A dúvida entre títulos atrelados ao CDI ou poupança é muito comum entre investidores, especialmente aqueles em busca de uma alternativa prática e segura para rentabilizar o seu dinheiro. Afinal, ambos promovem mais facilidade para obter rendimentos no mercado.
Nesse sentido, saber as características de cada uma das oportunidades é importante para que você faça uma escolha mais inteligente para rentabilizar seu dinheiro. Sem considerar os prós e contras de cada aplicação, você pode ficar com retornos aquém das expectativas.
Pensando nisso, nós, da Genial Investimentos, preparamos este material. Neste artigo, você entenderá qual alternativa rende mais entre a poupança e os títulos indexados pelo CDI.
Aproveite a leitura!
Como funciona o CDI?
Diferentemente do que muitos investidores acreditam, o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) não é uma alternativa de investimento propriamente dita para pessoas físicas. O termo se refere à taxa de juros usada nas transações de empréstimos entre bancos.
Para entender melhor, você precisa saber que uma regulamentação do mercado nacional impede que as instituições financeiras encerrem o dia com o caixa no vermelho. Assim, é comum que elas façam operações de curtíssimo prazo entre si para equilibrar as contas.
Nesse caso, elas precisam ter um lastro, que pode ser em títulos públicos ou em certificados de depósitos interbancários — um tipo de título emitido pelas instituições, que não está disponível para o público.
A taxa de Depósito Interbancário, taxa DI ou, como mais conhecida, CDI, é formada a partir dos juros das transações lastreadas nesses certificados. O cálculo do percentual dela, que é ligeiramente inferior à Selic (taxa básica da economia), é de responsabilidade da Central de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip).
O CDI se tornou um importante benchmark para o mercado, especialmente na renda fixa. Diversos títulos pós-fixados têm sua rentabilidade atrelada a ele. Portanto, se um investidor investe em um título com rendimentos indexados pelo CDI, os ganhos acontecerão conforme as variações da taxa.
Geralmente, os títulos lastreados pelo CDI estão na renda fixa privada. Os principais exemplos são:
- certificados de depósitos bancários (CDBs);
- letras de crédito imobiliário e do agronegócio (LCI e LCA);
- debêntures.
O CDI também funciona como benchmark para a performance de diversos fundos de investimento. Quando são fundos de gestão passiva, o objetivo é acompanhar as variações da taxa. Já fundos ativos têm como meta batê-la.
Como funciona a poupança?
A poupança é uma das aplicações financeiras mais antigas e populares do mercado brasileiro. Ela se destaca por sua praticidade, já que funciona como se fosse uma conta bancária. O investidor mantém os recursos na caderneta pensando em obter rentabilidade.
A conta da poupança pode ser independente ou ligada à conta corrente do investidor. Os rendimentos estão atrelados à taxa Selic, cujo percentual é definido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
O grupo costuma se reunir a cada 45 dias para analisar o cenário econômico do país e determinar se a taxa será elevada, mantida ou cortada. Normalmente, as variações da Selic acompanham a inflação.
Por exemplo, se a inflação está em um ciclo de altas, a elevação nos juros do mercado pode servir para esfriar a economia e controlar o aumento nos preços. Já a Selic mais baixa tende a estimular a movimentação econômica.
Entretanto, diferentemente de alternativas como Tesouro Selic — que rendem 100% da taxa básica de juros — a poupança tem regras distintas. Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a caderneta rende 0,5% ao mês mais as variações da Taxa Referencial (TR).
Já quando a Selic está igual ou abaixo de 8,5% a.a., a poupança rende 70% da taxa básica de juros mais a TR. Entretanto, vale destacar que o percentual da TR tem sido historicamente baixo, ficando em 0% em diversos momentos.
Quanto rende R$ 100 mil na poupança e no CDI?
Agora que você entendeu mais sobre o funcionamento do CDI e da poupança, vale a pena ver uma simulação de rentabilidade, não é mesmo?
Confira como seriam os retornos de um investimento de R$ 100 mil em uma aplicação atrelada à taxa DI e na poupança, considerando o período de 1º de setembro a 1º de outubro de 2024!
Poupança
Você viu que os percentuais de rentabilidade da poupança mudam conforme as oscilações da economia. Então você pode optar por fazer a simulação usando uma data passada na Calculadora do Cidadão, disponibilizada gratuitamente pelo Banco Central.
