Planejar a aposentadoria é uma das etapas mais importantes na vida de uma pessoa, concorda? Afinal, há um momento em que a sua capacidade produtiva não será a mesma. Então construir uma reserva patrimonial ao longo dos anos permite ter tranquilidade financeira ao chegar nessa fase.
No entanto, muitos têm dúvidas sobre quanto é necessário guardar ou como fazer o cálculo da aposentadoria. Mesmo porque cada um tem uma realidade financeira diferente, assim como desejos, planos e sonhos individuais.
Se você também tem essa dúvida e não sabe como fazer o cálculo da aposentadoria, confira neste artigo o que considerar para ter sucesso na sua jornada!
Qual é a importância de planejar a aposentadoria?
O ciclo de vida de grande parte dos brasileiros costuma ser o mesmo. Geralmente, uma pessoa passa anos estudando e se preparando para ingressar no mercado de trabalho. Na sequência, ela se dedica ao crescimento profissional e desenvolvimento da carreira, até conseguir se aposentar.
Esse deveria ser o momento de se desligar do ambiente de trabalho, mergulhar em novas experiências e aproveitar o que foi construído ao longo da vida, certo? Todavia, no Brasil, a aposentadoria é um tema frequentemente acompanhado de incertezas.
A Previdência Social, apesar de ser uma opção, muitas vezes não oferece a estabilidade desejada para essa fase da vida. A razão é que o benefício recebido pelo Governo tende a ser insuficiente, o que leva muitos a continuarem trabalhando mesmo após se aposentar.
Portanto, planejar a aposentadoria é um passo essencial para quem deseja ter um futuro financeiro equilibrado e envelhecer com segurança. Tenha em mente que quanto mais cedo você começar a poupar visando reunir um bom patrimônio para a etapa, mais rapidamente poderá desfrutá-la.
Quais são os métodos para ter uma aposentadoria?
Sabendo da importância de planejar essa fase da vida desde cedo, pode surgir a dúvida sobre quais são os métodos mais utilizados para fazê-la. Existem diferentes modos de colocar em prática o planejamento e a construção da sua aposentadoria.
Cada um deles possui suas características, vantagens e desvantagens. A escolha do mais adequado depende das necessidades e objetivos de cada pessoa.
Confira quais são as principais formas de buscar um patrimônio robusto e uma renda estável no futuro!
Método da renda fixa
Uma das maneiras de construir uma aposentadoria é poupar recursos e investir em aplicações de renda fixa. Nessa classe de investimentos, são encontradas as alternativas mais seguras do mercado, considerando sua alta previsibilidade e menor volatilidade, embora elas possam ser menos rentáveis.
Grande parte dos investimentos de renda fixa disponíveis funcionam como um empréstimo. Contudo, neles, você é quem fornece o dinheiro para o interessado, sob a promessa de receber a quantia de volta acrescida de juros em uma data futura.
A rentabilidade dessas alternativas pode se dar de uma forma prefixada, quando se estabelece uma taxa fixa de retorno anual. Existem também títulos pós-fixados, que remuneram o investidor com base nas variações de um índice, como a Selic — a taxa básica de juros no Brasil.
Alguns investimentos de renda fixa oferecem rentabilidade híbrida, com uma parcela da sua remuneração sendo fixa, e a outra parte ligada às variações de um índice financeiro. Os prazos dessas aplicações variam, mas para uma aposentadoria, o mais comum é buscar títulos de longo prazo.
O motivo é que os rendimentos tendem a ser maiores, assim como é mais alta a incidência dos juros compostos, ampliando o retorno sobre o valor investido. A depender da quantia acumulada, o retorno gerado com juros pode ser o bastante para suprir o seu custo de vida no futuro.
Entre as aplicações mais conhecidas nessa classe, estão:
- Títulos do Tesouro Direto;
- CDBs (certificados de depósito bancário);
- RDBs (recibos de depósito bancário);
- LCIs e LCAs (letras de crédito imobiliário e do agronegócio);
- CRIs e CRAs (certificados de recebíveis imobiliário e do agronegócio);
- Debêntures;
- Letras financeiras.
Método da renda variável
Outra forma de construir uma aposentadoria é investir o dinheiro poupado em alternativas de renda variável. A classe de investimentos é caracterizada por sua maior volatilidade e elevado potencial de ganhos, embora não haja garantia de ganhos.
