Os títulos públicos são uma opção de investimento cada vez mais popular no Brasil. Afinal, eles contam com facilidade de acesso e apresentam diferentes opções de prazo e rentabilidade. Além disso, essas aplicações são consideradas de baixo risco, uma vez que são garantidas pelo Governo.
Contudo, muitas pessoas ainda têm dúvidas se vale a pena investir no Tesouro Direto. Se esse é o seu caso, é importante entender as características de cada título para avaliar se há uma alternativa mais adequada para seus objetivos e perfil de investimento.
Você se interessa por esse assunto? Então, continue a leitura e entenda se vale a pena investir nos títulos do Tesouro Direto!
Como funcionam os títulos do Tesouro Direto?
Para começar, tenha em mente que eles são aplicações de renda fixa.
Essa classe de investimentos apresenta características próprias, como prazo de vencimento e forma de remuneração estabelecidos no momento da emissão. Ou seja, ao investir em renda fixa você sabe, no momento da aplicação, como será calculado o retorno ao final do período de investimento.
Ademais, é preciso ter atenção a outras peculiaridades dos títulos públicos. A seguir, confira as principais características das alternativas disponíveis na plataforma do Tesouro Direto!
Liquidez
A liquidez se refere à facilidade e velocidade na qual um investimento pode ser convertido em dinheiro. Dessa maneira, quanto maior a liquidez, mais fácil e rápido é possível obter o capital investido.
Os títulos do Tesouro têm liquidez diária, pois o Governo garante a recompra deles a qualquer momento. Contudo, o Tesouro RendA+ apresenta carência de 60 dias, então a liquidez diária começa a valer a partir do cumprimento desse período.
Prazo de vencimento
O prazo de vencimento é a data em que você recebe de volta o montante principal investido, com os juros acumulados. Ele pode variar conforme as características de cada título, sendo imprescindível cumpri-lo para garantir a rentabilidade combinada no momento do aporte.
Caso contrário, pode haver perda financeira ao resgatar antecipadamente as aplicações mais expostas à marcação a mercado, a depender das condições na data da solicitação. Esse é um mecanismo de precificação dos títulos que define o preço de venda do título em caso de resgate antecipado.
Custos do investimento
Outro ponto importante que você deve saber antes de comprar um título é o custo do investimento. Com esse conhecimento, será mais fácil calcular os possíveis ganhos e entender qual é o custo-benefício de uma alternativa.
No caso dos títulos do Tesouro Direto, há a taxa de custódia, que é um percentual que incide sobre o montante total aplicado. Há também a taxa de corretagem, que pode ser cobrada pela instituição na qual você compra os títulos.
Também há a incidência do Imposto de Renda (IR), cobrado sobre os ganhos com o investimento. O seu percentual acompanha a seguinte tabela regressiva, conforme o tempo que o dinheiro ficou investido:
- até 180 dias: alíquota de 22,5%;
- entre 181 e 360 dias: 20%;
- entre 361 e 720 dias: 17,5%;
- prazo superior a 721 dias: 15%.
Desse modo, como você pode observar, quanto maior é o tempo de aplicação, menor é a alíquota a pagar. Ademais, há incidência de Imposto sobre Operações Financeiras em aplicações resgatadas em até 30 dias após o aporte.
Quais são os títulos disponíveis no Tesouro Direto?
Agora que você já sabe como funcionam os títulos do Tesouro Direto, é o momento de conhecer as suas características. Assim, fica mais fácil entender se vale a pena investir nessas aplicações.
Na sequência, confira os tipos de títulos do Tesouro Direto!
Tesouro Prefixado
O Tesouro Prefixado recebe esse nome porque a sua rentabilidade é prefixada. Ou seja, ela apresenta uma taxa fixa conhecida no momento do aporte e é expressa em percentual ao ano. Dessa forma, é possível calcular exatamente o montante a ser recebido no dia do vencimento do título.
Por exemplo, considere que você investiu R$ 1.000 em um título prefixado com rentabilidade de 10% ao ano. Ao fim de 12 meses, você terá R$ 1.100 bruto, ou seja, sem descontar a cobrança de IR e outras taxas.
Tesouro Selic
O Tesouro Selic é um título pós-fixado, o que significa que a rentabilidade dele acompanha um índice de mercado. Nesse caso, o indicador é a Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira. Como o percentual pode variar ao longo do tempo, não é possível calcular o montante exato a ser resgatado no vencimento.
