O nome pode não ser muito popular, mas as commodities fazem parte do dia a dia de milhões de pessoas em todo o mundo. Para quem investe, elas também podem ser oportunidades interessantes para compor o portfólio. Por isso, é importante saber o que são commodities e como elas funcionam.
A partir desse aprendizado, você tem a chance de identificar se o investimento faz sentido para você e qual é a melhor maneira de realizá-lo. Assim, é possível aproveitar esse mercado de forma estratégica para rentabilizar o seu patrimônio.
Para ajudá-lo a entender melhor as commodities, nosso time, da Genial Investimentos, preparou este artigo completo sobre o tema.
Continue a leitura e saiba mais!
O que são commodities?
O termo “commodities” vem do inglês e significa, em tradução livre, “mercadorias”. Porém, seu significado é mais complexo, já que elas são bens de consumo mundial.
No geral, as commodities são mercadorias consideradas básicas e que tendem a servir de insumos para a fabricação de outros produtos. Em muitos casos, elas são comercializadas em seu estado bruto ou com baixo nível de industrialização e valor agregado.
Além disso, as commodities têm outras características em comum, como:
- são produzidas em larga escala;
- podem ser estocadas sem perda da qualidade;
- possuem alta demanda global;
- atendem a padrões internacionais de qualidade;
- não apresentam diferenças significativas entre as marcas.
Quais são os principais tipos de commodities?
Embora as commodities já sejam uma categoria de produtos, elas podem ser subdivididas em classes dependendo de sua origem. Por isso, vale a pena saber quais são essas classificações e como elas funcionam.
Confira!
Agrícolas
As commodities agrícolas contemplam as matérias-primas do agronegócio — e muitas delas estão na base da alimentação global. Alguns desses produtos são:
- soja;
- milho;
- café;
- trigo;
- açúcar;
- suco de laranja;
- boi gordo (carnes bovinas);
- algodão.
Minerais
Na categoria de commodities minerais constam as matérias-primas ligadas à produção de energia, bem como os recursos minerais. Os exemplos mais comuns deste segmento são:
- ouro;
- petróleo;
- etanol;
- gás natural;
- minério de ferro.
Ambientais
Já as commodities ambientais são os recursos naturais usados como matéria-prima para confecção de outros produtos industriais, tais como madeira e celulose.
Financeiras
As commodities financeiras compõem a classificação com mais diferenças em relação às demais. Isso ocorre porque elas não envolvem produtos físicos ou matérias-primas. Em vez disso, elas estão relacionadas a instrumentos e ativos financeiros básicos, como:
- real;
- dólar;
- euro;
- índices de mercado;
- títulos públicos.
Qual é o papel das commodities na economia mundial?
Como você conferiu, as commodities estão relacionadas, entre outros pontos, ao comércio global. Como esses produtos são padronizados e atraem a atenção de diversos países, eles costumam interferir diretamente na economia mundial.
A seguir, descubra como isso acontece e veja quais são os principais pontos de impacto!
Fornecimento de matérias-primas
Uma das principais funções das commodities é servir como matéria-prima para indústrias de diferentes segmentos e países. É graças à comercialização desses produtos que diversas nações podem abastecer suas indústrias e alcançar o desenvolvimento econômico.
Pense no caso de um país que tem baixas reservas de minério de ferro, mas precisa produzir aço para atender a diferentes segmentos. Ao comprar o minério no comércio internacional, o local passa a abastecer sua indústria siderúrgica, denotando o papel essencial do mercado de commodities nesse processo.
Efeitos na inflação
As commodities também são importantes para a economia mundial porque podem interferir no nível de inflação. Isso acontece, principalmente, porque as oscilações nos preços das matérias-primas podem fazer com que os reajustes sejam repassados aos consumidores finais.
No caso de um aumento contínuo e generalizado dos preços, costuma haver um aumento na inflação. Esse foi o cenário gerado pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, iniciada em 2022, por exemplo.
Como a Rússia é uma das maiores produtoras de petróleo e gás e a Ucrânia é uma grande exportadora de grãos, o conflito fez com que os preços de diversas matérias-primas subissem.
Como consequência, países da Europa e os Estados Unidos, em especial, viram um aumento significativo no custo de energia e dos alimentos. A estimativa é que a inflação global tenha alcançado 9,4% em 2022, indicando o impacto da comercialização de commodities.
Desempenho da economia global
Ainda, as commodities estão diretamente relacionadas ao desempenho da economia global. Isso se deve, primeiramente, pelos resultados referentes ao comércio internacional.