Ao investir os R$ 100 mil na poupança pela regra mais recente, considerando as taxas entre setembro e outubro, a rentabilidade seria de aproximadamente 0,56% — correspondente à Selic no período mais a TR. Nesse caso, o rendimento mensal ficaria em R$ 100.567,80.
Veja como seria em períodos maiores:
- 1 ano (1º de outubro de 2023 a 1º de outubro de 2024): R$ 107.039,88;
- 5 anos (1º de outubro de 2019 a 1º de outubro de 2024): 130.093,74.
Tenha em mente que os juros usados na caderneta são compostos — também conhecidos de juros sobre juros. Então, conforme você recebe rendimentos e os mantém depositados, os novos ganhos são calculados também sobre os rendimentos anteriores, gerando retornos exponenciais.
CDI
Para o exemplo de um investimento atrelado ao CDI, usando a mesma calculadora, considere as projeções de um CDB que rende 100% do indicador. O percentual de rentabilidade seria de aproximadamente 0,83%, com rendimento de R$ 100.835,16.
Agora compare os resultados em 1 ano e 5 anos, como no exemplo da poupança:
- 1 ano (1º de outubro de 2023 a 1º de outubro de 2024): R$ 111.047,23;
- 5 anos (1º de outubro de 2019 a 1º de outubro de 2024): 149.036,93.
Vale destacar que os números se referem ao rendimento bruto. No caso do CDB, seus ganhos são impactados por alíquotas do Imposto de Renda (IR), que recolhe entre 22,5% e 15% direto na fonte, a depender do tempo que o dinheiro ficou aplicado.
Por outro lado, outras aplicações de renda fixa, como LCIs e LCAs, são isentas de IR sobre os lucros para pessoas físicas. O motivo é que elas estão ligadas a dois setores-chave da economia — e a isenção funciona como um atrativo para os investidores.
O CDI rende mais que a poupança hoje?
Como você viu, considerando o caso de um título que rende 100% do CDI, os rendimentos brutos são maiores que os da poupança. Isso acontece porque os retornos da caderneta pagam apenas uma parte do total da Selic.
Como resultado, a tendência é que alternativas que ofertem, pelo menos, 100% do CDI garantam uma rentabilidade que supera a poupança. Também há outros pontos relevantes para considerar nessa análise.
Por exemplo, ao pesquisar sobre o retorno dos investimentos e fazer comparativos, você precisa saber a diferença entre rentabilidade nominal e real. A rentabilidade nominal representa o retorno total do investimento. No caso do CDB 100% do CDI, o percentual fica sempre próximo ao da Selic.
Por outro lado, a rentabilidade real considera os efeitos da inflação no mesmo período. O objetivo do cálculo é saber se os seus retornos geraram ou não aumento no seu poder de compra.
Por exemplo, se você teve ganhos de 10,65% ao ano em um período em que a inflação foi de apenas 7% a.a., a rentabilidade superou a alta de preços no período. Já se a inflação for mais alta, os seus lucros não proporcionaram aumento real no seu poder de compra.
Isso acontece porque ganhos iguais ou abaixo da inflação não geram crescimento do seu patrimônio ao longo do tempo. Na prática, as regras da caderneta tendem a proporcionar ao investidor retornos abaixo da inflação. Consequentemente, títulos indexados pelo CDI têm chance de render mais, considerando retornos nominais e reais.
Quais as vantagens e desvantagens do CDI?
Investir em títulos indexados pelo CDI pode oferecer diversas vantagens para sua carteira. Considerando alternativas como CDBs, por exemplo, você se beneficia da diversidade de oportunidades.
A razão é que há múltiplos CDBs no mercado, cada um com prazos e regras de retorno distintas. Inclusive, é possível encontrar títulos que rendem mais do que 100% do CDI. Eles podem gerar rendimentos ainda mais altos para sua carteira, na comparação com a poupança.
Já considerando alternativas como LCIs e LCAs, você se beneficia da isenção de IR para pessoa física, com chances de ampliar a sua rentabilidade líquida. Também há alternativas com diferentes percentuais de rendimentos, como 90%, 100% ou mais do que 100% do CDI.
Em alguns títulos privados emitidos por instituições bancárias — como aqueles citados nos exemplos —, os investidores contam com proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Essa é a mesma garantia da poupança.
