Existe um novo movimento financeiro em curso no Brasil. Muitos investidores que até então somente aplicavam seus recursos em produtos mais conservadores, estão buscando novas formas de ganhos e se arriscando mais. 

Exemplo disso é que, em abril de 2019, a Bolsa de Valores brasileira atingiu a marca histórica de 1 milhão de pessoas físicas cadastradas. Somente nos 4 primeiros meses de 2019, a bolsa ganhou 232 mil novos investidores.

Mas por que este interesse crescente da população? De acordo com a própria B3, nossa Bolsa de Valores, são vários os motivos. 

Você tem interesse em investir na Bolsa de Valores e quer saber como fazê-lo? A seguir, explicaremos tudo o que você precisa saber para começar seus investimentos na Bolsa. Continue a leitura!

Motivos para o aumento de investidores na Bolsa

Um dos motivos para o crescimento de investidores na Bolsa de Valores no ano passado (2019) é a expectativa de que a economia vai melhorar. Ou seja, há a esperança de que haverá um aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que favorece o surgimento de empregos e de renda. A consequência disso é que as pessoas se sentem mais seguras para deixar seus recursos alocados em um investimento. 

Outra razão é o baixo retorno oferecido pela renda fixa. Pessoas que aplicam em produtos tradicionais, como a poupança, estão percebendo que seu dinheiro não está rendendo quase nada. 

Isso acontece porque a Selic – taxa básica de juros -, que serve como um indicador de rentabilidade para a maioria dos investimentos em renda fixa, está em baixa e a previsão é de que ela continuar assim por um bom tempo. Como consequência, cresce a busca por outras formas de aumentar os ganhos e é aí que entra a Bolsa de Valores.

Além disso, a tecnologia possibilitou um acesso muito melhor às informações financeiras. Você sabia que para investir na Bolsa não é preciso sequer sair de casa? Basta um computador ou um celular conectado à Internet para operar os seus ativos. 

Como funciona o mercado de ações?

Provavelmente, quando se fala em Bolsa de Valores, a primeira coisa que vem à sua mente é a compra e venda de ações. De fato, o mercado de ações é um destaque na B3, que é onde são negociados esses ativos no Brasil. Mas existem outros ativos dos quais falaremos adiante. 

De forma simples, o mercado acionário é o ambiente no qual são negociadas ações das empresas, ou seja, pequenos pedaços delas. Isso quer dizer que, quando uma empresa quer captar recursos para ampliar o negócio, por exemplo, ela pode ofertar papéis na Bolsa de Valores. Quem compra as ações garante participação nas atividades ou remuneração da empresa.

A primeira oferta de ações que uma empresa faz é chamada de Initial Public Offering (IPO). Fazer essa oferta, ou como chamamos, abrir o capital da empresa à investidores é uma escolha que pode ser muito vantajosa para a companhia, pois, dependendo de quanto dinheiro a companhia precisa, pedir emprestado a um banco pode ter custos muito altos.

Renda variável vs. fixa

Ao adquirir uma ação, você se torna um investidor de renda variável. Uma das principais diferenças entre investimentos de renda fixa e a variável é o fato de que na renda fixa (como no Tesouro Direto ou CDB), você sabe desde o início qual será sua remuneração. 

Já na renda variável, você não sabe qual será o resultado. Porém, não há limite para os seus ganhos, o que faz essa opção ser bastante interessante.

Proventos

Quem compra ações de uma empresa vira também um sócio dela e passa a receber proventos, ou seja, parte do lucro que a empresa obtiver. Proventos são um tipo de repasse que as empresas fazem aos acionistas, referente à parte do lucro obtido por ela em determinado período. 

Geralmente, o valor repassado é de, no mínimo, 25% do lucro. Porém, é possível que esse repasse seja ainda maior, cabendo essa decisão à gestão da companhia. Além de receber proventos, o investidor pode também lucrar vendendo as ações para outros investidores, no chamado mercado secundário, por meio da própria Bolsa de Valores.

Day Trade

Engana-se quem acha que investir em ações significa sempre pensar a longo prazo. É possível fazer operações de compra e venda que geram lucro em um único dia. É a chamada operação Day Trade.

