Não é raro encontrar pessoas que desejam comprar bens de alto valor, como um carro ou uma casa, mas têm dificuldades em guardar dinheiro para pagar à vista. Nesse cenário, é comum a busca pelo financiamento bancário — que, além de cobrar juros, nem sempre é disponibilizado.
Se você não tem pressa para a aquisição, fazer um consórcio pode ser uma estratégia inteligente e econômica para atingir o objetivo. Ele é uma alternativa para a aquisição de veículos, imóveis, maquinários e até serviços de diferentes tipos.
Quer entender o que é o consórcio e como funciona a modalidade? Então prossiga com a leitura deste artigo!
O que é e como funciona o consórcio?
O consórcio pode ser entendido como um sistema de compra compartilhada, que reúne o capital de um grupo de pessoas com o objetivo de adquirir um bem ou serviço. Ele funciona como uma poupança programada, em que cada membro contribui com prestações mensais para um fundo em comum.
Ao longo do tempo, a premissa é que todos os participantes obtenham o item desejado. Nesse contexto, a cada mês, são realizados sorteios para determinar quem será contemplado com o crédito para fazer a aquisição.
Além do sorteio, existe a opção de o participante oferecer um lance, que funciona como um adiantamento de uma parte do valor para antecipar a contemplação. Ao ser contemplado, você recebe uma carta de crédito para comprar o bem ou o serviço de interesse à vista, mas deve continuar pagando o consórcio.
O grupo acaba após a contemplação de todos os membros ativos e a quitação dos débitos. A dinâmica é gerida por uma administradora de consórcios, que organiza os grupos e os acompanha até a sua conclusão.
Diferentemente de um financiamento, o consórcio não inclui juros, mas uma taxa de administração paga à empresa responsável por gerir o grupo. A taxa é bem inferior aos juros de empréstimos bancários e não é preciso dar uma quantia de entrada para participar do sistema.
As características tornam o consórcio uma opção procurada por quem planeja adquirir bens de alto valor, como visto, além de ser mais econômica quando comparada ao financiamento convencional. Logo, se você não tem pressa para obter o item desejado, essa pode ser uma alternativa a considerar.
Quais são os tipos de consórcio existentes?
Depois de aprender o que é o consórcio e como ele funciona, vale conferir os tipos existentes. Quando surgiu, na década de 1960, a modalidade foi pensada para viabilizar a compra de carros de passeio — fomentando a expansão da indústria automotiva.
Contudo, ao longo dos anos, ele passou a ser usado na aquisição de diferentes bens, além de uma variedade de serviços. Veja, a seguir, os principais tipos de consórcios encontrados no mercado!
Consórcio de veículos
O consórcio de veículos continua sendo uma das modalidades mais populares desde a sua criação. Porém, hoje, ele pode ser usado não apenas para a compra de carros, mas na aquisição de motos, caminhões, ônibus e outros veículos automotores.
Consórcio de imóveis
Por sua vez, o consórcio imobiliário se apresenta como uma opção viável para pessoas que desejam comprar um imóvel. Entre as possibilidades, estão casas, apartamentos, terrenos, salas comerciais, lojas e galpões.
Consórcio agro
Já a modalidade de consórcio rural atende às pessoas que precisam de recursos para financiar a atividade rural. O consórcio agro na Genial Investimentos refere-se ao consórcio para aquisição de bois.
Consórcio de serviços
Outra possibilidade de consórcio é o de serviços. Apesar de ser menos conhecido, ele oferece uma solução prática para financiar viagens, procedimentos estéticos, reformas domiciliares, festas de casamento e diversos outros.
Como escolher o melhor para você?
Agora que você viu os principais tipos de consórcios disponíveis no mercado, é possível surgir a dúvida sobre como escolher o melhor — é o seu caso? Então vale a pena seguir algumas dicas que podem ajudar na seleção de um consórcio.
Antes de escolher, tenha clareza sobre o que você pretende adquirir. Consórcios de veículos e imóveis são as opções mais populares, mas se o seu objetivo é financiar um serviço ou eletrodoméstico, você deve buscar modalidades específicas, ok?
Ademais, o fato de não ser necessário dar entrada em um consórcio ou pagar juros não significa que você possa deixar a organização financeira de lado. Na verdade, é preciso planejar o seu orçamento para manter as mensalidades em dia e não ser excluído do grupo.
Caso você queira antecipar a contemplação dando um lance, é válido se organizar para reunir os recursos. Nesse caso, a tarefa consiste em reservar uma quantia financeira para as parcelas e outra para o lance até atingir o montante desejado.
Uma das principais preocupações ao contratar um consórcio é a escolha de uma administradora confiável. Verifique se a empresa possui boas avaliações de outros clientes, selecionando aquelas que oferecem segurança e transparência.
Como você aprendeu, as administradoras cobram uma taxa pelos seus serviços. Por esse motivo, considere o custo, comparando as taxas entre diferentes empresas para garantir que você faça um bom negócio.
Também avalie o prazo do consórcio. Ele pode variar conforme o valor e o tipo de bem a ser adquirido. Portanto, busque a opção que seja compatível com as suas necessidades e expectativas de tempo para a aquisição, combinado?
Quais são as etapas do consórcio?
Sabendo como escolher um consórcio, você deve entender quais são as suas etapas.
Veja quais são os passos seguintes!
Adesão ao consórcio
Com as informações sobre os documentos exigidos para ingressar no consórcio, é o momento de apresentá-los e fazer a adesão ao grupo. Opte por um plano que atenda às suas exigências, considerando o período do contrato, o número e o montante das mensalidades.
