Ser vítima de um golpe financeiro é o tipo de situação que ninguém gostaria de enfrentar. Mas, infelizmente, essa é uma realidade cada vez mais usual. Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostram que pelo menos 30% da população brasileira já tinha sofrido com eles até 2022. 

Nesse cenário recorrente, um tipo de golpe comum acontece por ligação. Nesse caso, os criminosos se passam por representantes da instituição financeira para enganar o cliente. É a partir daí que surge a dúvida: afinal, o banco faz ligações para os correntistas? 

Considerando a relevância do assunto, nós, da Genial Investimentos, preparamos este artigo. Aqui você entenderá se o banco liga para o cliente ou se isso é uma tentativa de golpe. 

Afinal, o banco liga para o cliente? 

Imagine o seguinte cenário: você está em casa e, de repente, o seu celular toca. Do outro lado da linha, uma pessoa afirma ser um funcionário do banco e que precisa confirmar diversas informações sobre transações — como se uma operação fora do normal tivesse ocorrido.  

É bastante comum que essas ligações tenham bastante apelo emocional. A pessoa do outro lado da linha pode soar com um tom de desespero, com objetivo de criar um senso de urgência para a situação. 

Quando isso ocorre, na maior parte dos casos, trata-se de um golpe. Mesmo assim, essa não é uma regra. Afinal, os bancos podem ligar para os seus clientes por diferentes motivos, como quando há a identificação de transações suspeitas ou mesmo para oferecer serviços. 

No entanto, essas ligações costumam estar sujeitas a certas regras e regulamentos. O objetivo é garantir que a privacidade dos clientes seja mantida e que não ocorra assédio ou práticas enganosas. 

Por exemplo, você sabia que desde 2020 há uma proibição para as instituições financeiras oferecerem e formalizarem acordos de empréstimos consignados para aposentados e pensionistas por meio de ligações? A ideia é evitar que o público mais vulnerável tome decisões pouco informadas. 

Além disso, os clientes geralmente têm o direito de recusar chamadas futuras do banco, em especial para fins de marketing. A determinação é que os bancos devem respeitar essas solicitações. 

Portanto, é fundamental saber que, de modo geral, os bancos podem ligar para os clientes. Entretanto, existem alguns pontos para considerar para identificar se a ligação é idônea e evitar ser vítimas de uma fraude.  

Veja só: 

  • o banco nunca pedirá senhas e códigos de acesso de aplicativos; 
  • os bancos não telefonam solicitando verificação de código enviado por celular ou pedindo que os clientes cliquem em links enviados por SMS, e-mail, aplicativos e redes sociais; 
  • as instituições não enviam pessoas até a residência dos clientes para pegar cartões e documentos. 

Quais são os golpes via telefone mais comuns?  

Como você viu, os bancos podem ligar para clientes em algumas situações legítimas. Porém, os criminosos se aproveitam disso e os golpes são cada vez mais comuns. 

Para se proteger, veja quais são os quadros de fraude mais usuais via telefone! 

Golpe do falso funcionário 

Um dos golpes financeiros comuns por ligações é o do falso funcionário. Nesse caso, o criminoso liga para a vítima e se apresenta como funcionário do banco. Ele sabe o nome de quem atende a chamada, o que torna a situação mais convincente. 

Além disso, é comum que esse golpista tenha acesso a outros dados pessoais da vítima. Ele pode conseguir essas informações após vazamentos de dados ou buscando na internet, como nas redes sociais. 

O criminoso costuma estudar detalhes sobre a empresa que está imitando e criar um cenário crível para a ligação. Ele pode mencionar transações recentes, saldos de contas ou outras informações para parecer autêntico. 

Durante a conversa, ele diz, por exemplo, que o motivo do contato é uma transação suspeita na conta bancária da vítima. O cenário criado pode ser uma compra realizada em outra cidade ou uma transferência para uma pessoa desconhecida. 

O funcionário falso pode pressionar a vítima a fornecer as informações com rapidez, alegando que isso resolverá o problema imediatamente e evitará consequências negativas. Aqui, o objetivo é criar um temor e gerar uma decisão impulsiva. 

Ao despertar a preocupação, o criminoso diz que para resolver a situação precisa de informações complementares. Ele pode pedir senhas de cartão ou aplicativo e a confirmação de um código que será encaminhado ao celular da vítima. 

