Você pensa em alocar ativos internacionais em sua carteira? Então precisa saber mais sobre os investimentos offshore, que permitem acessar mercados externos e aproveitar as vantagens de globalizar o seu patrimônio.
As operações contribuem para diversas estratégias, como a diversificação da carteira e a proteção da carteira em moedas e economias mais fortes do que a brasileira. Mas é necessário entender o funcionamento da proposta para fazer as movimentações corretamente.
Neste guia completo que nós, da Genial Investimentos, preparamos, você verá as principais informações sobre os investimentos offshore e quando utilizar. Vamos lá?
O que é offshore?
Em primeiro lugar, você precisa compreender o que é offshore. Essa é uma expressão que vem da língua inglesa e une os termos off (fora) e shore (costa). Logo, em uma tradução literal, a palavra significa fora da costa.
Trata-se de uma forma de se referir a negócios realizados no exterior. A expressão é utilizada, por exemplo, para falar de empresas abertas em outra nação — empresas offshore.
O mesmo raciocínio serve para investimentos offshore, realizados em um local diferente do país de residência do operador. Então, quando você ouvir falar sobre práticas offshore, tenha em mente que esse é um termo abrangente, que pode se referir a diferentes tipos de movimentações.
Nesse contexto, com as regras diferentes entre os países, em alguns casos é possível aproveitar benefícios nas transações financeiras, como a diminuição dos impostos.
Além da redução da carga tributária, há diversos outros motivos para realizar operações offshore, como proteção de dados, redução de riscos e aumento dos ganhos.
Como funciona o investimento offshore?
Você viu que investimento offshore é aquele feito fora do país de residência de quem realiza a operação. Assim, vale a pena entender mais sobre o seu funcionamento. Nessa abordagem, você seleciona ativos internacionais, explorando mercados externos e moedas estrangeiras.
Para tanto, vale a pena ter uma conta de investimentos internacional que facilite a realização das operações no mercado de interesse. Note que não é necessário abrir uma empresa para explorar essas opções, pois a conta pode ser aberta com um CPF (Cadastro de Pessoas Físicas).
No mercado externo, você consegue acessar alternativas diversificadas, como títulos públicos e privados, ações e fundos de investimento. Como resultado, o investidor passa a ter uma gama mais ampla para as suas escolhas de alocação.
Por exemplo, ele pode se expor a setores indisponíveis na B3 — a bolsa de valores brasileira — ou a moedas mais fortes que o real, como dólar e euro. Mas é importante entender as regras e o funcionamento do país de interesse, está bem?
O que a lei diz sobre as movimentações offshore?
É comum as transações offshore serem associadas à ilegalidade, mas esses investimentos são permitidos. A Lei N.14.754/23 trata do tema e define as regras para essas práticas de forma lícita.
Por exemplo, a norma estabeleceu mudanças na tributação dos rendimentos obtidos no exterior por residentes no Brasil. Anteriormente, os ganhos de offshore eram tributados apenas quando os recursos retornavam ao país.
Isso permitia que os rendimentos permanecessem no exterior por tempo indeterminado sem incidência do Imposto de Renda (IR). Com a lei, a tributação passou a ocorrer todo ano, não importando se os montantes foram repatriados.
A alíquota estabelecida é de 15% sobre os rendimentos e o recolhimento deve ser feito antecipadamente. O objetivo da lei é proporcionar mais previsibilidade ao Fisco e buscar equilibrar a tributação entre investimentos nacionais e internacionais.
Assim, o investidor deve estar ciente das exigências para evitar penalidades e garantir que sua estratégia esteja alinhada à legislação vigente.
Ademais, caso o dinheiro alocado em alternativas offshore esteja associado a atividades ilegais ou tenha como foco não declarar os impostos no Brasil, isso pode configurar crimes. Por isso, qualquer operação deve respeitar as obrigações fiscais e regulatórias de ambos os países, certo?