Se um grande país importador consome menos, por exemplo, as nações exportadoras de commodities sofrem o impacto da desaceleração na geração de riquezas. Foi o que aconteceu em 2020, com o surgimento e agravamento da pandemia de covid-19.
Nessa situação, a China sofreu uma contração econômica e diminuiu a demanda por diversas commodities. Com isso, os preços de muitos produtos caíram e países que têm a China como principal parceiro comercial passaram por impactos econômicos.
Ademais, o cenário de inflação pode afetar todo o mercado mundial. Com a alta dos preços acima da meta definida pelo Federal Reserve (Fed), os Estados Unidos começaram a aumentar a taxa de juros.
Essa situação tende a desestimular o consumo e aumentar o custo de crédito. Como os EUA têm a maior economia do mundo, uma desaceleração no mercado pode impactar todo o contexto global.
Qual é a relação das commodities com a economia brasileira?
Além de ter um grande impacto na economia mundial, as commodities também têm efeitos sobre o contexto econômico brasileiro. Isso acontece porque o país é um dos maiores produtores e exportadores desses produtos do mundo — com destaque para os agrícolas e minerais.
Isso faz com que o Brasil esteja entre os maiores produtores e exportadores de itens como soja, suco de laranja, carne bovina, minério de ferro, cobalto e outras opções.
Na prática, o agronegócio corresponde a mais de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Logo, o setor tem uma grande participação na geração de riquezas do país.
Além disso, em 2022, o valor exportado pelo Brasil cresceu 19,1% em relação a 2021. Ao final do ano, o superávit comercial foi de US$ 400 milhões a mais que no ano anterior.
Esses números ajudam a demonstrar que as commodities têm grande relevância para o desenvolvimento e para a consolidação da economia global. O segmento está entre um dos mais participativos no desempenho geral do país.
Quais são as maneiras de investir em commodities?
Se você quer aproveitar as oportunidades oferecidas por esses produtos primários, é possível recorrer às alternativas do mercado financeiro. Ou seja, não é preciso adquirir sacas de grãos ou barras de ouro para ganhar com o aumento dos preços das matérias-primas no mercado internacional, por exemplo.
Saiba quais são os principais investimentos para você considerar e descubra como eles funcionam!
Ações de empresas relacionadas às commodities
Uma das formas de investir em commodities é por meio das ações de empresas relacionadas a esses produtos que negociam seus papéis na bolsa. Eles representam a menor fração do capital social de uma companhia, permitindo que os investidores se tornem sócios do negócio.
Ao adquirir uma ação desse tipo, você pode aproveitar os movimentos positivos do mercado de commodities. Pense em uma empresa cujo foco é exportar grãos. Se houver uma safra recorde ou se o preço dessa commodity disparar, a tendência é que os lucros da companhia aumentem.
Como investidor, você pode se beneficiar dessa situação. Afinal, isso tende a se refletir em um aumento do preço das ações. Isso pode ampliar as suas chances de ter ganho de capital com a venda dos ativos.
Você também tem a chance de obter rendimentos por meio dos proventos, que são benefícios pagos ao investidor. Entre os mais comuns estão os dividendos, que são parte dos lucros da companhia.
Se a empresa obtém mais lucros devido às commodities, ela poderá distribuir mais dividendos, já que eles devem ser pagos, no mínimo, uma vez por ano em caso de resultados positivos. Como investidor da companhia, você poderá obter mais retorno se essa situação se concretizar.
ETFs temáticos
Outra forma de investir em commodities inclui os exchange traded funds (ETFs) temáticos. Também conhecidos como fundos de índice, esses são veículos financeiros coletivos cujas cotas são negociadas na bolsa de valores brasileira.
Assim como os demais fundos, os ETFs têm um gestor profissional responsável por movimentar os recursos, realizando as operações conforme a estratégia. Os fundos de índice, especificamente, buscam replicar a performance de um indicador de referência.
Nesse sentido, é preciso considerar que o índice utilizado por um ETF pode estar atrelado a commodities tanto no mercado nacional quanto no cenário internacional. É o caso de indicadores cuja carteira teórica é formada por ações de empresas relacionadas a esses produtos.
Ao adquirir cotas, que são negociadas na bolsa de valores brasileira (B3), você tem direito a participar dos resultados do fundo. Com a valorização dos ativos, a tendência é que as cotas também se valorizem, fazendo seu dinheiro render.
Com esse investimento, você tem a chance de se expor a uma carteira diversificada de modo mais acessível, pois o investimento mínimo é de uma cota. Os riscos também podem ser menores, já que a gestão é passiva, exigindo menos movimentações e levando a um desempenho equivalente à média do mercado.
