Uma maneira de melhorar seus resultados na bolsa de valores é entender os padrões e as tendências que influenciam os preços dos ativos. Um deles é o pullback, um movimento que muitos especuladores esperam para tomar uma decisão de compra e venda. 

Ele pode ser identificado com o uso da análise técnica, que permite visualizar as oscilações do mercado por meio de figuras gráficas. Se você é um especulador e não conhece esse padrão, pode estar perdendo boas oportunidades de trading. 

Para aprender a contornar esse cenário, confira o que é e como funciona o pullback e descubra como usar a análise gráfica para encontrá-lo.

PULLBACK O QUE É

O que é pullback? 

Ao observar um dia de negociações na B3 (a bolsa de valores brasileira), é possível perceber que muitos ativos passam por altas e baixas. Um dos principais fatores que contribuem para essa ocorrência é a chamada lei da oferta e demanda. 

Ela está relacionada à percepção dos participantes sobre o futuro de um ativo ou derivativo financeiro. Por exemplo, quando há um otimismo em relação a uma ação, é esperado que o seu preço suba. Afinal, a tendência é que cada vez mais pessoas passem a comprar o papel. 

O aumento da pressão de compra sem que haja oferta de venda disponível gera escassez. Por sua vez, essa dinâmica força os compradores a pagarem mais caro para ter o ativo. No entanto, o movimento de alta tende a diminuir a sua intensidade em algum momento. 

Isso porque os preços podem ficar muito elevados, a ponto de se tornarem desinteressantes. Também é comum que os especuladores que se posicionaram no início da alta encerrem suas posições, visando realizar lucro.  

Diante dessa ocorrência, há uma breve alteração na tendência do mercado, mas não o suficiente para revertê-la. Esse episódio, que acontece praticamente todos os dias, em diferentes ativos e derivativos do mercado financeiro, é conhecido no pelo nome de pullback. 

Em português, o termo pode ser traduzido como “puxar” ou “voltar”. Isso é o que acontece quando o preço segue em uma direção e, depois, é puxado — retornando a um patamar anterior, ainda que momentaneamente. 

Como funciona esse movimento? 

Como você aprendeu, o pullback é um movimento que ocorre no sentido oposto à tendência atual de um ativo ou derivativo. Ele costuma ser rápido e espontâneo, e tende a levar o preço a um nível anterior, antes de prosseguir com a direção principal. 

Esse movimento pode acontecer tanto na tendência de alta quanto na tendência de baixa. Para que você consiga entender melhor como ele funciona, confira dois exemplos, a seguir! 

Pullback de alta 

O pullback de alta se dá quando os preços estão em queda (tendência de baixa). Imagine que a cota de um FII (fundo imobiliário) está sendo negociada a R$ 15,00, e seu preço comece a cair até encontrar uma região de suporte, aos R$ 14,50. 

No entanto, suponha que a força compradora não conseguiu segurar a pressão de venda, resultando no rompimento do suporte. Dessa forma, o preço do ativo continuou caindo, até parar novamente em R$ 13,90. 

Agora, em vez de prosseguir com a queda, considere que os preços começam a subir, voltando ao patamar de R$ 14,50. Contudo, ao chegar novamente nessa região, imagine que a força compradora não conseguiu fazer os preços continuarem subindo, devido à forte resistência dos vendedores. 

Então considere que os preços voltam a cair e ultrapassam os R$ 13,90 seguindo a tendência de queda. Nesse exemplo, o pullback de alta se deu quando, na tendência de baixa, os preços subiram de R$ 13,90 para R$ 14,50.  

No mercado brasileiro, esse movimento também leva o nome de “respiro”, em referência à prática do mergulho. O motivo é que, após mergulhar a uma certa profundidade, é comum o nadador ter que retornar à superfície para tomar ar e, assim, poder descer mais fundo da próxima vez.  

Pullback de baixa ou throwback 

O pullback de baixa, também conhecido como throwback, é diretamente oposto à situação anterior — ou seja, ele acontece quando os preços estão em tendência de alta. Considere que um papel esteja sendo negociado a R$ 30,00, mas há grandes expectativas de que ele valorize no curto prazo. 

