Quem investe no mercado acionário costuma acompanhar as movimentações de diferentes bolsas de valores mundiais. Afinal, a depender do cenário apresentado, poderá ser o momento para aumentar ou diminuir alguma posição, ou remanejar a sua carteira de investimentos. 

Para facilitar esse acompanhamento, é comum a leitura de um benchmark, a exemplo do índice Dow Jones. Geralmente, esses indicadores são compostos de ativos influentes em determinada economia ou setor, refletindo de forma rápida e resumida as movimentações do mercado. 

Quer aprender o que é o índice Dow Jones e qual sua importância para o mercado financeiro? Então continue a leitura deste conteúdo preparado pela equipe da Genial Investimentos. 

Não perca! 

O que é um benchmark? 

A palavra benchmark é traduzida como referência. No mercado financeiro, ele é um índice de referência, ou seja, um parâmetro usado para embasar comparações. 

Por exemplo, é comum a utilização de um ou mais benchmarks para a análise e comparação da rentabilidade de um investimento. Normalmente, eles são apresentados em formatos de índices financeiros ou de mercados. 

Veja exemplos de benchmarks nacionais: 

  • Selic (taxa Selic): essa é a taxa básica de juros do Brasil, usada para controlar a oferta de crédito e a circulação de dinheiro no país, bem como a inflação; 
  • IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo): é o indicador oficial responsável por medir a inflação brasileira; 
  • CDI (Certificado de Depósito Interbancário): mostra a média dos juros praticados em empréstimos entre bancos; 
  • Ibovespa (Índice Bovespa): revela o desempenho médio de uma carteira composta com as ações de maior negociabilidade da B3 (a bolsa de valores brasileira).  
  • IBXX (Índice Brasil): também conhecido como IBrX, apresenta o desempenho das 100 ações mais negociadas no Brasil; 
  • SMLL (Índice Small Cap): indica a média do desempenho de ações brasileiras de pequena /menor capitalização. 

Ao realizar um investimento, você poderá utilizar um benchmark para saber se o seu retorno ficou acima ou abaixo do índice de referência escolhido. Assim, você poderá concluir se aquela alternativa foi boa ou não. 

Por exemplo, se o retorno do investimento foi de 10% no período, e o do benchmark foi de 15%, o seu resultado terá sido 5% abaixo da referência — ou 0,05 vezes menor. A depender do montante investido, essa pode ser uma diferença considerável. 

O que é o índice Dow Jones? 

Após conferir o que é benchmark e ver exemplos conhecidos no mercado brasileiro, chegou o momento de aprender o que é o índice Dow Jones Industrial Average (DJIA). O indicador centenário é bastante usado como referência nos mercados dos Estados Unidos e no mundo. 

Criado em 1896, esse indicador tem o objetivo de acompanhar o desempenho do setor industrial norte-americano. O índice Dow Jones recebeu esse nome porque a ideia de sua criação partiu de Charles Henry Dow e Edward Davis Jones, sócios e fundadores do The Wall Street Journal, de Nova York. 

A dupla acreditava que a indústria em formação teria um papel importante na economia americana, demandando a criação de um indicador para acompanhá-la. Inicialmente, o índice era composto por 12 empresas que atuavam com a produção e venda de commodities — que eram grandes e respeitadas na época. 

Com o passar dos anos, algumas das companhias foram substituídas por novas corporações que se destacavam no mercado americano. Já no ano de 1916, viu-se a necessidade de aumentar o número de empresas, considerando que novos participantes do setor também estavam ganhando destaque. 

Na ocasião, o índice passou a contemplar 20 ações. Mais tarde, em 1928, ele foi atualizado para englobar 30 companhias. 

Desde aquele período, o setor industrial estadunidense passou por diversas transformações, confirmando as previsões de Dow. Atualmente, o DJIA continua mostrando o desempenho médio de 30 empresas americanas. 

Vale lembrar que esse não foi o único índice criado pelos empresários de comunicação, nem o primeiro. O antecessor do DJIA foi o Dow Jones Railroad Average, de 1884. 

Esse era um indicador voltado a acompanhar o setor de transportes dos Estados Unidos, o Dow Jones Transportation Average (DJTA). Na ocasião, esse segmento estava em amplo crescimento, especialmente em razão da expansão das ferrovias. 

Como o índice Dow Jones é calculado? 

Assim como outros indicadores de mercado, o DJIA é calculado a partir da média ponderada dos preços dos 30 ativos que compõem a sua carteira teórica. A escolha dos papéis e os critérios de ponderação são determinados por um comitê da empresa S&P Dow Jones Índices. 