Além disso, o seu rendimento é diário, portanto, a oscilação futura da taxa Selic não influencia nos ganhos já obtidos. Como resultado, o título não sofre tantos impactos com a marcação a mercado como as demais aplicações.
Tesouro IPCA
O Tesouro IPCA é um título híbrido, já que combina uma taxa fixa com os rendimentos atrelados ao percentual de um índice de referência. Aqui, o indicador é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação no país.
Dessa maneira, os rendimentos desse título sempre superam a inflação, evitando que o seu dinheiro perca o poder de compra.
Tesouro RendA+
O Tesouro RendA+ também é um título com rentabilidade híbrida, logo, ele paga uma taxa fixa e acompanha o IPCA. A diferença dele para o Tesouro IPCA é o objetivo, que é ajudar a complementar a aposentadoria do investidor.
Na prática, o Tesouro RendA+ apresenta duas fases, sendo a primeira a etapa de acumulação de patrimônio. Durante esse período, é interessante realizar aportes frequentes, de preferência mensais, para potencializar a ação dos juros compostos e compor o capital.
Já na segunda etapa, que ocorre após o vencimento do título, você receberá uma renda mensal com rendimentos durante 240 meses.
Quais são as vantagens e riscos de investir nesses títulos?
Além de conhecer os títulos, é fundamental entender as vantagens e os riscos de investir nessas alternativas. Desse modo, você tem informações que ajudam a analisar se realmente vale a pena o investimento, não é mesmo?
Confira as vantagens e os riscos de investir no Tesouro Direto!
Vantagens
Para começar, as aplicações do Tesouro Direto são acessíveis para muitos investidores, pois é possível investir com quantias a partir de R$ 30. Além disso, elas podem apresentar taxas baixas de custódia, o que torna o investimento mais rentável.
No que se refere à rentabilidade, os títulos públicos tendem a pagar rendimentos superiores à poupança e alguns investimentos de renda fixa. Ao mesmo tempo, eles são considerados investimentos de baixo risco, uma vez que são emitidos pelo Governo Federal.
Outro ponto positivo é a facilidade de investir, já que o processo de compra desses títulos é simples, sendo feito totalmente online. Assim, você pode realizar e acompanhar seu investimento com facilidade.
Mais uma vantagem dos títulos do Tesouro é a sua variedade de características, como prazo, vencimento e rentabilidade. Então você pode encontrar aplicações que se encaixam em diversos objetivos e horizontes de tempo.
Riscos
Apesar de os títulos do Tesouro Direto serem considerados investimentos de baixo risco, isso não quer dizer que eles estão livres deles. Na renda fixa, o principal risco é o de crédito, que se refere à chance de o Governo não cumprir com o pagamento acordado na data de vencimento.
No entanto, dificilmente o Governo deixaria de cumprir com as suas obrigações financeiras, ao menos que ocorresse uma falência dos cofres públicos. Nesse cenário, a economia do país estaria em grande crise, o que faria o Governo a adotar medidas para evitar esse risco.
Há ainda o risco de ocorrer perda financeira decorrente da volatilidade ou instabilidade do mercado financeiro. Apesar de ser uma questão mais presente na renda variável, o resgate antecipado deixa o título de renda fixa exposto à marcação a mercado, como você viu.
Nessa condição, o Governo paga pelo título o preço praticado no mercado, o que pode resultar em perdas financeiras ou lucros maiores, a depender do cenário.
O que vale mais a pena: títulos do Tesouro Direto ou poupança?
Como você viu, a rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto costuma ser maior do que a da caderneta de poupança. No entanto, apenas essa informação não é suficiente para entender qual das duas aplicações pode valer mais a pena, certo?
Confira outras informações que podem ajudar a tomar uma decisão!
Facilidade para investir
A poupança é a tradicional forma de rentabilizar o dinheiro no Brasil, principalmente em função da sua praticidade. Basta o investidor abrir uma conta poupança e investir quanto e quando quiser, utilizando o aplicativo ou indo até o banco para aportar recursos e acompanhar a evolução dos rendimentos.
Já o investimento em títulos públicos é feito de forma 100% online, tanto diretamente pela plataforma do Tesouro Direto quanto pelo sistema da corretora de valores. Dessa forma, é possível investir de qualquer lugar, respeitando os horários de negociação dos títulos.
