O setor de petróleo, gás e biocombustíveis é um dos mais relevantes da bolsa de valores brasileira, a B3. Afinal, além da Petrobras (PETR3 e PETR4), diversas outras companhias de capital aberto operam nesse segmento, nos diferentes nichos.

Nesse sentido, se o seu objetivo é diversificar a carteira de investimentos nesse setor, vale a pena entender quais são as oportunidades disponíveis. Desse modo, é possível encontrar empresas alinhadas com sua estratégia e seus objetivos.

Pensando nisso, nós, da Genial Investimentos, preparamos este conteúdo. Aqui, você saberá mais sobre as principais empresas de capital aberto do setor de petróleo, gás e biocombustíveis na B3.

Acompanhe a leitura!

Qual o panorama do setor de petróleo, gás e biocombustíveis na B3?

Entre os diferentes setores de atuação das empresas de capital aberto na bolsa de valores, a área de petróleo e gás é uma das que chamam a atenção dos investidores. O motivo é que essas companhias operam com duas das commodities mais relevantes para a economia global.

As companhias podem atuar em diversas frentes, como exploração, produção, refino, distribuição e comercialização de combustíveis fósseis. O setor tem representatividade na economia brasileira pela atuação de destaque da Petrobras e a exploração de reservas no pré-sal, por exemplo.

Para se ter dimensão, dados da Energy Institute de 2023 posicionaram o Brasil como um dos 10 maiores produtores mundiais de petróleo. A commodity também foi um dos principais produtos exportados pelo país no período, contribuindo positivamente com a balança comercial brasileira.

Entretanto, o setor não se limita apenas às empresas que atuam com petróleo e gás. De acordo com as divisões setoriais da B3, a área de biocombustíveis também integra o grupo.

Diferentemente dos combustíveis fósseis, como petróleo e gás, os biocombustíveis são renováveis. Desse modo, eles emitem menos gases do efeito estufa (GEE) e são vistos como alternativas mais sustentáveis ao meio ambiente.

Nessa área, o Brasil se sobressai com a produção de etanol, biodiesel e biogás. Inclusive, conforme dados de 2023, o país foi o segundo maior produtor global de biocombustíveis, atrás apenas dos Estados Unidos.

Quais as empresas de petróleo, gás e biocombustíveis na B3?

Agora que você entendeu melhor sobre o mercado de petróleo, gás e biocombustíveis — e o destaque brasileiro no cenário global —, vale a pena saber quais são as empresas de capital aberto na bolsa de valores.

A seguir, confira quais são as principais companhias nacionais listadas na B3!

Petrobras (PETR3 e PETR4)

A Petrobras é uma das maiores empresas globais do mercado de petróleo e gás. A história da companhia começou nos anos de 1950 como uma empresa estatal. Ele deteve o monopólio da indústria brasileira até a década de 1990.

Em 2025, a Petrobras era uma empresa de capital misto e o Governo Federal continuava como seu acionista majoritário e controlador. A companhia é uma referência global na exploração de petróleo em águas ultraprofundas, especialmente nas reservas do pré-sal.

Além da operação no Brasil, a Petrobras é uma exportadora da commodity e tem atuação em outros países, como Estados Unidos e Holanda. Só no 3º semestre de 2024 (3T24), o lucro da companhia foi de mais de R$ 30 bilhões.

A Petrobras também é vista como uma das melhores pagadoras de proventos da bolsa brasileira. Ela fez repasses de dividendos — parcelas do seu lucro líquido — todos os anos entre 2018 e 2024, por exemplo.

Na B3, os investidores podem encontrar ações ordinárias (ON) da Petrobras, identificadas pelo ticker PETR3, e preferenciais (PN), com código PETR4. A diferença é que os papéis ON garantem direito ao voto nas assembleias, enquanto os PN dão preferência no recebimento de proventos e outros benefícios.

Vale saber que mesmo com essa diferença conceitual, a Petrobras historicamente faz repasses de lucro para ambos os ativos. As cotações também são próximas, mas PETR4 costuma ser mais acessível.