Normalmente, o cálculo envolve a soma dos preços de fechamento das 30 ações em determinado período. O resultado é dividido por um fator ajustado (divisor Dow), que pode variar conforme as demandas e movimentações do mercado. 

No passado, o divisor Dow correspondia à quantidade total de organizações que integravam o índice. Porém, no decorrer do tempo, ele foi modificado para um número menor que 1 (DJIA chegou a 0.1517 em 2021). O cálculo é expresso por meio da seguinte fórmula: 

DJIA=∑p/d 

  • ∑p é o somatório das 30 ações das empresas que compõem o índice; 
  • d é o divisor Dow. 

As companhias que integram o índice também são ponderadas por seu preço de mercado. Assim, o peso que cada papel exerce no DJIA pode ser diferente. 

Essa dinâmica contribui para que os ganhos e perdas entre os 30 ativos sejam equilibrados. Dessa forma, mesmo que um dos papéis entre em queda, nem sempre isso será o suficiente para derrubar a pontuação do indicador. 

Quais empresas compõem esse índice? 

Depois de ver que o DJIA é composto por ações de 30 empresas, possivelmente você está se perguntando quais são elas, não é mesmo? Destaca-se que não existe um critério objetivo para a seleção das companhias do índice Dow Jones. 

Na realidade, são escolhidos papéis de empresas que têm um grande potencial de crescimento ou sejam reconhecidas e respeitadas no mercado americano. Nesse sentido, a carteira teórica do indicador pode variar ao longo do tempo. 

Confira, a seguir, quais eram as 30 empresas que estavam presentes na carteira do DJIA de abril de 2023, em ordem alfabética (desconsiderando o peso de cada uma delas no índice): 

Como acompanhar o índice Dow Jones diariamente? 

Tendo em vista que o índice Dow Jones pode mudar a sua composição, é interessante saber como acompanhá-lo diariamente, não é mesmo? O monitoramento do DJIA pode ser feito no site oficial da empresa responsável pelo índice — a S&P Dow Jones Índices, divisão da S&P Global. 

A página apresenta a variação da pontuação do índice em tempo real, bem como histórico de movimentação por período. Você também poderá visualizar informações como a composição, o percentual de ativos por setor, além dos produtos relacionados ao índice. 

Uma alternativa é encontrar informações sobre o índice em sites relacionados ao mercado financeiro. A Genial, por exemplo, disponibiliza gratuitamente a plataforma Genial Analisa aos seus clientes. 

Com ela, você fica a par de notícias e atualidades do mercado, relatórios financeiros, análise de ações e de indicadores financeiros, carteiras recomendadas e muito mais. Essas avaliações são elaboradas por profissionais com amplo conhecimento do mercado. 

Qual é a importância do índice Dow Jones para o mercado? 

Você aprendeu que o índice Dow Jones é composto por grandes empresas, reconhecidas por serem líderes nos seus respectivos setores. Assim, fica fácil entender a importância do indicador para o mercado mundial, certo? 

A partir da sua análise, é possível observar rapidamente as movimentações e o ânimo dos investidores norte-americanos. Como resultado, o DJIA contribui para que você tenha maior noção sobre o direcionamento do mercado, o que pode ajudar no momento de tomar decisões. 

Ademais, como os Estados Unidos estão entre as maiores potências econômicas do mundo, as oscilações nos papéis listados em seus mercados podem refletir nas movimentações globais. Por isso, o DJIA está entre os indicadores mais relevantes e acompanhados do mundo. 

Apesar disso, há quem tenha dúvidas se ele consegue representar o mercado americano com precisão. Afinal, existem milhares de corporações listadas nas bolsas norte-americanas, e a seleção de apenas 30 papéis pode não refletir movimentações importantes. 

Diante disso, muitos investidores costumam acompanhar outros indicadores para refinar ainda mais as suas decisões. É o caso do uso do S&P 500 (Standard and Poor’s 500), composto pelas 500 ações de maior representatividade nos Estados Unidos. 

De toda a forma, não é possível dizer que um índice é melhor que o outro, pois cada um deles tem uma metodologia de ponderação e seleção de ativos diferentes. Contudo, nada impede que ambos sejam usados no momento de analisar o mercado acionário ou de investir nele. 

Como o mercado pode reagir com as variações desse índice? 

Ao saber que o índice Dow Jones tem uma grande relevância para quem investe em ações, é possível perceber que o mercado pode reagir com as variações desse índice, correto? É válido destacar que as ações integram a classe da renda variável. 

Isso significa que os seus resultados não são garantidos — inclusive, não é possível prevê-los. Ou seja, nunca se sabe se o retorno do investimento será positivo ou negativo. 

