A cada período histórico, os países buscam diferentes maneiras de fortalecer suas economias e ampliar suas relações comerciais. Nesse contexto, os blocos econômicos surgem como um importante instrumento de cooperação e integração entre as nações.
Embora seja comum que as pessoas ouçam falar, por exemplo, sobre o Mercosul ou a União Europeia, nem sempre é fácil entender o que são os blocos econômicos e como eles funcionam. Mas esse conhecimento é relevante para quem investe nesses países.
Pensando nisso, nós, da Genial Investimentos, preparamos este conteúdo especial. Ao longo do texto, você entenderá para que servem os blocos econômicos e verá exemplos da atuação global deles.
O que são blocos econômicos e como funcionam?
Os blocos econômicos são organizações formadas por países que buscam estabelecer acordos e relações mais estreitas entre si. Eles têm como objetivo principal promover o comércio, a cooperação econômica e o desenvolvimento mútuo de seus membros.
Na prática, o funcionamento dos blocos econômicos ocorre por meio da assinatura de tratados entre os países membros. Nesses acordos são estabelecidas as regras e os compromissos para a integração econômica e comercial.
Saiba o que costuma ser estabelecido nesses tratados:
- redução ou eliminação de tarifas;
- livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas;
- adoção de políticas comerciais comuns em relação a países não membros;
- harmonização de regulamentações e padrões;
- entre outras medidas.
No âmbito do bloco, os países membros buscam criar um mercado comum, no qual as fronteiras comerciais são reduzidas e as barreiras para o comércio são eliminadas. Essa medida prática permite que as empresas dos países membros tenham acesso facilitado a um mercado maior e mais integrado.
Dessa forma, é possível ampliar as oportunidades de negócios. Além disso, os blocos econômicos podem promover a cooperação em outras áreas. Veja quais são elas:
- investimentos;
- política econômica;
- infraestrutura;
- educação;
- pesquisa;
- desenvolvimento, entre outras.
Para garantir o funcionamento correto dos blocos, são estabelecidos mecanismos de governança. Os principais instrumentos usados são:
- reuniões periódicas dos líderes e representantes dos países membros;
- comitês técnicos para tratar de temas específicos;
- sistemas de solução de controvérsias;
- órgãos de coordenação e tomada de decisões.
Apesar de terem propósitos semelhantes, vale ressaltar que cada bloco econômico possui suas próprias características e níveis de integração. O funcionamento específico de cada organização depende das disposições estabelecidas nos tratados e dos objetivos definidos pelos países membros.
Como surgiram os blocos econômicos?
Após compreender o que são blocos econômicos e como eles funcionam, vale saber mais sobre a história deles. A origem dessas organizações remonta à segunda metade do século XX, como resultado das transformações econômicas e geopolíticas ocorridas após a Segunda Guerra Mundial.
Os primeiros blocos econômicos surgiram na Europa, com o intuito de promover a paz, a integração e a cooperação econômica entre os países do continente. Dois marcos importantes nesse contexto foram a criação do Benelux e da CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço).
O Benelux foi formado em 1944 pelos países vizinhos Bélgica, Holanda e Luxemburgo. O objetivo dessa organização era promover a cooperação econômica e a livre circulação de mercadorias, serviços, capitais e mão de obra entre as três nações.
Essa iniciativa foi bem-sucedida e serviu como um primeiro passo para uma maior integração europeia. Alguns anos depois, em 1951, os países fundadores do Benelux se juntaram à Alemanha Ocidental, França e Itália para criar a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço.
A CECA é considerada o primeiro bloco econômico do mundo conforme o modelo mais conhecido. Ela tinha como propósito centralizar o controle da produção de carvão e aço, matérias-primas cruciais para a reconstrução no pós-guerra, e evitar conflitos econômicos entre os países.
Vale destacar que esse bloco foi o precursor da CEE (Comunidade Econômica Europeia), em 1957, que posteriormente se transformou na UE (União Europeia), em 1992.
A experiência bem-sucedida do Benelux e da CECA estimulou muitos países a buscar uma maior integração econômica e política. A partir daí, foram criados diversos outros blocos e comunidades regionais ao redor do mundo — influenciados pelo fenômeno da globalização.