PRIO (PRIO3)

A PRIO está entre as grandes empresas privadas de exploração de petróleo e gás natural no Brasil. Ela começou sua operação em 2009 como HRT Petróleo. Em 2015, a companhia fez um rebranding para PetroRio e, devido ao código PRIO das suas ações na B3, adotou a sigla como nome.

O foco da PRIO está na otimização de campos já em produção ou previamente explorados. Ela concentra seus esforços no investimento em tecnologias para aumentar e recuperar a produção, reduzindo custos operacionais e melhorando a eficiência.

No seu portfólio de campos de exploração, Polvo e Tubarão Martelo estão entre os principais destaques. No 3T24, a receita total da empresa foi de quase 500 milhões de dólares, com lucro líquido de mais de 160 milhões de dólares.

Na B3, as ações da empresa fazem parte do Novo Mercado. Esse é o mais alto segmento de listagem da bolsa, composto por companhias que, voluntariamente, adotam as melhores práticas de governança — tendo apenas ações ordinárias.

Cosan (CSAN3)

A Cosan é um dos principais conglomerados financeiros do Brasil. Seus negócios se distribuem entre os mais diversos segmentos, como agronegócio, biocombustíveis, logística, distribuição, gás natural e energia renovável.

A empresa é uma das líderes na produção de etanol e açúcar no Brasil. A atuação acontece majoritariamente por meio de sua controlada Raízen (RAIZ3), uma joint venture com a Shell. Outro destaque, dessa vez no mercado de gás natural, é com a empresa Compass.

Além de biocombustíveis e gás natural, a Cosan opera no mercado de ferrovias e de lubrificantes.  No 3T24, o lucro líquido da companhia foi de mais de R$ 290 milhões. Assim como a PRIO, as ações CSAN3 estão listadas no Novo Mercado da B3.

Ultrapar (UGPA3)

O Grupo Ultrapar tem sua atuação diversificada nos setores de combustíveis, gás liquefeito de petróleo (GLP), armazenagem de produtos químicos e farmácias. Sob o controle do grupo, por exemplo, está a rede Ipiranga.

Por sua vez, trata-se de uma das maiores distribuidoras de combustíveis no Brasil, com uma ampla cadeia de postos de gasolina e serviços ao redor do país. Já na área de gás natural, o grupo tem a Ultragaz, líder na distribuição de GLP.

No terceiro trimestre de 2024, a companhia registrou uma receita líquida de R$ 35 bilhões, com lucro de quase R$ 700 milhões no mesmo período. Na B3, a Ultrapar tem apenas ações ordinárias em negociação, também listadas no Novo Mercado.

Brava Energia (BRAV3)

Um nome recente em relação aos demais no mercado de petróleo e gás no Brasil é a Brava Energia. Entretanto, a empresa não é um novo player no setor, já que surgiu com a fusão da 3R Petroleum com a Enauta, em 2024. Com a transação, os papéis se tornaram BRAV3 na bolsa brasileira.

A empresa se concentra na exploração e produção de petróleo e gás natural, com operações em campos onshore e offshore — inclusive em águas profundas e ultraprofundas, como o pré-sal. Como a PRIO, a Brava é um dos principais nomes privados do mercado de exploração.

Após a fusão entre 3R Petroleum e Enauta, a receita líquida pró-forma consolidada, reportada pela Brava Energia no terceiro trimestre de 2024, foi de R$ 2,194 milhões. Assim como PRIO3, CSAN3 e UGPA3, os papéis BRAV3 fazem parte do Novo Mercado da B3.

PetroReconcavo (RECV3)

A PetroReconcavo é mais uma empresa brasileira especializada na exploração e produção de petróleo e gás natural. O seu foco são os campos terrestres maduros (onshore). Fundada em 1997, ela foi uma das pioneiras do mercado após a quebra de monopólio da Petrobras.

A companhia também atua com a revitalização de campos previamente explorados. O objetivo é estender a vida útil deles e garantir mais eficiência operacional. Apesar do início da operação no final da década de 1990, a abertura de capital na bolsa foi apenas em 2021.

