Pagar os impostos regularmente é uma obrigação de todo contribuinte, sendo o Imposto de Renda (IR) um dos principais tributos cobrados. Porém, dependendo dos abatimentos na sua declaração, você pode ter direito a receber a restituição do Imposto de Renda.
Se for o seu caso, é importante saber como usar esse dinheiro de forma estratégica. Assim, você poderá reforçar seu planejamento financeiro e também poderá atingir seus objetivos de curto, médio e longo prazo.
Quer descobrir o que fazer com a restituição do IR? Continue a leitura e veja as dicas que a nossa equipe, da Genial Investimentos, separou para você.
Confira!
O que é a restituição do Imposto de Renda?
A restituição do Imposto de Renda é um valor que a Receita Federal devolve aos contribuintes que pagaram mais imposto que o necessário no ano de apuração.
Isso é possível porque, ao enviar a Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda para Pessoa Física (DIRPF) para a Receita Federal, você incluirá valores como:
- salários e outros ganhos tributáveis, como aluguel de imóveis;
- investimentos e seus rendimentos (isentos ou não);
- bens de sua propriedade e mais.
A partir dessas informações, o programa utilizado para fazer a declaração chegará à sua base de cálculo. Ela corresponde ao montante sobre o qual incidirá a alíquota de IR. Ao final, se o resultado for positivo, significa que ainda há imposto a pagar.
Contudo, a depender do modelo de declaração enviado, também é possível realizar determinadas deduções desse montante. No caso, quem opta por enviar a DIRPF completa pode incluir:
- gastos com saúde, como o plano de saúde ou a realização de consultas médicas particulares;
- gastos com educação, que pode ser infanto-juvenil, superior ou profissional;
- dependentes, que permite abater um valor fixo definido pela Receita;
- contribuições do INSS, que são descontadas na folha de pagamento;
- Contribuições à plano de previdência privada na modalidade de PGBL.
Então o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) pode ser menor do que você, efetivamente, deveria pagar, devido às deduções. Nesse caso, a declaração anual apresentará um resultado negativo, indicando que há restituição disponível.
Como funciona o pagamento da restituição de IR?
Agora que você sabe como funciona a restituição do Imposto de Renda, é interessante compreender como esse pagamento é realizado. Como você viu, essa responsabilidade é da Receita Federal, por meio de uma secretaria específica.
O valor é depositado em uma conta corrente ou conta poupança, que deve ser de sua titularidade e indicada por você. O pagamento acontece de modo automático, mas é preciso notar que os prazos variam em lotes.
Como referência, essas foram as datas divulgadas pela Receita Federal em 2024 para o pagamento da restituição:
- 1º lote: 31 de maio;
- 2º lote: 28 de junho;
- 3º lote: 31 de julho;
- 4º lote: 30 de agosto;
- 5º lote: 30 de setembro.
O primeiro lote é destinado aos idosos e aos contribuintes que obtêm a maior parte das receitas do exercício do magistério. Já os demais prazos dependem da data de entrega da declaração. Assim, quem entrega antes também tem a chance de receber a restituição de modo antecipado.
Ainda, saiba que o valor da restituição é corrigido pela taxa Selic mensal e ainda recebe 1% da taxa no mês em que ocorre o depósito. Em determinadas situações, o montante ficará disponível para saque por até um ano.
Isso ocorre quando o contribuinte não tem conta em banco ou não recebeu a restituição correta, por exemplo. Caso você perca esse prazo, é possível fazer uma solicitação especial de restituição no site da Receita Federal, dentro de um período de 5 anos.
Como consultar a restituição do IR?
Para confirmar se você realmente tem direito à restituição e qual é o valor a ser recebido, é necessário fazer uma consulta no site da Receita Federal. Em seguida, vá até à página “Consulta Restituição” e informe os dados solicitados.
São eles:
- CPF;
- data de nascimento;
- ano de exercício da declaração.
Ao enviar as informações, você encontrará a situação da sua declaração. Se ela já foi processada, é possível ver qual é o status. Se você tiver direito à restituição, o resultado indicará o valor a ser recebido.
Do contrário, será mostrado se você teve ou não imposto a pagar e que não há o direito de recebimento da restituição.
O que fazer com a restituição do Imposto de Renda?
Após conhecer as principais informações sobre a restituição de Imposto de Renda, é o momento de entender o que fazer com o dinheiro que você receberá. Como esse é um montante extra no seu orçamento, vale a pena usá-lo de modo estratégico e a favor do seu planejamento financeiro.
Então, em vez de gastar imediatamente o dinheiro com uma compra por impulso ou uma ida ao restaurante, por exemplo, vale a pena conhecer outras possibilidades para usar o dinheiro.