Quais são as vantagens de fazer investimentos offshore?
Agora que você aprendeu o que são os investimentos offshore e como eles funcionam, é hora de ver as vantagens proporcionadas pela estratégia.
Estabilidade política
Investir no exterior é uma forma de reduzir a exposição ao cenário político e econômico do Brasil. Países com economias mais estáveis e previsíveis costumam oferecer maior segurança, minimizando os impactos das oscilações locais.
Em momentos de crise política ou econômica interna, os ativos offshore podem ajudar a proteger o patrimônio, preservando o poder de compra e proporcionando maior tranquilidade ao investidor. Do mesmo modo, essas economias tendem a ser mais resilientes frente a instabilidades globais.
Diversificação dos investimentos
Diversificar o portfólio é uma estratégia muito empregada para evitar a concentração de riscos na carteira e aproveitar eventuais oportunidades para impulsionar os ganhos. Logo, os investimentos offshore reduzem a dependência do mercado brasileiro e costumam diluir os riscos.
Ademais, essa proposta de diversificação permite a exposição a diferentes setores econômicos e moedas. Como a economia mundial não se movimenta de maneira uniforme, investir em mercados distintos pode equilibrar os retornos e reduzir perdas.
A razão é que tende a ocorrer uma baixa correlação com o mercado nacional. Por exemplo, quando as alternativas da bolsa brasileira estiverem em baixa, há chance de ativos de outros países experimentarem uma tendência de alta. Interessante, não é mesmo?
Facilidade nas operações
Quando se pensa na exposição ao exterior, é comum o receio da burocracia — esse é o seu caso? Apesar de haver alguns pontos de atenção nas operações, pois elas diferem dos investimentos nacionais, é possível realizá-las sem grandes dificuldades.
Para tanto, você tem a opção de abrir conta em instituições internacionais sem precisar sair do Brasil. Ademais, existem corretoras brasileiras que oferecem conta global, viabilizando as transferências online para o exterior.
Logo, tudo pode ser feito sem sair de casa. Mas vale ter atenção para os custos adicionais dessas operações, além das regras de cada país, está bem? Você deve conhecer bem as determinações do local em que os investimentos serão feitos para evitar problemas nas transações.
Quais cuidados observar ao fazer investimentos offshore?
Você viu as vantagens de fazer as operações offshore, mas também existem cuidados a serem observados para realizar as movimentações com confiança e ter mais chances de bons resultados.
Conformidade fiscal e regulatória
Um dos principais cuidados ao investir internacionalmente é garantir que todas as operações estejam em conformidade com as normas fiscais e regulatórias. Para tanto, você precisa considerar as regras do Brasil e do país no qual o investimento é realizado.
O não cumprimento das obrigações tributárias pode resultar em penalidades, incluindo multas e até processos legais. É essencial manter a declaração correta dos rendimentos, informar os ativos no exterior à Receita Federal e seguir os prazos de recolhimento do imposto devido.
Riscos cambiais e de mercado
Os investimentos offshore expõem o investidor às variações cambiais, com chance de representar tanto uma oportunidade quanto um risco. Se a moeda do país onde o investimento está localizado sofrer uma forte desvalorização, o patrimônio pode ser impactado negativamente.
Mas também existe a possibilidade de ocorrer uma valorização e a carteira ser beneficiada. Portanto, você precisa verificar se esse aspecto atende ao que você busca nas alocações e à sua tolerância à volatilidade.
Outro ponto a ser considerado são os riscos do próprio mercado no qual o investimento é realizado. Cada país possui sua dinâmica econômica e política, capaz de afetar a estabilidade dos ativos. Então avalie bem o cenário econômico global e os setores de interesse antes de alocar o seu capital.
Tenha em mente que os investimentos offshore permitem estratégias como hedge cambial e diversificação geográfica que, como visto, ajudam a mitigar riscos. Mas elas precisam ser estudadas com cuidado para serem aplicadas corretamente.
