Diversas instituições trabalham em conjunto para manter a eficiência da política monetária brasileira. Uma delas é o Copom. Assim, as decisões desse comitê influenciam diretamente o cenário econômico do país — e, claro, os investimentos.

Por esse motivo, é fundamental entender como ele funciona para acompanhar a economia brasileira. Além disso, saber como é a atuação desse órgão permite compreender como ele interfere no seu cotidiano.

Pensando nisso, nós, da Genial Investimentos, elaboramos este artigo. Aqui, você entenderá o que é o Copom e qual é a sua importância para os investidores.

Continue a leitura e confira!

O que é Copom e qual sua função?

O Comitê de Política Monetária (Copom) é um órgão do Banco Central, formado pelo seu presidente e diretores. Ele é responsável pela definição da taxa básica de juros da economia brasileira — a Selic.

Para isso, os membros realizam reuniões a cada 45 dias, com encontros que acontecem em 2 dias seguidos. A decisão tomada é comunicada ao mercado por meio de divulgação pela internet.

Nesse momento, o Copom também compartilha a ata do encontro. O documento reúne os principais assuntos discutidos durante os dias de reunião e destaca as mudanças em relação às projeções anteriores.

Além da definição da Selic, o comitê tem a função de analisar o relatório de inflação, divulgado pelo Banco Central a cada três meses. A avaliação do documento serve para entender a evolução recente e as perspectivas da economia brasileira, a fim de auxiliar nas deliberações.

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Histórico do Copom

Entendendo o Copom, é possível que você tenha interesse em conhecer o histórico desse comitê. Ele foi criado em 20 de junho de 1996, com objetivo de estabelecer a taxa básica de juros. Além disso, a formação visa proporcionar maior transparência para a definição das diretrizes da política monetária no Brasil.

Assim, o seu conceito foi inspirado em grupos de outros países com propósitos semelhantes. Entre esses comitês, estão o Federal Open Market Committee, dos Estados Unidos, e o Central Bank Council, da Alemanha.

Ao longo dos anos, a atuação do Copom sofreu mudanças importantes no que se refere à competência dos membros, periodicidade das reuniões e, até mesmo, seus objetivos. Em junho de 1999, por exemplo, foi adotada a diretriz de política monetária baseada em metas para a inflação.

Calendário de reunião Copom 2023

Como você viu, o Copom se reúne frequentemente durante o ano. Por esse motivo, o calendário das reuniões de um ano é divulgado no primeiro semestre do ano anterior. Então o mercado já sabe quando esperar os encontros que definirão os rumos da taxa Selic.

A seguir, confira o calendário de reuniões do Copom para 2023:

  • 31 de janeiro e 1º de fevereiro;
  • 21 e 22 de março;
  • 2 e 3 de maio;
  • 20 e 21 junho;
  • 1º e 2 de agosto;
  • 19 e 20 de setembro;
  • 31 de outubro e 1º de novembro;
  • 12 e 13 de dezembro.

Como funciona uma reunião do Copom?

Agora que você sabe o que é o Copom e o calendário de reuniões, vale entender como os encontros funcionam. No primeiro dia, os membros do comitê assistem às apresentações técnicas do Banco Central, que expõem dados sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial.

Também são apresentadas informações referentes à liquidez e ao comportamento dos mercados. Assim, os membros do órgão podem analisar e comparar diferentes dados para embasar suas decisões.

Após essa etapa, eles se reúnem de maneira reservada para discutir as definições que devem ser realizadas. Para tanto, os membros do Copom consideram o cenário macroeconômico e os principais riscos associados a ele.

Esse diálogo serve para apoiar a tomada de decisão a respeito de elevar, manter ou reduzir a taxa Selic Meta. A intenção é fazer com que a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) se direcione para a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Desse modo, o objetivo do comitê é fazer a escolha mais acertada considerando as condições econômicas do país. A escolha é divulgada no último dia de reunião e as atas do Copom são publicadas às 8 horas da terça-feira seguinte aos encontros do comitê.

Como você viu, os documentos sintetizam o processo de discussão do Copom. Logo, eles são importantes para o mercado porque refletem os números apresentados no encontro.

