Os dividendos são um tipo de provento pago aos investidores de determinados ativos, como ações e certos fundos de investimento. No caso do mercado acionário, eles correspondem a uma parte do lucro líquido da empresa, que é dividida proporcionalmente entre os acionistas.
Para investir com foco no recebimento desses valores, é importante entender o que é dividend yield, um dos indicadores mais importantes sobre esse tipo de rendimento. Ao mesmo tempo, é preciso saber usá-lo na sua análise de ações, considerando as vantagens e as limitações dele.
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O que é dividend yield?
Dividend yield, também conhecido como DY, é um tipo de indicador fundamentalista que serve para indicar a capacidade de pagamento de dividendos por parte de uma empresa. Na prática, ele apresenta a relação entre os dividendos pagos por ação em determinado período e a cotação dos papéis no momento.
Logo, ele é dado em porcentagem e indica o quanto você pode obter de retorno sobre o investimento a partir da distribuição de proventos.
Vale notar que o dividend yield não se limita ao mercado de ações. Outros ativos, como fundos imobiliários (FIIs) e brazilian depositary receipts (BDRs) também pagam dividendos. Logo, é possível calcular e avaliar o indicador ao investir em outras alternativas.
Como esse indicador deve ser calculado?
Para calcular o dividend yield e fazer as análises necessárias sobre ele, é preciso conhecer a sua fórmula. Assim, você pode entender melhor o impacto de cada elemento da equação nos seus resultados.
Veja qual é a fórmula do dividend yield:
DY = (Dividendos pagos por ação nos últimos 12 meses / Cotação atual do papel) x 100
Com base nela, é possível notar que quanto menor for o preço dos papéis ou mais elevado for o volume de dividendos distribuídos no período, mais alto será o DY. Porém, considere que ações que pagam bons dividendos costumam ser mais procuradas pelos investidores — e isso tende a aumentar a demanda e o preço dos ativos.
Por causa disso, o volume de distribuição desses proventos costuma ser o fator mais relevante para a evolução desse tipo de indicador. Para entender melhor o cálculo, vale a pena conferir alguns exemplos com números fictícios, mas que servem para compreender como chegar aos resultados.
Exemplo 1
Imagine que uma empresa X apresenta o seguinte histórico de distribuição de dividendos por ação nos últimos 12 meses:
Pagamento 1 | R$ 0,70/ação |
Pagamento 2 | R$ 0,50/ação |
Pagamento 3 | R$ 0,60/ação |
Pagamento 4 | R$ 0,35 ação |
Pagamento 5 | R$ 0,45/ação |
Nessa situação, foram pagos R$ 2,60 de dividendos por ação ao longo desse período. Vale lembrar que as companhias definem a periodicidade da distribuição de proventos, que pode ser mensal, semestral, anual ou outros, de acordo com a definição do estatuto e os lucros a serem repassados.
Então, se o papel for negociado a R$ 20, é sinal que o dividend yield no período é de 13%. Logo, cada R$ 100 reais investidos nas ações retornam R$ 13 na forma de dividendos durante esse intervalo.
Exemplo 2
Agora, considere a empresa Y, a qual apresenta esse histórico de distribuição de dividendos ao longo de 12 meses:
Pagamento 1 | R$ 0,40/ação |
Pagamento 2 | R$ 0,20/ação |
Pagamento 3 | R$ 0,15/ação |
Pagamento 4 | R$ 0,20 ação |
Pagamento 5 | R$ 0,15/ação |
Pagamento 6 | R$ 0,10/ação |
Pagamento 7 | R$ 0,30/ação |
No exemplo, o total de dividendos pagos foi de R$ 1,50 por ação, e o papel é negociado a R$ 30. Ao aplicar a fórmula, você verá que o DY do período é de 5%. Ou seja, cada R$ 100 investidos retornam R$ 5 em dividendos.
Exemplo 3
O próximo exemplo é da empresa Z, que pagou dividendos menos vezes ao longo de 12 meses, com o seguinte histórico:
Pagamento 1 | R$ 1,10/ação |
Pagamento 2 | R$ 0,80/ação |
Pagamento 3 | R$ 0,70/ação |
Pagamento 4 | R$ 0,60 ação |
Isso levou a um total de proventos distribuídos de R$ 3,20 por ação. Com os papéis negociados a R$ 26, o dividend yield nesse intervalo é de 12%. Então cada R$ 100 investidos geram um retorno de R$ 12.