Quer conferir dicas para utilizar o montante recebido na restituição de Imposto de Renda? Continue a leitura e veja sugestões!
Pague dívidas
Se você estiver endividado no momento, vale a pena considerar pagar algumas dívidas com o valor da restituição. Mesmo que o pagamento seja parcial, você terá um alívio no orçamento e será mais fácil organizar as suas contas.
Caso você esteja inadimplente, é recomendado buscar os credores para realizar uma negociação da dívida. Assim, é possível conseguir condições melhores, como descontos no pagamento à vista ou um parcelamento maior, por exemplo.
Mesmo as dívidas que estão em dia devem ser consideradas. É o caso de adiantar ao menos uma fatura do seu principal cartão de crédito, por exemplo. Dessa forma, você consegue liberar parte do orçamento e tem ajuda para manter bons hábitos financeiros.
Aumente sua capacitação
Dependendo da quantia que você receberá na restituição e de acordo com os seus objetivos, pode ser interessante utilizar o dinheiro para aumentar sua capacitação profissional. Nesse sentido, há como usar o valor para iniciar um curso livre ou uma pós-graduação, por exemplo.
Assim, você pode expandir suas capacidades profissionais para alcançar mais sucesso na carreira. Também é possível utilizar os recursos para desenvolver sua educação financeira.
É o caso de fazer um curso sobre investimentos para aprofundar seus conhecimentos no mercado financeiro, por exemplo. Assim, você terá um preparo maior para tomar boas decisões para o seu dinheiro.
Monte sua reserva de emergência
Se o seu orçamento estiver em dia, sem inadimplência ou grandes dívidas, é importante pensar na sua segurança financeira. Para isso, é preciso compor uma reserva de emergência.
Esse montante deve ser investido em alternativas com alta liquidez e serve para cobrir eventuais imprevistos financeiros. Com a reserva, portanto, você consegue manter o orçamento em dia e não precisa resgatar investimentos para cobrir despesas extras, por exemplo.
Nesse sentido, vale considerar que a reserva de emergência deve corresponder, em média, a 6 meses das suas despesas. A ideia é poder se manter financeiramente estável por, no mínimo, um semestre no caso de ocorrer falta de renda.
Além disso, a reserva de emergência está relacionada à sua liberdade financeira. Para atingir um patamar em que você possa tomar decisões sem se preocupar apenas com o dinheiro, é essencial ter a segurança financeira que esse montante oferece.
Para iniciar ou acelerar a construção da sua reserva, você pode usar o valor pago pela Receita Federal como restituição de Imposto de Renda. Assim, você estará cada vez mais perto de constituir a quantia adequada para as suas necessidades.
Provisione para os gastos do começo do ano
Como você viu, o último lote da restituição de IR é pago depois da metade do ano. Em 2024, o último pagamento ficou para o final de setembro.
Dependendo de quando você receber os valores e de quais forem as suas necessidades, você pode usar esse montante para provisionar recursos pensando nos gastos do final e do começo do ano.
É o caso, por exemplo, de juntar dinheiro para pagar a matrícula da escola dos filhos ou o material escolar. Ainda, existem os gastos decorrentes das comemorações de final do ano, como os presentes de Natal ou a viagem de Ano Novo.
Ao poupar o valor da restituição com foco nesses gastos, seu orçamento terá um alívio no momento de arcar com tais despesas.
Reforce sua carteira de investimentos
Caso você tenha objetivos de médio ou longo prazo, é possível utilizar a restituição do Imposto de Renda para começar a compor ou para complementar a sua carteira de investimentos.
Se você já tiver a reserva de emergência formada, mas ainda não começou a investir, essa pode ser a chance de dar os primeiros passos. Por outro lado, se você tem o hábito de investir, esse dinheiro extra poderá ser usado para complementar e fortalecer sua estratégia.
Na sequência, você conhecerá algumas possibilidades disponíveis no mercado para investir o dinheiro da restituição de IR.
Confira!
Títulos públicos
Os títulos públicos são aplicações financeiras de renda fixa emitidas pelo Tesouro Nacional. Eles são negociados na plataforma conhecida como Tesouro Direto e permitem que você se torne credor do Governo Federal.
Ao escolher essa alternativa, é importante notar que existem diferentes títulos disponíveis na plataforma, dependendo das características apresentadas. Veja quais são as principais aplicações para investir:
- Tesouro Prefixado: rende de acordo com uma taxa fixa, como 10% ao ano. Ele pode ou não pagar cupons semestrais, que consistem em um adiantamento dos juros a cada semestre;
- Tesouro Selic: é do tipo pós-fixado e tem retorno atrelado ao desempenho da Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira;
- Tesouro IPCA: rende de acordo com uma taxa fixa mais a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ele pode ou não ter pagamento de juros semestrais.