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Quais os tipos de blocos existentes?
Os blocos econômicos surgiram para atender à necessidade de união entre países para o desenvolvimento mútuo. Mas esse tipo de organização não serve a apenas um modelo de acordo internacional.
Veja quais são os 4 tipos de blocos econômicos existentes!
Zona de livre comércio
O primeiro tipo de bloco econômico é a zona de livre comércio. Nessa opção, os países membros eliminam as barreiras comerciais entre si, como tarifas, impostos e cotas, de modo a facilitar as negociações e permitir que os produtos circulem livremente na região que faz parte do acordo.
União aduaneira
Além de eliminar as barreiras comerciais, os países membros do bloco podem estabelecer uma TEC (Tarifa Externa Comum) para o comércio com outras nações. Esse é o objetivo da união aduaneira.
Mercado comum
Outro tipo de bloco econômico existente é o mercado comum. Ele é mais amplo que a zona livre de comércio e a união aduaneira. Seu objetivo é viabilizar a livre circulação de pessoas, serviços e capitais entre os países membros.
União política e monetária
Por último, há a união política e monetária. Nesse tipo de bloco econômico são encontradas as características de um mercado comum, mas os países membros propõem um banco central e uma moeda única. Ademais, eles têm uma coordenação política mais estreita, sendo o modelo mais complexo entre os quatro.
Quais as vantagens de participar de um bloco econômico?
Até aqui, você conferiu os principais aspectos que caracterizam os blocos econômicos. Mas afinal, quais as vantagens para os países ao participar de uma organização como essa?
Conheça os benefícios da criação de blocos econômicos, a seguir!
Aumento do comércio
A redução das barreiras mercantis e a facilitação do comércio entre os países membros estimulam o aumento das negociações entre eles e o desenvolvimento econômico.
Acesso a mercados maiores
Ao fazer parte de um bloco econômico, os países têm acesso a um mercado maior, o que pode aumentar as oportunidades de exportação e a diversificação de segmentos.
Maior poder de negociação
Os países membros de um bloco econômico podem negociar em conjunto com outros blocos ou países. Essa união resulta em um maior poder de barganha em acordos comerciais e outras negociações internacionais.
Maior estabilidade econômica
A integração econômica entre os países membros também pode promover maior estabilidade econômica e financeira, especialmente em momentos de crise mundial.
Quais as desvantagens de participar desses blocos?
Embora ofereçam diferentes vantagens, vale saber que participar de um bloco econômico pode ter pontos negativos para os países membros. Confira quais são eles!
Perda de autonomia
Ao fazer parte de um bloco econômico, os países podem perder parte de sua autonomia nas decisões econômicas e comerciais. Afinal, muitas delas são tomadas de forma conjunta.
Diferenças econômicas entre os membros
Os países membros de um bloco econômico podem apresentar diferentes estágios de desenvolvimento econômico. Essa situação tende a gerar desigualdades e dificuldades na implementação de políticas e ações conjuntas.
Conflitos de interesses
Por fim, nem sempre os países membros têm os mesmos interesses e objetivos econômicos. Como consequência, a discordância pode gerar conflitos e entraves na tomada de decisões.
Quais são os principais blocos econômicos do mundo?
Os blocos econômicos apresentam tanto vantagens quanto desvantagens aos países membros. Mesmo diante dos pontos negativos, há organizações de relevância global que seguem o modelo, com perspectivas de ampliar sua atuação.
Conheça os blocos econômicos mais relevantes!
Mercosul
Começando com a lista de principais blocos econômicos mundiais, há o Mercosul (Mercado Comum do Sul). Ele foi criado em 1991 e é formado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Os outros países do continente fazem parte como associados — exceto a Venezuela, suspensa em 2016.
O Mercosul é o único bloco econômico do qual o Brasil faz parte. Ele tem como objetivo promover a integração econômica e o desenvolvimento dos países membros. Além disso, a organização visa promover a diversidade cultural, a justiça social e a sustentabilidade ambiental.