A cobertura é de até R$ 250 mil, por CPF ou CNPJ, em caso de falência ou calote da instituição financeira. O teto global é R$ 1 milhão, renovado a cada 4 anos.
Como ponto de atenção, você viu que os CDBs são tributados seguindo a tabela regressiva de alíquotas. Para investimentos de até 180 dias, a alíquota é de 22,5%. Para chegar ao menor percentual de recolhimento, que é de 15%, você precisa deixar o dinheiro aplicado por mais de 720 dias — quase 2 anos completos.
Outro ponto de atenção é a liquidez. A possibilidade de se desfazer do título antes do prazo depende, por exemplo, das regras do emissor — e certas alternativas, especialmente LCIs e LCAs, costumam ter liquidez limitada.
Quais as vantagens e desvantagens da poupança?
Por sua vez, a praticidade é uma das principais vantagens da caderneta. Criar a conta e colocar o dinheiro para render costuma ser um processo simples e rápido, o que chama a atenção de muitos iniciantes no mercado.
A segurança é outro ponto positivo. Como você viu, a poupança tem a cobertura do FGC seguindo as mesmas regras.
Os investidores ainda se beneficiam da isenção de Imposto de Renda sobre os lucros e inexistência de outras taxas. Também há liquidez imediata, permitindo o resgate do dinheiro a qualquer momento que a pessoa decidir.
No entanto, há aspectos desvantajosos da poupança. Os rendimentos da caderneta tendem a ser baixos e até inferiores às variações da inflação em muitos casos. Isso pode fazer com que sua rentabilidade real costume ser negativa.
Mais uma questão a considerar sobre a poupança é que a retirada antes de completar um mês de depósito ou do último crédito de juros leva à perda da rentabilidade no período, pois o rendimento não é diário.
Apenas na data de aniversário de um mês do depósito que você terá seus retornos. Ou seja, se você aplicar o dinheiro no dia 1º do mês e precisar resgatar no dia 28, não haverá rendimentos.
Afinal, qual é melhor para o seu dinheiro?
A escolha entre qual é o melhor entre aplicações atreladas ao CDI e poupança depende do seu perfil e dos seus objetivos financeiros. Contudo, vale a pena reforçar que, conforme os números que você viu, os títulos indexados pelo CDI tendem a gerar mais retornos.
Pelo fato de a poupança ter mais chances de render abaixo da inflação e existir a possibilidade de você resgatar sem retornos, os seus ganhos podem ser inexpressivos. Logo, buscar alternativas mais rentáveis pode ser vantajoso para o seu planejamento financeiro.
Em conjunto com a possibilidade de ganhar mais com seus investimentos, buscar alternativas à poupança ajuda a desenvolver sua educação financeira. Com o passar do tempo, isso pode resultar em escolhas mais estratégicas de investimentos.
Para entender melhor, imagine que você busca dar seus primeiros passos no mercado financeiro. Conforme você faz movimentações e continua estudando sobre investimentos, é natural começar a entender melhor o funcionamento do mercado. A partir daí, você pode diversificar suas operações.
Além de alternativas ligadas ao CDI, há títulos como o Tesouro Selic que rendem 100% da taxa básica de juros. No caso desse exemplo, a aplicação disponibilizada na plataforma do Tesouro Direto é garantida pelo Tesouro Nacional — sendo vista como o investimento mais seguro do mercado brasileiro.
Ao entender mais sobre investimentos, seu perfil e objetivos, é possível conhecer mais alternativas, como os ativos de renda variável na bolsa de valores — como ações e fundos imobiliários (FIIs). Eles são mais arriscados, mas têm potencial de retorno maior que títulos de renda fixa.
Com a diversificação de investimentos, você poderá buscar melhores rentabilidades e ampliar seu patrimônio. Mas saiba que todas as movimentações devem respeitar a sua tolerância ao risco, combinado?
Conclusão
Neste artigo, você entendeu como funciona a rentabilidade e qual alternativa pode gerar melhores ganhos entre investimentos atrelados ao CDI ou poupança. Se você está com essa dúvida, o aprendizado deve ajudá-lo na tomada de decisão.
Quer começar a fazer movimentações mais estratégicas para o seu dinheiro? Abra sua conta na Genial Investimentos!