Ao longo dos últimos anos, pautas voltadas a práticas sustentáveis, tais como a defesa ao meio ambiente, economia circular, diversidade e inclusão estão cada vez mais recorrentes… E essa preocupação também tem repercutido no mercado de capitais, tanto por parte das empresas quanto dos investidores.

Se antes os investimentos costumavam ser escolhidos por conta da sua rentabilidade, agora é possível encontrar quem busca investir com propósito. Ou seja, os investidores não querem somente fazer o dinheiro render, mas também contribuir com alternativas que tenham princípios alinhados aos seus valores.

Ficou interessado em explorar melhor esse assunto? Confira como a sustentabilidade está relacionada com o mercado financeiro e como investir com esse propósito.

Aproveite o conteúdo!

O que é sustentabilidade?

A sustentabilidade é uma palavra com múltiplos significados. Porém, o mais comum é falar sobre a sustentabilidade ambiental. Ela busca o equilíbrio entre a disponibilidade e exploração de recursos naturais.

O objetivo é que a sociedade atual possa se desenvolver, sem suprimir essa mesma possibilidade das gerações futuras devido ao uso desenfreado de recursos e práticas prejudiciais ao desenvolvimento sustentável.

Então é preciso ter em mente que tudo o que a humanidade faz hoje pode influenciar no futuro das próximas gerações. Isso engloba desde ações como melhores práticas para destinação do lixo, à decisão de consumir produtos e serviços de empresas menos poluentes, ou que compensem de forma eficiente a sua pegada de carbono.

Qual a relação da sustentabilidade com as empresas?

Depois de conhecer o que é a sustentabilidade, talvez você queira aprender mais sobre a sua relação com as empresas. A industrialização e a demanda excessiva por recursos naturais, estão entre as principais causas do aquecimento da temperatura média do planeta

Em 2022, o Fórum Econômico Mundial apontou as mudanças climáticas, provenientes da poluição produzida pelo homem, como o principal risco global para os próximos anos. Nesse sentido, o documento incentiva Governos e empresas a criarem políticas para frear o aquecimento global.

O grande desafio é limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5ºC até o ano de 2100. Desse modo, seria possível evitar os impactos negativos causados ao meio ambiente e que podem se tornar uma ameaça à existência da humanidade.

As empresas detêm um papel importante para contornar esse cenário. Nesse contexto, muitas companhias estão adotando políticas voltadas aos critérios ESG, sigla para environmental, social and governance ou ASG (ambiental, social e governança corporativa) — em português.

Veja o que cada um desses termos significa:

  • environmental (ambiental): a companhia buscará reformular as suas operações, visando reduzir ou eliminar os impactos danosos ao meio ambiente;
  • social (social): a empresa terá que promover o bem-estar, segurança e conforto dos seus funcionários, além de contribuir para o desenvolvimento de comunidades ao seu redor;
  • governance (governança corporativa): a organização deve adotar práticas para aumentar a transparência de sua gestão, desenvolver ações de combate a corrupção e fraudes, etc.

Embora esses conceitos não sejam novos, muitas empresas ainda não os seguem ou estão adaptando as suas atividades a eles. Nesse sentido, as companhias que não acompanharem essa tendência crescente poderão encontrar maior dificuldade de manter as suas atividades no futuro.

E qual é a relação desse conceito com o mercado de investimentos?

Acompanhando a tendência de sustentabilidade, muitos consumidores passaram a observar esses critérios no momento de fazer suas compras. Seguindo esse movimento, os investidores e gestores de fundos também estão mudando a forma de investir.

Hoje, por exemplo, há quem prefira investir em empresas ESG a alocar capital na indústria bélica ou tabagista. Afinal, essas últimas tendem a estar associadas a guerras e consequentemente à piora dos índices de bem estar social

Essa postura é resultado de uma mudança de mentalidade. O foco deixa de ser apenas segurança, rentabilidade ou liquidez, por exemplo. Na verdade, quem investe em ESG tende a ter o interesse em contribuir e participar de mudanças que beneficiam o ser humano, a sociedade e o planeta.

Diante da ideia de proteção ao meio ambiente, o investimento atrelado às práticas ESG também é conhecido como “investimento verde”. Contudo, esse não é um tipo ou classe de investimento específica, apenas um critério para seleção de investimentos.

Como investir com esse propósito?

Se você se identifica com a agenda ESG, provavelmente terá o interesse em saber como investir com esse propósito. É preciso destacar que a escolha de um investimento é pessoal e deve levar em conta o seu perfil de investidor e objetivos no mercado, combinado?

