No Brasil, diversas companhias de telefonia surgiram após a privatização da Telebrás, em 1998. A Oi é uma delas e, por longa data, figurou entre as maiores empresas do setor. Porém, em 2016, ela entrou em recuperação judicial. Confira mais detalhes sobre a empresa e a cotação de OIBR3 hoje!
O que é OIBR3?
Ao abrir capital na B3 (a bolsa de valores brasileira), a empresa recebe um código que identifica as suas ações, também chamado de ticker. Ele é formado por uma sequência de letras seguidas de um número. No caso, OIBR3 é o código que identifica as ações ordinárias da Oi S.A.
Qual a história da Oi até entrar na bolsa?
A história da Oi teve início em 1998, após o processo de privatização da Telebrás — a estatal que era responsável pelas telecomunicações no Brasil. Na ocasião, foram criadas 12 empresas, sendo a Oi uma delas, que se chamava Telemar.
No início de suas operações, a companhia atendia 16 estados brasileiros e alcançava cerca de 64% do território nacional. Em 2001, a Telemar reuniu empresas do Norte, Nordeste e Sudeste em uma única organização, aumentando as suas operações. No ano seguinte, foi criada a Oi Móvel.
Em 2007, a companhia unificou a marca Oi para todos os seus serviços e patrocinou os jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro. Já o ano de 2008 foi marcado pela compra da BRT, pelo lançamento da rede 3G e pelo início dos serviços de telefonia celular no estado de São Paulo.
Nos anos seguintes, a companhia se juntou à Brasil Telecom e adquiriu parte da Portugal Telecom, expandindo a sua atuação no Brasil e no exterior.
Em 2012, após uma reestruturação societária, as suas ações passaram a ser negociadas na B3 e na NYSE (New York Stock Exchange) — uma das bolsas de valores dos Estados Unidos.
Qual a continuidade da trajetória da empresa até os dias atuais?
Em 2013, a Oi concluiu um processo de fusão com a Portugal Telecom. Porém, diante de problemas relacionados à compra de dívidas da RioForte Investments, ela passou a ter um endividamento maior que a sua receita.
Esse fato, somado a uma má gestão e diversas mudanças radicais nas suas estratégias, resultou em um endividamento de R$ 65 bilhões, em 2016. Com isso, a companhia pediu recuperação judicial para se reestruturar financeiramente e reajustar as suas operações.
A aprovação do plano de recuperação se deu em 2018. Nesse mesmo ano, a Oi começou a expandir os investimentos com foco em fibra óptica e cobertura 4 e 4.5G. Em 2020, foi concluída a venda de sua participação na Unitel e de parte de seus imóveis.
Depois, em janeiro de 2021, ocorreu a venda dos serviços móveis da OI para o consórcio formado pelas companhias Vivo, TIM e Claro por R$ 16,5 bilhões. No mês de março do mesmo ano, foram vendidas parte de suas torres de telefonia e seu data center, por R$ 1,1 bilhão.
No ano de 2022, a Oi permaneceu adotando medidas para reduzir o seu endividamento — como a venda de ativos, redução de alavancagem, entre outras. Com essas medidas, ela diminuiu o seu endividamento para cerca de R$ 20 bilhões e segue com a recuperação judicial.
Qual vai ser o futuro da Oi?
Para superar os desafios, a empresa trabalhava um plano estratégico para 2022 a 2024, que leva o nome de “Nova Oi”. O intuito é ser a maior companhia do setor de internet por fibra óptica. Isso por meio de uma das empresas do grupo Oi, chamada InfraCo e que adota o nome comercial de V.tal.
Contudo, até setembro de 2022, o nível de endividamento da Oi ainda era expressivo. Isso significa que ela ainda pode levar um tempo para conseguir converter a sua dívida e voltar a ser lucrativa. Caso consiga, aquele que acreditou e investiu na Oi poderá aproveitar os seus resultados.
Porém, no cenário oposto, se o endividamento da Oi aumentar ou se ela descumprir o plano de recuperação judicial homologado, a sua falência poderá ser decretada. Esse evento prejudicaria todos os seus acionistas, que precisariam reclamar eventuais prejuízos no processo de falência.
Quanto a ação da Oi já valeu?
Desde de 2012, quando os papéis passaram a usar o ticker OIBR3, o preço das ações da Oi já caiu mais de 98%.
Veja abaixo o quanto as ações OIBR3 já valeram de 2012 até setembro de 2022, observando a máximas e mínimas atingidas em cada ano:
Ano | Mínima | Máxima |
2012 | R$ 51,42 | R$ 75,59 |
2013 | R$ 25,31 | R$ 66,56 |
2014 | R$ 6,69 | R$ 36,49 |
2015 | R$ 1,49 | R$ 7,05 |
2016 (recuperação judicial) | R$ 0,58 | R$ 3,26 |
2017 | R$ 1,95 | R$ 4,66 |
2018 | R$ 1,23 | R$ 3,52 |
2019 | R$ 0,71 | R$ 1,95 |
2020 | R$ 0,43 | R$ 2,51 |
2021 | R$ 0,71 | R$ 2,59 |
2022 | R$ 0,40 | R$ 1,16 |
Existem outros tickers da Oi na bolsa brasileira?
Sim. Além das ações OIBR3, criadas na abertura de capital na B3, a Oi emitiu ações OIBR4. Mesmo com a companhia em recuperação judicial, ambos os papéis da Oi continuam sendo comprados e vendidos no mercado.
