Denominadas como a ponte entre o sistema financeiro tradicional e o universo cripto, as Stablecoins conquistaram o coração de muitos investidores iniciantes pela sua praticidade e segurança. Neste artigo, você vai entender de vez o que são Stablecoins, para que servem, as últimas atualizações no mercado e se vale a pena investir neste ativo. 

Boa Leitura!

Com a crescente popularização dos criptoativos, muitos investidores, inclusive os mais conservadores, estão se abrindo para este tipo de investimento. 

Contudo, seu uso e adesão esbarram em um problema frequente desta modalidade de investimento: a altíssima volatilidade dos criptoativos. A fim de solucionar os problemas de mobilidade e volatilidade, surgiram as Stablecoins. 

O que são Stablecoins

As Stablecoins são um ativo 100% digital que só existe dentro do blockchain e possuem um valor estável, de baixa volatilidade, que busca paridade de 1:1 com a moeda fiduciária e são estáveis na cotação do dólar.

A tecnologia pode ser utilizada para qualquer tipo de lastro: ouro, euro e petróleo e apresenta a mesma rastreabilidade, transparência e possibilidade de realizar a auto-custódia como as demais criptomoedas.

Para que uma stablecoin sobreviva, é essencial que a fundação, entidade ou empresa controladora possua um lastro equivalente ao total de moedas em circulação. Por isso, é importante conhecer o funcionamento desses ativos antes de comprá-los, para evitar cair em golpes ou se expor a riscos indesejados.

Quais são as principais stablecoins?

Existem centenas de stablecoins em circulação atualmente. Porém, baseado na capitalização do mercado, a principal delas é o Tether USDT, atrelado ao dólar norte-americano. Depois aparecem USD Coin, Dai, Binance USD, True USD, Paxos Standart, entre várias outras.

As maiores stablecoins em circulação são lastreadas em dólar, mas existem outras modalidades de stable que podem ser lastreadas em diversos outros ativos, como ouro, commodities, petróleo. Atualmente, existem 4 tipos de Stablecoins:

Stablecoins centralizadas

Esse tipo de moeda tem um “dono”, na qual a companhia gera os tokens que, geralmente, representam moedas fundiárias, como dólar ou euro. Neste modelo os criadores da stablecoin controlam a sua emissão, e é muito difícil saber se a companhia de fato tem reservas equivalentes entre a stablecoin e o ativo que ela representa. A principal stablecoin deste modelo é o Tether USDT.

Stablecoins cripto-colateralizada

Ao contrário das centralizadas, essas stablecoins são lastreadas em criptomoedas descentralizadas como o Ether (ETH). Por outro lado, como são lastreadas em ativos que possuem grande volatilidade, essas stablecoins podem não ser tão estáveis assim, e sofrer eventuais variações de preço. Uma das principais stablecoins que utiliza este modelo é a Dai (DAI).

Stablecoins commodity-colateralizada

Lastreada por ativos como metais preciosos, obras de arte, imóveis e afins, essas moedas valem o equivalente aos ativos que representam. Como esses ativos podem sofrer variação de preço, o mesmo vai se refletir na moeda. Em geral, quem compra esse tipo de stablecoin o faz como investimento.

Stablecoins não-colateralizada

Este modelo de stablecoin não possui lastro. O que mantém o preço da moeda digital estável são algoritmos que controlam a quantidade de ativos em circulação, fazendo operações de queima ou emissão de tokens conforme a necessidade para que o preço se mantenha sempre o mesmo.

As stablecoins ganharam força ao tentar oferecer o melhor dos dois mundos: a segurança digital e privacidade dos pagamentos digitais das criptomoedas, bem como a velocidade no processamento das transações, com a menor instabilidade e volatilidade das moedas fiduciárias tradicionais.

Qual a vantagem da stablecoin?

Moeda forte: O dólar é, em termos gerais, a moeda mais forte e soberana na economia. O ativo serve como proteção contra a desvalorização do dinheiro para muitas pessoas que vivem em países onde a moeda local é mais fraca que o dólar, como o Brasil.