De posse dessas informações, o golpista pode roubar o dinheiro da conta da vítima ou usar seu cartão. Ele também pode invadir o perfil do WhatsApp para se passar por ela e solicitar dinheiro aos familiares e amigos por Pix, por exemplo.  

Golpe da falsa central 

Outro golpe recorrente é o da falsa central. Ela pode ser entendida como uma estratégia mais elaborada do golpe do falso funcionário do banco a fim de tornar a situação mais convincente. Neste caso, o criminoso também sabe o nome da vítima e se apresenta como funcionário do banco. 

Ele inventa que há uma movimentação suspeita na conta e, em seguida, orienta que a vítima entre em contato com um departamento específico do banco para resolver o problema. Nesse momento, o golpista pode agir de duas formas: 

  • ele finge que transfere a ligação, usando, inclusive, uma música de espera semelhante às que são utilizadas pelas centrais de atendimento; 
  • ele informa o número com o qual a pessoa deve entrar em contato, mas não desliga, retendo a linha telefônica da vítima. Dessa forma, mesmo depois de digitar o número, ela continua na ligação.  

A conversa segue o mesmo padrão: ganhar a confiança da vítima para solicitar os dados relativos à conta, ao aplicativo ou ao cartão do banco. O foco também pode ser pedir validação do código do celular para o roubo do perfil do WhatsApp. 

Golpe do motoboy 

Também é possível ser vítima do golpe do motoboy. Esse tipo de fraude usa a estratégia do falso funcionário do banco ao telefone, mas ela envolve mais um elemento na ação. 

Após o cliente repassar as informações relativas ao cartão do banco, os criminosos aplicam, em sequência, a ação do falso motoboy. Os golpistas convencem a vítima a entregar o cartão em um envelope lacrado para outra pessoa. 

Esse indivíduo será enviado para o encontro da vítima pelo próprio falso funcionário — e, normalmente, faz parte do golpe. A intenção dos criminosos é ter o acesso e a posse do cartão e da senha da vítima. Assim, eles roubam o dinheiro que está na conta bancária, usando até mesmo o caixa eletrônico. 

A abordagem segue a mesma linha que você já viu. Um golpista liga para a vítima, geralmente com um tom de urgência, alegando que atividades suspeitas foram detectadas em sua conta bancária ou cartão de crédito

Ele usa táticas de manipulação emocional, como ameaças de bloqueio da conta, perda de dinheiro ou risco de fraude, para criar um senso de urgência. A partir desse contato, o golpista instrui a vítima a cooperar com uma investigação para resolver o problema. 

Como os golpistas simulam o número do banco? 

Os golpes por telefone conseguem fazer muitas vítimas por diferentes motivos. Primeiramente, há o fator de urgência e preocupação que os criminosos conseguem despertar nas pessoas, gerando temor e instigando uma decisão rápida. 

O fato de o criminoso normalmente conseguir passar um tom sério na chamada também colabora para as vítimas acreditarem na abordagem. Entretanto, há outro elemento que adiciona mais credibilidade ao golpe: o número de contato. 

É muito comum que, ao se sentirem em dúvida, as pessoas pesquisem na internet o número no qual receberam a ligação. Porém, em vez de identificarem que ele é falso, elas veem que o número realmente está vinculado à central de atendimento do banco. 

Isso acontece porque os golpistas podem simular números de telefone por meio de uma técnica chamada spoofing. Ela permite que eles exibam um número de telefone falso ou manipulado na tela do telefone da vítima. 

No entanto, vale saber que os números de telefone listados na internet para o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) costumam ser apenas receptivos. Logo, eles são destinados a receber chamadas, mas não são utilizados para efetuar ligações ativas para os clientes. 

Quais são os outros tipos de golpe?  

A ligação não é o único meio que os criminosos utilizam para fazer vítimas. Inclusive, com a ascensão e popularização dos meios digitais e o internet banking, eles contam com mais alternativas para abordar pessoas.  

Uma das práticas recebeu o nome de phishing — ou “pesca”, em tradução livre. Isso acontece porque os golpistas lançam iscas, especialmente por canais digitais, para alcançar vítimas e pescar suas informações pessoais. 

O phishing pode ocorrer por diferentes ambientes do meio virtual. Veja quais são os principais: 

  • e-mail: os golpistas enviam e-mails falsos que contêm links maliciosos ou pedidos para fornecer informações pessoais; 
  • SMS: os golpistas enviam mensagens de texto ou pedidos para fornecer informações pessoais, muitas vezes com pretextos convincentes; 
  • redes sociais: os golpistas criam perfis falsos e entram em contato com as vítimas, fingindo ser amigos, colegas de trabalho ou até mesmo instituições. Eles podem tentar obter informações pessoais ou financeiras ou induzir a vítima a clicar em links. 

