Mesmo com as recentes projeções do mercado para a Selic, que pode vir a superar o patamar de 8,5% em 2022, a poupança ainda sai perdendo para os títulos de renda fixa. Na verdade, para alguns economistas, a caderneta não pode nem mesmo ser considerada um investimento. Você sabia disso?
A boa notícia é que quem está em busca de aumentar seus rendimentos pode encontrar na renda fixa uma ótima alternativa – uma vez que os títulos que compõem essa categoria apresentam rentabilidades previsíveis e, ao mesmo tempo, superiores às da caderneta de poupança. Além disso, são papéis que não costumam oferecer grandes riscos ao investidor.
Se o seu objetivo é descobrir novas possibilidades de investimento em renda fixa, que são mais atrativos que a poupança, você está no lugar certo! Acompanhe a leitura que nós vamos te contar mais sobre os principais investimentos em renda fixa disponíveis no mercado e como fazer para começar a investir.
O que são títulos de renda fixa?
Rentabilidade, previsibilidade e baixa incidência de risco são sinônimos dos investimento em renda fixa. Quem está em busca dessas características pode encontrar nesses papéis ótimas alternativas de investimento, uma vez que a remuneração é previamente conhecida desde o momento da aplicação.
Ao comprar um título de renda fixa, o investidor está, na verdade, emprestando seu dinheiro para uma empresa e ou para o governo. Em troca, recebe o valor aplicado acrescido de juros compostos. A propósito: se eles são vilões quando estamos com alguma dívida, quando se trata de investimentos, os juros compostos são os nossos melhores amigos.
Classificados por categoria, os títulos de renda fixa podem ser entendidos de acordo com a sua rentabilidade. Cada tipo de investimento possui uma forma de remunerar seu capital – e entender essa divisão fará toda diferença na hora de investir. Veja só:
- Títulos prefixados
São investimentos que possuem a taxa de retorno já conhecida no momento da aplicação. Dessa forma, não importa como os indicadores do mercado se movimentam, a rentabilidade já está definida antes mesmo da data de resgate.
Com isso, você não terá surpresas no momento de resgatar o seu dinheiro. Esses títulos são indicados para quem acredita que os juros se manterão baixos ou em queda. Assim, você protege seus investimentos em cenários de taxas de juros mais baixas.
- Títulos pós-fixados
São títulos cujo rendimento é atrelado a uma taxa que pode variar, como o CDI ou a taxa Selic, por exemplo. Por isso, o rendimento total só é conhecido no momento do resgate.
A rentabilidade do título depende do desempenho do seu indexador. Por exemplo, você pode encontrar um Certificado de Depósito Bancário (CDB) que tenha a remuneração de 105% do CDI ao ano. Com isso, devido à variação do CDI, você saberá com exatidão qual será o seu retorno no momento de resgate do capital.
- Títulos Híbridos
Esses títulos são uma mistura dos dois últimos. Parte de seu rendimento é atrelada a uma taxa fixa, enquanto a outra parte é atrelada a uma taxa variável, que pode ser um indexador da economia.
Por exemplo, seu título pode render 4,0% + IPCA. Nesse caso, você receberá, ao final do prazo do investimento, os 4% mais a oscilação do IPCA, que é a taxa que mede a inflação do país. Normalmente, esses títulos são recomendados para investidores que objetivam retornos mais expressivos.
Para saber qual tipo de rentabilidade é o ideal para você, o segredo é fazer a escolha levando em consideração o cenário do mercado no momento do investimento. Além disso, não deixe de considerar os seus objetivos e o seu perfil de investidor.
Principais título de investimento em renda fixa
Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um programa do Governo Federal criado para facilitar o acesso a investimento em títulos públicos de renda fixa. Ele pode ser uma boa opção para investidores que buscam segurança e bons retornos.
O governo coloca esses títulos no mercado financeiro no intuito de realizar a captação de recursos para financiar as suas atividades. Em troca, devolve o dinheiro aplicado acrescido de juros.
O Tesouro Direto é muito procurado por quem deseja abrir mão da poupança para começar a, de fato, investir. Além disso, seu investimento mínimo é baixo: com pouco mais de R$30, é possível começar a investir em títulos públicos – que podem ser atrelados à inflação, como no caso do Tesouro IPCA; prefixados (Tesouro Prefixado); ou indexados à Selic (Tesouro Selic).