Esses exemplos permitem a você conferir o impacto de cada componente nos resultados do DY. Na prática, a ação que teve o maior dividend yield foi da empresa X, embora ela não tenha apresentado o valor de dividendos mais alto pago por ação. Mas ela foi a que teve a menor cotação de ação, com uma distribuição intermediária de dividendos.
Já a empresa Y, do segundo exemplo, foi a que fez pagamentos com mais regularidade. Mas ela também teve o total mais baixo de dividendos por ação e a maior cotação, o que contribuiu para a companhia ter o menor DY entre os três exemplos.
Enquanto isso, a empresa Z apresentou a maior distribuição de dividendos por ação. No entanto, a cotação mais elevada do papel fez com que ela tivesse o segundo maior DY, entre os exemplos apresentados.
Essas simulações também ajudam a demonstrar que o DY é um número relativo, que não depende apenas do pagamento de proventos. Assim, é possível evitar erros, como considerar apenas o quanto uma empresa pagou de dividendos no ano, quando o DY traz uma visão mais realista sobre cada oportunidade.
De que maneira esse indicador é utilizado na análise de ações?
Agora que você sabe o que é o dividend yield e como ele é calculado, é hora de compreender como ele contribui com a análise de ações. Ao conhecer os usos desse índice, fica mais fácil incorporá-lo ao seu processo para definir suas estratégias de investimento.
A seguir, descubra como esse indicador pode ser utilizado para ajudar na avaliação das ações disponíveis no mercado com foco na distribuição de dividendos!
Identificação das melhores pagadoras de dividendos
Uma das principais utilidades do DY é identificar quais são as empresas consideradas as melhores pagadoras de dividendos. Como o dividend yield depende também do volume de proventos pago por ação nos últimos 12 meses, considerar esse indicador permite saber quais são as companhias que distribuem esses valores com mais frequência.
No geral, o indicador pode servir como uma espécie de filtro, permitindo que você considere apenas as empresas que apresentam um bom histórico de pagamento de proventos. Portanto, usá-lo pode ajudar a encontrar as melhores oportunidades para os seus objetivos ou sua estratégia.
Apoio à análise financeira do negócio
O DY também pode se relacionar à análise financeira da companhia. O motivo é que o pagamento de dividendos depende, necessariamente, da obtenção de lucro líquido — ou seja, à conquista de resultados positivos, como faturamento maior que os custos.
Ainda, a divisão de parte dos resultados pode estar associada à relativa consolidação da empresa no mercado. Embora todas as companhias brasileiras sejam obrigadas a distribuir dividendos ao menos uma vez por ano, aquelas que precisam reinvestir menos os recursos costumam pagar proventos com mais frequência.
Sendo assim, é provável que uma empresa em uma boa situação financeira consiga pagar um volume maior de dividendos, em comparação a outras em estágios iniciais ou com dificuldades de caixa. Então o DY pode ajudar a capturar boas oportunidades nesse sentido.
Identificação de ativos descontados
Nem todos os investidores percebem, mas o dividend yield pode ajudar na análise e no encontro de ações descontadas. Esses são papéis negociados abaixo do preço considerado justo, considerando indicadores como patrimônio e capacidade de geração de lucros.
Isso acontece porque um dos elementos do cálculo de DY é a cotação da ação, como você viu. Se o preço de venda do papel for baixo e ainda estiver associado a uma distribuição mais elevada de dividendos, é provável que a empresa apareça entre as maiores pagadoras de proventos.
Ao observar mais de perto as companhias que se destacam, fica mais fácil compreender se uma ação é negociada por um preço mais baixo do que seria considerado justo. Nesse caso, o uso do indicador pode apoiar quem usa a estratégia de investimento em valor, ou value investing.
Popularizado pelo investidor Warren Buffett, o método consiste em encontrar companhias com bons fundamentos, mas que estejam subvalorizadas pelo mercado. Como o esperado é que elas se valorizem ao longo do tempo, pode haver um retorno acumulado maior.
Como o DY alto não é causado apenas pela cotação baixa — e também depende da distribuição de dividendos —, usá-lo pode ajudar a encontrar negócios que se encaixem nesses critérios. Logo, ele é útil até para quem não tem foco em receber proventos, mas sim, encontrar ações baratas em relação ao que valem.