Tenha em mente que a precificação de um papel também leva em consideração a lei da oferta e demanda. Nesse sentido, uma ação pode valorizar ou desvalorizar a partir do ânimo dos participantes do mercado. 

Quando há boas expectativas sobre um ativo, é comum que muitos investidores comecem a comprá-lo. O aumento da pressão de compra costuma trazer escassez, fazendo com que os preços fiquem mais caros. 

Já no cenário inverso, uma diminuição no interesse de compra de um ativo eleva a pressão de venda. Diante disso, a tendência é o preço da ação ficar mais baixo, até que os investidores voltem a comprá-la. Ainda assim, o fato é que esses comportamentos nem sempre podem ser previstos. 

O mesmo pode ser dito em relação às variações do DJIA, já que não é possível afirmar com precisão como o mercado reagirá aos seus movimentos. Porém, muitos investidores embasam suas decisões conforme outro ensinamento deixado por um dos criadores do índice Dow, a chamada Teoria de Dow, como você verá adiante. 

O que é a Teoria de Dow e qual a sua relação com o índice Dow Jones? 

Após contribuir na criação do índice Dow Jones Industrial Average, Charles Henry Dow continuou estudando o comportamento do mercado acionário americano. Por ser jornalista, ele passou a escrever e a lançar periódicos com as suas conclusões a respeito das movimentações observadas. 

Anos mais tarde, as análises de Dow foram compiladas e estudadas por grandes investidores na época, ficando conhecidas como “A Teoria de Dow”. Pautada em 6 princípios, até hoje ela é usada por investidores e especuladores do mundo todo. 

Veja quais são esses princípios! 

Os índices já consideram os descontos 

Um dos primeiros fundamentos da Teoria de Dow nos ensina que os índices e preços de mercado (como o DJIA) já descontam tudo. Isso significa que os impactos causados com notícias, informações corporativas, crises e guerras são automaticamente incorporados aos índices. 

Como você aprendeu, a precificação de um ativo também observa o ânimo do mercado. Logo, assim que um evento impacta o preço de um papel, ele será imediatamente refletido no índice que o tenha em sua carteira teórica. 

O mercado se move em 3 tendências 

Ao acompanhar o mercado com frequência, Dow percebeu que ele se move em 3 principais tendências. Para explicá-las, é possível utilizar os movimentos do oceano. Nesse contexto, a tendência primária seria equiparada às marés. 

Ou seja, são movimentos mais amplos e que costumam durar mais tempo que as demais. Já a tendência secundária seria comparada às ondas. Isto é, esses são movimentos que interrompem parcialmente a tendência primária, mas sem força para substituí-la. 

A última tendência (terciária) seria equivalente às marolas. Seriam pequenas movimentações dentro da tendência secundária, que corrigem e estabilizam os movimentos, sem trazer grandes modificações a curto prazo. 

A tendência primária pode ser dividida em 3 fases 

Dow também observou que a tendência primária pode ser dividida em 3 fases: acumulação, participação pública e distribuição. Segundo o jornalista, a fase de acumulação é o momento em que grandes investidores/traders começam a montar as suas posições em um ativo. 

Essa forte movimentação de compra dá início a uma alta, que é percebida por investidores menores. Então eles também começam a participar do movimento (participação pública ou subida sensivel). A valorização promovida nas 2 primeiras fases passa a ser noticiada em jornais e artigos sobre o mercado. 

Com isso, novos investidores ingressam no mercado visando aproveitar essa alta. Nesse momento, os grandes investidores (que estão posicionados desde o início do movimento) se desfazem de suas posições, vendendo seus papéis para realizar o lucro. 

Os índices e médias se confirmam 

Outro fundamento destacado por Dow é que os índices e as médias se confirmam, bem como podem atestar uma tendência. Como os índices costumam focar setores distintos, quando há uma correlação deles com as médias do mercado, a análise se torna mais sólida e confiável. 

Nesse sentido, quando as médias estão apontando para cima e os índices também estão subindo, isso seria premissa para confirmar a existência de uma tendência de alta. Do contrário, em um cenário em que médias e índices estão caindo, essa seria a confirmação de uma tendência de baixa. 

O volume deve confirmar a tendência 

Além da correlação entre índices e médias, o jornalista observou que o volume financeiro envolvido nas negociações do ativo seria outro fator que pode confirmar uma tendência. Afinal, ele teria capacidade de indicar que mais pessoas estão negociando o papel. 

Logo, se o preço de um ativo estiver subindo (ou caindo) sem o aumento do volume financeiro, isso poderá representar a atuação de um participante isolado, não confirmando a tendência. Nesse cenário, pode ser ideal aguardar a entrada de volume para participar de um movimento. 

