Antes de investir, você deve traçar objetivos palpáveis, com valor e prazos determinados. Mas e depois que você já começou seus investimentos? O trabalho não acabou. Para alcançar suas metas, o próximo passo é fazer balanços periódicos para reavaliar sua estratégia.

Sabe aquela pergunta típica de entrevista de emprego: onde você se vê em dez anos? E se fizessem a pergunta oposta: você chegou aonde esperava chegar há dez anos? Conquistou mais ou menos do que imaginava?

Você também pode fazer essa avaliação com os seus investimentos. Você está mais perto das suas metas? Já alcançou alguma? Acumulou a quantia que esperava acumular até agora?

Em finanças, olhar para o passado é tão importante quanto olhar para o futuro. Devemos apenas tomar cuidado para olhar para o passado apenas para avaliar se precisaremos mudar a rota, e não esperando que ele se repita no futuro.

Com base no que alcançamos ou deixamos de alcançar, devemos avaliar o presente e as perspectivas futuras, para, aí sim, tomar decisões.

Se estivermos abaixo da meta, podemos corrigir a rota; se estivermos dentro ou acima da meta, talvez seja melhor manter o plano inicial, já que provavelmente estamos no caminho certo.

Tenha “submetas”

Ao estabelecer uma meta de investimento, crie também metas intermediárias, ou “submetas”. Assim, você conseguirá manter um acompanhamento sólido dos seus investimentos.

Alguns objetivos, como a aposentadoria ou a faculdade dos seus filhos, podem estar muito distantes. Então é mais estimulante e palpável ter objetivos intermediários ao longo do caminho.

“A meta inteligente tem cinco elementos: ela é específica, mensurável, alcançável, relevante e temporal”, diz Janser Rojo, planejador financeiro certificado (CFP®) da QI Financeiro Consultoria.

Por exemplo, se você pretende se aposentar em 30 anos, deve calcular o valor necessário conforme a sua expectativa de vida. Para saber se está no caminho certo, calcule também quanto você deverá ter nessa reserva a cada cinco anos.

Assim, sempre que fizer o balanço dos seus investimentos, você saberá se está perto ou longe da sua “submeta”, o que é bem mais palpável e fácil de verificar.

Rojo sugere ainda que você acompanhe o investimento como se fosse uma barra de download: qual percentual da meta intermediária e da meta final você já conseguiu alcançar?

Não perca de vista, porém, que um investimento de longo prazo continua sendo de longo prazo, ainda que a “submeta” esteja próxima.

O jeito de investir para o longo prazo é diferente da forma de investir para o curto ou o médio prazo. Se o investidor estiver muito abaixo da meta intermediária, pode ser o caso de fazer mudanças na carteira, mas mantendo suas características de longo prazo.

No exemplo da aposentadoria, o investidor pode e deve continuar aplicando em produtos financeiros de longo prazo.

Mas ele pode descobrir, por exemplo, que está longe da quantia desejada para daqui a dois anos porque não está poupando o suficiente, e não por conta da rentabilidade das aplicações. Melhor descobrir e corrigir isto agora, do que quando estiver perto de se aposentar.

Quando fazer seus balanços

Para Janser Rojo, é bom fazer o balanço dos investimentos mensalmente. Você pode usar os extratos e outros materiais enviados pelas próprias instituições financeiras por onde você investe.

Já o consultor financeiro Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro, acredita que balanços mais detalhados, que incluam mudanças na composição da carteira ou na quantia poupada, devem ser trimestrais, semestrais ou anuais.

“Se de seis em seis meses o investidor fizer essa revisão, ele nunca vai sair da linha”, observa Calil.

O que fazer se você estiver abaixo da meta

Segundo Mauro Calil, ficar abaixo da meta de vez em quando é “supernormal”. É quando, a pouco tempo da data da meta ou da “submeta”, você percebe que não vai conseguir chegar lá.

Se isso acontecer, respire fundo e avalie: foi você que planejou errado ou subestimou o tamanho da meta? Escolheu o produto financeiro errado? Ou aconteceu algo realmente inesperado e fora do comum no mercado?

Esse tipo de coisa acontece principalmente com os investimentos em renda variável, como ações e fundos de ações. Às vezes podemos estar convictos das perspectivas de uma empresa, mas um acontecimento surpreendente muda totalmente o rumo das coisas.

“O investidor precisa entender seu investimento. Se ele está em queda, cabe perguntar: mudou alguma coisa nas premissas que o levaram a investir? Você deve sair de um investimento se o motivo pelo qual investiu nele tiver mudado”, explica Janser Rojo.

“No caso dos fundos, as pessoas normalmente escolhem os que têm bom histórico, sem entender a gestão. Se a pessoa entende, pode conversar com o gestor ou a instituição que o distribui para saber se mudou alguma coisa na premissa daquele fundo, ou se o mau desempenho é temporário”, completa.

Para Mauro Calil, a queda de um investimento pode ser uma oportunidade para acelerar o passo, desde que seus fundamentos continuem sólidos.

“Quando as pessoas veem uma desvalorização, logo acham que estão se distanciando de sua meta. Mas se a empresa na qual investem for sólida, a queda deixa o ativo mais barato. O investidor pode comprar mais, e terá mais ações quando o preço se recuperar”, diz o consultor.

Cuidado com as premissas erradas

Segundo Calil, para ter sucesso nos investimentos é preciso que você não parta de premissas erradas. Em outras palavras, suas ideias não podem estar equivocadas na largada.

Alguns exemplos de erros: investir todo o dinheiro em uma única aplicação financeira; não levar em conta prazos e objetivos na hora de escolher as aplicações financeiras; escolher simplesmente a aplicação que rendeu mais, e não a que tem melhor potencial de retorno com o mínimo de risco.

Outro erro muito comum é o investidor achar que vai dar uma “grande tacada”, como vender a casa própria para investir naquela ação que “vai explodir”. Muita gente já perdeu tudo dessa forma.

“Se o investidor partiu de uma premissa equivocada, e o investimento começa a dar muito errado, é preferível realizar a perda e mudar de direção”, diz Mauro Calil.

Finalmente, há aqueles que acham que vão enriquecer de forma rápida e querem tomar atalhos.

“Vejo pessoas que planejam comprar a casa própria dentro de oito anos, caminham a passos pequenos e chegam lá em quatro. Já os que tentam acelerar o processo tomando um atalho, acabam conseguindo o objetivo só em dez anos”, conta o consultor.

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