Desse modo, pense que uma grande pressão de compra movimenta o preço para R$ 31,50, encontrando uma zona de resistência nesse patamar. Agora, imagine que a força compradora aumente e empurre o preço para R$ 32,00 — patamar onde há outra forte presença de vendedores. 

Antes de conseguir romper essa resistência, imagine que os preços comecem a retornar, voltando para a casa dos R$ 31,50. Se a partir desse momento os preços voltarem a subir e os compradores conseguirem romper a região dos R$ 32,00, é possível afirmar a ocorrência do pullback de baixa. 

Afinal, no meio da tendência de alta, o preço retornou para R$ 31,50, antes de voltar a subir. Entre os traders da B3, esse movimento é conhecido informalmente como “barrigada”, fazendo alusão ao preço sair da altura da cabeça, ir em direção à barriga e, depois, voltar a subir. 

Apenas por curiosidade, saiba que muitos sinais ou padrões gráficos encontrados na análise técnica levam nomes que remetem a uma figura, item ou situação. Por exemplo, OCO (ombro, cabeça, ombro), homem enforcado, mulher grávida, bebê abandonado, xícara e alça, bandeira, caixote e outros. 

Como identificar a ocorrência de um pullback no gráfico? 

Visando ter uma leitura mais rápida do mercado, muitos especuladores se valem da análise gráfica em suas operações. Nesse contexto, podem surgir dúvidas sobre como identificar a ocorrência de um pullback no gráfico — é o seu caso? 

O primeiro ponto a destacar nesse sentido é que existem diferentes tipos de gráficos na análise técnica, e esse fator pode influenciar a visualização do movimento. Para entender o que deve ser buscado, veja essa figura que explica melhor o pullback de baixa (ou throwback) e o de alta: 

Na prática, o gráfico mais utilizado entre os traders é o de candlesticks (ou velas), sendo pertinente aprender como identificar esses movimentos nele também. É preciso identificar as movimentações em que o suporte rompido que se transforma em resistência (pullback) ou em que a resistência rompida que se transforma em suporte (throwback).  

Confira um exemplo de throwback no gráfico da Enauta (ENAT3): 

Agora, confira um exemplo de pullback no gráfico de ações preferenciais da Gerdau (GGBR4): 

Quais as principais estratégias de trading com pullback?  

Depois de aprender como identificar um pullback no gráfico, muitos têm dúvidas sobre quais são Sas estratégias de trading com ele. Como você já sabe, esse movimento é um sinal bastante utilizado na especulação de ativos e derivativos financeiros. 

Entre as práticas mais utilizadas nesse sentido estão o day trade e o swing trade. A primeira é mais dinâmica, uma vez que o trader precisa abrir e encerrar a sua operação no mesmo pregão. Dessa forma, o risco operacional é maior, demandando que suas decisões sejam mais cuidadosas.  

Já no swing trade, as operações são mais espaçadas, durando mais de um dia ou poucas semanas. Nessa abordagem, o trader tem mais tempo para tomar suas decisões, e não precisa acompanhar o mercado todos os dias. 

O fato é que, para ambas, os pullbacks revelam informações que podem ser úteis para a abertura ou encerramento das suas posições no mercado. Para começar, é importante ter em mente que a lógica da especulação está relacionada a comprar barato e vender caro — ou vice-versa. 

Nesse contexto, saber o momento em que o preço terá uma breve correção permite a realização de operações rápidas contra a tendência principal. Para quem já está posicionado, esse pequeno recuo pode revelar se é a hora de se desfazer da operação, realizando o lucro. 

Muitos especuladores aguardam a ocorrência de um pullback antes de abrir uma operação de compra e venda, a fim de não ficar mal posicionado ou ingressar tardiamente em um movimento. De todo modo, existem diferentes maneiras de usar esse sinal em seu benefício. 

Por essa razão, é fundamental analisar o contexto do ativo ou derivativo como um todo, e não limitar as suas operações apenas a essa informação, combinado? 

