Se você já teve – ou tem – algum contato com o universo das criptomoedas, provavelmente já se deparou com dois conceitos muito difundidos entre esse meio: o proof of work, ou prova de trabalho; e o proof of stake – prova de participação. De maneira geral, tratam-se de provas de consenso que conferem autenticidade a uma rede blockchain.

Mas há um embate atual em torno desses modelos, afinal, acredita-se que o proof of work já esteja com os dias contados. Caso não surjam mais imprevistos, a migração do proof of work para o proof of stake deve ser concluída em agosto deste ano – visando aumentar a escalabilidade do Ethereum, baixar as taxas transacionais e garantir mais sustentabilidade ao processo.

Se o assunto ainda parece um pouco confuso para você, fique tranquilo. Logo abaixo, você confere mais detalhes sobre as duas provas de consenso, bem como as diferenças entre elas. Vamos lá?!

Provas de consenso

Como sabemos, as criptomoedas só existem no mundo virtual. Dessa forma, é fundamental que existam maneiras seguras de garantir a sua veracidade – assim como ocorre com o dinheiro físico.

Para entendermos melhor como isso funciona na prática, pense em um arquivo com dados e informações criado no Excel ou no Word. Podemos criar diversas cópias dele, certo? Com as moedas digitais, isso não pode ocorrer – pois nenhuma cripto pode ser duplicada. Se fosse assim, ela poderia ser gasta mais de uma vez, e todo o sistema no qual ocorrem as transações perderia sua validade e autenticidade.

É para impedir esse tipo de situação que foram criadas as provas de consenso, que servem para autenticar as moedas digitais e evitar o gasto duplo, como acabamos de ver. As principais e mais conhecidas são a prova de trabalho (proof of work – PoW), e a prova de participação (proof of stake – PoS).  

O que é o proof of work (PoW)

O proof of work é o principal mecanismo de validação de consenso utilizado nas blockchains – que são as redes nas quais ocorrem e são registradas todas as transações com criptomoedas. O PoW foi o primeiro modelo a ser amplamente utilizado e, até hoje, é super difundido – principalmente pela mais famosa das redes: o Bitcoin.

O proof of work foi inspirado no Hashcash, um mecanismo desenvolvido em 1997 pelo criptógrafo britânico Adam Back – com a intenção de combater o envio de e-mail em massa (os famosos spams).

Em linhas gerais, o sistema funcionava assim: antes de enviar um e-mail, o remetente precisava realizar uma verificação digital da sua mensagem. Quanto maior o número de e-mails enviados, mais demorada e complexa seria essa autenticação, portanto, o mecanismo acabava funcionando como um dificultador ao disparo de spams.

A lógica do PoW é justamente a mesma: garantir a segurança e a validade das informações transacionadas por meio de critérios e processos baseados na criptografia.

Qual é o futuro do proof of work (PoW)?

Apesar de todos os pontos positivos citados, o proof of work dará lugar, em breve, a um novo mecanismo de validação, o proof of stake. A expectativa é que o evento que marcará essa transição, conhecido como “The Merge”, ocorra em agosto/22 – no entanto, as atualizações no sistema já foram adiadas diversas vezes (o que pode acontecer novamente).

Especialistas justificam os atrasos na transição pelo fato de que o processo precisa ser realizado com transparência e segurança, de forma a assegurar que não haja impactos no dia a dia dos usuários e ninguém saia prejudicado.

A transição do PoW para o PoS se deve, principalmente, a dois fatores:

Alto custo energético

A energia computacional necessária para realizar a mineração no PoW é altíssima, portanto, os gastos com energia não são atrativos. A expectativa é que a migração para o PoS diminua em até 99,95% o consumo energético relacionado ao Ethereum, por exemplo – e torne o processo de validação cada vez mais eficiente e sustentável.

Processo de halving

O halving é o processo de redução na recompensa que os usuários mineradores recebem por realizar a mineração de blocos nas blockchains. Ela vem caindo pela metade a cada 4 anos, o que torna o retorno sobre o investimento cada vez mais difícil e menos interessante.

Diferenças entre o Pow e o PoS

Tanto o proof of work quanto o proof of stake visam o mesmo objetivo – que, como vimos, gira em torno de garantir a autenticidade para as redes de criptomoedas por meio das provas de consenso. O que muda entre eles é a forma com que o processo é realizado.

Ao contrário do PoW, que funciona por meio da mineração, o PoS precisa que os investidores estejam interessados em manter as redes ativas e possuam criptomoedas suficientes para se tornarem validadores – em compensação, esses usuários ganham em cima das taxas de transação.

O PoS não gera tanto gasto energético, uma vez que, como não utiliza do processo de mineração, não necessita de tanto poder computacional dos usuários validadores para chegar aos resultados esperados. Além disso, possui alta escalabilidade, já que o número de transações que pode realizar é muito maior se comparado ao mecanismo tradicional.

De fato, o proof of work demanda mais custos – mas é também visto como a prova de consenso mais segura, por ser uma tecnologia mais antiga e já consolidada. O proof of stake ainda é um protocolo novo, portanto, muitos investidores ainda têm receio de como será sua aplicação na prática.

Fato é: cada modelo possui suas particularidades, mas ambos proporcionam o crescimento e fortalecimento das criptomoedas no mercado. O que acontecerá em breve é que, após a migração dos protocolos ser concluída, muito possivelmente o PoS venha a ganhar mais força entre os usuários investidores.

No momento, cabe a nós aguardarmos esse evento para entender como o mercado reagirá. E você, o que espera dessa transição? Conte para a gente deixando um comentário aqui no blog!

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