As mudanças climáticas afetam não apenas a rotina das pessoas como também a economia mundial. Em 2023, o Brasil registrou a maior onda de calor da sua história e as consequências do processo podem ser observadas em diversos setores.

Entender esse movimento é importante para compreender como ele afeta a economia e ajuda a fazer projeções. O conhecimento a respeito do tema também permite encontrar formas de economizar diante do aumento da demanda por água e energia.

O que é uma onda de calor?

A onda de calor é um fenômeno meteorológico caracterizado por um período prolongado de temperaturas máximas acima da média usual para a época. Durante o processo, as temperaturas diurnas tendem a ultrapassar os valores sazonais normais.

Como consequência, a região passa por condições climáticas excepcionalmente quentes. Esse fenômeno com frequência é acompanhado por uma falta de chuvas significativa, o que contribui para a intensificação do calor, podendo levar a condições de seca.

Vale saber que o fenômeno é comum todos os anos nos períodos de transição entre a primavera e o verão. Além da maior proximidade da terra com o sol, as temperaturas elevadas ocorrem porque há menos chuvas e, consequentemente, menos nuvens para impedir a passagem do calor.

As ondas de calor podem ter impactos significativos em diversas questões, incluindo saúde humana, agricultura, ecossistemas e setores industriais. Durante esses eventos, é comum que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emita alertas para a população.

A intensidade do aviso está relacionada tanto com os desvios de temperatura absolutos quanto com a persistência do fenômeno — ou seja, o número de dias consecutivos nos quais ele acontece. Por exemplo, há o alerta vermelho de onda de calor.

Esse aviso é enviado quando o fenômeno meteorológico é de intensidade excepcional, com alta probabilidade de ocorrer danos e acidentes à integridade física das pessoas. Em geral, a temperatura fica 5 °C acima da média por um período maior que 5 dias.

Nesse caso, é recomendado evitar os horários de sol extremo, utilizar bastante protetor solar e manter a hidratação. Se houver mal-estar, o ideal é que as pessoas procurem auxílio médico.

Quais são as principais causas das ondas de calor?

Ainda que seja um fenômeno comum em determinada época do ano, as ondas de calor estão mais intensas. Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostram que o ano de 2023 foi o mais quente da história do planeta.

Ao longo do período, o Brasil passou por 9 episódios de onda de calor. Existem diversas razões para isso, pois o fenômeno é complexo e a interação entre fatores desencadeantes pode variar em diferentes regiões e momentos.

Desse modo, o entendimento dessas causas é fundamental para prever e lidar com os impactos associados às ondas de calor. Veja mais detalhes sobre os principais motivos desse processo!

El Niño

O El Niño é um fenômeno relacionado ao aquecimento anormal do Oceano Pacífico, principalmente na região da Linha do Equador. Em geral, ele começa a se formar no segundo semestre do ano.

O fenômeno não tem um período de duração definido. Todavia, sabe-se que o comportamento dos ventos tem papel crucial para a formação do El Niño.

Em uma situação normal, o movimento dos ventos empurra as águas da superfície do Oceano Pacífico para o oeste. Isso permite que as águas mais frias e profundas subam. Contudo, quando os ventos invertem a direção, por exemplo, essa troca não ocorre.

Assim, as águas mais quentes permanecem por mais tempo na superfície, elevando a temperatura do oceano e aumentando a evaporação. No Brasil, o El Niño amplia o risco de seca nas regiões Norte e Nordeste, e de altos volumes de chuva no Sul.

Circulação atmosférica

Outro motivo para as ondas de calor é a presença de centros de baixa e alta pressão atmosférica. No primeiro caso, o ar é sugado, enquanto no segundo ele é dissipado. Isso forma um ciclone e um anticiclone, respectivamente.

Quando ocorre um bloqueio atmosférico, surge um centro de alta pressão que não permite que os ventos frios passem. Logo, há um obstáculo ao avanço dessas massas de ar, geralmente como efeito do El Niño.

