Ao investir em um fundo de investimento, é fundamental ficar de olho no prazo de resgate. Isto é, em quanto tempo leva para você receber o dinheiro a partir da data de pedido de resgate.

É esse prazo que determina a liquidez do fundo, que é a facilidade de transformar as suas cotas em dinheiro. Dependendo do tipo de ativo em que o fundo investe e da sua estratégia, esse prazo pode ser maior ou menor.

O risco de liquidez é frequentemente ignorado pelos investidores pessoas físicas, mas pode causar surpresas desagradáveis. Já pensou precisar de dinheiro, mas descobrir que seu fundo só é capaz de depositar seu dinheiro dentro de um mês?

Para evitar que isso aconteça, é fundamental conhecer alguns conceitos e se informar sobre as informações referentes à liquidez do fundo antes de investir, seja com seu consultor de investimentos, seja por meio da leitura da lâmina e do prospecto do produto.

Como funcionam as aplicações e resgates

Ao aplicar em um fundo de investimento, você adquire cotas desse fundo. O valor das cotas é atualizado diariamente na maioria dos fundos de investimento, como resultado da valorização ou desvalorização da carteira de investimentos do fundo.

Assim, o valor das cotas sobe ou cai em decorrência da rentabilidade do fundo. Já a quantidade de cotas que o investidor detém permanece a mesma.

Por exemplo, se você comprar 100 cotas de um fundo de investimento por 1.000 reais, isso significa que cada cota vale 10 reais.

Se em determinado dia este fundo tiver uma valorização de 1%, sua quantidade de cotas permanecerá a mesma, mas seu investimento subirá para 1.010 reais. Isso porque cada uma das 100 cotas que você detém passou a valer 10,10 reais.

Sua quantidade de cotas aumenta se você aportar mais recursos no fundo, e diminui se você efetuar resgates.

O número de cotas também é reduzido quando chega a data de tributação do fundo. A cobrança de imposto de renda de boa parte dos fundos de investimento é feita semestralmente em cotas, mesmo que não haja resgates.

É o chamado come-cotas, que ocorre todo último dia útil dos meses de maio e novembro. Entenda melhor o que é o come-cotas e como ocorre a tributação dos fundos.

Aprenda a interpretar as informações sobre aplicação e resgate

Ao ler a lâmina ou o prospecto de um fundo de investimento, você vai se deparar com alguns dados técnicos sobre suas aplicações e resgates, bem como suas características de liquidez. Para interpretá-los corretamente, você deve entender os seguintes conceitos:

Prazo de cotização: é o tempo que o fundo leva para converter o dinheiro em cotas, a partir da data de aplicação, ou as cotas em dinheiro, a partir da data do pedido de resgate.

Prazo de liquidação: é o tempo que o fundo leva, depois da cotização, para depositar o dinheiro resgatado na conta do cotista.

Prazo de resgate: é o tempo decorrido desde o pedido de resgate até o depósito do dinheiro na conta do cotista. É a soma do prazo de cotização com o prazo de liquidação.

D+n: é a forma de medir os prazos no mercado financeiro, como os prazos de cotização, liquidação e resgate. A letra D representa o dia útil em que foi realizada a operação (por exemplo, o pedido de resgate).

Já a letra n representa o número de dias úteis ou corridos a partir da data de operação. Em geral, o material do fundo especifica, em cada caso, se a contagem se dá em dias úteis ou corridos.

Por exemplo, se um fundo tem prazo de cotização na aplicação e/ou no resgate de D+0 significa que a conversão de cotas é feita no mesmo dia do pedido de aplicação e/ou resgate.

Já um fundo que tem prazo de cotização para resgate em D+1 dia útil só realiza a conversão de cotas no dia útil seguinte à data de solicitação do resgate.

Alguns exemplos da vida real

Fundos de renda fixa conservadora geralmente têm prazos de cotização e liquidação curtos, em D+0 ou D+1. Uma configuração comum é prazo de cotização em D+0 para aplicação e resgate e prazo de liquidação em D+0 para resgate, totalizando um prazo de resgate de D+0.

Em outras palavras, esses fundos permitem que você receba o dinheiro na sua conta no mesmo dia em que pedir o resgate.

Outros fundos de alta liquidez podem ter, por exemplo, prazo de cotização de D+0 para aplicações e resgates, com prazos de liquidação de D+1 ou D+2 dias úteis no resgate.

Isto é, ao aplicar, o dinheiro é convertido em cotas no mesmo dia da aplicação. Mas ao resgatar, pode levar um ou dois dias úteis após a data do pedido de resgate para o dinheiro cair na conta do investidor.

Fundos de menor liquidez podem levar muitos dias para efetuar a cotização no resgate, embora a cotização na aplicação geralmente se dê em D+0 ou D+1.

Se você se deparar com um fundo de investimento cujo prazo de cotização no resgate seja de D+30 dias corridos, isso significa que você vai ter que esperar pelo menos um mês para ter acesso ao seus recursos.

E pode ser que a liquidação também leve alguns dias. Digamos, D+3 dias úteis. Isso significa que o prazo de resgate é de nada menos que 30 dias corridos mais 3 dias úteis – mais de um mês esperando o dinheiro cair na sua conta a partir do pedido de resgate.

Fundos com prazo de cotização mais longo geralmente investem em ativos de longo prazo e liquidez reduzida, que não permitem ao fundo fazer uma venda ou resgate imediato para honrar o pedido de resgate de um cotista.

Em geral, esses fundos se destinam a investidores moderados ou arrojados, com objetivos de longo prazo e que já têm outras aplicações financeiras de alta liquidez para atender às suas necessidades mais imediatas.

A ideia é que o investidor planeje os seus resgates, em vez de ser movido por um senso de urgência.

Conheça 4 investimentos de boa liquidez para resgatar facilmente.

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