Custos adicionais
Você também viu que as operações offshore tendem a ter custos adicionais. Eles devem ser considerados para saber se a rentabilidade líquida — os ganhos após descontar todos os custos — compensa a transação.
Ainda, por serem investimentos feitos em moedas estrangeiras, é necessário fazer a conversão do real. No processo, acontece a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), um tributo do Governo Federal, que incide em diversas transações no Brasil.
Há também o spread bancário. Ele consiste na diferença entre a taxa de captação das instituições no mercado internacional e a taxa efetivamente cobrada do investidor nas operações de câmbio.
Quando vale a pena fazer investimentos offshore?
Agora que você sabe mais sobre os investimentos offshore, precisa entender em quais situações a estratégia tende a ser válida. Afinal, apesar de seus benefícios, nem sempre investir no exterior é a melhor opção para todas as pessoas.
Saiba dos principais cenários em que vale a pena considerar essa alternativa!
Foco na proteção contra instabilidades econômicas
Se o seu objetivo é reduzir a exposição ao risco político e econômico do Brasil, os investimentos offshore podem ser uma solução viável.
Cenários de inflação elevada, crises fiscais e desvalorização da moeda são capazes de impactar o mercado financeiro local. Com a alocação offshore, é possível minimizar esse impacto ao direcionar parte do seu capital para economias mais estáveis e resilientes.
Busca por oportunidades exclusivas de investimento
Você viu que os investimentos offshore favorecem a diversificação. Isso porque os mercados internacionais oferecem alternativas que podem não estar disponíveis no Brasil.
Alguns setores — como tecnologia, finanças, energia e saúde — tendem a estar mais maduros em economias fortes. Nesse contexto, você tem a oportunidade de investir em negócios de destaque global, como Apple, Alphabet (controladora da Google) e Tesla, entre outros.
Interesse em preservar o poder de compra
Caso o seu foco seja manter seu poder de compra ao longo do tempo, especialmente em momentos de desvalorização do real, a exposição a moedas mais fortes tende a contribuir. Investindo internacionalmente, você consegue se proteger contra eventuais baixas locais, como visto.
Tolerância aos riscos adequada
Vale destacar que os investimentos offshore não costumam atender a qualquer perfil de investidor. Eles exigem mais conhecimento do mercado financeiro global e maior tolerância ao risco e às oscilações cambiais.
Se você já tem uma carteira bem estruturada no Brasil e busca expandir suas possibilidades de alocação, essa pode ser uma estratégia. Contudo, é essencial garantir que as decisões estejam alinhadas aos seus objetivos financeiros e perfil de risco, combinado?
Quais são os tipos de investimentos offshore?
Para decidir como operar internacionalmente, você precisa conhecer as alternativas disponíveis, não é mesmo?
Veja alguns exemplos de investimentos offshore!
Ações
Assim como no Brasil, se você pretende investir no exterior, existe a possibilidade de comprar ações de companhias listadas em bolsas de valores estrangeiras. Por meio desse ativo, você se torna sócio da empresa, compartilhando os seus resultados — que podem ser lucros ou prejuízos.
Os eventuais ganhos ocorrem de diferentes formas. As principais são a valorização dos papéis e o recebimento de proventos — benefícios que alguns negócios pagam aos acionistas.
Com essa abordagem, você tem a chance de investir por meio das maiores bolsas de valores do mundo. Alguns exemplos são NYSE (New York Stock Exchange), Nasdaq, Shanghai Stock Exchange e Euronext.
Treasuries
Os Treasuries são títulos de dívida emitidos pelo Governo dos Estados Unidos, que servem para captar recursos para os projetos públicos. Eles são semelhantes aos títulos do Tesouro Direto no Brasil, apresentando características de renda fixa.
Essas aplicações funcionam como um empréstimo ao emissor. Logo, você investe o seu dinheiro e recebe a quantia após determinado prazo com o acréscimo dos rendimentos. Essa é uma alternativa mais previsível, porém, ela costuma apresentar ganhos mais limitados.