Saldo parado: Vamos imaginar um cenário onde você vendeu seu Bitcoin e não quer deixar o valor parado na exchange ou transferir para sua conta bancária. Neste caso, usar stablecoin é uma excelente opção, pois, guardando na carteira virtual, você fica com a custódia do seu dinheiro.

Transferência para exchange: Antes, para transferir moeda fiduciária de uma exchange para outra era necessário sacar o valor e em seguida realizar o depósito. Tal processo leva tempo e envolve altas taxas. Agora, utilizando stablecoin, a transferência é muito mais rápida e barata.

A Crise das Stablecoins 

No último mês, a Tether reduziu em 16,8% de seus títulos comerciais que são usados para lastrear o seu token USDT. Segundo o relatório emitido no final de março de 2022, dos US$ 82 bilhões em reservas da Tether, 86% estavam em dinheiro em espécie e equivalentes de dinheiro, o restante incluía títulos corporativos, empréstimos com garantia e outros investimentos, como criptomoedas.

Essa medida foi adotada pelo token a fim de contornar uma forte pressão que vem sofrendo no mercado de investimentos. Ao reduzir sua participação e ampliar a de dinheiro em espécie, o token sinaliza que possui lastros mais robustos para enfrentar turbulências entre as stablecoins, como ocorreu recentemente com a USD do Projeto Terra, com intuito de aumentar a confiança dos investidores no token.

Já a Stablecoin USD não teve o mesmo tempo para agir com reparações. O  Token entrou em espiral da morte após a stablecoin UST, nativa do ecossistema Terra, ter perdido a paridade com o dólar.

Toda vez que UST era comprado, uma quantidade do token LUNA era queimado. Isso fazia a criptomoeda subir de preço. Assim, a Terra que tinha uma enorme quantidade de LUNA, ficava cada vez mais rica.

Com esse dinheiro a entidade fazia aportes no protocolo Anchor, que pagava juros de 19% ao ano para quem mantivesse seus recursos na plataforma e  esse dinheiro seria então emprestado, daí a recompensa.Dos quase US $16 bilhões que o projeto Terra mantinha em sua stablecoin UST naquele momento, mais de US $11 bilhões estavam dentro do Anchor.

 O problema é que a plataforma de empréstimos tinha apenas US $2 bilhões tomados em empréstimo. Quando o UST perdeu a paridade com o dólar, parou de ser comprado e os tokens de LUNA começaram a inflacionar, ou seja, perder valor.

Conforme o preço de LUNA despencou, negociadores conseguiram converter esse token em UST. O resultado foi que a oferta em circulação dos ativos disparou, à medida que seus valores diminuía.

Enquanto a UST caía drasticamente e Tether sofria com suspeitas sobre seu lastro, USDC ganhou força e cresceu em capitalização de mercado.

Quando o ecossistema Terra e sua stablecoin UST despencaram e desencadearam uma grande queda no mercado de criptomoedas, a situação parecia bem frágil para o setor cripto no geral e, principalmente, para as stablecoins.

Mas a queda resultou em, pelo menos, uma ganhadora em termos de capitalização de mercado, a stablecoin USDC.

Em suma dos últimos acontecimentos com as Stablecoins, enquanto a UST estava próxima a zero e a USDT estava enfrentando bilhões de dólares de resgates, a USDC estava aumentando sua capitalização de mercado.

Ainda vale a pena investir?

As stablecoins são extremamente eficientes como um mecanismo de pagamento digital. Elas podem ser usadas para liquidar pagamentos e enviar dinheiro em todo o mundo, por exemplo, com muita praticidade.

Podem também ser integradas a aplicativos digitais compatíveis com outros sistemas, devido ao seu design de código aberto, que contrasta diretamente com as operações de sistemas fechados dos bancos tradicionais.

Por isso, a stablecoin é uma excelente opção para aqueles que desejam exposição ao dólar sem se expor às altas oscilações nas cotações. Dentre todas as stablecoins, a USDC tem se apresentado bem posicionada. Mas, o destino pode mudar muito rápido e os mercados podem fechar um ciclo.

Agora que você sabe como funcionam as Stablecoins e as últimas movimentações com esses ativos no mercado de investimento, qual a sua posição em relação ao investimento? Consideraria obtê-lo para realizar suas transações?

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