Para os investidores, esses dados podem servir para a definição de estratégias de investimento ou para uma nova análise sobre a realidade econômica, por exemplo.

O que é taxa Selic?

Você já entendeu que a principal função do Copom é definir a taxa Selic do período. Por isso, esse conceito também deve ser esclarecido. O termo é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia e se refere à taxa média cobrada em negociações com títulos públicos federais.

A taxa Selic corresponde à média do custo dos empréstimos com a duração de um dia que os bancos realizam entre si, usando como garantia de pagamento os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. Essas são as chamadas operações compromissadas.

Isso significa que os bancos comerciais emprestam dinheiro mutuamente todos os dias — para fecharem o caixa no positivo. Então os juros praticados nesses empréstimos têm base no rendimento dos títulos públicos que eles usam como garantia.

A média desses juros é a taxa Selic. Também chamada de Selic efetiva, e ainda Selic Over ou Selic Overnight, ela fundamenta o que se conhece como taxa básica de juros do país.

Ela também é determinante para outro sistema de garantia jurídica entre os bancos: o Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Com isso, a Selic serve como referência para diversas taxas de juros do mercado — como aquelas cobradas pelas instituições financeiras em empréstimos e financiamentos.

Além disso, ela tem outras funções na economia nacional, como ajudar a controlar a inflação e influenciar na emissão, compra e venda de títulos públicos.

Qual a relação entre o Copom e a Taxa Selic?

A relação do Copom com a Selic é fácil de visualizar: conforme você aprendeu, o comitê é que define a taxa. Assim, a partir do momento em que a meta é definida, o Banco Central passa a atuar por meio de operações diárias no mercado aberto.

Desse modo, ele compra e vende títulos públicos federais para manter a taxa de juros próxima ao valor estabelecido na reunião. Também é por meio da taxa Selic que os bancos definem os juros cobrados por empréstimos e determinam a rentabilidade de alguns de seus produtos.

As aplicações pós-fixadas da renda fixa privada costumam acompanhar a Selic ou o CDI. Ademais, os títulos prefixados e híbridos se baseiam na Selic para estipular a sua rentabilidade fixa. Até mesmo os ativos de renda variável podem sofrer os impactos das variações da taxa Selic.

Além disso, para entender a atuação do comitê em relação à Selic, é válido saber quais são os motivos que levam às alterações na taxa. Quando a inflação sobe, por exemplo, o Copom, com o objetivo de desaquecer a economia, tende a elevar a taxa Selic.

Isso torna o crédito mais caro, o que ajuda a diminuir a circulação de dinheiro e reduzir a inflação. Já a redução da Selic costuma ser feita como meio de estimular a economia a retomar seus fluxos de crescimento. Vale saber que a diminuição da Selic também pode ter outros objetivos, como:

  • favorecer pequenas empresas e fomentar novos negócios;
  • aumentar o sistema de crédito;
  • elevar o volume de dinheiro em circulação, incentivando o consumo;
  • reduzir o custo do financiamento da dívida pública;
  • minimizar o índice de inadimplência;
  • melhorar a rentabilidade de investimentos na bolsa de valores, atraindo capital para o país.

Quem são os membros do Copom?

Como você aprendeu, o Copom é um comitê que toma decisões importantes para a economia brasileira. Mas quem compõe esse grupo? Na prática, ele é formado por presidentes, diretores e outros membros de departamentos do Banco Central do Brasil (Bacen).

A seguir, confira quais são os participantes membros da diretoria do Bacen:

  • Presidente;
  • Diretor de Administração;
  • Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos;
  • Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural;
  • Diretor de Regulação;
  • Diretoria de Política Monetária;
  • Diretoria de Política Econômica;
  • Diretoria de Fiscalização;
  • Diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania.

Além disso, conheça os chefes de departamentos do Bacen que participam ativamente das reuniões do comitê:

  • Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos;
  • Departamento de Assuntos Internacionais;
  • Departamento Econômico;
  • Departamento de Operações do Mercado Aberto;
  • Departamento das Reservas Internacionais;
  • Departamento de Estudos e Pesquisas;
  • Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais.

Qual a importância do Copom para os investidores?

Agora que você já aprendeu mais sobre o Copom, é o momento de descobrir a sua importância para os investidores. Afinal, como foi possível entender, as decisões desse comitê afetam diretamente os investimentos.