Ausência de chuvas

A falta de precipitação, especialmente durante um período prolongado, pode contribuir para o aumento das temperaturas. Sem a umidade da chuva para esfriar a atmosfera, o solo e o ar podem aquecer com mais rapidez, intensificando a onda de calor.

Urbanização

A urbanização também afeta os processos atmosféricos locais. Isso está relacionado com a substituição da superfície natural por concreto e asfalto, o que altera o balanço de energia próximo à superfície e modifica o ciclo de temperatura local.

Assim, surge o chamado efeito de ilha de calor urbana. Esse é o nome dado para áreas urbanas que são significativamente mais quentes que as regiões rurais ou florestadas ao redor.

Mudanças climáticas

Outra razão relevante para as ondas de calor é a interferência humana no clima. Um dos principais efeitos das mudanças climáticas é o aumento da frequência e intensidade de fenômenos extremos.

As mudanças climáticas também podem influenciar os padrões de precipitação, resultando em condições mais secas em algumas regiões. Consequentemente, a falta de umidade no solo durante ondas de calor pode agravar os efeitos do aquecimento intenso e prolongado.

Além disso, há maior probabilidade de eventos climáticos extremos ocorrerem simultaneamente, como ondas de calor acompanhadas por secas ou incêndios florestais. Esses eventos combinados podem ter impactos mais graves em ecossistemas, agricultura e comunidades.

Com o que se preocupar nesse contexto?

Conforme a temperatura média global aumenta, a tendência é que a frequência e a intensidade de ondas de calor também cresçam. Nesse contexto, o fenômeno cada dia mais forte impacta a população em diversas esferas.

Confira quais são os principais pontos em que a onda de calor provoca efeitos relevantes!

Saúde humana

A exposição ao calor excessivo apresenta riscos diretos à saúde e pode causar diversos problemas. Entre eles estão desidratação, náuseas, tontura, confusão mental e convulsões. Em casos extremos, as altas temperaturas podem levar o indivíduo à morte.

Normalmente, os riscos são maiores para crianças, idosos e pessoas com comorbidades. Como resposta ao evento climático, o corpo humano redistribui o fluxo sanguíneo. Assim, ele transfere o calor dos músculos para a pele e, depois, para o ambiente — o processo ocorre por meio da transpiração.

Isso faz com que o coração trabalhe com mais força e rapidez. Então os problemas cardiovasculares podem ser intensificados. Além disso, os aumentos expressivos de temperatura podem afetar a saúde mental.

Ondas de calor ainda podem promover maior irritabilidade e intensificar sintomas relacionados à depressão e ansiedade. A dificuldade para dormir bem também pode acentuar os sinais de doenças mentais.

Nesse sentido, temperaturas mais altas do que o normal tendem a causar problemas de memória, concentração e reação.

Agricultura e pecuária

Também é preciso se preocupar com os impactos causados pela onda de calor em setores específicos, como na agricultura e pecuária. Temperaturas mais elevadas que a média podem afetar as produções agrícolas de diferentes maneiras.

O fator também é combinado com maior ou menor precipitação, umidade do ar e tipo de cultura. Essas condições podem reduzir os rendimentos de plantações, como soja, feijão e milho, além de impactar negativamente a qualidade de hortaliças.

Inflação

O calor intenso ainda causa efeitos na inflação. Por exemplo, os impactos na agricultura e pecuária podem pressionar os preços dos alimentos. O aumento no consumo de eletricidade é outro fator que pode elevar os índices inflacionários.

Vale destacar que o Comitê de Política Monetária (Copom) acompanha os movimentos do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para definir a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic). Então pode haver impactos nesse sentido.

Demanda por energia

Com o calor intenso, há o aumento no uso de ventilador e ar-condicionado, resultando em um crescimento da demanda por energia elétrica. Em meados de novembro de 2023, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou um recorde na demanda nacional.

Aquela foi a primeira vez que a carga superou o patamar de 100 gigawatts (GW). O aumento no consumo pode se refletir na alta das tarifas de luz. Isso acontece tanto pela maior demanda quanto pela eventual necessidade de usar fontes de energia mais caras, como as térmicas.

