Conhecer os tipos de energia pode parecer uma atitude não relacionada ao âmbito corporativo. No entanto, as empresas que buscam autonomia e a otimização de recursos e de carteira têm chance de se beneficiar fortemente da escolha adequada de matrizes energéticas para investir e utilizar.
Nesse contexto, as fontes de energia são divididas em dois tipos: renováveis ou não renováveis. Com o aumento da busca por alternativas sustentáveis, a primeira categoria tem se destacado no mercado e se mostrado como uma oportunidade cada vez mais viável no setor.
Gostaria de entender quais são os tipos de energia, como é o seu funcionamento e como eles podem ajudar no sucesso da sua empresa? Então continue a leitura!
Por que conhecer os tipos de energia existentes?
Antes de saber quais são os tipos de energia disponíveis para sua empresa, é importante reconhecer a relevância desse cuidado. De modo geral, o primeiro benefício diz respeito à possibilidade de tomar decisões informadas, que dialoguem com as necessidades e objetivos do negócio.
Além disso, ao conhecer os diferentes tipos de energia, as corporações podem identificar oportunidades para aumentar a eficiência energética em suas operações. Assim, é possível obter redução do consumo de energia e economia de custos, contribuindo para a sustentabilidade e o gerenciamento responsável dos recursos.
Outro benefício está na otimização dos processos de ESG nas companhias. A sigla representa os critérios ambientais, sociais e de governança usados pelos investidores para avaliar o desempenho sustentável e ético de uma empresa.
Por fim, conhecer as diferentes alternativas é essencial para aproveitar oportunidades no mercado livre de energia. Com isso, é possível identificar as opções mais vantajosas em termos de fornecedores de energia, contratos e modelos de negócios que se alinhem com os seus objetivos e estratégias comerciais.
Quais são os principais tipos de energia e como eles funcionam?
Para posicionar a sua empresa de forma competitiva no mercado, é preciso conhecer os diferentes tipos de energia e as vantagens de cada um.
Energia hidrelétrica
A energia hidrelétrica é uma das fontes renováveis mais antigas e amplamente utilizadas em todo o mundo — sendo a principal usada no Brasil. Ela é gerada por meio de usinas hidrelétricas, construídas em rios ou em grandes reservatórios.
Nesse sistema, a água represada em uma barragem é liberada em uma queda d’água controlada, passando por turbinas conectadas a geradores elétricos. A força do movimento hídrico faz com que as turbinas girem, acionando os geradores que produzem a eletricidade.
Por se tratar de uma fonte de energia renovável, a sua disponibilidade é praticamente ilimitada e não contribui para a emissão de gases de efeito estufa. No entanto, apesar de suas vantagens, a energia hidrelétrica também pode ter impactos ambientais significativos.
Um dos motivos está na construção de grandes barragens, com risco de causar alterações nos ecossistemas aquáticos e terrestres, além de contribuir para a perda de território entre populações. Outro problema são as estiagens recorrentes, em especial, no Brasil, que afetam a estabilidade e a confiabilidade do sistema hidrelétrico.
Energia maremotriz
A energia maremotriz, também conhecida como energia das marés, é do tipo renovável e aproveita o movimento das águas do mar para gerar eletricidade. Ela conta com diversas vantagens, incluindo:
- natureza renovável e previsível;
- pouca influência na paisagem local, pois as usinas são instaladas de forma submersa;
- capacidade de complementar outras fontes de energia renovável, como a solar e eólica.
Apesar de suas vantagens, a energia maremotriz enfrenta desafios. Um deles é a construção e manutenção de infraestrutura em ambientes marinhos, que pode ser cara e nem sempre viável tecnicamente.
Outro ponto de atenção é que o impacto ambiental da energia maremotriz ainda não está completamente compreendido. São necessários estudos, em especial, dos ecossistemas marinhos e da vida selvagem costeira. Portanto, ela ainda não é uma opção viável nos quesitos de sustentabilidade e economia.