Imagine que, no início do pregão, às 10 da manhã, o banco Itaú tenha sua ação vendida a R$ 34. Assim, o trader compra 100 ações, pagando um total de R$ 3.400. 

Ao longo do dia, por algum motivo, o preço da ação sobe para R$ 35. Ao vender essas 100 ações, agora por um total de R$ 3.500, o trader garante um lucro de R$ 100 em uma única operação.

Mas, para traçar esse tipo de estratégia, é muito importante possuir conhecimento do mercado de ações. Por isso ressaltamos que, em qualquer etapa e decisão que tiver, é bom contar com a assessoria de um profissional, principalmente se você ainda é iniciante.

Como começar a investir na bolsa?

Primeiro passo 

Escolha uma instituição financeira, que pode ser um banco ou uma corretora de valores. No site da B3 você encontra uma lista com essas instituições. 

Segundo passo

Estabeleça uma estratégia. Isto é, defina suas metas para curto, médio e longo prazo. 

Esse momento é importante, porque é quando você escolhe qual é a melhor opção de ativo para você. Por exemplo: se você tiver uma meta de longo prazo, comprar ações de uma empresa que tem histórico de pagar bons dividendos pode ser uma boa escolha. 

Além disso, considere três elementos conhecidos como “Tripé de Investimento”: rentabilidade, liquidez e segurança. 

  • Rentabilidade: Defina o quanto deseja alcançar de lucro. 
  • Liquidez: Pense se o ativo que está pensando em investir será facilmente comprado por outro investidor quando você decidir vendê-lo. À velocidade com que você resgata o valor investido damos o nome de liquidez. Se você consegue vender rapidamente um ativo para receber seu dinheiro, dizemos que este ativo possui alta liquidez. Aí então é preciso entender qual é o tipo de ativo que você está disposto a adquirir – um de alta ou baixa liquidez. 
  • Segurança: Dependendo do seu perfil de investidor, você tem mais ou menos tolerância ao risco. As ações das chamadas Blue Chips, companhias com alto volume de negociação e valor de mercado, costumam oferecer menos riscos de prejuízo na Bolsa de Valores, ou pelo menos têm mais liquidez caso você queira vender o seu ativo logo. 

Esses três elementos podem variar dentro do seu plano. Inclusive, montar uma carteira de investimentos diversificada, com papéis de diferentes empresas de diversos setores é o ideal para se proteger do risco. Diversificar evita que, por exemplo, uma grande queda no preço de uma ação ou setor específico te deixe com um grande prejuízo. 

Terceiro passo

Conheça as empresas. Ao comprar uma ação você se torna sócio de uma companhia, então, pesquisar sobre ela antes de investir é primordial. 

Uma sugestão é verificar, no balanço financeiro da companhia, o histórico de lucros. Você pode encontrar esse tipo de material no site da própria empresa. 

Quarto passo

Acesse o home broker, que é a plataforma na qual você vai operar nesse mercado. É por meio dele que são feitas as ordens de compra e venda dos ativos e é graças a esse sistema que você consegue fazer a operação sem sair de casa, só usando seu computador ou celular.

Quinto passo

Acompanhe o seu investimento. Nesse ponto, a sua estratégia já deve estar bem definida. 

Isto porque, se seu objetivo é uma meta de curto prazo, é importante fazer um acompanhamento. Isto é, ficar atento ao histórico das cotações e aos números e gráficos da empresa onde escolheu investir. 

Por outro lado, se sua estratégia for de longo prazo, as oscilações dos preços no dia a dia não são tão importantes. O investidor deve observar, então, o histórico de resultados ao longo dos anos. Após esse processo, se sua intenção é investir em uma empresa, existem duas opções de compra: o lote padrão ou o lote fracionado. 

  • Lote padrão: o lote padrão de ações é de 100 papéis e, para adquiri-lo, você precisa ter o montante total. Vamos supor que você deseja comprar um lote padrão de uma empresa no qual cada título custa R$ 34. Ao comprar 100 papéis, você precisaria, então, investir R$ 3.400 de uma só vez. 
  • Lote fracionado: você pode adquirir de 1 a 99 ações. Essa é uma opção interessante para iniciantes, para quem ainda não tem muito dinheiro para investir ou até para quem deseja diversificar sua carteira.