Segurança
Quem assegura a poupança é o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), para investimentos de até R$ 250 mil por CPF, com teto de R$ 1 milhão renovável a cada 4 anos. Já os títulos públicos do Tesouro são garantidos pelo Tesouro Nacional, o que representa maior proteção ao seu dinheiro investido.
Rentabilidade
Outro ponto a destacar é a regra que estabelece a rentabilidade da poupança. Nela, se a taxa Selic superar 8,5% ao ano, seu rendimento será de 0,5% ao mês somados à Taxa Referencial. Quando a taxa ficar abaixo de 8,5%, essa rentabilidade será de 70% da Selic somados à TR.
Em um cenário com a Selic a 6,5% ao ano, por exemplo, o rendimento da poupança será de cerca de 4,55% ao ano. Considerando uma meta fictícia de inflação estipulada em 4,50% pelo Banco Central, praticamente não haveria ganho real com o investimento na caderneta.
Agora, é interessante comparar a rentabilidade da poupança com a dos títulos do Tesouro Direto. No caso do Tesouro Selic, o retorno acompanha 100% da taxa básica de juros — o que garante ganhos acima da poupança.
Já o Tesouro Prefixado tende a oferecer taxas maiores quando a Selic está alta. O Tesouro IPCA e o RendA+, por sua vez, garantem retornos acima da inflação.
Qual é o diferencial do Tesouro Direto para outros títulos?
Além de comparar os títulos do Tesouro Direto com a poupança, é fundamental entender o diferencial deles para outras aplicações de renda fixa disponíveis no mercado para facilitar a tomada de decisão.
As letras de crédito imobiliário (LCIs) e letras de crédito do agronegócio (LCAs), por exemplo, têm o chamado período de carência para o resgate dos recursos. Durante esse tempo, não há como receber o dinheiro.
Nesse sentido, a liquidez diária apresentada pelos títulos do Tesouro faz das suas aplicações um investimento mais interessante, a depender dos seus objetivos.
Outro ponto a ser destacado é que o Tesouro Direto representa uma fatia da dívida pública do Governo, destinada à realização de projetos. Consequentemente, investindo no Tesouro você empresta dinheiro para o Governo, que tem mais capital disponível para investir em programas de melhorias para a população.
Outros investimentos, por sua vez, como os certificados de depósito bancários (CDBs), são empréstimos feitos para bancos. Dessa maneira, eles não são garantidos pelo Governo, mas sim, pelo FGC, como acontece com a poupança.
Por fim, é importante destacar que o risco de crédito de um país é muito menor do que o de uma instituição financeira. Ainda, o Governo é o único capaz de emitir papel-moeda. Isso faz com que os títulos públicos sejam mais seguros do que as demais aplicações em termos de proteção para o investidor.
Vale a pena investir no Tesouro Direto?
Sabendo mais sobre os títulos do Tesouro Direto, é o momento de descobrir se vale a pena investir neles. A resposta é mais simples do que parece: o Tesouro Direto pode valer a pena por diversos motivos, principalmente porque ele oferece vantagens pouco vistas em outros investimentos.
Esses benefícios estão relacionados à facilidade e à segurança para o investidor. Afinal, você pode usar a internet para investir em alternativas que são protegidas pelo Tesouro Nacional. Também é possível obter uma rentabilidade maior do que a caderneta de poupança.
Contudo, é comum que os investidores tenham dúvidas em relação aos títulos do Tesouro direto quando há queda na taxa Selic, por exemplo. Apesar de somente a rentabilidade do Tesouro Selic ser atrelada a essa taxa, os rendimentos dos demais títulos podem ser afetados por ela indiretamente.
Isso acontece porque é comum que as taxas prefixadas sejam baseadas na Selic com objetivo de manter o preço da aplicação competitivo no mercado. Dessa forma, o mesmo acontece com a taxa fixa do Tesouro IPCA e do Tesouro RendA+.
A verdade é que em um cenário de Selic em queda, você não será tão bem remunerado como em situações de alta investindo no Tesouro Selic. Ainda assim, a liquidez e segurança desse título podem estar alinhados com os seus objetivos.
No caso do Tesouro Prefixado, essa oscilação não impacta na remuneração do investidor na data de vencimento do título, pois as taxas são previamente determinadas. Já os títulos que são indexados ao IPCA evoluem conforme a inflação, logo, eles proporcionam rentabilidade real positiva.