Fundos de commodities
Embora os ETFs estejam entre os veículos mais lembrados pelos investidores, eles não são as únicas possibilidades. Você também pode investir em fundos de investimento em commodities, propriamente ditos.
Essas modalidades podem ser de diversos tipos, como fundos de ações ou multimercados. Além disso, você pode acessar esse mercado ao buscar um fundo de ouro, por exemplo, já que essa é uma commodity mineral.
Muitos desses fundos seguem uma gestão ativa — ao contrário do que acontece com os ETFs. Desse modo, eles tendem a apresentar mais riscos, mas também podem oferecer um potencial maior de retorno que os fundos de índice.
Mercado futuro
Existem derivativos que também estão entre as oportunidades para se expor às commodities, com destaque para os contratos futuros. Esses são instrumentos negociados no mercado futuro, um dos ambientes da B3.
Na prática, um contrato futuro permite que os operadores se posicionem contra ou a favor do desempenho de um ativo de referência. Ao escolher um contrato futuro de soja, por exemplo, você pode assumir uma posição comprada se acreditar no aumento do preço do grão ou vendida, caso imagine a queda dos preços.
Outro ponto importante é que esses derivativos têm uma data de vencimento no futuro. Na prática, você se posiciona em relação ao desempenho que acredita que se consolidará até a data prevista no contrato.
A partir do momento em que você se posicionar no contrato futuro, haverá o ajuste diário até a data de vencimento. Esse é um acerto financeiro realizado com base nos preços médios de negociação dos derivativos no dia.
Desse modo, você poderá ter ganhos ou perdas diárias, dependendo da movimentação dos preços. Ao final, o seu desempenho será o resultado da soma de todos os ganhos menos o somatório de todas as perdas.
De modo geral, o mercado futuro permite que você faça hedge em relação aos preços das commodities. Então você pode se proteger das oscilações de preços ao negociar esses contratos.
Já se você tiver mais apetite ao risco, é possível especular com esses instrumentos financeiros. Nessa situação, a ideia é explorar as oscilações de preços das commodities para obter ganhos para o seu patrimônio.
O que avaliar antes de investir nessa alternativa?
Como você viu, investir em commodities apresenta vantagens e riscos que devem ser considerados. Por isso, antes de tomar a decisão de fazer investimentos com exposição a esses produtos, é essencial avaliar características relevantes.
Na sequência, descubra quais pontos merecem a sua atenção antes do investimento em commodities!
Perfil de investidor
O perfil de investidor é uma das características mais importantes para qualquer pessoa que deseja fazer seu dinheiro render. Essa é uma classificação baseada no seu nível de tolerância ao risco e nas preferências sobre liquidez, rentabilidade e segurança.
Na prática, são três perfis principais: conservador, moderado e arrojado. O investidor conservador é aquele que busca mais proteção porque tem menos apetite ao risco. Já o investidor moderado está disposto a correr mais riscos se isso significar um aumento no potencial dos ganhos.
O arrojado é o que tem o maior grau de tolerância ao risco, sendo capaz de suportar as oscilações do mercado e até eventuais perdas. Nesse caso, o objetivo dele costuma ser obter uma rentabilidade mais elevada.
No investimento em commodities, os principais ativos e derivativos relacionados a esse mercado fazem parte da renda variável. Com isso, não há previsibilidade ou garantia de retorno, o que aumenta os riscos. No geral, essas condições são mais aceitas por investidores moderados e arrojados.
Porém, o investidor conservador também pode se expor ao mercado de commodities. Nesse caso, a ideia é alocar uma pequena parte do capital nos ativos relacionados, de modo a controlar o risco.
Objetivos financeiros
Para investir em commodities também é essencial estabelecer os seus objetivos financeiros. A intenção é conhecer os resultados que você pretende alcançar com seu patrimônio, considerando os diferentes prazos.
No geral, o investimento em commodities é mais adequado para o médio e longo prazo. Isso acontece porque, em períodos maiores, a exposição à volatilidade é menor. Assim, é possível mitigar parte dos riscos, mantendo o investimento mais alinhado com o perfil de investidor.
O foco no longo prazo também é válido porque ele ajuda a consolidar os resultados das commodities e de seus ativos relacionados. Ao investir em ações de empresas relacionadas ao tema, você pode acumular uma valorização maior dos papéis e mais dividendos pagos, por exemplo.
Situação de mercado
Outro ponto para considerar ao investir em commodities envolve a situação atual do mercado e as perspectivas para esses produtos. Nesse sentido, é interessante fazer uma análise da economia global e do comércio internacional de matérias-primas.