Energia eólica
A energia eólica utiliza a força dos ventos para gerar eletricidade. O processo ocorre com o auxílio de turbinas eólicas que possuem grandes hélices conectadas a um eixo. Quando o vento sopra, as hélices giram, acionando um gerador que converte energia cinética em eletricidade.
Entre as suas vantagens, está o fato de a energia eólica ser uma fonte renovável e limpa, no sentido de que ela não emite poluentes atmosféricos ou gases de efeito estufa durante a operação.
Ao mesmo tempo, ela contribui para a redução desse tipo de emissão ao diminuir a dependência de combustíveis fósseis. Consequentemente, essa fonte de energia ajuda na redução dos impactos das mudanças climáticas.
Por fim, os parques eólicos podem ser construídos em terras agrícolas ou em áreas não utilizadas. De modo geral, esse tipo de energia desempenha um papel crucial na transição para uma matriz energética mais sustentável.
Energia solar
A energia solar é um tipo de energia de fonte renovável que aproveita a luz do sol para gerar eletricidade ou calor. Vale destacar que ela era a matriz energética que mais crescia no Brasil em 2023.
Entre os meses de janeiro e setembro, por exemplo, o acréscimo de instalações foi de 3 gigawatts (GW). Ao todo, foram instalados 7 GW entre janeiro e agosto daquele ano.
Essa energia é gerada por meio de células fotovoltaicas, geralmente feitas de silício, que convertem a luz solar em eletricidade. Quando os fótons da radiação do sol atingem essas estruturas, ocorre a liberação de elétrons. A partir disso, é gerada a corrente elétrica.
Além da modalidade fotovoltaica, a mais comum no Brasil, há como obter energia solar a partir da conversão térmica. Nesse caso, coletores solares são utilizados para captar o calor do sol e aquecer um fluido, podendo ser usado para aquecimento de água.
Entre as vantagens da energia solar, a principal é que se trata de uma fonte de energia limpa e renovável. Sendo assim, ela não emite gases de efeito estufa ou outros tipos de poluentes atmosféricos.
Mais um aspecto relevante é que a luz do sol é abundante e universalmente disponível. Esse fator torna a energia solar uma fonte com potencial para ser acessível e escalável para atender às necessidades energéticas do planeta.
Outro destaque está no fato de que essa é uma fonte de energia mais econômica. A razão é que a instalação dos painéis fotovoltaicos costuma se pagar rapidamente.
Biomassa
Outro tipo de energia sustentável é a biomassa. O modelo pode incluir uma variedade de materiais orgânicos, como madeira e resíduos agrícolas — bagaço de cana-de-açúcar, por exemplo.
Um dos pontos de destaque é a sua versatilidade, já que é possível converter a biomassa em diferentes formas de energia, incluindo calor, eletricidade e biocombustíveis. Os processos de conversão incluem:
- combustão direta para geração de calor;
- gaseificação para produção de gás de síntese — que pode ser usado para gerar eletricidade ou produzir biocombustíveis;
- fermentação para produção de biogás e biocombustíveis líquidos, como etanol e biodiesel.
No entanto, há desafios associados. O principal é a disponibilidade e a qualidade da biomassa, que tendem a variar sazonal e geograficamente. Esse aspecto afeta a previsibilidade e a eficiência dos sistemas.
Energia geotérmica
Por fim, é importante ressaltar a existência da energia geotérmica — uma fonte renovável que aproveita o calor natural do interior da Terra. Ele pode ser captado de diferentes formas e é acessado por meio de poços perfurados na crosta terrestre.
Neles, o vapor é extraído e utilizado para gerar eletricidade ou fornecer aquecimento direto. No geral, existem dois principais tipos de usinas geotérmicas: as de vapor seco e as de ciclo binário.
Nas primeiras, o vapor natural é extraído diretamente dos reservatórios geotérmicos. Nas de ciclo binário, o calor da água quente é transferido para um fluido orgânico de baixo ponto de ebulição. Então ele vaporiza e aciona as turbinas.