Os lucros na renda variável podem ocorrer de diferentes maneiras. Entre as mais comuns, está a compra e venda de ativos, aproveitando a oscilação de preços. Uma das possibilidades é comprar um ativo para vendê-lo no futuro, após a sua valorização.
Outra estratégia de compra de ações é focar em empresas que realizam consistentemente o pagamento de dividendos. Eles representam parte do lucro de uma empresa (ou fundo de investimento) que é distribuída entre os acionistas (ou cotistas), quando seus resultados são positivos em determinado período.
Embora a frequência de distribuição não seja garantida, considerando que nem sempre a companhia (ou fundo) consegue ser lucrativa, muitos buscam a solução para obter renda passiva. Ter uma boa quantia acumulada pode gerar proventos suficientes para custear as suas despesas no futuro.
Entretanto, vale destacar que essas alternativas costumam ser mais arriscadas, já que o seu resultado sofre influência de diferentes fatores do mercado. Nesse contexto, você pode se deparar com prejuízos financeiros caso não faça um bom gerenciamento de riscos.
São alternativas conhecidas de renda variável:
- Ações;
- FIIs (fundos imobiliários);
- Fiagros (fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais);
- ETFs (fundos de índice);
- BDRs (certificados de depósito de valores mobiliários);
- FIAs (fundos de ações);
- FIMs (fundos multimercado).
Método híbrido
No método híbrido, a sua aposentadoria é montada combinando investimentos de renda fixa e de renda variável. A estratégia se apresenta como uma solução intermediária para investidores que buscam mitigar riscos de investir — sem desconsiderar o potencial de valorização do seu capital.
Entre as vantagens da abordagem, estão a busca por moderação entre risco e retorno. A razão é que a sua proposta é harmonizar maior segurança financeira trazida pelas aplicações da renda fixa com o potencial de expansão do patrimônio presente na renda variável.
Além disso, a flexibilidade na alocação de recursos permite ajustes estratégicos de acordo com as mudanças nas condições de mercado e no perfil de risco do investidor. Por outro lado, as desvantagens incluem a maior complexidade na administração da carteira de investimentos.
O modelo também exige um conhecimento mais aprofundado dos mercados e dos investimentos disponíveis. Afinal, você precisa ter a compreensão do funcionamento de cada alternativa para montar estruturas capazes de explorar seus pontos fortes e mitigar riscos.
Método convencional
O método convencional é aquele oferecido pelo Governo. Ele funciona com base no princípio da solidariedade, em que os trabalhadores ativos contribuem para o financiamento dos benefícios dos aposentados e pensionistas.
Aqueles que trabalham sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) têm as contribuições descontadas diretamente do salário. Os valores são destinados ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que faz o repasse para quem está inativo.
Quem está fora do mercado de trabalho formal consegue contribuir por conta própria. Nesse caso, o recolhimento é feito por meio do preenchimento e pagamento da GPS (Guia da Previdência Social), sendo o menor valor de contribuição baseado no salário-mínimo vigente.
Para se aposentar por esse modelo, o contribuinte precisa atingir os requisitos de idade e tempo de contribuição mínimos, sendo diferentes para homens e mulheres. Em 2019, com a Reforma da Previdência, ficou mais difícil se aposentar pelo modelo em relação às regras anteriores.
Quais fatores considerar no planejamento da aposentadoria?
Agora que você sabe quais são os métodos mais utilizados para construir a aposentadoria, é válido conferir quais fatores considerar no seu planejamento.
Veja os principais!
Idade desejada para aposentadoria
O primeiro passo é definir a idade na qual você deseja se aposentar. Esse é um ponto decisivo, pois quanto mais cedo você quiser que isso ocorra, maior será o montante que precisará acumular. O mesmo acontece para pessoas que já estão em uma idade mais avançada.
Expectativa de vida
Outro fator a ser considerado é a expectativa de vida. Afinal, de nada adianta juntar dinheiro por um longo período e não conseguir usufruir dele, não é mesmo? Ou pior, ter uma reserva insuficiente para cobrir às suas despesas até a sua morte. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a expectativa de vida do brasileiro era de 75,5 anos em 2022.
Contribuições previdenciárias
Também considere o montante a ser reservado para fazer as contribuições previdenciárias. Guardar uma quantia pequena para essa finalidade pode prolongar o tempo necessário para conseguir se aposentar, além de reduzir as chances de acumular um capital mais expressivo no período.