A escolha entre OIBR3 e OIBR4 dependerá dos interesses e objetivos do investidor. Afinal, cada tipo de papel pode garantir direitos específicos. Inclusive, é possível encontrar uma diferença de preços entre eles.
Qual é a diferença entre OIBR3 e OIBR4?
A depender do segmento de listagem escolhido por uma empresa na abertura de seu capital, ela poderá emitir ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN). As ações ON são identificadas com o número 3 ao final do ticker, já as ações PN levam os números 4, 5 (PNA) ou 6 (PNB).
Nesse caso, o ticker OIBR3 diz respeito às ações ON emitidas pela OI. Esse tipo de ação garante, ao titular, o direito a voto nas decisões importantes da companhia. Por outro lado, as ações OIBR4 correspondem às ações PN e conferem a preferência no recebimento de dividendos.
Se o interesse do investidor for contribuir com a administração da companhia, pode fazer mais sentido a aquisição de ações ON. Já se a sua pretensão for o recebimento de dividendos, a escolha por papéis PN tende a ser a escolha mais apropriada.
Para tomar melhores decisões, vale a pena se aprofundar sobre as diferenças entre ações ON e PN e os impactos para o investidor.
A Oi costuma distribuir dividendos?
Toda a empresa de capital aberto com ações na bolsa brasileira é obrigada a distribuir dividendos, conforme ordena a legislação aplicável. No entanto, o percentual de distribuição e periodicidade do pagamento pode variar entre as organizações, já que cada uma poderá ter uma política de dividendos diferente.
Contudo, a efetiva distribuição depende da realização de lucros. Isso significa que, se a companhia não apresentar resultados positivos em um determinado período, não haverá o que ser distribuído.
Como a Oi está em recuperação judicial desde 2016, a prioridade da companhia é quitar as suas dívidas para sair do processo e reestruturar as contas. Então, apesar de a empresa ter uma política de distribuição de dividendos, o último pagamento de proventos ocorreu em 2013.
Quando a Oi vai pagar dividendos?
A Oi ingressou com um dos maiores e mais complexos processos de recuperação judicial do país, declarando cerca de R$ 65 bilhões em dívidas. Ao longo do processo, a companhia conseguiu reduzir o seu endividamento, chegando a cerca de R$ 19,1 bilhões em 2022.
Como a recuperação judicial ainda está em trâmite, a expectativa quanto ao pagamento de dividendos pela companhia envolve períodos após 2024. Até lá, estima-se que o processo estará próximo ao fim e a empresa poderá conseguir se reestruturar financeiramente.
Como e onde ver cotação e preço-alvo de OIBR3?
Se você pretende investir nas ações OIBR3 é válido considerar também o seu preço-alvo — ainda que ele seja dinâmico e possa oscilar constantemente. Portanto, confira qual é a cotação atual do papel e preço-alvo abaixo ou pelo portal do Genial Analisa:
A ação OIBR3 faz parte do Ibovespa?
O chamado Ibovespa ou Índice Bovespa é o indicador que serve como termômetro do mercado acionário brasileiro. Isso ocorre porque a sua carteira teórica é composta pelas companhias de maior representatividade do país.
Ademais, esse portfólio passa por um reajuste a cada quadrimestre, para que o Ibovespa se mantenha atualizado quanto ao desempenho do mercado. Na composição de setembro a dezembro de 2022, a OIBR3 não fazia parte do portfólio desse benchmark.
Como avaliar se o investimento em OIBR3 vale a pena?
A escolha por um investimento de renda variável deve ser bastante criteriosa. Afinal, os riscos presentes nessa classe de investimentos são maiores, em especial pela falta de previsibilidade quanto aos resultados que podem ser obtidos.
Portanto, a conclusão se vale a pena ou não é pessoal e cada investidor pode chegar a uma resposta diferente a seu respeito. Nesse contexto, você terá que avaliar se o investimento em OIBR3 faz sentido considerando o seu perfil de investidor e objetivos financeiros.
Tendo em vista que a empresa está em recuperação judicial, o nível de risco do investimento aumenta. Isso acontece pela possibilidade de a companhia entrar em falência, o que suspenderia a negociação de suas ações na bolsa de valores.
Contudo, na hipótese de a empresa sair da recuperação judicial, é possível que o mercado reajuste a precificação dos seus papéis. Diante de cenários como esses, é esperado que as ações passem por um período de valorização, embora não haja garantias.
Como investir na Oi?
O investimento em ações pode ser feito por meio de um home broker. Trata-se de uma plataforma digital que permite ao investidor acessar o mercado acionário e lançar ordens de compra ou venda de ações.
Para comprar ações da Oi, acesse o seu home broker e digite o ticker da ação desejada (OIBR3 ou OIBR4). O próximo passo será indicar a quantidade de papéis que você quer adquirir e o preço que está disposto a pagar. Na sequência, selecione a opção de comprar e aguarde a execução da ordem.
Na hipótese de haver uma contraparte interessada na sua oferta, a execução e o processamento da negociação serão feitos pela B3. Por fim, a liquidação ocorre dentro de poucos dias, oportunidade em que ocorrerá o lançamento das ações em sua carteira.
Portanto, se você quer investir em OIBR3 hoje, precisará abrir conta em uma corretora que seja reconhecida pela sua qualidade e eficiência — a exemplo da Genial Investimentos.
Conosco, você pode utilizar o home broker e outras plataformas a custo zero. Quer começar a investir em ações?