A tendência se mantém até ser substituída pela oposta 

Por fim, o sexto fundamento de Dow ensina que uma tendência permanece até que haja sinais de reversão para uma tendência oposta. Ou seja, mesmo que dentro de uma tendência primária sejam observados movimentos contrários a ela, enquanto eles não superarem a sua força, ela permanecerá em vigência. 

Esse princípio é bastante importante para quem investe ou especula, já que pode orientar o momento apropriado para abrir ou encerrar uma posição. Afinal, dificilmente um pequeno investidor terá capital suficiente para mudar a direção do mercado, sendo mais apropriado acompanhar as tendências, em vez de se posicionar de modo contrário a elas. 

De que maneira o investidor pode utilizar esses conhecimentos? 

Como você viu, Charles Henry Dow foi uma figura bastante valorizada no universo dos investimentos. Afinal, ele contribuiu com a criação do índice Dow Jones, usado como termômetro do mercado acionário estadunidense, e trouxe ensinamentos sobre como o mercado se movimenta. 

Embora o DJIA e a Teoria de Dow tenham mais de 100 anos, ambos continuam sendo utilizados até hoje. É preciso destacar que o índice se mantém atualizado e renovando os ativos que o integram de tempos em tempos. 

Ao mesmo tempo, a Teoria de Dow pode ser utilizada como base para a especulação. Diferentemente do investidor, que costuma se posicionar no mercado visando a realização de lucros no longo prazo, o trader busca ganhos rápidos, aproveitando pequenas oscilações de preço no mercado. 

De todo o modo, o investidor também pode se beneficiar com alguns princípios da Teoria de Dow na sua jornada. Por exemplo, ainda que o preço não seja determinante para a escolha de um ativo para o investidor, é possível avaliar a fase de uma tendência para iniciar ou rever uma posição. 

Grandes investidores, como Warren Buffett e Peter Lynch, costumam aproveitar períodos de baixa do mercado para comprar ativos com o preço abaixo do seu efetivo valor. Muitas vezes, essa queda acontece após a fase de distribuição da tendência, bem como em tendências de baixa. 

Ainda que seja necessária a análise de outras questões para verificar se o ativo realmente está descontado, o uso dos conhecimentos e indicadores deixados por Dow pode ajudar nessa tarefa. Portanto, você deverá buscar o conhecimento e as estratégias que melhor se adaptem ao seu perfil e objetivos. 

Como investir no índice Dow Jones? 

Como o Dow Jones é um indicador de mercado, e não um produto financeiro, não é possível investir diretamente no índice. Dessa forma, se você tem interesse em se expor aos resultados desse indicador, precisará optar pelas ações que o compõem ou por veículos de investimento, como os fundos de índice. 

Também conhecidos como exchange traded funds (ETFs), os fundos de índice são modalidades de investimentos coletivos presentes na bolsa de valores. O objetivo deles é replicar a carteira teórica de um indicador de mercado, entregando aos cotistas um resultado igual ou similar a sua carteira teórica. 

Esse encargo fica sob a responsabilidade de um gestor profissional. É ele quem monta o portfólio do fundo com os mesmos ativos que compõem o índice, na mesma proporção. 

É pertinente destacar que o gestor não precisa superar os resultados do índice, apenas acompanhá-lo. Ou seja, essa é uma forma prática de ter resultados semelhantes ao do índice espelhado, sem a necessidade de comprar cada ação que o compõe. 

No entanto, por serem ativos que pertencem à renda variável, é necessário identificar se o seu perfil de investidor e objetivos são adequados a eles. Isso deve ser feito antes de tomar a decisão de adicioná-los em sua carteira. 

Ademais, a realização do investimento demanda o intermédio de uma corretora de valores, a exemplo da Genial Investimentos. Logo, você precisará abrir a sua conta e depositar o montante que deseja destinar a esse investimento. Depois, a negociação dos ativos poderá ser feita por meio de um home broker ou da mesa de operações da sua corretora. 

Conclusão 

Neste artigo, você aprendeu o que é o índice Dow Jones, a sua composição e outros ensinamentos deixados por um de seus criadores. Então não deixe de continuar estudando sobre o mercado e estratégias que possam contribuir para que você aumente as suas chances de sucesso nos investimentos. 

Genial Investimentos - Abra sua conta

Genial Investimentos

Somos uma plataforma de investimentos que tem como objetivo facilitar o acesso ao mercado financeiro e ampliar a educação financeira no Brasil.

Ver todos os artigos
Lançamento App 30

Navegação rápida

O link do artigo foi copiado!

Planilha Comparativa de Renda Fixa