No 3T24, a receita líquida da empresa foi de R$ 850 milhões, com repasses de dividendos em R$ 379 milhões — R$ 1,29 por ação. As suas ações RECV3 estão listadas no Novo Mercado da bolsa de valores brasileira.

Raízen (RAIZ4)

Como você já viu, a Raízen é uma joint venture entre a Cosan e a Shell. Ela tem atuação nas áreas de energia renovável, biocombustíveis, açúcar e distribuição de combustíveis, sendo uma das maiores produtoras globais de cana-de-açúcar e etanol.

A Raízen também é uma importante companhia no comércio internacional, como exportadora de etanol. Ainda, ela investe em novas tecnologias e soluções, como o etanol de segunda geração (E2G), que utiliza resíduos da cana-de-açúcar para produzir combustível.

Mais de 80% da empresa estão sob controle da Shell e Cosan. Na B3, ela tem apenas ações preferenciais em negociação, com o ticker RAIZ4. Nos resultados do 2º trimestre do Ano-Safra 2024/25, a receita líquida da empresa foi de R$ 72 bilhões.

Vibra Energia (VBBR3)

Encerrando a lista, a Vibra Energia surgiu com o rebranding da BR Distribuidora. A empresa era controlada pela Petrobras até 2017, que iniciou um processo de venda da participação encerrado em 2021.

A companhia é uma das líderes no fornecimento de gasolina, diesel e outros derivados de petróleo para postos de combustíveis com a bandeira BR. Ela também tem feito investimentos em outras fontes de energia, sendo comercializadora de energia elétrica.

Considerando apenas o terceiro trimestre de 2024, os lucros da empresa foram de mais de R$ 4 bilhões — alta de 235% em comparação com 2023. Ela também repassou mais de R$ 1,3 bilhão em dividendos no ano. Na B3, as ações estão listadas no Novo Mercado.

Quais as vantagens de investir em empresas desse setor?

Investir em empresas do setor de petróleo, gás e biocombustíveis pode ser estratégico para o seu plano de investimentos na bolsa de valores brasileira — dependendo dos seus objetivos e perfil de investidor.

Saiba quais são as principais vantagens!

Demanda global

Combustíveis fósseis, como o petróleo, são commodities de destaque no comércio exterior. Inclusive, há uma demanda constante por eles, devido ao seu uso nas áreas de transportes, geração de energia, funcionamento de indústrias etc.

Mesmo com a tendência de transição para fontes sustentáveis de energia, petróleo e gás devem se manter relevantes. Nesse sentido, as empresas atuantes nesse setor podem continuar a registrar performance interessante — apesar de resultados passados nem sempre se repetirem.

Além disso, como muitas dessas companhias operam no mercado internacional, parte da receita é atrelada ao dólar norte-americano. Assim, os números delas tendem a ficar mais atrativos em períodos de alta da moeda, em alguns casos.

Transição para fontes sustentáveis

Biocombustíveis, como etanol e biodiesel, surgem como alternativas mais sustentáveis aos combustíveis fósseis. Inclusive, como você viu, as empresas brasileiras têm relevância no comércio internacional nesse mercado.

Essa transição tende a beneficiar companhias que já são referências nesse segmento. Dessa maneira, investidores que têm esses ativos na carteira estão expostos a uma eventual valorização.

Já empresas que atuam com petróleo e gás têm a oportunidade de aproveitar a expertise com geração de combustíveis para diversificar a operação a partir de energias renováveis. O cenário, além de ser positivo do ponto de vista da sustentabilidade, pode ser vantajoso para investidores.

Potencial de geração de renda passiva

Muitos investidores focam em renda passiva regular ao tomarem decisões de investimento. Em vista disso, adicionar empresas da área de petróleo, gás e biocombustíveis costuma ser uma decisão com potencial positivo.