Como escolher um título para investir?
Ao entender mais sobre os títulos do Tesouro Direto, você pode ter dúvidas sobre qual deles escolher para investir. Por esse motivo, é importante saber quais parâmetros analisar para tomar essa decisão.
A seguir, confira os principais fatores que você deve avaliar para escolher um título do Tesouro Direto!
Perfil de investidor
O perfil de investidor é um termo que se refere à tolerância aos riscos de quem investe. Assim, ele pode ser usado para determinar a melhor estratégia de investimento. Na prática, existem 3 tipos de perfis: conservador, moderado e arrojado.
O conservador tende a priorizar a segurança dos investimentos, pois ele tem baixa tolerância a riscos. Já o investidor moderado está disposto a tolerar mais risco em troca de um potencial de retorno maior. Por fim, existe o investidor arrojado, que busca maximizar o retorno, mesmo que isso signifique assumir riscos significativos.
Desse modo, as opções do Tesouro podem ser interessantes para diferentes perfis. Em geral, investidores mais conservadores escolhem o Tesouro Direto para garantir segurança para seu dinheiro.
Já os investidores com perfis moderados ou arrojados podem ter uma pequena parcela do capital alocado em títulos públicos. Essa pode ser uma estratégia interessante para diminuir os riscos da carteira de investimentos, por exemplo.
Objetivos financeiros
Os objetivos financeiros são as metas que você pretende alcançar por meio dos investimentos. Eles podem ser de curto, médio ou longo prazo e, geralmente, são definidos com base nas necessidades e prioridades financeiras de cada indivíduo.
É necessário definir os objetivos financeiros para que você possa escolher os investimentos mais adequados às suas necessidades. Por exemplo, se a sua intenção é montar uma reserva de emergência, o Tesouro Selic pode valer mais a pena.
Isso porque esse título está menos exposto aos efeitos da marcação a mercado, evitando que você perca dinheiro mesmo quando resgata o dinheiro antecipadamente. Já se a sua meta é de longo prazo, as aplicações híbridas podem ajudar a manter o poder de compra do seu dinheiro.
Cenário econômico
Embora o cenário econômico não seja um fator predominante nas escolhas dos investimentos, é necessário considerá-lo para aproveitar as oportunidades. O Tesouro Prefixado, por exemplo, pode ser interessante quando a Selic está alta, mas há a expectativa de queda na taxa básica de juros no curto prazo.
Já o Tesouro Selic favorece momentos em que a taxa de juros tende a subir ou permanecer em alta. O Tesouro IPCA, por sua vez, beneficia investidores de longo prazo.
Com essa alternativa, mesmo em períodos nos quais a inflação está alta, você garante que seu dinheiro não perderá poder de compra. Portanto, mesmo que a taxa inflacionária suba ou esteja elevada, sua rentabilidade estará acima dela.
Como investir no Tesouro Direto?
Além de saber os fatores a serem analisados para escolher um título do Tesouro Direto, é provável que você queira entender como investir nessas aplicações, certo? Como você viu, a compra de títulos públicos é muito simples e pode ser feita online de duas formas.
Uma delas é por meio do site ou aplicativo do Tesouro Direto, que apresenta informações importantes sobre os títulos, resgates e outros dados. Você pode aproveitar para fazer uma simulação e encontrar a melhor aplicação para as suas necessidades.
Já a outra maneira de investir no Tesouro Direto é via corretora de valores, por meio de site ou aplicativo disponibilizado por ela. Em ambos os casos, é preciso que você tenha uma conta em uma instituição habilitada, como a Genial Investimentos.
Depois, basta transferir os recursos para a conta da corretora e efetuar a compra dos títulos que você deseja. Após investir, lembre-se de acompanhar os investimentos para ajustar a estratégia, caso seja necessário.
Neste artigo, você descobriu se vale a pena investir no Tesouro Direto. Com as vantagens que esses títulos apresentam, a tendência é que o número de beneficiados aumente cada vez mais. Porém, não se esqueça de alinhar as características da alternativa com o seu perfil de investidor e objetivos.
Você entendeu por que o Tesouro Direto vale a pena? Deixe aqui o seu comentário sobre o assunto e aproveite para abrir sua conta na Genial sem custos!