Agora, para quem está focado principalmente na diversificação da carteira, o mercado de ações oferece um produto que contempla títulos de várias empresas. Esse produto são fundos que replicam algum índice de ações, sendo chamados de Exchange Traded Fund (ETF). Uma vantagem desses produtos é o fato de que a taxa de administração, ou seja, aquela que você deve pagar para a gestora administrar seu investimento, costuma ser bem menor. 

Quais os tipos de ordem na Bolsa de Valores?

Ordem a Mercado

É aquela na qual você informa à sua corretora apenas a quantidade e as características das ações que quer negociar. Nesse caso, o preço de execução  será exatamente aquele que está disponível na ponta contrária no momento da ordem. 

Ordem Limitada

É uma ordem que fixa o preço e a quantidade de ativos a serem negociados. Assim, a operação só ocorre quando o valor de compra ou venda de ação da ponta contrária for igual ou menor do que o preço que você escolheu anteriormente.

Ordem Casada

É a composta tanto por uma ordem de compra, quanto por uma de venda. E as duas só podem ser feitas de forma integral e simultânea. 

Ordem Stop Loss 

É a ordem na qual o investidor programa a liquidação automática de seu invetimento para quando o produto chegar a um determinado preço com o objetivo de evitar prejuízos. Por exemplo, imaginemos que um investidor comprou ações do Itaú (ITUB4) a R$ 34 cada. Dentro de sua estratégia, ele definiu um stop loss de R$ 32. Ou seja, se as ações chegassem a esse valor, o sistema automaticamente venderia seus papéis, na tentativa de limitar o prejuízo em R$ 2 por ação. 

Mas, por outro lado, outro investidor que comprou as mesmas ações, também por R$ 34, não programou um stop loss e nem acompanhou as alterações do mercado. Assim, ele não percebeu que o valor dos títulos do Itaú caiu para R$ 30. Por esse descuido, ele perdeu R$ 4 por ação, um valor 100% maior do que perdeu o primeiro investidor que definiu seu stop loss previamente. 

Ordem Stop Gain

É semelhante à ordem de stop loss, mas com o raciocínio contrário. Na Bolsa, pelos preços das ações oscilarem, é comum o valor de uma ação subir, atingir um determinado patamar e, em seguida, cair. 

Por meio do stop gain, se um papel do Itaú estiver a R$ 34 no início do pregão (que é como se chamam as negociações do dia) e você perceber que o valor pode chegar aos R$ 35, você pode estabelecer a ordem para vender automaticamente quando alcançar este patamar máximo estimado, garantindo o lucro antes que o a cotação comece a cair. 

Quais os mercados da Bolsa de Valores?

Como já falamos, operar na Bolsa de Valores não se resume a comprar ou vender ações. Existem também outros mercados, como o mercado futuro, um segmento que pode ser lucrativo e que movimenta um volume de recursos muito superior ao mercado de ações.

O mercado futuro é um ambiente no qual se pode ganhar dinheiro com ativos como as commodities (café ou milho, por exemplo), moedas (como o dólar) ou até mesmo os índices (como IBovespa ou taxa de juros Selic). Além da especulação, esse mercado também serve como uma forma de proteção para o investidor, assim como para o comerciante de uma commodity. 

Tomemos como exemplo um produtor de milho. Mudanças climáticas, pragas ou outros imprevistos podem fazer com que o preço da safra aumente muito, tornando sua venda mais lucrativa. No mercado futuro, esse produtor pode negociar, antes do fechamento da safra, o preço de venda de seu produto. Assim, ele se protege caso a sua mercadoria se desvalorize no momento em que for realizada a venda.

Essa lógica funciona também para quem opera com câmbio, isto é, compra ou vende moedas como o dólar. No presente, você pode negociar o valor (cotação) que acredita que a moeda terá no futuro. Assim o vendedor se protege caso haja uma baixa ou uma alta maior que a esperada na cotação. 