Para investir, é necessário considerar diversos fatores individuais, como perfil de investidor, objetivos financeiros e necessidades. Mas, além disso, você deve observar o cenário econômico a fim de entender as tendências para os próximos meses e, assim, tomar decisões mais acertadas.

Para melhor compreensão, considere o exemplo de que a previsão é de uma recessão econômica em breve. Assim, pode não ser tão interessante investir em ações, já que as empresas podem ter os lucros reduzidos e passar por dificuldades.

Em contrapartida, nesse panorama, é possível que haja uma estimativa de queda da Selic com objetivo de reaquecer a economia. Portanto, pode ser interessante montar uma estratégia considerando a possibilidade de investir em aplicações de renda fixa.

Outra situação a ser observada é na previsão de queda na Selic. Nessa ocasião, os títulos prefixados podem ser atrativos para quem deseja segurar a rentabilidade por um tempo, mesmo após a baixa na taxa.

Isso porque esses investimentos pagam o rendimento combinado no momento do contrato, desde que levados até o vencimento. Assim, se você aproveita uma taxa no momento de alta da Selic, pode continuar com esse rendimento até o prazo combinado.

Com esses exemplos, fica claro que acompanhar as decisões do Copom é imprescindível para os investidores. Desse modo, você pode compreender os aspectos econômicos do país, que refletem diretamente nos ativos, e tomar decisões para proteger o seu patrimônio e aproveitar as oportunidades.

Como a reunião do Copom impacta os investimentos?

Como você entendeu, a Selic influencia nos juros pagos aos investidores de aplicações de renda fixa. Porém, a taxa também pode alterar o comportamento do mercado na renda variável. Portanto, é interessante compreender, de modo mais aprofundado, como isso acontece.

Aprenda a seguir!

Renda fixa

A seguir, confira com mais detalhes como a Selic impacta os investimentos de renda fixa!

Títulos públicos

Você aprendeu que os títulos públicos, oferecidos na plataforma do Tesouro Direto, têm relação direta com a Selic. O Tesouro Selic, por exemplo, recebe esse nome porque rende 100% da taxa básica de juros.

Além desse título, os demais, como os prefixados e os que acompanham o IPCA, são influenciados pela Selic. Na prática, as movimentações da taxa impactam tanto a inflação quanto os juros pré-definidos no Tesouro.

Títulos privados

Em relação aos investimentos de renda fixa privados, a rentabilidade pode acompanhar outro indicador que se relaciona com essa taxa: o CDI — que costuma acompanhar o movimento da Selic.

Esse é o caso do certificado de depósito bancário (CDB) e das letras de crédito imobiliário e do agronegócio (LCI e LCA), entre outros. Logo, quem investe nesses produtos tende a perceber a influência da Selic, pois a definição da taxa paga por eles também depende desse indicador.

Nesse cenário, quando a Selic sobe, por exemplo, ela aumenta o retorno de muitos investimentos em renda fixa. Por outro lado, diante de reduções na taxa, é possível perceber o movimento contrário. 

Já os investimentos prefixados podem ter alterações em suas ofertas, com disponibilização de taxas maiores ou menores, dependendo das movimentações na Selic. Por fim, como a taxa básica se relaciona com a inflação, também há um efeito semelhante nas aplicações atreladas ao IPCA.

Caderneta de poupança

Na renda fixa, vale entender, ainda, a relação da Selic com o investimento mais conhecido pelos brasileiros: a poupança. A regra de rentabilidade da caderneta envolve a taxa básica de juros e funciona da seguinte forma:

  • se a Selic estiver maior que 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança é de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR);
  • se a Selic estiver igual ou menor que 8,5%, o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a TR.

Ou seja, a remuneração da poupança é diretamente influenciada pela Selic. Inclusive, a depender do cenário econômico, a caderneta pode ter rentabilidade real negativa (abaixo da inflação). Isso acontece, por exemplo, quando a taxa está baixa ou a inflação está alta.

Nesse caso, não há avanço do patrimônio e seu dinheiro perde poder de compra. Na prática, significa que, mesmo rendendo, o montante vale menos do que quando você aportou. Por isso, é válido buscar investimentos melhores que a poupança.

