Ao contrário das moedas fiduciárias – como o real – o Bitcoin possui uma regra de emissão diferente: de quatro em quatro anos, o número de novas criptomoedas é reduzido pela metade de forma automática. Esse processo – que reduz a velocidade de emissão dos Bitcoins – costuma impactar diretamente no preço do criptoativo.
Conhecido por halving, possui como objetivo principal garantir que a quantidade de criptomoedas disponíveis no mercado seja previsível e facilmente verificável.
Em maio de 2022, com a geração do bloco de número 735.000, o Bitcoin alcançou a metade do caminho até o próximo corte – o quarto desde a sua criação – previsto para ocorrer em 2024.
Mas, afinal, como halving de bitcoin funciona na prática? Como o processo impacta no preço das criptomoedas? Para entender melhor sobre o assunto, basta seguir a leitura!
O que são halvings
Idealizado por Satoshi Nakamoto, mesmo criador do Bitcoin, o halving nada mais é do que um processo inteligente que visa garantir a escassez da criptomoeda.
Pensando que o Bitcoin tem limite de emissão fixado em 21 milhões de unidades, uma saída para garantir a sua reserva de valor e manter os mineradores sempre interessados no processo foi a criação de um sistema que impedisse a emissão desenfreada de novas criptomoedas.
Com o halving – que significa “reduzir pela metade”, em inglês – a criação de novos Bitcoins será finalizada no ano de 2140, quando for atingida a marca de 21 milhões de moedas em circulação. Esse processo tem impacto direto no preço do criptoativo, uma vez que reforça sua escassez.
Não é por acaso que, hoje em dia, o Bitcoin é comparado ao ouro, visto como um tipo de “ouro digital” – justamente por possuir características de uma reserva de valor.
Para se ter uma ideia, em 2020, por exemplo, o Bitcoin estava sendo negociado a US$ 8.821 na data do último halving. Nos meses seguintes, seu valor de mercado multiplicou diversas vezes. É bastante normal que esses movimentos ocorram nos períodos posteriores ao halving.
Como funcionam os halvings
Na prática, os halvings de Bitcoin funcionam assim: a cada 210.000 blocos – o que equivale a quatro anos – a quantidade de criptoativos a serem minerados em um bloco cai pela metade.
Entre 2009 e 2012, era possível minerar até 50 Bitcoins em cada bloco da blockchain. Hoje, esse número é de 6,25 – e, no próximo halving, em 2024, quando for atingida a marca de 840.000 blocos, a quantidade cairá para 3,125.
Tecnicamente falando, existem algumas regras importantes:
- O limite de emissão de Bitcoins está fixado em 21 milhões de moedas;
- A redução pela metade na emissão dos criptoativos ocorre sempre a cada quatro anos de forma programada e automática;
- São emitidos, inicialmente, 7.200 ativos por dia – e o intervalo entre cada bloco ocorre a cada 10 minutos;
- As moedas já em circulação não são afetadas e não há perdas no processo;
- Não há mudanças na negociação do Bitcoin no dia do halving, portanto, nenhum usuário precisa fazer nada diferente do habitual.
Toda essa inteligência contribui para a criação de um sistema inflacionário – ainda que decrescente – no mercado das criptomoedas, além de garantir sua previsibilidade e impedir que ocorram fraudes, uma vez que tudo ocorre de forma automática, descentralizada e transparente.
Por que os halvings são importantes
Os halvings existem para manter a emissão de criptomoedas sempre controlada – evitando, assim, a inflação. Esse processo vai no caminho oposto do que ocorre com as moedas fiduciárias, como o real e o dólar, por exemplo – que podem sempre ter novas cédulas impressas.
Vale lembrar que a lei da oferta e demanda se aplica ao Bitcoin, portanto, a tendência natural é que o seu preço suba a longo prazo. No entanto, como os criptoativos são extremamente voláteis, não é possível afirmar que somente o processo de halving é responsável pelo aumento – ou queda – no preço da moeda virtual, afinal, são muitas as variáveis que impactam a negociação dos bitcoins.
Como os halvings afetam os investimentos
Por movimentar o mercado das criptomoedas, o halving dos Bitcoins também afeta os investimentos nesse criptoativo.
Para quem está investindo a longo prazo, todas as movimentações foram positivas nesse cenário – no entanto, devido a uma pressão de venda no mercado quando ocorre o halving, os preços podem ser impactados negativamente também, mas de forma passageira, uma vez que a lei da oferta e demanda está sempre atuando.
Mas é importante reforçar que, devido à alta volatilidade, não é possível prever o futuro do Bitcoin – e de nenhuma outra criptomoeda. É por isso que é tão importante acompanhar de perto as movimentações do mercado e o histórico dos ativos virtuais antes de começar a investir nesse universo.
No caso dos mineradores – os principais impactados pelo halving – o cenário é um pouco diferente: uma vez que as moedas são cortadas pela metade, os mineradores passam, também, a receber menos moedas.
Para contornar essa situação, eles precisam obter retornos de forma mais rápida, o que faz com que os Bitcoins sejam vendidos em larga escala por um preço menor. Esse movimento gera uma pressão de venda no mercado geral, ainda que de forma momentânea.
Ainda assim, tanto investidores quanto mineradores acreditam na alta do Bitcoin a longo prazo – o que mantém o tema sempre em alta, despertando o interesse dos mais diversos públicos.
E você, já tinha ouvido falar em halving de Bitcoin? O que espera do próximo em 2024? Conte para a gente deixando um comentário aqui!