Aposentadoria pelo INSS
Dar início à construção de uma aposentadoria por conta própria não afasta a possibilidade de continuar contribuindo para o INSS. Tenha em mente que, embora o valor pago pela Previdência Social geralmente não seja satisfatório, ele pode ajudar a melhorar suas condições no futuro.
Mudanças nas regras do INSS
Para não perder o direito de se aposentar pelo INSS ou conseguir o valor máximo do benefício, não deixe de acompanhar eventuais mudanças nas regras previdenciárias. A medida envolve conferir o noticiário e materiais disponibilizados pela mídia ou pelo Governo sobre o assunto.
Rendimentos de investimentos
Para assegurar uma aposentadoria confortável, considere investir em alternativas que ofereçam bons rendimentos no longo prazo. É comum combinar ativos que gerem renda passiva, como dividendos e juros, com aqueles que possam valorizar ao longo do tempo, promovendo o aumento do seu capital.
Taxa de retorno esperada
A taxa de retorno esperada é a previsão do ganho percentual anual dos investimentos ao longo do tempo. Definir a métrica permite acompanhar a sua carteira com mais precisão, fazendo as substituições necessárias em busca dos resultados desejados — respeitando os riscos existentes. Importante fazer uma meta de retorno acima da inflação para que você consiga manter o seu poder de compra ao longo do tempo.
Diversificação de carteira
A diversificação tende a ser uma estratégia eficaz para proteger o capital contra as oscilações do mercado, favorecendo a construção da aposentadoria. Ao selecionar investimentos com descorrelação ou correlação negativa, você pode evitar grandes prejuízos e potencializar seus resultados.
Como calcular o patrimônio necessário para aposentadoria?
O início de uma jornada no mercado financeiro envolve a prévia definição de onde você quer chegar. No caso de uma aposentadoria, determine como você deseja viver durante essa fase da vida.
Para obter uma resposta, vale considerar questões como:
- tipo de moradia (casa própria, alugada, condomínio, entre outras);
- custo de vida (soma das despesas mensais, como alimentação, transporte, saúde etc.);
- lazer e hobbies (viagens, passeios e atividades recreativas);
- dependentes (cônjuge, filhos e netos).
Ter esses elementos em mente permite definir a renda mensal mínima para cobrir os custos do estilo de vida escolhido. Suponha que, ao fazer a conta, você entenda que é preciso ter R$ 10.000 mensais para arcar com as suas despesas tranquilamente.
Essa renda poderia ser resultado da sua aposentadoria do INSS mais um complemento que você retiraria da sua poupança de longo prazo. Mas como exercício vamos desconsiderar o INSS.
Agora, tenha que você deseja garantir o recebimento dessa quantia mensal por 20 anos, após se aposentar. Nesse cenário, a conta seria R$ 10.000 x 12 x 20, totalizando R$ 2.400.000. A quantia é expressiva, não é mesmo?
A dúvida que pode ficar é: quanto seria necessário guardar mensalmente para atingir o montante? Essa resposta depende do tempo em que você pretende alcançá-lo, do capital que já está guardado e da quantia a ser disponibilizada para o investimento mensal, entre outros fatores.
Diminuindo o prazo para reunir esse montante, a alternativa seria investir quantias maiores periodicamente, como todos os meses. Com os valores em mente, é possível utilizar a seguinte fórmula:
VF = VP*(1 + i)n
Nela, os elementos são:
- VF = valor futuro;
- VP = valor presente;
- i = taxa de juros;
- n = periodicidade de pagamentos.
Caso você prefira usar o Excel ou o Google Sheets, pode aplicar a fórmula chamada VF (valor futuro).
Veja:
=VF(i; n; -M; -VP)
Confira os elementos do cálculo:
- VF = valor futuro;
- i = taxa de juros;
- n = periodicidade de pagamentos;
- -M = quantidade paga em cada período;
- -VP = valor presente.
Para melhor entendimento do uso da fórmula, acompanhe um exemplo prático!
Exemplo
Imagine que você já tenha guardado a quantia de R$ 100.000 e consiga se planejar para investir R$ 2.500 mensais durante 30 anos. Ainda, considere que a taxa de retorno esperada dos seus investimentos fique em 5% ao ano acima da inflação, ou seja, aproximadamente 0,4% ao mês.Adicionando esses dados à fórmula VF no Excel, veja o resultado obtido:
=VF(i; n; -M; -VP)
=VF(0,4%;30*12;-2500;-100000)
= R$ 2.426.227,70
Nesse cenário hipotético, ao fim do período, você teria R$ 2.426.227,70, a quantia necessária para fazer saques mensais de R$ 10.000 durante 20 anos até ela esgotar. Também há como optar pelo saque apenas dos lucros gerados, possibilitando um fluxo de renda perpétuo.