Isso porque existem diversas alternativas atreladas aos critérios ESG, tanto de renda fixa quanto de renda variável. Então o ponto de partida será avaliar qual é a opção mais adequada ao nível de risco que você suporta.

Afinal, mesmo com o foco em sustentabilidade, as alternativas que atendem a esses critérios podem ter diferentes níveis de risco. Também é importante traçar seus objetivos, de modo escolher o investimento com mais chances de atingi-los.

Outro ponto de atenção diz respeito ao que é conhecido como greenwashing. A expressão faz referência a companhias ou fundos que fazem discursos e campanhas promovendo as diretrizes ESG, mas as suas operações e atividades se distanciam desses critérios.

Nesse sentido, é necessário realizar análises mais profundas sobre os fundamentos e práticas do negócio. Por exemplo, é preciso acompanhar as suas políticas internas, a transparência para com o investidor, entre outros fatores.

Ademais, não deixe de usar estratégias para a proteção do seu capital — como a diversificação. Ela consiste em investir em diferentes alternativas, preferencialmente de classes, tipos ou mercados distintos. A proposta da estratégia é diluir os riscos entre elas.

Assim, se um dos investimentos não apresentar o desempenho esperado ou um resultado negativo, os ganhos nos demais ativos do portfólio poderão compensá-los. Por outro lado, se você investir todo o seu capital em apenas uma opção, os ganhos e perdas dependerão exclusivamente dela.

Quais são os investimentos sustentáveis disponíveis no mercado?

Agora que você conheceu o tema sustentabilidade, ainda falta aprender quais são as alternativas disponíveis no mercado para investir com esse propósito.

Como você viu, existem investimentos ESG em renda fixa e variável. Quer saber quais são elas? A seguir, saiba mais sobre as principais alternativas do mercado nacional!

Renda variável

A renda variável é a classe de investimento em que não é possível conhecer os resultados que serão obtidos com antecedência. Inclusive, existe a possibilidade de você não ter rendimentos ou até mesmo perder dinheiro.

Isso acontece porque a precificação dos investimentos obedece, direta ou indiretamente, à lei da oferta e da demanda. Então os preços oscilam de acordo com ânimo dos investidores em relação aos rumos da economia e dos mercados no mundo todo.

Por conta desse funcionamento, as alternativas de renda variável costumam ser mais arriscadas. Em contrapartida, os ganhos podem ser maiores, considerando que elas não são limitadas a uma taxa de juros como acontece na renda fixa. Interessante, não é?

Confira abaixo investimentos de renda variável que podem atender a critérios ESG!

Ações

As ações são as alternativas mais tradicionais e conhecidas da renda variável. Elas representam a menor parte negociável do capital social de uma empresa. Ao investir em ações, você se torna acionista do negócio e passa a compartilhar dos seus lucros e riscos.

Os ganhos podem ser obtidos com a valorização dos papéis ou com o recebimento de proventos, como os dividendos — uma espécie de remuneração paga aos acionistas. Logo, muitos investidores buscam as ações visando o recebimento de renda passiva, embora ela não seja garantida.

Na bolsa de valores brasileira, é possível encontrar papéis de diferentes empresas que seguem os critérios ESG. Contudo, como você aprendeu, é importante fazer uma análise aprofundada sobre o negócio para identificar se, de fato, são adotadas essas práticas ou apenas é feito o greenwashing.

Para uma análise mais direcionada, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) – reconhece as empresas com maior comprometimento em relação as práticas sustentáveis em suas operações, servindo de apoio aos investidores em sua tomada de decisão. No site da B3 é possível verificar quais empresas integram o índice, para maior aprofundamento.

A negociação de ações acontece na bolsa de valores. Logo, você precisará de acesso a um home broker para lançar ordens de compra e venda no mercado acionário. Outra possibilidade é recorrer à mesa de operações da sua corretora de valores para fazer os seus aportes.

Fundos de investimentos

Os fundos de investimento são veículos de investimento coletivos, formados pelo capital de diferentes investidores com interesses em comum. Na prática, o capital reunido fica sob a responsabilidade de um gestor profissional.

Ele se encarrega pela escolha dos ativos que integrarão a carteira do fundo, de acordo com as propostas que nortearam a sua criação. Assim, todos os participantes (cotistas) se submetem aos resultados dessa carteira.

Cada tipo de fundo possui uma estratégia própria, além de níveis de risco e rentabilidades diferenciadas. Essas informações podem ser acessadas no prospecto do fundo — um documento com todas as informações a seu respeito, inclusive as suas taxas (administração e performance).