Para investir no mercado futuro, a análise técnica – aquela que utiliza gráficos – costuma ser muito importante. As avaliações ajudam a enxergar as variações e os padrões de comportamento dos grandes investidores diante do preço de um ativo. Mesmo quem não tem sólido conhecimento em investimentos, pode lucrar com o mercado futuro. 

Como negociar ativos no mercado futuro?

No mercado futuro, os contratos se dividem em dois tipos: contratos cheios, para quem quer investir mais dinheiro e mini contratos, para quem quer ou só pode investir uma quantia menor. De qualquer forma, para operar com esses ativos, a lógica é a mesma das ações: acesse a plataforma de investimentos e envie a ordem de compra ou venda via home broker. 

Contrato cheio

Contrato cheio é aquele no qual são negociados volumes bem maiores de mercadorias ou de um bem financeiro. Dólar Cheio e Índice Cheio são exemplos deste tipo de contrato. Normalmente, eles são usados por grandes empresas, produtores ou investidores.

Mini contratos

Os mini contratos equivalem a 20% de um contrato cheio e são mais acessíveis para pessoas físicas. Na Bolsa de Valores brasileira existem dois tipos de mini contratos: o Mini índice futuro e o Mini dólar futuro, como veremos logo a seguir.

Mini índice futuro

Na B3, o principal indicador do desempenho das ações, que reúne as principais empresas do mercado de capitais, é o Ibovespa. Quando você ouve dizer que a bolsa subiu ou caiu em um determinado dia, é sobre esse índice que estão falando. Como esse índice é composto por aproximadamente 60 empresas com maior negociabilidade na bolsa, como Petrobras e Vale, quando você negocia contratos futuros de índice, está investindo indiretamente nessas grandes companhias. 

Existem várias formas de investir no índice Ibovespa. Como já falamos, no mercado futuro há duas opções: índice cheio (IND) e mini índice (WIN).

O mais comum é o mini índice, em que cada ponto vale R$0,20. Para saber quanto custará esse investimento, você deve multiplicar o número total de pontos por R$ 0,20. 

Vamos supor que o preço de compra de Mini Índice (WIN) esteja cotado a 115.000 pontos. Nesse caso específico, o contrato está valendo R$ 23.000,00. 

Porém, para negociar o Mini Índice, você precisa apenas de uma fração desse valor, que pode variar em torno de R$ 20,00. Esse valor é chamada de margem de garantia, e cada corretora define a sua.

Mini dólar 

Ainda dentro do mercado futuro, o mini dólar é uma ótima opção para compor seu portfólio de investimentos, porque é a moeda oficial dos Estados Unidos e a mais utilizada no mundo inteiro. Assim, o dólar possui um grande volume de negociação na Bolsa de Valores.

O valor para operar um mini contrato futuro de dólar varia de acordo com a cotação do momento e é preciso multiplicá-la por R$10. Por exemplo, se a cotação está em 4.100 pontos, multiplique-a por R$ 10 para chegar ao valor total do contrato, que neste exemplo seria de R$41.000. Da mesma forma que ocorre com o mini contrato futuro de índice, você precisa ter só uma fração desse montante para poder investir.

Por onde começar a investir na Bolsa?

Se você, apesar de interessado, tem dúvidas se investe ou não na Bolsa por achar complicado, nós podemos te ajudar. Atualmente, existem vários recursos para te auxiliar nesse processo. 

Nós garantimos que você não precisa ser nenhum expert no assunto para começar a investir seu dinheiro na Bolsa de Valores. Você só precisa ter em mãos as ferramentas certas. 

A Vexter oferece uma série de recursos para apoiar a sua jornada na Bolsa, como o simulador de investimentos, cursos sobre o mercado financeiro, sala de trade ao vivo durante todo o pregão e oportunidades de investimento identificadas por especialistas, tudo isso em uma plataforma simples e intuitiva. Vale lembrar que mesmo para um investidor experiente, o simulador é interessante, já que, por meio dele, é possível testar e montar novas estratégias.

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