Com a recente agitação dos mercados econômicos mundiais o termo Circuit Breaker vem sendo usado com frequência. A pandemia internacional do Coronavírus (Covid-19) deixou o mercado e os investidores apreensivos e impactou fortemente na Bolsa de Valores. 

Os danos foram sérios. Para se ter ideia, apenas na primeira quinzena de março de 2020 a B3 caiu 44%, tendo 6 circuit breakers em 10 dias. Numericamente essa série de quedas ocasionou um dos piores resultados da história da bolsa brasileira. 

Se você investe há pouco tempo, ou não chegou a enfrentar nenhuma das crises econômicas passadas, provavelmente está se perguntando o que é este fenômeno e como ele afeta a sua carteira de ações. Neste artigo vamos lhe ajudar a entender!  

O que é e como funciona o circuit breaker?

O circuit breaker é um mecanismo de defesa contra a volatilidade do mercado. Ou seja, uma forma do próprio mercado financeiro se proteger, de forma que quedas muito bruscas – no caso da Bolsa brasileira, quedas maiores que 10% –  não afetem demais os investidores e as empresas da bolsa.  

Funciona assim: durante uma queda súbita das ações nacionais devido à qualquer motivo de grande relevância, um mecanismo é automaticamente disparado pela Bolsa de Valores para interromper o pregão. 

No momento em que o Circuit Breaker é acionado, ninguém pode vender ou comprar ações durante um tempo delimitado para proteger o mercado da volatilidade. Passado este tempo o mercado volta a funcionar, mas se ele continuar em queda, tem-se um novo circuit breaker. Caso retorne mais calmo, as negociações voltam a acontecer. 

Quais são os estágios do Circuit Breaker? 

A dúvida é: e se o mercado continuar a cair bruscamente depois do primeiro Circuit Breaker? Neste caso, existem novos estágios para tentar apaziguar as negociações na bolsa. 

Em quedas mais sérias, o Circuit Breaker é feito em 3 estágios. Iremos explicar abaixo quais são eles. 

Estágio 1

O primeiro acionamento do Circuit Breaker ocorre quando a Bovespa sofre uma queda de 10% em relação ao fechamento do dia anterior. Para evitar o excesso de compras e vendas por pânico dos investidores, ao computar essa queda de mais de 10%, a B3 interrompe as operações por um período de 30 minutos. 

A expectativa é que com esse tempo de pausa os investidores organizem suas análises e a bolsa retorne com menos volatilidade. 

Estágio 2

O segundo acionamento é mais sério e ocorre quando o mercado retorna do primeiro Circuit Breaker e permanece em queda. Para que o estágio 2 aconteça, o índice Bovespa precisa apresentar uma queda de 15%. Para acalmar ainda mais os ânimos do mercado, a segunda pausa dura 1 hora. 

Estágio 3 

O último Circuit Breaker (nível 3) acontece quando o mercado cai ainda mais e atinge 20% de prejuízo em relação ao dia anterior. Por ser uma fase muito delicada das operações, ao atingir o limite de 20%, a bolsa suspende todas as operações e só retorna quando sentirem que os impactos poderão ser bem gerenciados. O tempo para esta fase não é previamente estabelecido.  

Histórico de Circuit Breaker no Brasil 

Antes das primeiras semanas de março de 2020, semanas estas em que os mercados estavam completamente desregulados pelos efeitos do Coronavírus (Covid-19), o último Circuit Breaker havia acontecido no Brasil em 2017 por 30 minutos. O motivo? As denúncias de corrupção feitas pelo dono da JBS, Joesley Batista, contra o então presidente Michel Temer. 

Todos os últimos circuit breaker que ocorreram no país nas últimas duas décadas tem algo em comum: foram ocasionados por situações sociais e políticas impactantes para o país. Essas são algumas das suspensões mais importantes  do Ibovespa para serem lembradas: 

  • 07/11 e 12/11 de 1997 – Crise Asiática;
  • 21/08, 04/09, 10/09 e 17/09 de 1998 – Crise Russa;
  • 13/01 e 14/01 de 1999 – Câmbio Flutuante;
  • 29/09, 06/10, 10/10, 15/10, 22/10 de 2008 – Crise do subprime nos Estados Unidos;
  • 18/05 de 2017 – Delação da JBS contra Michel Temer;
  • 09/03, 11/03, 12/03, 16/03 e 18/03 de 2020 – Pandemia do Coronavírus.

Como os números mostram, apesar de não serem constantes, os Circuit Breaker já apareceram diversas vezes na história do nosso país. Contudo, o estranhamento de muitos é normal, afinal, mais de 1 milhão de novos investidores entraram na bolsa de valores brasileira nos últimos 2 anos e ainda não conheciam essa realidade. 

Como lidar com esses acontecimentos?

Nem só de altas vive o mercado. Muito pelo contrário, quedas expressivas acontecem com relativa frequência e fazem parte da realidade de todos os investidores. O que separa o joio do trigo é a forma com que cada um lida com esses acontecimentos. 

Como enfatizamos neste guia, “ter sucesso em investimentos de renda variável não ocorre em um passe de mágica. Depende de muito aprendizado, de encontrar a melhor estratégia para seu caso e de contar com suporte qualificado”. 

Várias ações são cíclicas e é possível e viável lucrar com a queda. Existem diversas alternativas para os cenários de baixa, operar vendido por exemplo, pode ser uma das estratégias eficazes nesses momentos.

Caso queira entender melhor o que é operar vendido, recomendamos o nosso vídeo sobre o assunto:

Caso você ainda não domine esta técnica, podemos te ajudar! No curso De 0 a Investidor da Bolsa” você entende suas opções para ganhar dinheiro com a baixa do mercado e ainda as diversas estratégias para otimizar seus investimentos já existentes.  

No próximo Circuit Breaker, lembre-se: respire fundo, estude suas opções e opere com calma. Pense positivo, o mercado eventualmente acaba voltando ao seu “normal”. 

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