Existem fundos que utilizam os critérios ESG para a seleção dos ativos. Popularmente, eles são chamados de fundos ESG, mas essa não é uma modalidade de fundo específica. Na verdade, o termo se refere apenas ao foco da estratégia na hora de compor o portfólio.

Entre as principais modalidades voltadas à sustentabilidade, estão:

  • fundos de ações (FIA) — grande parte de sua carteira é composta por ações, opções, bônus de subscrição e títulos conversíveis em ações;
  • fundos multimercado (FIM) — é um tipo fundo em que o gestor possui maior liberdade para investir em diferentes tipos de ativos e derivativos;
  • fundos de investimento no exterior (FIEX) — nessa modalidade, o gestor realiza investimentos em alternativas presentes nos mercados estrangeiros;

As cotas desses fundos são negociadas na plataforma de investimentos de corretoras de valores, como a Genial.

Conheça o fundo Plural ESG… No qual, em julho desse ano, recebeu o sufixo IS – Investimento Sustentável, pela AMBIMA.

ETFs

Os exchange traded funds (ETFs) também são um tipo de fundo de investimento. Porém, as suas cotas são negociadas na B3 (a bolsa de valores brasileira). Outra diferença é que esses fundos buscam replicar a performance de um índice de mercado.

Nesse caso, o gestor montará o portfólio do fundo com os mesmos ativos que integram a carteira teórica do benchmark escolhido. Em relação aos critérios ESG, na bolsa brasileira encontram-se ETFs ligados a índices de sustentabilidade.

Por exemplo:

  • Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) — esse benchmark é composto por ações de companhias com os mais altos critérios de sustentabilidade corporativa;
  • Índice Carbono Eficiente (ICO2) — esse índice é formado por companhias com maior grau de eficiência e transparência em relação à emissão de gases do efeito estufa;
  • Índice de governança corporativa (IGCT) — esse é outro índice de mercado que considera boas práticas de governança empresarial na seleção dos ativos de sua carteira;
  • Índice S&P/B3 Brasil ESG — esse índice é uma parceria entre a B3 e a Standard and Poor’s, sendo composto de companhias brasileiras que atendem aos padrões ESG.

Vale destacar que também são encontrados, no mercado brasileiro, ETFs de renda fixa que, por sua vez, visam acompanhar o desempenho de indicadores econômicos. Entretanto, como eles são negociados na bolsa de valores, esse tipo de ETF ainda será de renda variável, certo?

Renda fixa

Os investimentos de renda fixa são aqueles em que as regras de rentabilidade são conhecidas no momento do aporte. Isso traz mais previsibilidade sobre os resultados que podem ser obtidos com a aplicação.

Na prática, ao investir em renda fixa, você empresta dinheiro a uma empresa, instituição ou Governo em troca de uma remuneração predefinida. Na data de vencimento da aplicação, a quantia emprestada é devolvida somada aos juros combinados.

As modalidades de investimentos em renda fixa, alinhadas aos critérios ESG, são cada vez mais difundidas entre os investidores. Dentre todos elas os Green  bonds – ou títulos verdes, financiam projetos ligados ao meio ambiente. Por exemplo, proteção florestal, energia renovável, gestão de resíduos, inclusão social, dentre outros.

Para sua distribuição, o emissor deverá elaborar o projeto de captação de recursos e enviá-lo ao Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e à Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Caso aprovado pelas duas entidades, ele será disponibilizado no mercado.

No Brasil, os títulos que podem ser enquadrados como green bonds são:

  • debêntures;
  • debêntures incentivadas;
  • letras financeiras (LFs);
  • certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio  (CRIs e CRAs);
  • fundos de renda fixa.

Ao investir em green bonds, você tem a segurança de que o capital emprestado será usado para custear projetos sustentáveis. Isso porque o projeto que receberá os recursos costuma ser acompanhado por uma consultoria que atesta a correta destinação do capital.

Essas alternativas também podem ser encontradas nas plataformas de investimentos de corretoras de valores. Na Genial, por exemplo, você tem acesso ao Fundo Plural ESG Crédito — um fundo de renda fixa que investe em cotas de fundos ESG.

Além disso, 20% de sua taxa de administração é revertida para doações ao Instituto Guga Kuerten, Amazônia 4.0 e Amebras (Associação de Mulheres Empreendedoras do Brasil) — projetos voltados à sustentabilidade ambiental e inclusão social.

Conclusão

Ao chegar até aqui, você já aprendeu como investir com propósito voltado à sustentabilidade e à agenda ESG. Então, se for investir, não deixe de contar com uma corretora de valores qualificada e que oferece acesso às melhores oportunidades do mercado — como a Genial Investimentos.

Quer começar a investir em ESG com a Genial? Então abra já sua conta!

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