Renda variável

Como foi possível aprender, a relação da Selic com investimentos não se limita à renda fixa. Em alguns cenários, a queda na taxa básica de juros pode servir de estímulo para a migração de investidores para a renda variável.

Para entender essa tendência, tenha em mente que a Selic baixa incentiva o consumo e a produção das empresas. Com isso, o lucro das companhias tende a aumentar e as suas ações na bolsa de valores se tornam mais atrativas, gerando possibilidades de rendimentos maiores.

Por outro lado, os investimentos de renda fixa atrelados à Selic perdem rentabilidade quando a taxa sofre uma queda. Logo, mesmo com um risco maior na renda variável, muitos investidores deixam de aplicar recursos nesses produtos e passam a investir em ações, por exemplo.

Vale ressaltar que as empresas que possuem dívidas também se beneficiam da redução da Selic. Em geral, os juros que elas pagam são reduzidos nessa situação, facilitando o pagamento. Ainda, menos dívidas na companhia podem trazer mais possibilidades de dividendos para os acionistas.

Em contrapartida, com a Selic em alta, o comportamento dos investidores tende a migrar os investimentos para a renda fixa. O motivo é simples: se os juros recebidos são interessantes e com previsibilidade de rendimentos, pode valer a pena manter o investimento mais seguro.

Com a menor procura pelas alternativas de renda variável, é comum que esses ativos apresentem queda. Também existe o fator importante dos juros do crédito mais alto afetarem diretamente as empresas e o seu desempenho, o que pode refletir nas previsões do mercado e na valorização de suas ações.

Como a taxa Selic afeta a vida das pessoas?

Além de saber como a Selic impacta os investimentos, você deve compreender como a taxa afeta a vida da população. Isso porque as intervenções do Governo na economia geram consequências para o dia a dia dos brasileiros.

Nesse sentido, as elevações na taxa básica de juros tornam os empréstimos e financiamentos mais caros, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas. O endividamento passa a ser mais oneroso nesses casos, desestimulando o consumo geral.

Quando, por outro lado, os juros estão baixos, há maior tendência de oferta do setor produtivo. Isso costuma estar associado a preços reduzidos. Sendo o controle da inflação a principal razão das políticas monetárias, o consumidor pode notar seus efeitos.

Diante disso, as decisões do Copom influenciam na variação de preços dos principais focos de consumo, como:

  • supermercado;
  • combustível;
  • água;
  • eletricidade;
  • educação;

Vale destacar que existem inúmeras variáveis constituindo a dinâmica dos preços na economia. Por isso, é muito difícil dimensionar as verdadeiras causas da formação de mercados. Podemos apenas entender os pontos que influenciam o cenário.

Veja mais informações sobre como a Selic afeta sua vida!

Política monetária

Para compreender de maneira abrangente os motivos pelos quais as reuniões do Copom são relevantes para a população, é fundamental esclarecer o que são e para que servem as políticas monetárias.

Elas são o principal meio adotado pelo Governo para controle da economia de um país. O paradigma dessas intervenções se concentra na circulação da moeda, aumentando ou diminuindo a liquidez dos recursos internos. E isso afeta a relação entre demanda e oferta dos mercados.

Afinal, sabe-se que a interdependência entre produção e consumo é o fator básico para formação de preços. Ou seja, quando há escassez de determinado produto ou serviço muito procurado, seu preço aumenta, exigindo maior poder de compra para obtê-lo.

Opostamente, quando há muita oferta de um bem pouco consumido, seu preço costuma ser reduzido — o que exige menor poder aquisitivo.

Logo, para influenciar a atividade econômica, a autoridade monetária pode escolher controlar a oferta de moeda (tornando a taxa de juros variável endógena) ou a taxa de juros (tornando a oferta de moeda variável endógena). Porém, na prática, só uma dessas formas de atuação é possível (o banco central controlar a taxa de juros e deixar a moeda variar de acordo) dado que a demanda por moeda é muito volátil no tempo. Pensemos em feriados ou outras sazonalidades do calendário como exemplos nos quais a demanda por moeda pode aumentar muito no curto prazo.