Como operar com pullback de forma mais segura? 

Assim como qualquer outra estratégia operacional, os trades realizados com base no pullback não estão isentos de perdas financeiras. Afinal, o mercado é conhecido por ser soberano, o que significa que ele pode se movimentar para qualquer direção, independentemente da leitura realizada. 

Nesse sentido, é pertinente conhecer técnicas e ferramentas capazes de aumentar a sua segurança ao especular. O primeiro passo para mitigar suas perdas no mercado é gerenciar os riscos das suas operações, certo? 

Veja dicas que podem ajudar você! 

Uso do stop loss e stop gain 

Tanto o stop loss quanto o stop gain são mecanismos de proteção para o especulador. Eles estão presentes em plataformas de trading, sendo programados para encerrar automaticamente uma operação quando uma meta de ganho ou perda é atingida. 

Como os preços na renda variável tendem a oscilar rapidamente no curto e curtíssimo prazos, nem todos os operadores conseguem abrir e encerrar operações de maneira célere. Logo, a fixação do stop loss e stop gain permite que o especulador fique mais tranquilo enquanto está operando. 

Por exemplo, suponha que você definiu um stop loss em -R$ 50,00 e o stop gain em +R$ 50,00, para as suas operações. Quando o seu resultado chegar a um desses patamares, uma ordem automática é enviada para o mercado para o encerramento da operação. 

No caso do stop loss, ele tende a evitar que o seu prejuízo seja maior do que o esperado. Já em relação ao stop gain, o mecanismo é usado para reduzir as chances de uma operação vencedora se tornar perdedora diante das oscilações do mercado. 

Definição de uma relação entre risco e retorno positiva 

A relação entre risco e retorno de uma operação pode ser entendida como o quanto você está disposto a arriscar em busca do resultado desejado. No exemplo anterior, você viu uma relação risco e retorno de 1 x 1 — uma vez que ou o especulador perde R$ 50,00 ou ganha essa quantia. 

Um ponto negativo de trabalhar com a relação entre risco e retorno neutra é que cada operação equivocada eliminará o ganho de uma vencedora. Essa abordagem pode fazer com que o trader precise realizar diversas operações para conseguir terminar o dia com saldo positivo. 

Mas, quando se trabalha com um risco menor e um retorno maior (1 x 2, 1 x 3, 2 x 3, entre outros), você pode mitigar as chances de perder dinheiro, potencializando seus resultados. Isso porque, diante de um trade vitorioso, mesmo que o próximo seja perdedor, a tendência é que você tenha saldo positivo. 

Uso de outros indicadores para confirmar movimentos 

Ao especular no mercado, você deve evitar tomar decisões com base em apenas uma circunstância ou indicador, certo? Afinal, a sua visão ficará limitada diante de outros fatores de risco — aumentando as suas chances de se deparar com perdas financeiras. 

Dessa maneira, é válido realizar uma análise conjunta de diferentes indicadores que façam parte da sua estratégia, para a decisão ser bem fundamentada. Entre as ferramentas que podem ser cumuladas com o acompanhamento do pullback, estão: 

  • Médias Móveis; 
  • Bandas de Bollinger
  • IFR (índice de força relativa); 
  • HiLo activator; 
  • Canais de Keltner; 
  • Estocástico; 
  • Projeção e retração Fibonacci. 

De toda forma, é pertinente destacar que você não precisa utilizar todos esses indicadores ao mesmo tempo. Na verdade, a inclusão de muitas referências no seu gráfico pode trazer uma poluição visual que tende a atrapalhar as suas operações. 

Além disso, um indicador pode apresentar dados que sugerem uma compra, enquanto outro indica venda, prejudicando sua tomada de decisão. Logo, você precisará avaliar qual deles traz informações mais relevantes para o seu operacional e estratégias, ok? 