Pagamento das mensalidades
Feita a adesão, a próxima etapa é começar a pagar as mensalidades. Elas garantem que o fundo montado pelo grupo tenha saldo suficiente para contemplar um ou mais participantes a cada mês. O pagamento em dia costuma ser uma exigência para participar dos sorteios.
Realização das assembleias
Periodicamente, a administradora do consórcio faz assembleias para a contemplação dos consorciados. É comum que em cada reunião seja contemplado um ou mais participantes por sorteio e por lance.
Saiba mais sobre as alternativas:
- sorteio: todos os integrantes que estão habilitados participam em iguais condições, com seleção aleatória dos contemplados;
- lance: geralmente é contemplado o participante que der o maior lance, que pode ser livre ou fixo, havendo critérios predefinidos a serem observados em caso de empate.
Disponibilização da carta de crédito
Ao ser contemplado, você recebe uma carta de crédito no valor do objeto do consórcio. Ela permite comprar o item à vista, o que costuma ser mais vantajoso na hora de negociá-lo. Conforme visto, as contribuições mensais devem ser mantidas até a última parcela.
Encerramento do grupo
Quando todos os integrantes do grupo de consórcio são contemplados e não há mais parcelas em aberto, a administradora o encerra. Nessa oportunidade, eventuais valores remanescentes são devolvidos aos seus integrantes.
Qual é o valor das parcelas?
Após saber quais são as etapas de um consórcio, vale entender como é formado o valor das parcelas. Ele é determinado com base no preço do bem ou serviço e no prazo de duração do consórcio.
O seu cálculo é feito a partir da divisão da carta de crédito pelo prazo do consórcio (quantidade de parcelas a serem pagas). Sobre o resultado, ainda devem ser acrescidos os custos e a taxa de administração.
Em relação aos custos, é comum a administradora cobrar uma quantia para formar o fundo de reserva — para suprir eventuais inadimplências — e o seguro, se houver. Já a taxa de administração representa um percentual calculado sobre o preço do bem e as prestações.
Por exemplo, uma taxa total de 12% dividida por 48 meses resulta em uma taxa mensal de cerca de 0,25%. Caso ela seja aplicada sobre uma carta de crédito de R$ 60 mil, o valor a ser adicionado à parcela é de R$ 150.
É possível utilizar o FGTS no consórcio?
Outra dúvida comum de quem está interessado em fazer um consórcio é se existe a possibilidade de utilizar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na modalidade. A resposta é sim, mas o uso é limitado aos consórcios imobiliários.
O FGTS pode ser usado tanto para ofertar um lance quanto para complementar o pagamento da carta de crédito ao ser contemplado no consórcio. No entanto, fique atento às regras estabelecidas pela CEF (Caixa Econômica Federal).
Ela é a instituição responsável pela administração e liberação dos recursos. Portanto, antes de planejar o uso do seu FGTS em consórcios, consulte as normativas vigentes e verifique a existência de saldo na sua conta, certo?
Quais são as vantagens do consórcio?
Além de conhecer os detalhes sobre o consórcio, é pertinente conferir as suas vantagens, inclusive em relação a um financiamento convencional. Desse modo, você consegue escolher qual deles faz mais sentido no seu caso.
O fato de o consórcio não cobrar juros nem exigir entrada tende a gerar economia. Em contrapartida, as taxas praticadas nos financiamentos podem fazer você pagar mais do que o dobro do valor do bem adquirido em alguns casos.
Embora o consorciado precise arcar com a taxa de administração, o seu impacto no montante final geralmente é menos expressivo do que os juros de um financiamento. Portanto, optar pelo consórcio costuma gerar um gasto menor para adquirir o bem desejado.
Outra vantagem é a diversidade de bens e serviços que podem ser adquiridos com o consórcio. Muitos deles nem sempre estão disponíveis por meio do financiamento.
Também conta como vantagem o fato de você ter a oportunidade de comprar o bem desejado à vista. Você viu que, assim, é possível negociar descontos.
Vale dizer que o processo de adesão ao consórcio tende a ser menos burocrático do que o de um financiamento. O atributo facilita o acesso a compras de diferentes tipos de bens, principalmente aqueles de valor expressivo.
Por fim, um benefício do consórcio é a ausência de cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O imposto é comum em empréstimos e financiamentos, contribuindo para o aumento do custo total da transação.
O que considerar antes de contratar?
Ao chegar até aqui, você ampliou os seus conhecimentos sobre o consórcio, mas ainda precisa aprender o que considerar antes de contratar a modalidade, não é mesmo?
Confira dicas adicionais para não errar na escolha:
- verifique se a administradora é autorizada pelo Bacen (Banco Central): a medida evita que você caia em golpes e fraudes financeiras;
- leia o contrato com atenção: o passo é essencial para você saber os seus direitos e deveres, além das taxas aplicadas e índices de reajustes das parcelas;
- pesquise e compare alternativas: antes de tomar uma decisão, vale buscar por diferentes administradoras para comparar as taxas e condições ofertadas;
- veja se as parcelas cabem no seu orçamento: apesar de o consórcio normalmente ser mais acessível do que um financiamento, ele gera um custo mensal. Então evite comprometer mais de 30% da sua renda nele;
- entenda que essa é uma alternativa de longo prazo: tenha em mente quehá chance de acontemplação demorar. Logo, a opção não é interessante para quem não pode esperar para obter o bem desejado.
Neste artigo, você aprendeu que o consórcio é uma modalidade para quem busca adquirir bens e serviços de maneira planejada e sem pagar juros. Contudo, ele exige paciência e um bom planejamento financeiro, sendo uma alternativa econômica e flexível ao financiamento tradicional.