Em relação à segurança, todos os títulos são inteiramente garantidos pelo Tesouro Nacional. Além disso, o Governo é o único órgão que pode emitir papel-moeda, então são considerados investimentos bastante seguros.
Ainda, o Governo garante a recompra dos títulos, oferecendo liquidez diária. No entanto, o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA estão expostos à marcação a mercado, o que faz com que eles sejam vendidos pelo preço do dia. Logo, para obter o retorno acordado, é necessário levar o investimento até o vencimento.
Títulos privados
A renda fixa também tem títulos emitidos por instituições financeiras que visam captar recursos. Entre as opções, estão:
- certificados de depósito bancário (CDBs);
- letras de crédito do agronegócio (LCAs);
- letras de crédito imobiliário (LCIs);
- letras de câmbio (LCs);
- letras financeiras (LF);
- letras hipotecárias (LH).
Em relação às condições, cada título tem características específicas de retorno, liquidez e prazo. Logo, você pode encontrar alternativas com liquidez diária e outras com resgate apenas no vencimento, por exemplo.
Já em relação à segurança, é possível contar com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Ele abrange a maior parte dos títulos e oferece uma proteção no caso de a instituição emissora não conseguir fazer o pagamento conforme estava acordado.
Note, entretanto, que existe um limite para a restituição. A cobertura é de R$ 250 mil por CPF e instituição financeira, com um limite global de R$ 1 milhão ao total, com renovação a cada 4 anos.
Crédito privado
A renda fixa tem uma subclassificação chamada de crédito privado. Nela, constam os títulos emitidos por instituições não-financeiras. Entre as alternativas de aplicações, estão:
- debêntures;
- certificados de recebíveis imobiliários (CRIs);
- certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs).
Essas aplicações também podem ser prefixadas, pós-fixadas ou híbridas e têm condições variáveis de prazo e liquidez. No entanto, a principal diferença está nos riscos.
Ao contrário dos outros títulos privados, os investimentos do crédito privado não têm proteção do FGC. Como possuem menos garantias, apresentam mais riscos. Porém, o retorno também pode ser maior que outras alternativas de renda fixa.
Fundos de renda fixa
Os fundos de investimentos são veículos financeiros coletivos que se baseiam na aquisição de cotas de participação. Além disso, a gestão financeira é realizada por um time profissional, que fica responsável por alocar os recursos de acordo com a estratégia estabelecida.
No caso dos fundos de renda fixa, o foco está em investir nas aplicações financeiras dessa classe. Ao mesmo tempo, há diversas oportunidades disponíveis no mercado.
Os fundos DI, por exemplo, investem a maioria dos recursos em títulos públicos pós-fixados. Além disso, eles têm como objetivo refletir o desempenho de um índice de referência que, no caso, é o Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
Já os fundos de debêntures são compostos por títulos de dívidas desse tipo. Ademais, fundos de direitos creditórios (FIDCs) estão relacionados aos direitos que empresas cedem a securitizadoras na antecipação de recebíveis.
Na maioria desses fundos, você pode fazer investimentos iniciais mais baixos, o que pode ser consistente com a sua restituição. Além disso, eles são encontrados na plataforma de investimentos da sua corretora de valores.
Ações
Partindo para a renda variável, você pode investir a restituição de IR em ações. Esses papéis são pequenas frações do capital social de uma empresa e são negociados na bolsa de valores.
Após comprar ações de determinada companhia, você se torna parte do quadro societário dela. Com isso, passa a correr os riscos do empreendimento e pode participar de seus resultados. Se a sua restituição não for o suficiente para comprar um lote de 100 ações, você pode considerar a negociação no mercado fracionário.
Além disso, existem diversas formas de obter ganhos com as ações. Você pode lucrar ao vender os papéis por um preço mais caro, em uma eventual valorização dos ativos.
Também é possível receber proventos, que são os benefícios que as companhias distribuem para os acionistas. Entre eles, estão os dividendos, que são uma parte do lucro líquido da empresa dividida proporcionalmente entre os investidores.
Com o pagamento desses proventos, portanto, você receberá valores em dinheiro sem precisar vender as ações.
Fundos de ações
Assim como acontece na renda fixa, a renda variável também apresenta alternativas de fundos de investimento. Entre os tipos disponíveis está o fundo de ações.
Ele investe a maioria dos recursos em:
- ações;
- opções de ações;
- direitos de subscrição;
- cotas de fundos de ações;
- cotas de fundos de índices (ETFs) de ações;
- debêntures conversíveis em ações e mais.
