Com a alta da inflação e as constantes mudanças na taxa básica de juros, a Selic, os investidores podem ficar confusos sobre os títulos federais. Nesse cenário, é comum se perguntar se o Tesouro Prefixado com juros semestrais vale a pena.
No entanto, não é somente essa alternativa que sofre impactos da economia brasileira. Tanto os prefixados quanto os pós-fixados podem se tornar alternativas mais ou menos adequadas, a depender dos objetivos do investidor.
A seguir você entenderá como o Tesouro Prefixado com juros semestrais funciona, qual é a diferença para os pós-fixados e outras informações importantes. Confira!
Como funcionam os títulos prefixados?
Os investimentos prefixados, de forma geral, são aqueles que fixam uma remuneração nominal. Então a taxa de juros já é conhecida no ato do investimento — e permanece a mesma, independentemente do que aconteça à taxa básica de juros e outros fatores.
Uma remuneração prefixada é apresentada com a taxa diretamente. Por exemplo, 10% ao ano ou 14% ao ano. Logo, é possível perceber que a previsibilidade desses títulos é bastante alta, tendo em vista que não haverá mudanças.
Diferente de outros títulos, nos prefixados a rentabilidade contratada permanece a mesma, ainda que a Selic ou a inflação sejam modificadas. O investidor que fica com um título prefixado até o vencimento tem a garantia de receber a remuneração acordada em qualquer cenário.
Ou seja, é possível não ser afetado pela redução na taxa básica de juros. No entanto, se a Selic subir a taxa contratada pode se tornar menos atrativa. Além disso, se a inflação subir, a rentabilidade real do investimento cai.
Em relação aos rendimentos, também é importante conhecer a marcação a mercado. Por conta dela, a rentabilidade recebida na venda antecipada pode ser diferente da remuneração contratada, se o título for vendido ou resgatado antes do vencimento.
Isso acontece porque o preço praticado será de acordo com a situação do mercado no momento. Então ele pode ser maior ou menor, causando prejuízo, a depender das perspectivas para a Selic e outros fatores econômicos.
Quando a expectativa é de queda nos juros, os prefixados tendem a se valorizar. Ou seja, eles podem ser negociados a preços mais altos. Já se o contexto for o oposto, eles apresentam preços menores e podem gerar prejuízo na venda antecipada.
O que é o Tesouro Prefixado com juros semestrais?
O Tesouro Direto é uma plataforma do Governo Federal que negocia os títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. Entre as possibilidades de aporte existe o Tesouro Prefixado com pagamento de juros semestrais.
Eles são títulos prefixados que, a cada 6 meses, adiantam o rendimento acumulado do período ao investidor. Portanto, quem fez o aporte nesse Tesouro Prefixado recebe todo semestre uma renda passiva proveniente da rentabilidade.
Logo, a vantagem dessa alternativa é obter renda frequente. No entanto, é preciso considerar os impactos que esse pagamento tem nos juros compostos. Isso porque não acontecerá o acúmulo da rentabilidade até o vencimento.
Imagine que um investidor fez um aporte de R$ 100 em um título com rentabilidade de 10% ao ano, por exemplo. No primeiro ano, a renda acumulada será de R$ 10, correspondente a 10% do aporte.
Já no segundo ano, os juros consideram o valor total de R$ 110, e não de R$ 100 do aporte inicial. Assim, o dinheiro tem uma expectativa de crescimento maior do que os juros simples.
Contudo, quando há o pagamento de renda semestral, os juros não atuam com tanta força. Afinal, a cada 6 meses é descontada a rentabilidade acumulada, rendendo sempre pelo valor do aporte inicial realizado.
O que são os títulos pós-fixados?
Além dos títulos prefixados existe outra forma de rendimento: a pós-fixada. Nessas aplicações a rentabilidade está diretamente atrelada a um índice financeiro. Cada emissor pode escolher o indicador a que o título estará atrelado, de acordo com suas regras.
Na renda fixa é bastante comum que o índice seja a taxa Selic ou o Certificado de Depósito Interbancário (CDI). O CDI costuma ter uma variação bem próxima à Selic, pois é a taxa utilizada no empréstimo entre instituições financeiras.
Dessa maneira, esses títulos tendem a se beneficiar da alta na Selic. Quando a taxa básica de juros sobe, a rentabilidade pós-fixada aumenta. E o contrário acontece quando existem cortes na Selic.
Vale a pena considerar que esses títulos não são tão previsíveis quanto os prefixados. O investidor sabe de antemão que os juros oscilam de acordo com o índice escolhido, mas não há como saber, com certeza, como a taxa se comportará no futuro.
Por outro lado, os títulos pós-fixados, principalmente o Tesouro Selic, a alternativa do Tesouro Direto, sofrem menos impacto da marcação a mercado. Então, ao resgatá-lo antes do investimento, há maiores chances de não ter perda.
Qual é a melhor alternativa para os investidores?
Depois de conhecer as características do Tesouro Prefixado com juros semestrais e os títulos pós-fixados, você deve querer saber qual é mais vantajoso, não é mesmo? Para definir a questão, é preciso considerar diversos pontos.
De forma geral, vimos que os títulos prefixados se beneficiam da queda na taxa de juros. Já os pós-fixados se beneficiam da alta. No entanto, sua decisão não deve ser baseada apenas nessas questões. Afinal, elas são passageiras e imprevisíveis.
Por isso, considere como pontos principais da sua decisão os seus objetivos e o prazo da aplicação. Assim, você pode manter uma estratégia sólida e buscar suas finalidades financeiras. Para metas como a reserva de emergência, por exemplo, os pós-fixados costumam ser mais adequados.
Os prefixados podem não ser ideais, já que é preciso ter segurança e fácil acesso ao dinheiro. Como você viu, eles sofrem a ação da marcação a mercado, comprometendo a previsibilidade em resgates antecipados.
Por outro lado, quem quer receber uma renda passiva, pode considerar o Tesouro Prefixado com juros semestrais. Como eles realizam pagamentos a cada seis meses, não é preciso esperar até a data de vencimento para usufruir da rentabilidade.
Entendeu como funciona o Tesouro Prefixado com juros semestrais? Ao conhecer suas características gerais, é possível avaliar a possibilidade na sua estratégia. Lembre-se de sempre considerar seus objetivos e prazos no momento de tomar uma decisão!
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