Note que a lógica por trás do cálculo também viabiliza a estimativa de quanto a sua carteira precisa render, em média, para você alcançar seus objetivos financeiros. A conta facilita a projeção da taxa de crescimento esperada dos investimentos e a tomada de decisões.
Quais ferramentas podem ajudar no cálculo da aposentadoria?
Além da possibilidade de utilizar softwares como o Excel e o Google Sheets para facilitar a realização do cálculo de aposentadoria, existem outras ferramentas que contribuem na tarefa.
Acompanhe alguns exemplos!
Calculadoras online
As calculadoras online são recursos práticos e acessíveis, encontrados em sites de finanças, de investimentos e do próprio Governo. Elas permitem que os usuários estimem o valor da aposentadoria com base em diferentes parâmetros.
Uma breve pesquisa em sites de busca oferece uma série de resultados, cabendo a cada interessado buscar aquele que melhor atenda às suas necessidades. Uma ferramenta bastante conhecida é a Calculadora do Cidadão, disponibilizada pelo Bacen (Banco Central).
Com ela, você consegue calcular o resultado de uma aplicação com depósitos regulares, encontrar o valor futuro de um capital, fazer a correção de valores, entre outras ações. A ferramenta é intuitiva e conta com exemplos para facilitar a sua utilização.
Já quem deseja calcular a aposentadoria pela Previdência Social tem à sua disposição a Calculadora do INSS. O acesso é feito pelo aplicativo Meu INSS, bastando preencher as informações solicitadas para conferir quanto tempo falta para você se aposentar pelo método convencional.
Softwares de planejamento financeiro
O uso de softwares de planejamento financeiro contribui para uma gestão patrimonial eficaz. Eles oferecem funcionalidades como o monitoramento de ativos e passivos — fundamental para entender a saúde financeira e planejar a aposentadoria.
Também há como estimar despesas futuras, possibilitando a criação de um orçamento realista, que permita poupar para o futuro. Além disso, você pode simular diferentes cenários financeiros, considerando variações econômicas — o que é vital para decisões de investimento informadas.
Não se esqueça de que, se junto a uma aposentadoria particular você contribuir para a Previdência Social, a sua renda mensal no futuro poderá ser ainda maior. Portanto, vale a pena considerar as duas alternativas no seu planejamento, combinado?
Aposentadoria pelo INSS: o que considerar?
Você está ciente de que é benéfico continuar contribuindo para o INSS para assegurar o recebimento de uma quantia maior no momento de você se aposentar, certo? Agora é preciso entender as regras da Previdência Social.
Confira!
Requisitos para se aposentar
Com a entrada em vigor da Reforma da Previdência, em novembro de 2019, extingiu a aposentadoria por tempo de contribuição somente. Ou seja, o contribuinte precisa ter a idade mínima exigida e o tempo de contribuição específico para conseguir se aposentar.
A regra geral para trabalhadores urbanos define que as mulheres podem se aposentar ao alcançarem 62 anos, desde que tenham contribuído por 15 anos. Já os homens somente se aposentam ao atingir a idade de 65, sendo preciso contribuir para o INSS por, no mínimo, 20 anos.
Forma de cálculo da aposentadoria
Além de o acesso ao benefício ter se tornado mais difícil, o valor das aposentadorias diminuiu. Antes da mudança, o benefício era calculado com base na média de 80% dos maiores salários do contribuinte desde julho de 1994.
Após a alteração, o cálculo das novas aposentadorias leva em conta a média de 100% dos salários do cidadão desde julho de 1994. O fator impacta quem, em algum momento da vida, teve um salário baixo ou aqueles que contribuíram com o montante mínimo, como contribuinte individual.
Redutor da aposentadoria
A nova lei trouxe um redutor da aposentadoria. Todos os aposentados devem receber 60% da média calculada, somados a 2% por ano de contribuição que exceder o tempo mínimo exigido. Um exemplo ajuda a entender melhor a mudança.
Suponha que de todas as contribuições feitas por uma pessoa do sexo feminino tenham resultado na média salarial de R$ 4.500, além de ela ter contribuído por 30 anos. Ao chegar à idade exigida (62 anos), ela poderá solicitar a sua aposentadoria.
