-43,4%).





Evolução Recente
A queda histórica nas vendas no varejo é resultado do surto de Covid-19. Abril deve ser o mês com o pior desempenho do ano já que foi o primeiro mês no qual a pesquisa trouxe os resultados de um mês inteiro em que o país estava sob isolamento social (que ele começou a ser adotado na segunda quinzena de março).
O resultado pior no varejo ampliado já era esperado pois o grupo inclui bens duráveis não-essenciais, os quais tem o consumo postergado devido às medidas de isolamento social. A partir de junho, esse grupo deve apresentar recuperação forte na comparação mensal (sazonalmente ajustada) devido ao efeito de uma base baixa em abril, porém, a performance das vendas no varejo, tanto restrito quanto ampliado, deve apresentar queda nas comparações interanuais ainda em maio e junho.
Uma das atividades mais impactada foi a venda de veículos e autopeças que variou -36,2% mom e -57,8% yoy. A atividade vinha crescendo cerca de 11% yoy, em média, desde o segundo trimestre de 2017, quando iniciou recuperação após a forte contração devido à crise econômica de 2015-2016.
Para maio, os indicadores antecedentes de faturamento de empresas apontam crescimento de cerca de 6% mom em maio e 10% mom em junho (dados até 13 de junho). Porém, essa recuperação na comparação mensal carrega o efeito de uma base baixa. Na comparação interanual o varejo deve apresentar recuos em maio e junho.
Em abril, houve estabilidade do volume de massa real de rendimentos na comparação interanual. Contudo, com o aumento do desemprego, o volume de rendimentos deve cair a partir de maio. A queda deve apresentar significativa persistência implicando em uma retomada lenta do varejo no segundo semestre.
Equipe Macro
José Márcio Camargo
Tiago Tristão
Eduardo Ferman
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