Você não precisa ser um especialista para investir bem o seu dinheiro. Mas é conveniente ter conhecimentos básicos, sobre você mesmo e sobre finanças pessoais, para fazer escolhas conscientes, entender no que você está investindo e saber conversar com os especialistas.

Em um post anterior, falei sobre alguns conceitos que todo mundo deveria conhecer antes de começar a investir.

Agora, vou apresentar algumas perguntas que você deve saber responder para se tornar um investidor. Algumas se referem ao seu autoconhecimento; outras, aos aspectos práticos do processo de investimento.

O objetivo é tornar a sua rotina como investidor mais fluida, para que você não perca a disciplina.

1. Quais são os seus objetivos?

Partindo do princípio de que você está no azul e consegue guardar dinheiro regularmente, seu primeiro passo como investidor é definir seus objetivos financeiros. Pense sobre quais são seus sonhos, suas metas de vida, e calcule quanto custa cada uma delas. Defina também o prazo para atingir cada uma.

Ter objetivos claros facilita a escolha dos produtos financeiros mais adequados, a montagem das estratégias, além de servir de incentivo para você não descuidar da poupança.

Mas se você ainda não tiver objetivos claros, tenha em mente que todo mundo deve ter ao menos dois: uma reserva de emergência, resgatável a qualquer momento e com valor suficiente para o seu sustento por um período de seis meses a um ano; e a aposentadoria, um investimento de longo prazo.

Você pode também querer formar uma reserva que renda o máximo possível no longo prazo, na qual não precisará mexer tão cedo, a fim de formar um gordo patrimônio.

Esses posts podem te ajudar:

Como traçar seus objetivos financeiros antes de investir
Como calcular a poupança para cada objetivo financeiro

2. Há empresas alternativas ao seu banco que podem ser interessantes?

Os grandes bancos de varejo não são as únicas empresas que oferecem opções de investimento seguras. Há uma série de alternativas a eles: corretoras de valores independentes, bancos médios, gestoras de recursos e distribuidoras de valores mobiliários, por exemplo. Este post fala um pouco sobre cada uma delas.

Você pode investir com segurança por meio de empresas de menor porte e não ligadas a grandes bancos. Seja em produtos com cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), seja em ações e títulos públicos custodiados sob o seu CPF, ou mesmo em fundos de investimento.

Essas instituições podem oferecer consultoria financeira especializada, além de produtos mais rentáveis e de custos menores que aqueles oferecidos pelos grandes bancos.

Pesquise diferentes instituições financeiras para descobrir qual a mais vantajosa para os seus objetivos de investimento. Não fique preso ao seu banco. Pode ser até que a diversificação de instituições financeiras seja o caminho mais adequado para você.

3. Como é a instituição financeira escolhida?

Procure conhecer a instituição financeira escolhida. Primeiro, verifique se ela é autorizada a operar da forma como opera pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É possível fazer isso no site da CVM, no Cadastro Geral dos Regulados.

Pesquise na internet sobre como ela é remunerada pelos produtos que distribui e também sobre a reputação – como lida com reclamações, e o que clientes pensam do atendimento.

4. Que serviços financeiros você consegue de forma gratuita?

“Muita gente investe pelo próprio banco para economizar em tarifa. Mas existem serviços essenciais que são gratuitos”, observa o consultor financeiro Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro.

É possível manter contas inteiramente gratuitas nos bancos, como a conta salário ou uma conta com pacote de serviços essenciais, segundo regulamentação do Banco Central.

Ao mesmo tempo, muitas instituições especializadas em investimento não cobram qualquer tarifa pela manutenção de suas contas, e por uma série de outros serviços.

Lembrando que mesmo as transferências do seu banco para uma instituição especializada podem ser sem custo.

Isso ocorre, por exemplo, se você fizer um depósito identificado, se tiver direito a uma certa quantidade de DOCs e TEDs gratuitos, ou mesmo se a instituição independente tiver conta no mesmo banco que você.

Por isso, não tome como pronta a ideia de que investir fora do seu banco trará mais custos. Vale a pena pesquisar que tipos de serviços e transferências gratuitas você consegue. Mesmo os eventuais custos a mais podem ser facilmente compensados pela maior rentabilidade dos seus investimentos.

5. Você mantém em mente que desempenho passado não é garantia de retorno futuro?

Desempenho passado não é garantia de retorno futuro. Essa frase e suas variações, que vêm impressas na documentação dos produtos financeiros, é uma das máximas das finanças.

Analisar o histórico de um investimento é importante para verificar a consistência dos seus resultados ao longo do tempo. O histórico mostra se a aplicação costuma ter muitos altos e baixos ou se seus resultados têm certa estabilidade.