Além dessas práticas, os aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, são usados por golpistas. A abordagem tende a seguir o mesmo rumo, com mensagens alegando problemas com contas ou transações. 

No caso do golpe por WhatsApp, é comum que os criminosos busquem acesso à conta da vítima no aplicativo. Com isso, eles podem se passar por ela e pedir dinheiro para seus contatos — impactando diversas outras pessoas.  

Como se proteger desses golpes? 

Agora que você entendeu mais sobre os golpes mais comuns, seja por ligação telefônica ou não, é importante destacar que existem maneiras de se proteger.  

Confira quais são elas! 

Não compartilhe seus dados 

O primeiro passo para se proteger é não compartilhar dados sensíveis em um suposto contato do banco, como senhas, na ligação ou por mensagens. Instituições financeiras não solicitam informações confidenciais dessa forma, pois elas têm processos mais seguros e canais oficiais para lidar com as situações.  

Então desconfie ou mesmo encerre o contato caso haja solicitação para compartilhar esses dados. O objetivo dos golpistas é usar essas informações para realizar transações fraudulentas, roubar sua identidade ou acessar suas contas. 

Não faça downloads ou clique em links suspeitos 

Evite clicar em links de e-mails, mensagens de texto ou redes sociais, especialmente se eles parecerem suspeitos ou direcionarem para sites desconhecidos. Eles podem ser usados para o download de aplicativos maliciosos em seu smartphone ou computador. 

Além disso, para evitar que suas contas sejam hackeadas, ative a autenticação de dois fatores sempre que possível para ter uma camada extra de segurança. Também vale usar programas antivírus, software de proteção contra malware e manter seu sistema operacional e aplicativos atualizados. 

Fique atento à regra dos 5 minutos 

Outra dica relevante é sobre a regra dos 5 minutos. Ela existe porque muitos golpistas já sabem que as potenciais vítimas podem desligar o telefone caso desconfiem de toda a situação.  

Nesse caso, eles mantêm a chamada ativa (por telefone fixo) mesmo após o cliente ter desligado e esperam cerca de 5 minutos. Esse é o tempo que os clientes costumam usar para ligar para o SAC do banco. 

Como a ligação não foi finalizada pelo criminoso, os clientes continuarão falando com os golpistas — agora se passando por outra pessoa. Desse modo, se você desconfiar, espere mais um pouco antes de fazer uma ligação ou use outro telefone. Outra dica é utilizar outro telefone para fazer a ligação de verificação.  

Mantenha a calma 

Como você já entendeu, os golpistas normalmente apelam para o emocional das suas vítimas para conseguir o que querem. Portanto, evite se sentir pressionado a agir de modo imediato. Peça um momento para pensar sobre a situação e tomar uma decisão mais prudente. 

Uma alternativa pode ser pedir mais detalhes sobre a situação, como o nome da pessoa que está ligando, o departamento, o número de funcionário, a empresa e o motivo da ligação. Isso pode ajudar a verificar a autenticidade da chamada. 

O que fazer caso seja vítima? 

Caso você tenha sido vítima de golpe, entre em contato com o banco para bloquear o acesso à conta o quanto antes. Também é importante acionar a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência sobre o crime. 

Se o perfil do WhatsApp foi roubado por meio desses golpes, é preciso informar aos amigos e familiares para impedir que eles não sejam enganados. Ainda, entre em contato com a operadora de telefonia, informando o ocorrido. 

Após o golpe, analise suas contas bancárias, cartões de crédito e outras contas financeiras para identificar atividades suspeitas. Se necessário, relate imediatamente qualquer transação não autorizada. Lembre-se de que agir rápido é fundamental para minimizar os danos após ser vítima de um golpe. 

Quanto mais cedo você tomar medidas, maior será a chance de evitar consequências mais graves. Também é interessante usar a experiência para educar outras pessoas e evitar que elas se tornem vítimas. 

Cair em um golpe financeiro, infelizmente, é uma situação à qual quase todas as pessoas estão suscetíveis. Mas saber como eles costumam acontecer é o primeiro passo para se proteger e minimizar as chances de prejuízo. Por isso, considere as informações desse artigo para ter mais segurança. 

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