Além de pressionar o sistema elétrico quando as pessoas mais dependem dele, o maior uso de energia elétrica em dias muito quentes pode causar apagões e outras falhas.

Empresas na bolsa de valores

O aumento na demanda por energia pode significar receitas maiores no curto prazo para algumas empresas. Logo, podem surgir oportunidades para quem investe. Na bolsa de valores brasileira, o setor elétrico é dividido em três segmentos:

  • geração: empresas que produzem energia por meios hidroelétricos, solares, eólicos ou térmicos;
  • transmissão: companhias que levam energia elétrica de um ponto até outro;
  • distribuição: organizações encarregadas de levar a energia ao consumidor final.

Empresas que atuam nas três áreas são conhecidas como híbridas. Nesse mercado, quando as temperaturas aumentam, as companhias que trabalham com distribuição são as que mais se beneficiam.

O segmento de geração também pode se beneficiar desse contexto, especialmente as empresas que trabalham com fontes térmicas, que podem passar a ser acionadas nesse período. Já as companhias de transmissão não costumam passar por mudanças significativas diante das altas temperaturas.

Isso acontece porque elas geralmente têm contratos de longo prazo com remuneração fixa e reajustes feitos por indicadores de inflação. Como resultado, a demanda e clima não tendem a impactar essas empresas.

Vale ressaltar que, embora as temperaturas elevadas possam potencializar os resultados de algumas organizações distribuidoras e geradoras no curto prazo, é preciso ter atenção. Analisar os fundamentos dessas companhias é essencial para fazer escolhas mais acertadas no longo prazo.

Como reduzir os impactos econômicos da onda de calor?

Existem algumas estratégias que podem ajudar a minimizar os impactos econômicos da onda de calor, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Um exemplo é recorrer ao Mercado Livre de Energia, pois nesse ambiente os consumidores têm mais autonomia.

Eles podem escolher o tipo e volume de energia adquirida, bem como o preço a ser pago. Isso aumenta as chances de fechar um contrato que seja vantajoso em termos financeiros e que atenda às suas necessidades.

Mercado Livre de Energia

Esse ambiente permite que os consumidores escolham seu fornecedor de energia. Ademais, como o seu preço é definido pela oferta e demanda, é possível economizar devido à concorrência.

O objetivo do Mercado Livre de Energia é permitir que os consumidores tenham maior autonomia e flexibilidade, além de impulsionar a competitividade no setor. Afinal, ao contrário do Ambiente de Contratação Regulada, o Ambiente de Contratação Livre permite negociar as condições contratuais.

Dessa forma, é possível comparar e escolher o prazo de fornecimento, o melhor preço e a forma de pagamento. Esse ambiente também oferece a possibilidade de fazer o uso de energia proveniente de diferentes fontes.

Essa pode ser uma oportunidade para o consumidor não ficar dependente da energia proveniente de hidrelétricas. Ainda, é possível priorizar fontes renováveis, como solar e eólica, que impactam menos o meio ambiente.

Com essas características, o Mercado Livre de Energia permite otimizar a eficiência na gestão energética. Isso porque uma empresa que participa desse ambiente, por exemplo, pode identificar e eliminar desperdícios.

Ela também pode gerenciar seu consumo com mais flexibilidade, ajustando o contrato conforme suas demandas sazonais e operacionais. Essa característica garante um bom controle dos recursos energéticos.

Cabe ressaltar que, para participar do Ambiente de Contratação Livre, é preciso cumprir alguns critérios. Por exemplo, a partir de 2024, qualquer consumidor de alta ou média tensão terá acesso ao Mercado Livre de Energia, independentemente da demanda contratada.

Neste artigo, você aprendeu o que é onda de calor e como esses eventos extremos podem impactar a sociedade em diversos contextos. Ao compreender o fenômeno, é possível implementar medidas para mitigar os efeitos adversos associados a ele.

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Somos a área de energia da Genial, fornecemos os serviços de Comercialização e Consultoria Energética especializada em Mercado Livre de Energia com objetivo de reduzir o custo de energia para consumidores finais.

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