É possível dizer que 2020 começou com muita turbulência na economia mundial. Com o recente surto do Coronavírus, conflitos entre os maiores líderes globais acerca do preço do petróleo, consecutivos circuit breakers na Bolsa de Valores e todas as turbulências políticas do país, o Banco Central já prevê uma redução significativa no PIB brasileiro.
A tensão causada por todos esses fatores têm deixado os investidores apreensivos quanto aos impactos macroeconômicos na carteira de ações. Principalmente porque, diariamente, somos bombardeados com previsões negativas para o crescimento do PIB brasileiro. Apesar de ser sim um fator a ser levado em conta, nem sempre as associações entre o PIB e Bolsa de Valores são 100% assertivas.
Fica a dúvida: os mesmos fatores que influenciam o Produto Interno Bruto afetam a Bolsa? Entenda se existe uma relação de causa e efeito entre esses dois indicadores!
O que é o PIB?
Muito se fala sobre o PIB, mas poucos sabem o verdadeiro significado e a verdadeira importância deste indicador para a economia global e até mesmo familiar. O Produto Interno Bruto (PIB) é, se falando de uma forma resumida, a soma de todos os bens produzidos e serviços de uma região. Ou seja,o conjunto de toda a produção de uma cidade, estado e/ou país em um dado período de tempo.
Este indicador serve para medir a evolução e o ritmo das atividades econômicas de um local e é o mais utilizado por especialistas financeiros para comparações e análises. Por meio do PIB, é possível mensurar o sucesso das políticas sociais e econômicas de um governo e também ajudar os investidores na tomada de decisões.
No cálculo deste indicador são medidos diversos fatores como gastos públicos, exportações, importações, consumo familiar, agropecuária e outros. A fórmula simples utilizada para chegar a um valor final é:
- PIB = C + I + G + (X – M)
C = consumo das famílias;
I = investimento das empresas;
G = gastos do governo em bens e serviços;
(X – M) = balança comercial (exportação – importação).
O PIB Brasil e a Bolsa de Valores
A alta e a queda do PIB Brasil, até certo ponto, influencia tanto nos resultados dos investimentos em renda fixa (poupança, LCI, LCA, CDB) quanto nos de renda variável (ações de empresas, títulos públicos e fundos de investimento). Isso acontece porque quando a economia vai bem, surgem novas empresas e mais oferta de trabalho.
Automaticamente a renda da população aumenta e os gastos também, movimentando o ciclo da economia. Nesse momento positivo do mercado as vendas crescem, os empregos se multiplicam e as empresas lucram.
Com os bons resultados, o valor das ações das empresas sobe na Bolsa, aumentando a chance de ganhos dos investidores quando o PIB Brasil está positivo. Essa matemática faz total sentido, contudo, nem sempre os mercados funcionam de forma tão simples.
O PIB pode fazer um caminho inverso
O PIB pode crescer artificialmente por meio de despesas altas do governo ou por meio de outras táticas políticas que gerem um resultado insustentável. O “falso positivo” do PIB, sem que haja ganho real para o caixa das empresas, de nada ajuda na Bolsa de Valores.
Além disso, a Bolsa depende de muitos outros fatores além do Produto Interno Bruto para ter bons resultados. O principal tópico que move as ações para baixo ou para cima é o volume das milhares de ações compradas e vendidas diariamente. E para que um investidor decida se quer comprar ou vender, ele tem que, antes, pesar vários fatores que movimentam o mercado e que podem influenciar no preço da ação.
Fatores que devem ser pensados antes de comprar ações
- O mercado: mais precisamente, a procura e a oferta de ações;
- As expectativas dos economistas e dos investidores para o futuro;
- O sucesso e/ou fracasso das empresas;
- A conjuntura econômica, social e política do país;
- Questões fiscais e tributárias;
- Notícias, rumores e especulações;
- O PIB.
Ter conhecimento deste conjunto de fatores aumenta – e muito – a chance de ter uma carteira bem sucedida. Investidores que montam uma carteira assertiva, estudam os ativos e o mercado e investem, por exemplo, em ações a longo prazo.
Expectativa futura do que os mercados podem vir a faturar
É mais comum que o PIB Brasil exerça certa influência sobre a Bolsa de Valores do que o contrário. Mas na grande maioria das vezes essa influência é apenas uma expectativa futura do que os mercados podem vir a faturar. Pouco muda na Bolsa com as alterações leves e a curto prazo no PIB Brasil.
Não há necessariamente uma relação direta de causa e efeito entre os dois indicadores. O PIB pode só, até certo ponto, influenciar o preço dos ativos da Bolsa.
Isso quer dizer que não faz muito sentido comprar e vender ações ou cotas de fundos apenas com as notícias de crescimento trimestral do PIB. Nesses momentos de dúvida, o melhor para o investidor é seguir com atenção as análises de especialistas do mercado para orientar o rumo dos seus investimentos. Afinal de contas, independente da situação socioeconômica e política do país, sempre há boas oportunidades de investimento no mercado. A Vexter pode te ajudar a entender ainda mais a fundo o universo da Bolsa de Valores.
Já investe e quer saber como montar uma carteira de ações com estratégia para otimizar seus resultados? Confira todas as nossas dicas e conteúdos no Blog Vexter. Caso ainda tenha alguma dúvida e/ou dica sobre o PIB Brasil, deixe um comentário aqui no blog post!