Num cenário como esse, se o Banco Central optasse por controlar a oferta de moeda e não a taxa de juros, ele enfrentaria enorme dificuldade para conseguir equilibrar a oferta com a demanda por moeda. Já como exemplo de longo prazo que afeta a demanda da sociedade por moeda podemos pensar em inovações tecnológicas. Enfim, é basicamente por isso que os bancos centrais optam escolherem fixar a taxa básica de juros e não a oferta de moeda.

Sistema de reserva fracionária

Além de entender a política monetária do país, vale a pena conhecer o sistema de reserva fracionária. Ele é fundamental para a estrutura financeira da maioria dos países, a depender do modelo econômico praticado.

O sistema de reserva fracionária permite que os bancos ampliem a base monetária da economia por meio de um processo conhecido como alavancagem. Por sua vez, esse mecanismo consiste em utilizar o dinheiro de seus correntistas e investidores para emprestar valores a outros agentes.

Isso é precisamente o que caracteriza a natureza comercial dos bancos: venda de crédito. Porém, a prática parte do pressuposto de que os clientes desses bancos não realizarão saques integrais todos ao mesmo tempo. Se isso acontecesse, as instituições teriam problemas.

Desse modo, para preservar a liquidez do sistema financeiro, o Banco Central obriga os bancos comerciais a manterem uma reserva compulsória. Nesse sentido, as instituições financeiras possuem determinada fração do dinheiro efetivo que elas possuem sob custódia.

Como as transações bancárias acontecem em grandes volumes todos os dias, eventualmente um banco comercial precisa de recursos para manter seu caixa equilibrado. Para tanto, são realizados empréstimos entre bancos a prazos curtíssimos.

Relação entre sistema de reserva fracionária e o Copom

Mas o que o sistema de reserva fracionária tem a ver com política monetária, as reuniões do Copom e a taxa básica de juros? Você entendeu que os bancos emprestam dinheiro entre si, mas precisam reservar uma fração do que possuem efetivamente sob custódia para se manterem solventes, certo?

Isso significa que essa quantia não pode circular na economia. Assim, quanto maior é a alíquota da reserva compulsória, menor é a disponibilidade de crédito no mercado. E, pela lei de oferta e procura, maiores tendem a ser os juros praticados no país.

Por outro lado, quando o Governo visa aquecer a economia, um meio de estimular o consumo é reduzir a alíquota do compulsório, permitindo que os bancos aumentem a oferta de crédito. O efeito é, portanto, a redução das taxas de juros.

Compra e venda de títulos públicos pelo Banco Central

Como foi possível entender, o Governo injeta ou retira dinheiro de circulação para regular a inflação. Outra forma de ele aplicar essa dinâmica é por meio da compra e venda de títulos públicos.

Depois dos impostos, os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional são a principal fonte de recursos do Governo Federal. Esses títulos se referem a dívidas de financiamento dos projetos do Governo e, no Brasil, os principais financiadores são os bancos privados.

Aqui, fica clara a complexidade da administração pública e como é importante para a população compreender as bases de seu funcionamento, certo? Toda a produção e arrecadação de recursos para o pagamento dessas dívidas vêm do próprio mercado interno.

Então, quando o Governo deseja injetar mais dinheiro na economia, o Banco Central recompra os títulos do Tesouro em posse dos bancos. Desse modo, não é necessário reduzir a alíquota das reservas fracionárias, se for o caso.

Quando o objetivo é retirar moeda de circulação, o Banco Central vende títulos ao mercado. A Selic, portanto, está intimamente relacionada a esse processo, pois representa a chamada “taxa livre de risco”.

Ou seja, essa taxa reflete o risco de o próprio Governo não ser capaz de honrar suas dívidas. Como esse risco é muito pequeno, a Selic forma a base de remuneração e comparação para os instrumentos nacionais de crédito e de investimento.

Qual a relação entre Meta Selic e Inflação?

Até o momento, você pôde observar que a Selic e a inflação se relacionam. Por isso, vale a pena entender como acontece essa interação. Nesse caso, a taxa básica de juros pode ser usada para estimular ou frear o desenvolvimento da economia a fim de controlar os índices inflacionários.

Saiba mais!