CDB
Os CDBs, ou Certificados de Depósito Bancário, são títulos emitidos por bancos com a finalidade de financiar suas operações, assim como o governo faz com os títulos públicos. Funciona a partir da mesma lógica: o investidor empresta seu capital para a instituição e, em troca, recebe a quantia aplicada acrescida de juros.
O CDB possui um ponto de segurança a mais: ele é protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Isso significa que, se a instituição que lançou o título declarar falência, você será reembolsado de acordo com as regras estabelecidas pelo Fundo.
LCI e LCA
A LCI (Letra de Crédito imobiliário) é um tipo de investimento para que o banco capte recursos junto ao investidor para o financiamento imobiliário. O investimento em LCI é livre de impostos de renda para pessoa física, além de ter cobertura do FGC, de acordo com as regras do órgão.
Assim como a LCI, a LCA – Letras de Crédito do Agronegócio – também contam com isenção de Imposto de Renda para pessoa física e cobertura pelo FGC, no entanto, possuem como lastro os créditos originados do agronegócio.
CRI e CRA
O CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) são expedidos pelas securitizadoras – empresas que reúnem as dívidas de construtoras e do agronegócio, disponibilizando-as no mercado em títulos de renda fixa.
A remuneração desses investimentos pode se dar a partir do:
- Percentual do CDI;
- CDI + taxa prefixada;
- Índices de preços ou inflação + taxa prefixada;
- Taxa prefixada.
Os CRI e CRA são investimentos que têm isenção de IR e IOF para pessoa física e, por isso, podem apresentar rentabilidade maior que a do CDB ou fundo de investimento. No entanto, não possuem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito.
Debêntures
São títulos de dívida mobiliários, emitidos por instituições que não sejam nem financeiras e nem de crédito imobiliário. O investidor que aplica em debêntures passa a ser um credor da instituição que emitiu as emitiu e, por isso, recebe juros fixos ou variáveis ao final do período pactuado. As debêntures podem ser:
- Simples: não podem ser revertidas em ativos da empresa que as emitiu.
- Conversíveis: podem ser revertidas em ativos da empresa que as emitiu.
- Incentivadas: são expedidas por instituições que atuam em projetos relacionados à infraestrutura do país. Por isso, são isentas de IOF e Imposto de Renda.
Passo a passo para começar seu investimento em renda fixa
Não se pode negar que, quanto mais conhecemos o mercado, mais atrativo se torna o fato de investir. Afinal, fazer com que o dinheiro trabalhe para nós mesmos pode parecer uma ótima ideia (e é!).
No entanto, para sermos cada vez mais assertivos nas nossas escolhas e tomarmos decisões mais conscientes em relação às finanças, precisamos ter em mente alguns critérios:
Conheça seu perfil de investidor
Analise suas características, seu nível de tolerância aos riscos e como você reage às oscilações do mercado. Lembre-se: essa análise é individual – portanto, o que pode ser um bom investimento para um investidor, pode não ser o ideal para outro.
Defina objetivos
Trace seus objetivos com seus investimentos – inclusive os prazos nos quais está disposto a operar. Você pode mudar de ideia ao longo do caminho (e não há problema nenhum nisso!). O importante é ter clareza de suas metas.
Conheça os ativos e o mercado
Leia sobre investimentos de renda fixa e variável e esteja por dentro do que acontece no mercado financeiro. Estudar bem as possibilidades que temos à nossa disposição e entender as regras de cada modalidade é essencial para quem deseja ser bem-sucedido.
Diversifique sua carteira
Essa é uma regra de ouro: quanto mais diversos forem seus investimentos, menos riscos você assumirá. É possível, inclusive, utilizar alguns títulos de renda fixa (como certos CDBs e títulos públicos) como margem de garantia para investir na Bolsa de Valores.
Abra sua conta em uma corretora de investimentos
Escolha uma corretora de confiança para poder iniciar sua trajetória no mercado financeiro. No caso da renda variável, essa será a instituição responsável por intermediar suas negociações com a B3.
Invista!
Uma coisa é certa: quanto mais você conhecer o mercado, mais ferramentas terá em mãos para investir com confiança e assertividade. Não espere para começar.
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