Acompanhamento de informações de profissionais qualificados 

Independentemente do seu nível de conhecimento sobre o mercado, acompanhar informações de profissionais qualificados pode fazer uma grande diferença no seu operacional. Pensando nesse ponto, nós, da Genial Investimentos, disponibilizamos o Genial Analisa

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Agora que você sabe o que é pullback e como ele é usado na especulação, pode adicionar a sua leitura nas suas estratégias operacionais, certo? Se você precisar de ajuda, não deixe de contar com o time e plataformas disponibilizados pela Genial

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Perguntas Frequentes sobre Pullback

Para quem deseja especular no mercado financeiro, entender o conceito dos termos mais usados nas operações é essencial. Um deles é o pullback, você conhece? 

Confira como esse movimento pode ajudar no momento de tomar decisões! 

O que é pullback? 

O pullback se refere a um recuo temporário no preço de um ativo, dentro de uma tendência específica.  

Esse movimento corretivo é comum em ativos e derivativos que são precificados pela lei da oferta e demanda. 

Assim, ele permite uma pausa antes que a tendência principal prossiga. 

Quais os tipos de pullback existentes? 

Existem dois principais tipos de pullback, o de alta e o de baixa: 

  • pullback de alta: ocorre em tendências de queda, quando pode ser observado um pequeno movimento de alta ao longo dela 
  • pullback de baixa: é observado em tendências de alta, ou seja, quando os preços estão subindo, percebe-se um pequeno recuo antes de ele prosseguir em alta 

Como identificar a ocorrência de um pullback? 

Uma das maneiras mais fáceis de identificar a ocorrência de um pullback é usar a análise técnica ou gráfica para acompanhar os movimentos do mercado. 

Tanto o pullback de alta quanto o pullback de baixa podem ser identificados a partir dos gráficos de linha e de candlesticks — o mais usado pelos especuladores. 

Quais estratégias usar diante de um pullback? 

Existem diferentes estratégias que podem ser utilizadas quando ocorre o pullback.  

Geralmente, esse sinal é aguardado por especuladores que fazem day trade ou swing trade

A ideia é usar esse pequeno recuo de preços para abrir e encerrar operações de curto ou curtíssimo prazo.  

Atenção! A sua tomada de decisão no mercado não dever considerar apenas o pullback, ok? 

Como operar o pullback com mais segurança? 

As operações de especulação costumam envolver mais riscos, certo? 

Então é necessário buscar formas de se proteger contra as oscilações do mercado, mesmo diante de um pullback. 

2 Dicas 

  1. Para se proteger, é possível utilizar mecanismos como o stop loss e stop gain. Eles encerram a sua operação quando um alvo de ganho ou perda é atingido. 
  1. Trabalhar com uma relação entre risco e retorno positiva também pode ajudar a mitigar seus riscos e potencializar seus ganhos. Assim, as operações vencedoras poderão compensar aquelas que resultarem em prejuízos. 

Como melhorar os resultados no mercado? 

Estudar técnicas de operação pode contribuir para melhores resultados no trading. 

Nesse sentido, conhecer outros indicadores e sinais da análise técnica pode ajudar a confirmar movimentos e operações.  

Confira alguns exemplos desses indicadores: 

  • Médias Móveis 
  • IFR (índice de força relativa) 
  • Estocástico 
  • Projeção e retração Fibonacci 

Onde encontrar materiais confiáveis sobre o mercado? 

Quem deseja estudar sobre o mercado em fontes atualizadas e confiáveis precisa conhecer a Genial Analisa.  

Essa é uma plataforma pensada por nós, da Genial, para descomplicar o mundo dos investimentos.  

Nela, você encontra materiais robustos e preparados por profissionais qualificados. 

Agora você sabe o que é o pullback e como ele funciona, e já pode estudar mais sobre ele e outros indicadores da análise técnica para embasar seus trades. Gostou das informações? Então compartilhe em suas redes! 

Igor Graminhani

Igor Graminhani é analista técnico com mais de 14 anos de experiência. Certificado CNPI-T e credenciado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Pós-graduado em Mercado Financeiro pela Saint Paul. Igor ministra cursos de formação de traders e comanda a Sala ao Vivo da Genial Investimentos, recomendando oportunidades de Day Trade nos minicontratos de índice e dólar futuro e Swing Trade com ações em tempo real.

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