Mas o investidor deve sempre manter em mente que o fato de um investimento ter ido bem no passado não significa que ele continuará se saindo bem indefinidamente. E também que um mau momento anterior pode ser revertido.

É importante não se fiar apenas no passado para fundamentar suas expectativas em relação ao futuro. “É preciso olhar as perspectivas futuras do investimento, comparando-as com as perspectivas futuras de outros investimentos”, diz Mauro Calil.

6. Investir por meio de fundos ou por conta própria?

A pessoa física pode tanto comprar ativos diretamente – como ações, títulos públicos, imóveis ou debêntures – como pode investir em fundos que apliquem nesses ativos.

Uma diferença fundamental é o custo: investir diretamente pode ser mais barato, já que as taxas podem ser menores que aquelas cobradas pelos fundos, ou mesmo inexistentes.

Por outro lado, fundos oferecem gestão profissional, enquanto que o investimento direto requer uma postura mais ativa do investidor, que também deve ter um pouco mais de conhecimento.

Além disso, os cotistas dos fundos podem, com pouco dinheiro, ter acesso a produtos financeiros interessantes, porém normalmente disponíveis apenas a quem tem muitos recursos para investir. A união do patrimônio de vários cotistas permite ao fundo chegar a essas aplicações mais exclusivas.

Veja todas as diferenças entre investir em fundos e aplicar por conta própria.

7. Quais riscos você aceita correr?

Não existe investimento totalmente sem risco. Até deixar o dinheiro embaixo do colchão tem seus riscos, no que diz respeito à segurança e à desvalorização perante a inflação. Mas os tipos de riscos existentes, bem como sua intensidade, diferem muito de uma aplicação para a outra.

Há, por exemplo, o risco de desvalorização do investimento, de a rentabilidade ficar abaixo da inflação, de não ser possível resgatar a aplicação no momento desejado, de a economia como um todo ter mau desempenho, de a instituição financeira quebrar, e assim por diante.

Neste post, você pode conhecer os principais tipos de risco a que os investimentos estão expostos.

Em geral, os riscos são proporcionais à remuneração. Quanto maior o risco de um investimento, maior deve ser o rendimento. Ou seja, um investidor pode optar por correr mais risco em troca de uma recompensa maior, ou aceitar uma rentabilidade menor em troca de mais segurança.

O pior risco é não conhecer os riscos que você está correndo. “Correr mais risco para ganhar mais não pode ser sem critério. Risco você não elimina, você gerencia”, observa José Alberto Netto Filho, professor do Instituto Educacional BM&FBovespa.

8. Qual é o seu perfil do investidor?

Nem todas as aplicações são apropriadas para todos os investidores. Elas devem ser escolhidas de acordo com os objetivos e o perfil pessoal de cada um, no qual influenciam fatores como idade, experiência, quantidade de recursos e o lado emocional.

A tomada de maiores riscos para obter maiores ganhos pode ser mais adequada para um jovem que para um idoso, mas não será recomendável se esse jovem for do tipo que fica profundamente abalado ao ver qualquer perda na sua carteira.

Assim, todo investidor deve se sujeitar a um teste de perfil do investidor, para saber se é conservador, moderado ou agressivo. Muitas instituições financeiras têm até métodos próprios de determinar perfis, baseados na psicologia econômica e nas finanças comportamentais.

Além disso, o risco do investimento também deve se adequar ao objetivo. “As características do investimento devem ser condizentes com o objetivo, em termos de prazo, risco e rentabilidade”, diz Netto Filho.

Mesmo um investidor mais arrojado, que topa correr mais riscos, pode ter objetivos que requeiram aplicações conservadoras, como a reserva de emergência, ou uma viagem no fim do ano.

9. Você vai colocar todos os ovos na mesma cesta?

Pôr todos os ovos na mesma cesta, isto é, concentrar todos os seus recursos em um único investimento, pode ser muito arriscado. Se você tiver perdas, todo seu patrimônio estará ameaçado.

Caso o investimento em questão seja de baixo risco, você estará perdendo a chance de buscar rentabilidades mais interessantes, o que pode até impossibilitar que você alcance certos objetivos.

A diversificação minimiza o risco, sem que o investidor perca a oportunidade de buscar rentabilidades mais altas para acelerar seu processo de acumulação de patrimônio.

Em uma carteira diversificada, se um investimento vai mal, apenas uma parte é afetada. Eventuais prejuízos podem ser até compensados pelos investimentos que se saem bem.

A diversificação permite ao investidor aproveitar diferentes movimentos de mercado, uma vez que nem todos os ativos se beneficiam da mesma forma dos diferentes cenários. O importante é que o resultado global da carteira seja positivo.

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