Nesse caso, o cálculo será de 60% + 2% para cada ano que exceder o mínimo de contribuição. Como para mulheres o tempo mínimo de contribuição exigido é de 15 anos, conclui-se que ela excedeu o período necessário em outros 15 anos — o que corresponde a 30%.
Assim, ela deve receber 90% (60% + 30%) de R$ 4.500, totalizando R$ 4.050. Utilizando os mesmos dados, mas calculando a aposentadoria masculina (aos 65 anos), o resultado seria menor. Afinal, o seu cálculo seria 60% + 20% (pelos 10 anos que excederam os 20 anos exigidos de contribuição).
Ou seja, ele receberia 80% sobre 4.500, totalizando R$ 3.600 — uma diferença de R$ 450 para a aposentada do sexo feminino nesse cenário.
Alíquota de desconto do INSS
A Reforma da Previdência também alterou as alíquotas a serem recolhidas ao INSS para trabalhadores da iniciativa privada ou servidores públicos.
Entenda como elas ficaram:
Faixa salarial (2024) | Alíquota aplicada | Alíquota efetiva |
Até 1 salário mínimo (R$ 1.412 em 2024) | 7,5% | 7,5% |
De R$ 1.412,01 a R$ 2.666,68 | 9% | 7,5% a 8,25% |
De R$ 2.666,69 a R$ 4.000,03 | 12% | 8,25% a 9,5% |
De R$ 4.000,04 a R$ 7.786,02 | 14% | 9,5% a 11,69% |
Vale dizer que, acima do teto do INSS (7.786,02 em 2024), o trabalhador privado continua pagando a alíquota máxima do órgão. Já para o servidor público, a alíquota é progressiva, podendo chegar ao máximo de 22% dos seus vencimentos.
Apesar de as regras previdenciárias terem dificultado o acesso ao benefício e reduzido a quantia a ser recebida, vale continuar contribuindo para o órgão. Conitribui para o INSS, possibilita uma aposentadoria paga pelo Governo e te dá algumas outras coberturas mais difíceis de precificar como: auxílio doença, auxílio acidente, aposentadoria por invalidez e pensão por morte.
Como usar a Previdência Privada como complemento?
Você já descobriu que fazer investimentos é um método eficaz para criar sua própria aposentadoria, que, somada à Previdência Social, pode elevar seus ganhos futuros. No entanto, para ampliar ainda mais sua renda nessa fase da vida, é válido considerar fazer uma Previdência Privada.
Trata-se de uma alternativa de investimento voltada para objetivos de longo prazo — como o de se aposentar —, com um funcionamento simples. O investidor passa um período fazendo aportes, preferencialmente periódicos (fase de acumulação). Depois, ele pode sacar os montantes acumulados (fase do usufruto).
A sua mecânica é semelhante à de um fundo de investimentos, já que os planos de Previdência Privada são vinculados a esses veículos. Os valores depositados são investidos por gestores profissionais, que adotam diferentes estratégias para entregar os resultados esperados.
Existem dois tipos principais de planos de Previdência Privada: o PGBL e o VGBL. Entenda mais sobre eles!
PGBL
PGBL é a sigla para Plano Gerador de Benefício Livre. Ele é caracterizado pela possibilidade de o investidor deduzir até 12% de sua renda bruta anual tributável do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) na fase de acumulação.
Por exemplo, com uma renda anual de R$ 100 mil, é possível deduzir até R$ 12 mil, reduzindo a base de cálculo do IR (Imposto de Renda) para R$ 88 mil. A dinâmica contribui para uma maior acumulação de capital, potencializando o efeito dos juros compostos sobre o investimento.
Porém, cabe destacar que o benefício é um adiamento do imposto, não uma isenção. Nesse caso, no momento do resgate do investimento, o IR incide sobre o total acumulado, incluindo os rendimentos e os aportes.
VGBL
Já o VGBL, ou Vida Gerador de Benefício Livre, é um plano de Previdência que não permite abatimentos no IR, mas tem a vantagem de tributar somente os lucros na hora do resgate. Isso significa que o imposto é menor nesse momento, por incidir apenas sobre os ganhos, e não sobre o total investido.
Por exemplo, em um investimento de R$ 500 mil que rendeu R$ 200 mil, apenas os ganhos serão tributados. Nesse contexto, o investidor poderá acessar o valor inicial livre de impostos, somado aos rendimentos obtidos no período — com o desconto do IR.