UE
Outro bloco econômico bastante relevante no cenário mundial é a UE (União Europeia). Ela é composta por 27 países europeus que, juntos, buscam a integração econômica, política e social entre as nações que a formam.
Vale ressaltar que a União Europeia é o único bloco no mundo que segue o padrão de União Política e Monetária. Todos os membros da organização possuem uma moeda comum, o euro, e um banco compartilhado, o Banco Central Europeu.
Apec
A Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) é mais um bloco econômico existente no mundo. Ela foi formulada em 1989, reúne 21 economias da região da Ásia-Pacífico e tem como finalidade a eliminação de tarifas e a promoção de oportunidades de investimento.
USMCA (antigo Nafta)
Em 1994, foi criado o Nafta, um bloco econômico de livre comércio formado por Estados Unidos, Canadá e México. Porém, em 2020, ele foi substituído pelo USMCA (United States-Mexico-Canada Agreement).
A organização visa, principalmente, a criação de empregos e a proteção ambiental. O grupo ainda incentiva salários mais elevados nos três países membros.
Comunidade Andina de Nações (antigo Pacto Andino)
Mais um bloco econômico que mudou de nome foi o Pacto Andino, conhecido como Comunidade Andina de Nações. Ela foi formada originalmente em 1969, sendo composta pela Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, e atua em prol da integração econômica, coesão social e redução da desigualdade.
Asean
A Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático) surgiu em 1967 e reúne 10 países do sudeste asiático — Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Singapura, Tailândia e Vietnã.
SADC
Fundada em 1992, a SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) é um bloco econômico presente no continente africano. Ela é formada por 16 países da região e visa o desenvolvimento financeiro, social e humano das nações integrantes.
Opep
Por último, há a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Ela foi criada em 1960 e consiste em um bloco formado por 13 países produtores de petróleo, cujo propósito é coordenar as políticas relacionadas à produção e ao preço desse tipo de commodity.
Como esses blocos influenciam a economia mundial e brasileira?
Após conhecer os principais blocos econômicos do mundo, é válido entender como eles influenciam a economia mundial e brasileira. Essas organizações influenciam as relações comerciais, os investimentos, as políticas econômicas e o desenvolvimento dos países membros.
No caso específico do Brasil, saiba quais são os benefícios de participar desse tipo de acordo:
- integração regional;
- redução de barreiras comerciais;
- acesso a mercados maiores;
- aumento das exportações;
- fortalecimento da indústria nacional;
- estímulo a investimentos estrangeiros diretos.
Ao mesmo tempo, a participação em um bloco econômico pode trazer desafios. Por exemplo, ela envolve a necessidade de adequação a regulamentos e padrões comuns, a competição com produtores de outros países membros e a necessidade de ajustes em políticas econômicas.
Por que é importante conhecer os blocos econômicos para investir?
Ter conhecimento sobre blocos econômicos pode ser útil na hora de investir. Isso porque eles ajudam a compreender a macroeconomia com mais clareza e possibilitam melhores escolhas de investimentos.
Ao facilitar o comércio entre os países membros, o bloco econômico tende a trazer mais oportunidades de negócios e crescimento econômico. Assim, ao estar ciente dos blocos, você pode identificar mercados promissores e setores em ascensão para direcionar seus investimentos de forma estratégica.
Além disso, conhecer os blocos econômicos permite que você compreenda as dinâmicas regionais e as políticas comerciais adotadas pelos países membros. Essa questão é importante para avaliar os riscos e as oportunidades em cada mercado.
Ela também permite entender as possíveis influências políticas e econômicas que podem afetar seus investimentos. Logo, com esses conhecimentos, você estará mais preparado para tomar decisões embasadas e aproveitar ao máximo as oportunidades de investimento, em especial, ao expor parte do seu portfólio ao mercado internacional.
Os blocos econômicos desempenham um papel essencial no cenário econômico global. Eles promovem a integração, o comércio e o desenvolvimento entre os seus países membros. Como você viu, eles podem influenciar a economia mundial, brasileira e, ainda, seus investimentos, fazendo com que seja relevante conhecê-los.