Reduzir a inflação

Se o país está passando por um momento de crescimento econômico, o acesso ao crédito é facilitado e há aumento no consumo. Isso resulta em estímulo da produção e no número de empregos. Como consequência, pode haver crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Ademais, uma fase de desenvolvimento resulta no aumento da circulação de dinheiro. O resultado é uma pressão sobre a inflação, que tende a crescer. Nesse caso, o Copom pode aumentar a taxa Selic para desaquecer a economia e manter a meta inflacionária estabelecida pelo Banco Central.

Geralmente, a alta dos preços deixa o mercado alerta e com um comportamento mais protecionista. Isso reduz o consumo e a produção interna. No entanto, parte do sistema financeiro é formada por crédito e investimento. Assim, a desaceleração econômica aumenta o risco de inadimplência e o risco para os bancos.

Com isso, a principal abordagem econômica adotada por muitos Governos leva os dirigentes de políticas monetárias ao forte receio de que esse cenário provoque graves crises e recessão prolongada.

Além disso, a decisão dificulta o acesso ao crédito, pois o torna mais caro — ajudando a reduzir o consumo no país. Por isso, como o aumento da taxa Selic resulta na contração do desenvolvimento, o planejamento do Copom deve ser muito cuidadoso.

Aumentar a inflação

Se a inflação em alta prolongada afeta o poder de compra da população e prejudica o desenvolvimento da economia, a sua baixa persistente também é danosa. Isso porque, sem a demanda necessária para fazer a economia girar, pode haver estagnação ou, até mesmo, recessão.

Portanto, caso a inflação esteja em baixa, o Copom pode decidir pela redução da taxa básica de juros para estimular a economia a retomar seus fluxos de crescimento.

Como você pode ver, os economistas do Governo buscam controlar a inflação com objetivo de regular e proteger a economia, por meio da manipulação dos juros. Desse modo, o Copom decide aumentar ou reduzir a chamada Meta Selic.

Como acompanhar as reuniões do Copom?

Neste conteúdo você entendeu o que é o Copom e até viu o calendário de reuniões do comitê. Agora, vale saber como acompanhar os encontros e aproveitar as informações fornecidas. A primeira maneira de fazer isso é baixando as atas divulgadas pela equipe.

Contudo, vale ressaltar que todos os dados apresentados no documento são técnicos. Portanto, a interpretação das informações pode apresentar certo grau de complexidade. Então é preciso fazer suas avaliações com cautela.

Lembre-se, ainda, de buscar compreender exatamente o que foi discutido e evitar tomar decisões por impulso. Sem o embasamento necessário, suas atitudes podem prejudicar sua estratégia de investimento.

Para ter uma visão mais completa, acompanhe também as atas das últimas reuniões. Dessa forma, você entenderá o que mudou em relação ao passado e acompanhará as oscilações do mercado com mais consciência.

Investidores com pouca familiaridade ou conhecimento sobre o mercado podem encontrar dificuldades em interpretar os dados presentes nas atas. Nesses casos, é possível acompanhar as publicações da Genial Investimentos.

Mesmo quem já tem experiência pode aproveitar o conhecimento dos profissionais por meio dos nossos canais. Conheça as oportunidades:

YouTube

No canal do YouTube da Genial, você confere vídeos novos diariamente, com conteúdos educativos e transmissões ao vivo sobre os principais acontecimentos do mercado. Além disso, nossos profissionais discutem assuntos relacionados às reuniões do Copom.

Genial Analisa

Também é interessante conferir as análises realizadas pelo nosso time e publicadas no Genial Analisa. Na área dedicada à macroeconomia do Brasil, você confere relatórios e análises sobre inflação, emprego, atividades e muito mais!

Então você terá o apoio de analistas profissionais para entender o que muda no mercado com as decisões do Comitê de Política Monetária. Consequentemente, será possível tomar decisões mais embasadas e acertadas.

Agora que você já sabe o que é Copom, é possível entender a sua importância e a relação com a Selic. Afinal, é preciso compreender os fatores que impactam a economia e como eles são definidos para investir de maneira eficaz e mais segura!

Gostou do conteúdo? Então acesse agora mesmo o Genial Analisa e tenha acesso a relatórios completos elaborados pela nossa equipe!

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