Muitas companhias do setor são fortes geradoras de fluxo de caixa devido à venda contínua de combustíveis e energia, permitindo lucros consistentes. Assim, há chances de os investidores receberem dividendos — que são parcelas desse lucro. Até janeiro de 2025, esses ganhos eram isentos de Imposto de Renda (IR).

Além de dividendos, outros proventos comuns são os juros sobre capital próprio (JCP). A diferença entre ambos é do ponto de vista contábil. No caso do JCP, o investidor sofre o recolhimento do IR de 15% direto na fonte.

Diversificação da carteira

O setor de petróleo e gás também contribui para a diversificação da sua carteira de investimentos em relação aos demais ativos que a compõem. Tenha em mente que você estará adicionando a exposição a um novo segmento ao seu portfólio, o que é positivo para quem busca equilibrar os riscos e aumentar o potencial de ganhos.

Para entender melhor, considere que você investiu em companhias do setor financeiro. Uma eventual crise nessa área pode não impactar diretamente o mercado de petróleo e gás. Logo, seu portfólio não será totalmente afetado.

Entretanto, vale destacar que a diversificação deve acontecer com setores descorrelacionados ou com correlação negativa — ou seja, que não estão expostos aos mesmos riscos. Por fim, você viu que muitas companhias de petróleo e gás têm exposição ao mercado de commodities global, podendo oferecer diversificação geográfica, além da setorial.

E os pontos de atenção desse investimento?

Apesar dos muitos pontos positivos, há aspectos que você deve prestar atenção antes de investir nessas empresas, tudo bem? O primeiro deles é que o investimento em ações faz parte da renda variável.

Isso significa que não há previsibilidade de retorno, já que a valorização depende da performance de cada empresa. Mais um ponto é que os preços das ações na bolsa de valores lidam com a volatilidade constante causada pela lei da oferta e da demanda que rege as cotações.

Outros pontos de atenção são:

  • exposição ao mercado de commodities: assim como o preço das ações, as cotações de commodities como petróleo e gás natural oscilam no mercado global, o que adiciona uma camada de incerteza às operações das empresas;
  • riscos regulatórios: devido à mais alta demanda por sustentabilidade, empresas que não se atualizarem podem enfrentar desafios caso existam mudanças em legislações — tanto no Brasil quanto em outros países em que elas atuam;
  • custos: especialmente para companhias que operam com exploração de petróleo e gás, o investimento operacional costuma ser alto, o que impacta o potencial de lucros.

Vale a pena investir no setor de petróleo, gás e biocombustíveis?

Para decidir se vale a pena investir no setor de petróleo, gás e biocombustíveis, é preciso fazer análises de mercado. Pesquise e entenda as tendências para a área e as oportunidades de crescimento.

Como você viu, esse investimento pode representar a inclusão de um novo setor em sua carteira. Logo, é preciso saber as oportunidades e os riscos gerais aos quais você estará exposto.

Em conjunto com a avaliação ampla de mercado, faça análises fundamentalistas de cada empresa. O objetivo desse processo é identificar os principais números de cada companhia, como receita, lucro, patrimônio, despesas etc.

Entretanto, não limite a avaliação apenas aos dados gerais. Considere os indicadores fundamentalistas, como preço/lucro (P/L), retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) e dividend yield (DY) para avaliações mais completas.

Tenha em mente que, apesar de estarem em um mesmo setor, cada companhia tem suas próprias estratégias de operações — bem como um portfólio de ativos único. Desse modo, é indispensável fazer uma análise individual.

Por fim, alinhe as informações obtidas com os seus objetivos financeiros. Por exemplo, se o foco é valorização, veja quais empresas têm potencial de crescimento no futuro. Já se a sua meta é receber dividendos, identifique aquelas com números robustos e histórico de repasses de lucro — mas saiba que isso não é garantia de ganhos, ok?

Neste artigo, você entendeu mais sobre as empresas de petróleo, gás e biocombustíveis da bolsa de valores brasileira, como PETR4, PRIO3 e BRAV3. Agora, faça análises fundamentalistas de cada uma para descobrir se o investimento faz sentido em sua estratégia e é adequado ao seu perfil.

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