Também existem fundos de ações com estratégias arrojadas e outros que preveem menos riscos. Nesse caso, o investimento é feito pela plataforma de investimentos da sua corretora e você pode encontrar alternativas adequadas à sua capacidade de aporte.
FIIs
Já os fundos de investimentos imobiliários (FIIs) são veículos financeiros de renda variável cujas cotas são negociadas na bolsa de valores. Entre os tipos, há três opções principais de FIIs, que são:
- fundos de papel: alocam a maioria dos recursos em títulos ligados ao setor de imóveis;
- fundos de tijolo: investem a maioria do dinheiro na compra de propriedades imobiliárias;
- fundos de fundos: alocam a maior parte do dinheiro na compra de cotas de outros FIIs do mercado.
Um dos destaques do FII é que ele prevê o pagamento de dividendos. Por lei, esse tipo de fundo precisa distribuir, no mínimo, 95% dos resultados líquidos entre os cotistas a cada semestre.
Além disso, o lote mínimo de compra é de uma cota. Assim, é uma oportunidade acessível para investir sua restituição de IR.
ETFs
Sigla para exchange traded funds, ou fundos de índice, os ETFs têm como principal objetivo replicar a carteira teórica de um indicador financeiro. Com isso, eles apresentam gestão passiva, cujo objetivo é obter uma performance equivalente à média do mercado.
Assim como acontece com os FIIs, é possível comprar apenas uma cota de um ETF. Logo, esse fundo pode ser uma alternativa acessível para diversificar a sua carteira, caso ele esteja alinhado ao seu perfil.
Fundos multimercados
Na hora de investir sua restituição do Imposto de Renda, você também pode recorrer aos fundos multimercados. Eles se diferenciam porque preveem mais liberdade para a estratégia, pois não exigem percentuais mínimos de aporte em determinada classe ou ativo. Com isso, o gestor pode investir tanto em renda fixa quanto em renda variável.
Esses fundos podem ter estratégias mais arrojadas ou mais conservadoras. Ainda, eles podem ter valores de aporte mínimos diferentes, então há como encontrar a alternativa mais conveniente para suas necessidades na plataforma da sua instituição financeira.
BDRs
Os certificados de depósito de valores mobiliários (BDRs) são investimentos de renda variável que também estão disponíveis na bolsa de valores. Eles são emitidos por uma instituição depositária e têm lastro em ativos do exterior.
Assim, você pode investir em ações, ETFs ou títulos de dívidas internacionais sem precisar sair da bolsa brasileira (B3). Além disso, o investimento é em reais, o que pode favorecer sua capacidade de aporte por meio da restituição de IR.
Incremente sua Previdência Privada
Agora um investimento que pode exigir sua atenção extra: a Previdência Privada. Se você utilizou a previdência como instrumento de dedução do seu Imposto de Renda, utilize agora a restituição para novos aportes, com essa estratégia, construirá uma carteira mais solida.
Nesse tipo de investimento, a fase de acumulação consiste em realizar aportes frequentes para compor patrimônio e melhorar o alcance de resultados. Normalmente, a ideia é investir todos os meses, com base no seu planejamento financeiro.
Com o recebimento de um dinheiro extra, como a restituição de IR, há como fortalecer a sua estratégia com a Previdência Privada. Assim, você aumentará o acúmulo de capital e poderá chegar mais rapidamente aos seus objetivos.
Além disso, dependendo do seu plano, é possível aumentar o abatimento da base de cálculo de IR. Logo, fazer esse investimento extra pode até ajudá-lo a receber uma restituição maior na declaração do ano seguinte.
Realize aportes diferentes
Como você viu, é possível utilizar a restituição do Imposto de Renda para fortalecer a carteira que já possui. No entanto, essa não é a única possibilidade para considerar.
Dependendo do seu nível de tolerância aos riscos, dos seus objetivos financeiros e da sua estratégia, é possível aproveitar a oportunidade para investir em alternativas diferentes. Entre as possibilidades, estão as criptomoedas.
Desde que você seja capaz de tolerar os riscos do mercado de criptoativos, a restituição pode fornecer os recursos extras dos quais precisa para aproveitar essa oportunidade.
Os aportes podem ser feitos de forma indireta via fundos de criptomoedas ou ETFs, por exemplo. Desse modo, você pode diversificar a carteira e explorar novas possibilidades do mercado financeiro.
Como você acompanhou, a restituição de Imposto de Renda pode reforçar o seu orçamento por meio de diversas possibilidades. Com essas alternativas, agora você sabe como usar esse dinheiro e aproveitá-lo da melhor maneira para a sua realidade.
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