ETFs
ETFs (exchange traded funds) são fundos de investimento que costumam acompanhar um índice de mercado, apresentando resultados próximos a essa referência. A participação acontece por meio da aquisição das cotas do veículo financeiro.
O lucro ocorre a partir da valorização do fundo ou pela distribuição de dividendos. Vale destacar que no Brasil não é comum que os ETFs distribuam dividendos, mas em outros países, como nos Estados Unidos, o pagamento é mais usual.
REITs
Outro exemplo de investimento offshore é o REIT (real estate investment trust), associado a empresas do mercado imobiliário dos Estados Unidos. Essas alternativas são semelhantes às ações, porém, seu foco está na compra, venda, administração e outras transações ligadas a imóveis.
ADRs
Vale a pena também mencionar os ADRs (american depositary receipts). Eles são certificados de valores mobiliários negociados em bolsas de valores dos Estados Unidos, com lastro em alternativas de outros países.
Esses recibos são semelhantes aos BDRs (brazilian depositary receipts) do Brasil, que oferecem acesso a ativos estrangeiros indiretamente pela B3. Desse modo, ter um ADR lastreado em ações de uma empresa não significa possuir os seus papéis na carteira, mas um recibo atrelado a eles.
Alternativas indiretas
Sabia que também é possível fazer investimentos internacionais pela bolsa brasileira? Nesse caso, você tem exposição indireta aos ativos estrangeiros, realizando a negociação em reais. Alguns exemplos são os BDRs, que você já conheceu.
Ainda, existem os ETFs listados na B3 que podem acompanhar índices globais. Outro exemplo são os fundos de investimento internacionais, que incluem ativos estrangeiros e, em alguns casos, contam com um percentual em alternativas brasileiras.
Como fazer investimentos offshore?
Agora que você compreende os benefícios e desafios dos investimentos offshore, é hora de aprender como iniciar a estratégia, na prática.
Acompanhe os passos!
Defina a sua estratégia
Antes de começar, é fundamental definir a sua estratégia de operação offshore. Avalie por que você deseja investir no exterior — por exemplo, diversificação, proteção cambial ou busca por maiores retornos. Tenha em mente que seus objetivos ajudam a direcionar as escolhas.
Você viu também que os investimentos offshore costumam envolver riscos e exigem maior conhecimento sobre os mercados internacionais. Então estude as possibilidades e as economias de seu interesse antes da alocação, certo?
Abra a sua conta global
Para acessar os mercados internacionais, você pode abrir uma conta global em uma corretora brasileira, como a Genial Investimentos. Conosco, você consegue gerenciar os recursos no exterior com mais segurança e praticidade.
Suas operações de câmbio para a realização de investimentos offshore são feitas em tempo real. Saiba que nossa conta global não tem tarifa de manutenção. Além disso, oferecemos IOF reduzido em algumas operações e integração total com a sua conta da Genial no Brasil.
Realize o aporte
Com a estratégia definida, é hora de selecionar os investimentos. Estude as alternativas disponíveis e suas condições e escolha aquelas que mais se adequam à sua estratégia.
Não se esqueça de ver prazos, taxas, liquidez, potencial de rentabilidade, riscos e outros fatores relevantes, combinado? Com a seleção feita, basta transferir os recursos e seguir com a alocação dos investimentos.
Acompanhe os resultados
Após realizar os aportes, é essencial monitorar o desempenho dos seus investimentos e se manter atualizado sobre o cenário econômico internacional. Além disso, você deve cumprir todas as obrigações fiscais relacionadas aos investimentos offshore em ambos os países.
Com esta leitura, você está pronto para fazer investimentos offshore, se eles estiverem adequados à sua estratégia. Tenha em mente que a abordagem exige planejamento, conhecimento e conformidade fiscal. Portanto, opere de forma consciente, combinado?
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