Apesar de essa ser uma fonte renovável, a disponibilidade de recursos geotérmicos é limitada a determinadas regiões do mundo. Outro detalhe é que a construção e operação de usinas geotérmicas podem ser caras, o que dificulta o seu acesso e faz com que a sua instalação se torne complexa.
Quais são as fontes energéticas não renováveis?
Você já entendeu quais são os tipos de energia de fontes renováveis. Elas têm sido valorizadas mundialmente, devido à preocupação global com questões voltadas à sustentabilidade e ao uso responsável de recursos naturais.
No entanto, é importante ressaltar que existem outros métodos de obtenção de energia, a partir de fontes baseadas em recursos finitos que não se regeneram no curto prazo. Portanto, elas não são renováveis.
O principal tipo dessa categoria é o petróleo. Ele é uma fonte de energia importante, utilizada principalmente para a produção de combustíveis, como gasolina, diesel e querosene. A substância é extraída de reservatórios subterrâneos e refinada para uso em transporte, geração de eletricidade e uma variedade de aplicações industriais.
Além disso, há o carvão, que tem origem fóssil. Ele é queimado para gerar eletricidade em usinas termelétricas, após ser extraído de minas a céu aberto ou subterrâneas.
Essa fonte de energia costuma ser abundante — porém, ela também é uma das mais poluentes. Isso significa que, durante o seu uso, ocorre a liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono e outros poluentes atmosféricos.
Outra matriz energética bastante comum é o gás natural — mais uma fonte de energia fóssil, composta principalmente de metano. De modo geral, ele é usado para geração de eletricidade, aquecimento e como combustível em veículos, sendo extraído de reservatórios subterrâneos por meio de perfuração.
Por fim, é importante destacar a existência da energia nuclear, normalmente, a partir do urânio. O material radioativo é usado como combustível em reatores para gerar eletricidade. O seu potencial energético é produzido pela fissão nuclear, sendo muito eficiente.
Qual é o tipo de energia mais econômico?
Diante desse panorama e de tantas possibilidades de fontes de energia, fica o questionamento sobre qual deles é o mais econômico. Determinar a resposta depende de muitos fatores, incluindo:
- região geográfica;
- contexto econômico;
- disponibilidade de recursos naturais;
- custos de investimento e operação.
Em dados de 2022, é possível notar que as fontes solar e eólica já representavam 16,2% da matriz elétrica no país. A energia hidrelétrica seguia como principal fonte de energia no Brasil, responsável por 61,9% da geração elétrica do país. Outros destaques eram os derivados da cana-de-açúcar, com 4,7%, e o gás natural (6,1%).
No entanto, determinadas fontes de energia renováveis têm se mostrado gradativamente mais competitivas em termos de custo quando comparadas com outras. Um bom exemplo é a energia solar.
Nos últimos anos, os custos com a instalação e manutenção dessa fonte têm diminuído significativamente devido ao avanço tecnológico, às economias de escala e às políticas de incentivo. No Brasil, ela tem se tornado cada vez mais comum.
A abertura do mercado livre de energia para mais consumidores, desde o início de 2024, tende a aquecer ainda mais o setor. Com a oferta de novas possibilidades de consumo energético, a expectativa é que os custos com energia elétrica sejam mais baixos.
Por exemplo, nesse ambiente de contratação, o consumidor tem a possibilidade de negociar com liberdade as condições de compra e venda de energia, favorecendo a concorrência no segmento. Além disso, a energia pode ser adquirida de qualquer região do país.
O movimento também deve fomentar a modernização da matriz elétrica nacional, incentivando mais o uso de fontes como a solar e a eólica. Ainda, há planos para que todos os consumidores, mesmo os de baixa tensão, possam aderir ao mercado livre de energia.
Conclusão
Ao conhecer os diferentes tipos de energia, as empresas têm a chance de fazer escolhas mais bem informadas sobre o seu consumo. Os impactos econômicos, sociais e ambientais da geração a partir de fontes renováveis devem pautar os investimentos no setor nos próximos anos.
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