Comparação de empresas
Ainda, o DY pode ser utilizado para comparar o desempenho de empresas semelhantes, por meio do benchmarking. Nesse caso, a ideia é analisar o dividend yield de ações de diversas companhias para entender qual delas oferece o melhor retorno histórico a partir do pagamento de proventos.
Porém, para fazer o benchmarking, é recomendado utilizar organizações que sejam do mesmo setor. Dessa forma, você tem a certeza de que elas enfrentam desafios semelhantes e, com isso, têm resultados equivalentes.
Ao comparar negócios de setores diferentes, por outro lado, você corre o risco de obter informações incorretas. Pense em um exemplo que compara o setor elétrico com o varejo. Em geral, uma varejista precisa fazer reinvestimentos com mais frequência para abrir lojas e melhorar processos.
Já uma concessionária de energia elétrica costuma ter menos custos, já que após a construção da estrutura de operação, o foco passa a estar na manutenção. Por causa disso, é provável que uma empresa do setor elétrico pague mais dividendos e tenha um DY maior.
Contudo, o investimento em uma varejista pode fazer sentido para a sua estratégia. Portanto, o melhor seria comparar o indicador de uma companhia com o DY de outra empresa do segmento.
Existe algum valor de referência para um bom dividend yield?
Até aqui, você viu que o dividend yield de uma ação ajuda a analisar o retorno do investimento considerando o pagamento de proventos. Entretanto, vale destacar que não existe um valor de referência para esse indicador.
Isso significa que não há um número mínimo que indique que o DY é bom ou ruim. Se a empresa não distribuir dividendos ao longo de 12 meses, o dividend yield referente ao período será naturalmente 0, que é o resultado mais baixo que pode ser obtido.
Já ao considerar os valores não nulos, um DY interessante pode variar conforme o setor, o momento do mercado e o tipo de empresa. Há casos em que um resultado de 10% pode ser vantajoso, e existem outros em que o DY de 20% não torna a companhia o melhor investimento.
Então, embora o desejado seja um DY o mais elevado possível, não existem níveis que sirvam de referência absoluta para todos os setores ou investidores. Em vez disso, o melhor é fazer as comparações com base em empresas semelhantes.
Se você sabe que o DY da melhor companhia pagadora de dividendos de um setor é de 30%, por exemplo, é possível aproveitar essa referência para avaliar outras companhias da mesma área. Assim, você pode usar essa ferramenta de modo mais estratégico.
O que o investidor deve ter em mente ao utilizar esse indicador?
Para continuar aprendendo sobre o DY, é importante entender que ele tem limitações e pontos de atenção. Logo, você deve saber quais são esses aspectos para ser capaz de usar o indicador adequadamente em sua análise de ações.
Na sequência, descubra quais são os principais aspectos para considerar ao usar o dividend yield!
O dividend yield é um dado histórico
Ao calcular e analisar o DY, muitos investidores consideram que esse indicador serve para mostrar o potencial de ganhos com proventos. No entanto, é necessário notar que o dividend yield não traz perspectivas sobre o futuro. Em vez disso, ele funciona como uma fotografia do passado.
Como ele se baseia nos valores distribuídos nos 12 meses anteriores, ele apresenta o que aconteceu até o momento da análise. É essencial ter em mente que você analisará o que já aconteceu com o negócio, como uma forma de tentar projetar o que ocorrerá.
O resultado passado não garante performance futura
A renda variável é uma classe que se caracteriza pelos riscos mais elevados, já que não há previsibilidade sobre os resultados. Ou seja, não é possível saber se haverá um retorno positivo ou de quanto ele será.
Portanto, com o DY, é essencial se lembrar de que o desempenho passado não garante resultados futuros na renda variável. Uma companhia pode ter um excelente histórico de distribuição de proventos, mas passar por uma crise e não distribuir dividendos por um longo período.
No sentido oposto, as ações de uma empresa podem apresentar um baixo DY referente ao ano anterior, mas ter um resultado melhor no futuro. Portanto, é preciso entender que o DY não serve para definir ou indicar com precisão o que você obterá ao investir, certo?
O DY não é definitivo
Ao usar esse indicador, também é fundamental considerar que o DY não é definitivo, e isso se deve aos dois elementos que compõem a sua fórmula. Começando pelo preço das ações, esse número pode mudar diversas vezes no mesmo pregão — e ainda mais em períodos prolongados.
Desse modo, o DY de uma empresa hoje, provavelmente, não será igual ao resultado medido daqui a 1 mês, 6 meses ou 1 ano, por exemplo.
