O mercado cripto está sendo sacudido desde o início da semana com a possibilidade de insolvência da FTX e a recente confirmação de que a Binance iria comprar a exchange rival.
A notícia veio em meio a uma série de problemas da FTX para conseguir sobreviver. A empresa havia travado saques de clientes e seu token nativo FTT já tinha perdido mais de 30% do valor de mercado.
Apesar do otimismo inicial com a notícia da aquisição, não levou muito tempo até que a Binance anunciasse sua desistência da operação de compra da FTX após a empresa realizar uma due diligence [análise dos números empresariais] da exchange rival.
Muita coisa tem acontecido em pouco tempo e é fácil se perder com tantas notícias, por isso, preparamos esse conteúdo completo que vai te ajudar a entender a situação desde o início. Continue a leitura e acompanhe nossa linha do tempo!
Linha do tempo FTX: entenda o derretimento da exchange
A FTX é uma corretora de criptomoedas (exchange) das Bahamas que foi fundada em maio de 2019 pelo empresário e investidor americano Sam Bankman-Fried.
Em julho de 2021, a exchange foi avaliada em US$ 18 bilhões após levantar US$ 900 milhões em uma rodada de investimentos com mais de 60 investidores, como Softbank e Sequoia Capital.
Em janeiro de 2022, a empresa anunciou o FTX Ventures, um fundo de risco de US$ 2 bilhões.
Ainda em janeiro deste ano, a empresa passou a ser avaliada em US$ 32 bilhões depois de uma rodada de financiamento que levantou US$ 400 milhões.
Polêmica entre FTX e o seguro FDIC
Em agosto de 2022, o Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) publicou uma carta de cessação e desistência acusando a FTX de fazer representações falsas e enganosas sobre o seu seguro.
O FDIC é uma agência do governo dos EUA que assegura depósitos, examina e supervisiona as instituições financeiras quanto à segurança, solidez e proteção ao consumidor.
A carta foi enviada para outras 4 corretoras além da FTX e foi publicada após tweet do então presidente da exchange, Brett Harrison, ter sugerido que os fundos de investimentos da empresa eram assegurados pela agência.
Segundo o FDIC, ao contrário dos depósitos mantidos em bancos dos EUA, as criptomoedas armazenadas em corretoras não são protegidas pelo governo.
Após a publicação da carta, Harrison excluiu o tweet e Bankman-Fried esclareceu em um tweet que a exchange não tem seguro FDIC.
No mês seguinte, Brett Harrison anunciou que deixaria de ter um papel ativo na Exchange, mas iria permanecer como um consultor. A empresa não anunciou um substituto imediato para o cargo.
O início do fim: caso Alameda/FTX
No dia 02 de novembro, o CoinDesk obteve acesso aos resultados do segundo trimestre da Alameda Research, uma outra empresa fundada pelo empresário Sam Bankman-Fried.
Analisando os resultados, o CoinDesk informou que uma grande parcela dos ativos da Alameda Research era composta por FTT, o token nativo da FTX. Segundo o levantamento, a participação do FTT representava cerca de 40% do patrimônio da empresa.
No dia 7 de novembro, o CEO da Binance, Changpeng Zhao, revelou que a empresa pretendia vender inteiramente suas participações na FTT.
A Binance havia recebido FTT como parte de uma venda de sua participação na FTX em 2021 e o CEO da empresa citou as “revelações recentes que vieram à tona” como o principal motivo para a Binance se desfazer dos tokens FTT que possuía.
Agências de notícia como Bloomberg e TechCrunch relataram que qualquer venda da Binance provavelmente impactaria muito o preço do FTT, uma vez que o token apresentava baixo volume de negociação.
O anúncio de venda dos tokens feito pela Binance e as disputas entre Zhao e Bankman-Fried no Twitter levaram o token a um declínio que impactou também outros criptoativos, resultando em uma crise na FTX.
E assim chegamos aos acontecimentos mais recentes da FTX…
Em 8 de novembro, o CEO da Binance anunciou que a empresa havia firmado um acordo não vinculativo para comprar a FTX. No dia do anúncio, o FTT perdeu 80 por cento do seu valor.
Em 9 de novembro, a aquisição da FTX pela Binance foi relatada pela Bloomberg como “improvável” devido ao mau estado das finanças da exchange rival. E na noite desse mesmo dia a Binance anunciou sua desistência da operação de compra.
O empresário Changpeng Zhao publicou uma série de tuítes explicando de forma mais detalhada o porquê de não prosseguir com o negócio.
“Como resultado do processo corporativo de due diligence [análise dos números empresariais], bem como das últimas notícias sobre fundos mal administrados de clientes e das supostas investigações de agências dos EUA, decidimos que não daremos continuidade à potencial aquisição da FTX.com”
Essa história ainda não está no seu fim e seguiremos acompanhando e atualizando essa publicação com as informações mais recentes. 😉
Esse artigo foi feito em parceria com a equipe de analistas de investimentos da Genial Analisa.
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