Também é importante entender qual pode ser a demanda por determinadas commodities e como o preço delas pode se comportar com o tempo. Ainda, vale a pena saber mais sobre as empresas ou fundos nos quais você pretende investir, de modo a compreender como eles podem ser afetados por essas características.
Para tornar essa etapa mais fácil, é válido recorrer às análises de profissionais certificados no mercado financeiro. Com a Genial Analisa, por exemplo, você tem acesso a relatórios e carteiras recomendadas que tratam, entre outros pontos, de aspectos relacionados a esse mercado.
Dessa maneira, você terá mais informações para embasar as suas conclusões sobre a realização ou não desse investimento. No final, isso significa tomar uma decisão mais consciente.
Estratégia da carteira
Além dos pontos que você já conferiu, é essencial pensar na sua estratégia de carteira para realizar o investimento em commodities. Se você já tem um portfólio mais arrojado, pode ser interessante buscar oportunidades que ajudem a mitigar o risco geral.
É o caso de quem tem um portfólio com riscos mais elevados e investe em commodities por meio de um ETF, por exemplo. Como ele tem uma gestão passiva, os perigos do veículo podem ser menores do que no caso de uma gestão ativa.
Já se você quiser aumentar o potencial de ganhos da carteira, é possível buscar investimentos em commodities que ajudem a alcançar esse equilíbrio. Ao mesmo tempo, você precisará entender qual deve ser a porcentagem investida com exposição a esse mercado para manter a estratégia adequada às suas necessidades.
Vale a pena investir em commodities?
O investimento em commodities apresenta diversas vantagens, que podem ajudá-lo a tomar uma decisão. Mas também existem riscos que você não deve ignorar, já que eles podem influenciar no seu resultado.
Pensando nos aspectos positivos, as commodities podem ajudar na diversificação da carteira. Como elas estão relacionadas à economia nacional e ao mercado global, elas podem até ajudá-lo a internacionalizar parte do seu portfólio, por exemplo.
Esses produtos também podem oferecer mais proteção contra a inflação. Como o crescimento da cotação das commodities costuma ser um dos vilões do aumento generalizado de preços, investir com exposição a esse mercado pode ajudá-lo a obter retornos acima da inflação de determinado período.
Outro aspecto positivo é o potencial de acúmulo de resultados das commodities. No longo prazo, elas podem se valorizar progressivamente, o que ajuda a gerar retornos melhores para quem investe.
Por outro lado, um dos riscos do investimento em commodities é o de mercado. Ele está relacionado à lei da oferta e da procura, que rege o mercado financeiro e pode ser impactada por inúmeros fatores.
No caso das commodities agrícolas, por exemplo, fenômenos climáticos podem influenciar diretamente a produção desses produtos e, consequentemente, a oferta global. Por outro lado, uma desaceleração na economia mundial diminui a demanda de diversas commodities, levando a uma queda nos preços.
Com isso, você fica mais exposto às oscilações, que podem ocorrer de modo imprevisível. Como os investimentos em commodities não têm garantia de retorno, você passa a assumir mais riscos.
Como começar a investir em commodities?
Agora que você entende melhor o investimento em commodities e o que é preciso considerar antes de decidir, é o momento de saber como começar. O primeiro passo é abrir sua conta em uma corretora de valores, como a Genial Investimentos.
Dessa maneira, você terá acesso tanto ao portfólio de investimentos da instituição como ao home broker, no qual ficam disponíveis os ativos e derivativos da bolsa de valores. A partir da plataforma, será possível aproveitar as diferentes oportunidades do mercado.
Após criar sua conta e transferir para ela a quantia que você deseja investir, é preciso fazer as escolhas. Nessa etapa, você deve considerar suas características pessoais para selecionar as oportunidades para compor o seu portfólio.
Também é preciso considerar questões como a diversificação da carteira. Ao não investir em apenas um tipo de commodity ou em uma única empresa relacionada ao tema, você dilui os riscos.
Após selecionar as alternativas de interesse, você deve realizar as operações para ter os investimentos em sua carteira. Essa etapa, entretanto, não deve ser a última, pois você precisa acompanhar seus investimentos.
Periodicamente, analise a carteira e faça um rebalanceamento, caso necessário. Assim, você garantirá que o investimento em commodities permanece adequado ao seu perfil, objetivos e demais composição do portfólio.
Agora você sabe o que são commodities e como esses produtos funcionam. Considerando o impacto que elas têm na economia brasileira e mundial, pode ser válido investir nessas matérias-primas. Para saber se a alternativa é adequada à sua estratégia, você deve fazer uma análise completa das oportunidades e das suas características.