O outro fator é o pagamento de dividendos, que depende do lucro apurado. Exceto no caso das empresas que definem um valor fixo para pagar por ação, os dividendos distribuídos podem variar com os resultados da companhia.
É por isso que, ao analisar o DY, vale conferir essa informação ao longo do tempo. Dessa forma, você entenderá como é a evolução da empresa quanto à distribuição desses valores e se o desempenho atende às suas expectativas de investimento.
O DY não é suficiente para analisar uma ação
Por fim, é preciso considerar que não basta utilizar o dividend yield como único indicador para avaliar uma ação antes do investimento. Isso acontece porque, ao se apoiar apenas nessa informação, você terá uma visão limitada e pouco realista da situação do negócio.
Afinal, uma empresa pode ter uma saúde financeira adequada e potencial de se consolidar no mercado, mas ainda apresentar um DY baixo. Ao mesmo tempo, uma companhia pode demonstrar um DY elevado e estar endividada de forma pouco sustentável para o futuro.
Então, embora o DY possa ajudar encontrar oportunidades aderentes ao que você espera obter, ele deve ser conjugado a outros indicadores. Desse modo, será possível fazer uma análise fundamentalista robusta e que seja mais efetiva para embasar a tomada de decisão.
Como escolher ações para compor sua carteira?
Após compreender melhor a função do dividend yield, é interessante saber como escolher os papéis que farão parte da sua carteira. Como você viu, isso pode incluir a análise desse indicador, mas não deve se limitar a essa avaliação.
Na sequência, confira passos importantes para selecionar as ações que estarão em seu portfólio!
Identifique seu perfil e objetivos financeiros
Antes de iniciar a análise de ações, é essencial entender as suas características enquanto investidor. Isso significa identificar, por exemplo, o seu perfil de investidor, que está relacionado ao nível de risco que você está disposto a assumir.
Para investir em ações, normalmente é esperado ter uma tolerância moderada ou alta aos riscos. Mesmo após definir seu perfil, é preciso pensar nessas questões para escolher as ações específicas para sua carteira.
Se você tiver um perfil moderado e não quiser assumir muitos riscos no mercado acionário, investir em empresas que são boas pagadoras de dividendos pode fazer sentido pela consolidação que elas tendem a apresentar. Também é possível equilibrar sua carteira com outros investimentos mais previsíveis.
Já em relação aos objetivos financeiros, as ações estão mais relacionadas ao longo prazo para os investidores. Você ainda pode pensar nos efeitos que espera obter, como a composição de renda passiva. Nesse caso, o foco nas companhias que pagam dividendos pode ser interessante.
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Faça uma análise com diversos indicadores
Como você viu, utilizar apenas o dividend yield não é recomendado porque ele oferece uma visão parcial do negócio. Mesmo que o seu objetivo seja obter mais dividendos ao longo do tempo, você deve explorar diversos indicadores para a sua avaliação.
Entre eles, considere avaliar liquidez, endividamento, lucratividade e rentabilidade. Assim, você pode ter uma visão completa do negócio, o que o ajudará a escolher as melhores alternativas para a sua estratégia.
Alguns dos indicadores fundamentalistas mais utilizados incluem:
- Preço/Lucro (P/L);
- Preço/Valor patrimonial (P/VP);
- EBITDA;
- Endividamento total;
- Índice de liquidez corrente;
- Dividend payout;
- Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE).
Com uma coleta ampla de informações, você poderá entender o cenário no qual o negócio está inserido, além de compreender as justificativas relacionadas a essas características.
Considere as informações de profissionais qualificados
Para embasar suas decisões, também é interessante contar com a ajuda de profissionais qualificados do mercado financeiro. Para tanto, vale a pena verificar questões como as carteiras recomendadas.
Esses portfólios equilibrados de ativos são criados por analistas de investimentos — que podem considerar critérios específicos, como o pagamento de dividendos. Além disso, as carteiras recomendadas são acompanhadas de relatórios que justificam as escolhas dos analistas.
A partir delas, você pode compreender melhor a avaliação sobre cada oportunidade. É uma forma de aprender mais sobre o mercado e incluir os conhecimentos em suas estratégias.
Na Genial Analisa, você encontra carteiras recomendadas, relatórios de ações e outras avaliações de profissionais qualificados — e gratuitamente. Assim, você entende melhor o mercado e suas perspectivas, o que pode ajudar a encontrar as melhores oportunidades.
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