Você já ouviu falar do spread? O termo é muito citado nos noticiários econômicos e conteúdos sobre finanças. E para além disso, ele faz parte tanto de seus investimentos quanto nos serviços que utiliza de um banco.
Dessa forma, entender o que ele significa e como calculá-lo pode influenciar suas negociações! Neste artigo você aprenderá o que é o spread bancário e como ele influencia seus investimentos.
Boa leitura!
Afinal, o que é Spread?
O Spread, basicamente, é a diferença entre as taxas cobradas e utilizadas pelos bancos.
Quem investe em renda fixa, como em CDBs (certificados de depósitos bancários), LCIs (letras de crédito imobiliário) e LCAs (letras de crédito do agronegócio), sabem que esses títulos funcionam como empréstimos feitos pelos investidores aos bancos.
Por sua vez, o banco também empresta dinheiro a seus clientes e cobra uma taxa de juros. Assim, o spread é a diferença entre os juros pagos pelo banco ao investidor e os cobrados dos clientes. A diferença precisa existir para que se obtenha lucro na operação.
Diferença entre o Spread no mercado financeiro e o spread bancário
Spread no Mercado financeiro
No mercado financeiro, o spread pode ser definido como a diferença entre o preço de compra e o preço de venda de uma ação. Dessa forma, ele é muito utilizado nas operações especulativas e investimentos na bolsa de valores, para determinar a rentabilidade.
Se, no livro de ofertas, o preço de venda mais baixo de uma ação é R$10,00 e o preço de compra mais alto é de R$12,00, então, o spread desta ação será de R$2,00. Assim, para obter ganhos com essa negociação ele precisa vender a ação por, pelo menos, R$12,01. Contudo, caso o spread seja menor do que essa cotação, ele terá prejuízo com a venda.
O preço de venda mais baixo é conhecido como “ask”, enquanto o preço de compra mais alto é conhecido como “bid.”
O bid é o melhor preço de compra do ativo. Assim, é esse valor que ocupa o topo do book de ofertas. Por sua vez, o ask é a melhor cotação que o mercado deseja pagar, ou seja, o preço de venda.
Assim, o spread serve para calcular qual a possível taxa de retorno nas operações de compra e venda de ativos diversos.
Dessa forma, na bolsa de valores, para se calcular o spread é preciso obter a diferença entre o ask e o bid. Em operações compradas, é interessante que o bid seja menor do que o ask. Afinal, o objetivo das compras será pagar o menos possível para obter ganhos.
Spread bancário
Já nos bancos, o spread é a diferença entre o que um banco paga de juros a um investidor e o que ele cobra de juros nos empréstimos. Por exemplo, se um banco paga 5% de juros ao ano a um investidor e empresta esse dinheiro a 25%, seu spread é de 20 pontos porcentuais.
Um estudo do Banco Mundial, que trouxe um mapa de spreads bancários e o spread brasileiro é um dos mais caros do mundo! Veja alguns percentuais apurados pela instituição:
- Madagascar: 45%
- Brasil: 39,6%
- Argentina: 6,9%
- Alemanha: 5,5%
- México: 3,4%
- Austrália: 3,2%
- África do Sul: 3,2%
- China: 2,8%
- Canadá: 2,6%
- Itália: 2,3%
- Japão: 0,7%.
Isso significa que a taxa que os bancos pagam a investidores fica muito abaixo daquela que cobram por seus empréstimos.
Segundo dados do Banco Mundial, por aqui, apenas US$ 0,13 são recuperados de cada US$ 1 emprestado. Para efeito de comparação, a média mundial está em US$ 0,34 por US$ 1.
Essa baixa recuperação de crédito impacta diretamente nos custos administrativos dos bancos, que é um dos componentes do spread. E este mecanismo é a principal ferramenta utilizada para definir o lucro dos bancos nas operações realizadas.
Para os bancos definirem o seu spread, eles levam em conta os riscos da operação, como as taxas de inadimplência, a tributação e os demais custos relacionados, além da expectativa de lucro.Quase três quartos do spread bancário brasileiro são compostos por inadimplência (39,95%) e pelo lucro dos bancos (34,02%)
Porém, olhando através de outra ótica de investimento, o alto spread é uma das razões que torna o setor bancário um dos mais lucrativos do país. Acionistas de um bancos estão, de certa forma, recebendo parte do spread de volta na forma de dividendos.
Qual é o impacto do spread para os investidores?
Como você pode ver, o spread é um indicador muito importante para os investidores. Na renda fixa, ele ajuda a avaliar a rentabilidade e comparar alternativas.
Na bolsa, ele está ligado, entre outras questões, à volatilidade e à liquidez dos ativos. Traders e especuladores dependem do spread para determinar seus passos na bolsa de valores.
Em relação à oscilação nos preços na bolsa, quando um spread termina o pregão em posição vendedora há interesse de compradores. Por outro lado, quando ele fecha abaixo há uma indicação de força vendedora.
Essas variações indicam tendências de alta ou baixa nas cotações, questões fundamentais no day trade e em outras estratégias de especulação, por exemplo. Nesse sentido, quanto maior é o spread, seja ele negativo ou positivo, mais alta é a volatilidade daquele ativo.
Por sua vez, a liquidez tem relação com o volume de negociações de um determinado ativo. Quando há alta liquidez, o spread costuma ser menor. De outra maneira, ativos menos líquidos têm um spread longo.
Além disso, o spread também determina o custo do crédito em um país, algo fundamental na hora de direcionar investimentos.
Como você viu, o spread é um indicador importante para seus investimentos. Ele demonstra variações de preços dos ativos e diferenças de rentabilidade entre títulos de renda fixa.
Saber calcular e avaliar o spread é uma excelente estratégia para conseguir potencializar seus ganhos no longo prazo.
Então, use as informações deste conteúdo para evoluir em seus investimentos.