Escolha do plano ideal
Depois de compreender como funcionam os planos PGBL e VGBL, pode surgir a dúvida sobre como escolher o plano ideal, concorda? Uma das formas de tomar a melhor decisão é avaliar o tipo de declaração de Imposto de Renda que você entrega.
Se você deseja aproveitar o benefício fiscal oferecido pelo PGBL, precisa optar pela declaração completa do IR e ser contribuinte do INSS ou de algum RPPS. Caso contrário, embora seja possível aderir a um plano PGBL, não haverá como deduzir o valor das contribuições da base de cálculo do imposto.
Por outro lado, se você apresenta a versão simplificada da sua declaração de IR ou não contribui para o INSS ou para algum RPPS, a escolha pelo VGBL tende a ser mais interessante. Ela também pode ser usada pelo investidor que deseja alocar mais de 12% de sua renda bruta tributável em Previdência Privada.
Ou seja, você não precisa necessariamente escolher entre uma e outra, podendo ter as duas. Contudo, é válido verificar se a estratégia, de fato, atende às suas necessidades e expectativas para a aposentadoria no futuro.
Existem dicas adicionais para alcançar uma aposentadoria tranquila?
Ao longo deste conteúdo, você pôde conferir diferentes maneiras de calcular e montar a sua aposentadoria. Entretanto, vale a pena aprender algumas dicas adicionais para facilitar a sua jornada em busca de tranquilidade nessa fase.
Não perca!
Comece desde já
Quando o assunto é aposentadoria, deixar para estruturá-la posteriormente pode prejudicar seus planos e demandar o acúmulo de quantias cada vez maiores. Portanto, iniciar a construção da sua aposentadoria quanto antes costuma fazer uma grande diferença no futuro.
Tenha em mente que, quanto mais cedo você começar a poupar e investir, mais tempo seu dinheiro terá para crescer, aproveitando os juros compostos. Isso significa que pequenas contribuições feitas regularmente ao longo de muitos anos podem resultar em um montante significativo no fim.
Ademais, começar cedo permite ajustar suas contribuições de acordo com suas necessidades e objetivos — sem precisar fazer grandes sacrifícios financeiros ao longo do tempo.
Revise regularmente seus planos
Não é preciso ter muita idade para saber que a vida é dinâmica e sujeita a mudanças, seja no âmbito pessoal ou financeiro, não é mesmo? Portanto, é comum que, ao longo da construção da sua aposentadoria, seja necessário revisitar seus planos.
Alterações nas normas fiscais, em objetivos individuais ou mesmo no cenário econômico podem exigir ajustes em sua estratégia. Por exemplo, modificações na legislação da Previdência Social têm o potencial de demandar um foco maior no planejamento da sua aposentadoria independente.
Fazer cálculos e projeções periódicas também ajuda a identificar e corrigir desvios. A prática oferece mais garantias de que você se mantenha no caminho certo.
Ajuste seus investimentos periodicamente
Assim como nos ciclos da vida, o mercado financeiro tem altos e baixos. Com essa perspectiva à vista, é válido reconhecer que os investimentos favoráveis no presente momento podem não ser tão vantajosos no futuro.
Por esse motivo, é interessante revisar e ajustar periodicamente sua carteira. Avalie seu perfil de risco com frequência e adapte seus investimentos conforme se aproxima a data de aposentadoria, priorizando a segurança e a liquidez dos ativos.
Ajustes periódicos contribuem para a manutenção da estratégia de investimento alinhada com suas metas de longo prazo.
Consulte profissionais do mercado
Contar com a ajuda de profissionais do mercado pode ser um diferencial significativo no planejamento da aposentadoria. Consultores financeiros, contadores e advogados que atuam na área previdenciária são capazes de oferecer orientações valiosas, ajudando na tomada de decisões.
Por exemplo, um assessor de investimentos consegue identificar alternativas compatíveis com seu perfil e metas. Ele também esclarece dúvidas e mostra estratégias capazes de otimizar seus investimentos. A expertise desses profissionais pode proporcionar maior segurança e tranquilidade no planejamento do seu futuro.
Neste conteúdo, você conferiu como fazer o cálculo da aposentadoria, além de dicas para iniciar seu planejamento e ter um futuro financeiro mais tranquilo. Utilize as informações para antecipar a sua preparação e simplificar a acumulação de patrimônio pensando no seu merecido descanso.
Sabendo que a Previdência Privada pode ampliar os valores recebidos quando você se aposentar, confira mais sobre o investimento em nosso site!