Responda rápido: é possível perder dinheiro na poupança? Se você é daqueles que consideram a poupança o investimento mais seguro e se você sabe que, de fato, o rendimento é sempre positivo, provavelmente vai responder que não. Mas saiba que, de certa forma, é possível sim. Neste artigo você vai saber qual é o risco da poupança.

Não estamos falando de olhar seu extrato e constatar que há menos dinheiro do que meses atrás. Nem de confiscos do governo ou quaisquer outros fatos extraordinários. Estamos falando do mais corriqueiro dos inimigos: a inflação.

Poucos poupadores se preocupam com ela. Se a inflação é facilmente perceptível nas compras de supermercado e nas idas a restaurantes, ela é bastante silenciosa quando o assunto é investimento.

Assim como essa alta generalizada dos preços corrói o valor do dinheiro que está no seu bolso, ela também reduz o poder de compra daquilo que está aplicado, ainda que esses recursos estejam rendendo alguma coisa.

A matemática é relativamente simples, e é fácil perceber essas perdas. Quando a rentabilidade de um investimento é inferior à inflação, na prática o investidor teve uma perda, pois seu dinheiro não conseguiu acompanhar a alta dos demais preços. Isto é, não foi corrigido.

Se seu rendimento é nulo ou está perdendo para a inflação, ainda que seja positivo, seu poder de compra vai diminuir com o tempo. A quantia que hoje paga as suas compras da semana pode não ser suficiente para comprar mais do que uma bala, dentro de alguns anos.

É por isso que não se deve guardar dinheiro em cofrinhos ou debaixo do colchão por muito tempo. Ou mesmo aplicá-lo em um investimento que costume render abaixo da inflação. Este é o principal risco da poupança.

Qual o risco de colocar o meu dinheiro na poupança?

A poupança não é o único investimento sujeito a perder da inflação. O problema é que sua rentabilidade é limitada de tal forma que, quando a inflação está elevada, a caderneta tem dificuldades de superá-la. E muitas vezes, não consegue mesmo.

Atualmente, a poupança remunera Taxa Referencial (TR) mais 70% da taxa básica de juros, a Selic, quando esta é de até 8,5% ao ano. Acima deste patamar, a rentabilidade da poupança é fixa em 0,5% ao mês mais TR.

Isso para as aplicações feitas a partir de 4 de maio de 2012, quando mudaram as regras da rentabilidade da poupança. Hoje, a Selic está em 14,25% ao ano, então tanto a “poupança nova” quanto a “poupança antiga” têm a mesma remuneração.

Embora a TR tenha correlação direta com a Selic, ela não acompanha a taxa básica tão de perto. O governo aplica um redutor à TR, de forma que, nos últimos anos, ela tem ficado bem próxima de zero. Assim, em tempos de inflação mais elevada, a poupança frequentemente perde da inflação.

No gráfico a seguir, você pode ver os retornos mensais da “poupança nova” (a que segue as novas regras), da “poupança antiga” (depósitos feitos até 3 de maio de 2012, que ainda rendem 0,5% ao mês mais TR em qualquer circunstância) e da inflação oficial (IPCA).

O período mostrado vai de maio de 2012, quando as regras da poupança mudaram, a outubro deste ano, último mês com dados disponíveis para os três indicadores no sistema do Banco Central.

Foram consideradas cadernetas de poupança com aniversário todo dia 1º. Repare que, em dado momento, ambas passam a ter o mesmo rendimento, pois a Selic passou de 8,5% ao ano.

Risco da poupança: IPCA X caderneta

Gráfico compara poupança e IPCA

Fonte: Banco Central do Brasil

A rentabilidade acumulada da poupança em prazos maiores que um mês também pode perder da inflação.

De 4 de maio de 2012 até 4 de novembro de 2015, a poupança “nova” teve um retorno acumulado de 25,40% e a poupança “antiga”, de 26,56%. Do início de maio de 2012 ao final de outubro de 2015, o IPCA foi de 27,06%.

É importante lembrar ainda que, se seu intuito é ficar mais rico com investimentos, e não apenas manter o poder de compra do que você conseguiu juntar, você precisa ganhar mais do que a inflação. É o rendimento acima da inflação que de fato multiplica seu patrimônio.

Além disso, pode ser que você sinta o aumento de preços de forma diferente na sua vida. O IPCA pode não ser representativo do seu consumo. A elevação do seu custo de vida pode ser maior que a inflação oficial, o que piora ainda mais a situação da sua caderneta de poupança.

Mas, para prazos curtos, esse risco da poupança não é tão alto. A caderneta bem que pode ser útil para poupar para objetivos como a compra de um bem dentro de alguns meses ou para juntar dinheiro suficiente para investir em fundos de investimento que demandem aportes iniciais mais altos.

Afinal, é uma aplicação barata, fácil, acessível e isenta de imposto de renda.

Para outros objetivos e quantias maiores, porém, o ideal é buscar alternativas que superem a inflação.

Como evitar o risco da poupança e ganhar da inflação

Se seu objetivo é de médio ou longo prazo, como a compra de um imóvel ou mesmo a aposentadoria; se suas reservas são grandes; ou se você busca preservar o poder de compra da sua reserva de emergência, por exemplo, a poupança não deve ser a sua primeira opção.

Há uma série de investimentos capazes de driblar o risco da poupança. Eles são mais rentáveis que a caderneta e costumam vencer a inflação. Muitos deles são bem conservadores. A escolha deve ser feita com base no seu objetivo.

Os mais conservadores têm sua remuneração atrelada à Selic, taxa usada pelo Banco Central para controle da inflação. Alguns investimentos conservadores também podem ter sua rentabilidade ligada ao CDI, taxa de juros que se aproxima da Selic.

É o caso dos Certificados de Depósito Bancário (CDB), fundos DI, fundos de renda fixaconservadora e títulos públicos do tipo Tesouro Selic (LFT), negociados pela internet por meio do sistema do Tesouro Direto. Mesmo com a cobrança de IR, suas rentabilidades costumam superar a da poupança e a inflação.

Se tiverem custos baixos e puderem ser resgatadas a qualquer momento, essas aplicações podem ser boas substitutas da poupança para reservas de emergência e outras reservas para objetivos de prazo determinado.

Para quem pode deixar o dinheiro aplicado por pelo menos 90 dias – podendo chegar a prazos maiores, como um ou dois anos – há também as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), similares aos CDB, mas isentas de imposto de renda.

Em grandes bancos, em geral é preciso ter quantias mais vultosas para aplicar nesses papéis, algo como algumas dezenas de milhares de reais. Bancos médios oferecem opções com aplicações iniciais menores.

Seja como for, assim como os CDB e a poupança, LCI e LCA contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) em caso de quebra da instituição financeira.

Finalmente, para quem tem objetivos de médio a longo prazo, há títulos do Tesouro Direto que prometem pagar um percentual pré-acordado mais a inflação até sua data de vencimento, protegendo o investimento totalmente contra a inflação oficial, além de pagar um “a mais”.

Trata-se do Tesouro IPCA+, com ou sem juros semestrais, antigas NTN-B e NTN-B Principal, respectivamente. Embora tenham liquidez diária, o mais seguro para o investidor não ter perdas no investimento é levá-lo até o vencimento, pois assim será paga exatamente a rentabilidade acordada.

Assim como o Tesouro Selic e qualquer outro título público, esses investimentos têm garantia do governo federal.

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