Quem ainda não investe ou está dando os primeiros passos no mercado, ao buscar por alternativas de renda fixa, encontra frequentemente duas principais siglas: o CDB e o CDI. Cada uma delas tem características próprias, podendo surgir dúvidas sobre o significado delas. 

Para você conseguir tomar a melhor decisão, é necessário estudar mais sobre os certificados e seu modo de funcionamento. A partir desse entendimento, será possível identificar qual é a aplicação mais apropriada com base nas suas preferências e estratégias. 

Se o assunto chamou a sua atenção, prossiga a leitura e veja se vale mais a pena o CDB ou CDI, como os investimentos funcionam, e detalhes que podem ser úteis na sua jornada no mercado. 

O que é CDI e como funciona? 

A sigla CDI é a forma abreviada de certificado de depósito interbancário. Ela pode ser usada tanto para se referir a um título privado que lastreia operações entre instituições financeiras quanto para um indexador econômico, sendo pertinente entender cada um deles individualmente. 

Entenda melhor, a seguir! 

Título privado 

Como título privado, o CDI é uma alternativa específica usada entre os bancos nos empréstimos de curtíssimo prazo. Desde 1990, quando o país enfrentava problemas com a hiperinflação, o Bacen (Banco Central) criou uma regra proibindo que os bancos encerrassem o dia com caixa negativo. 

Essa medida visava proteger o sistema financeiro brasileiro, considerando que os preços podiam aumentar ou diminuir consideravelmente de um dia para o outro. Como os bancos fazem milhares de operações diariamente, sempre existe a possibilidade de ficarem sem recursos ao longo do período. 

Para não descumprir a determinação do Bacen, o banco com saldo negativo toma emprestada a quantia necessária com a instituição que encerrou o dia com recursos sobrando. Esse empréstimo pode se dar por meio de operações lastreadas em CDIs. 

A instituição que precisa de recursos emite o certificado e capta recursos com o banco com caixa excedente — que se torna o credor. A devolução é feita no dia seguinte, mas isso não impede que seja cobrada uma pequena taxa de juros sobre o montante disponibilizado. Vale destacar que investidores não têm acesso a esse título.  

Indicador financeiro 

Como você viu, as instituições bancárias costumam fazer empréstimos entre si para cumprir uma determinação do Bacen. As operações são registradas e liquidadas pela Cetip (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos), permitindo a identificação das taxas praticadas. 

Munida dessas informações, o órgão que faz parte da B3 (a bolsa de valores brasileira) realiza o cálculo da média das taxas de juros pagas entre os bancos. O resultado da conta dá vida a um indicador que também leva o nome de CDI ou taxa DI. 

Normalmente, a taxa costuma ficar próxima à Selic (a taxa básica de juros) — determinada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) a cada 45 dias. Como indicador, o CDI é usado para diferentes finalidades, em especial como base de remuneração de investimentos. 

Ele ainda serve como benchmark para fundos de investimento. Por exemplo, o gestor de um fundo pode usar o CDI como um índice de referência a ser superado para ganhar a chamada taxa de performance. 

Por fim, o CDI tende a ser usado como referência para medir o desempenho da carteira de um investidor. Saber se os resultados foram maiores ou menores que a taxa DI pode justificar o remanejamento do portfólio ou a sua manutenção. 

O que é CDB e como funciona?  

Agora que você sabe o que é CDI, chegou o momento de aprender o conceito de CDB e como ele funciona. Essa é a sigla usada para abreviar certificado de depósito bancário. Trata-se de um investimento de renda fixa emitido por instituições financeiras e disponibilizado no mercado. 

Esse é um título emitido para financiar operações bancárias. Diferentemente das aplicações que originam o CDI, que são restritos aos bancos, os CDBs podem ser acessados por qualquer interessado, seja pessoa física ou jurídica. 

Além disso, as aplicações costumam possuir prazos mais extensos, formas de remuneração distintas e diferentes taxas de juros. Nesse sentido, eles têm um funcionamento semelhante a um empréstimo bancário, com a diferença de ser você quem está emprestando o dinheiro. 

Confira as principais características de um CDB! 

Rentabilidade 

Em razão do empréstimo realizado, o banco paga ao investidor uma taxa de juros que já é conhecida antes mesmo da realização da aplicação. Assim, o interessado pode projetar resultados, fazer cálculos e comparações em busca dos melhores negócios. 

Existem três principais formas de remuneração em um CDB. São elas: 

  • prefixado: oferecem um percentual fixo como retorno; 
  • pós-fixado: remunera o investidor com base nas variações de um indicador (como o CDI); 
  • híbrido: mescla as duas formas de remuneração anteriores, parte embasada em um percentual fixo e a outra levando em conta o desempenho de um indexador. 

Para receber a totalidade dos juros propostos, o investidor deve manter a aplicação até a sua data de vencimento. Caso ele queira se desfazer do investimento de maneira antecipada, será necessário vender o título no mercado secundário. 

Nessa hipótese, ele sofrerá a chamada marcação a mercado, que é a atualização do seu preço conforme o cenário econômico atual. A depender da situação, o investidor pode ter ganhos ou prejuízos, principalmente em títulos com rentabilidade prefixada e híbrida. 

Segurança 

Os CDBs são investimentos considerados seguros. Isso porque, além de pertencerem à classe da renda fixa, que possui maior previsibilidade, eles são assegurados pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos).  

Desse modo, se a instituição o emissor não fizer o pagamento devido, o fundo ressarcirá o investidor em até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ e instituição financeira. Ainda é respeitado um teto global de R$ 1 milhão, válido durante um período de 4 anos, quando o limite é renovado. 

Liquidez 

Em termos financeiros, a liquidez representa a velocidade em que se pode converter um investimento em dinheiro disponível novamente. Assim, quanto maior a liquidez, mais fácil será para o investidor se desfazer dele. Do contrário, ele pode ter dificuldades em resgatá-lo. 

No caso dos CDBs, existem títulos com liquidez diária, permitindo o resgate do dinheiro investido rapidamente. Porém, é mais comum encontrar alternativas com baixa liquidez, o que pode fazer com que seja necessário aguardar o seu vencimento ou tentar vendê-lo no mercado secundário. 

Tributação 

Sobre o ganho obtido com o CDB, há a incidência do IR (Imposto de Renda). O recolhimento é feito direto na fonte, observando uma tabela regressiva que diminui a alíquota com base no tempo que a quantia ficou investida.  

Confira: 

Duração Alíquota 
Até 180 dias 22,5% 
De 181 até 360 dias 20% 
De 361 até 720 dias 17,5% 
A partir de 721 dias 15% 

Qual a relação entre CDB e CDI? 

Após conferir o conceito e funcionamento do CDB e do CDI, muitos têm dúvidas a respeito da relação entre ambos ou se eles são a mesma coisa — é o seu caso? Como você viu, como títulos privados, eles guardam diferenças importantes de serem lembradas. 

Veja: 

Sigla CDB CDI  
Nome certificado de depósito bancário certificado de depósito interbancário 
Duração curto, médio ou longo prazo curtíssimo prazo 
Remuneração prefixado, pós-fixado, híbrido determinada entre os bancos 
Acessibilidade qualquer interessado apenas instituições financeiras 
Finalidade financiar operações bancárias suprir a ausência de recursos no caixa 
Negociação plataformas de investimento mercado interbancário 

Quando se considera o índice financeiro CDI, a relação com o CDB pode ser direta. Isso porque muitos certificados de depósito bancário são indexados à taxa DI. Ou seja, os seus resultados serão baseados nas variações do indicador. 

Nesse contexto, quanto maior for o CDI, mais elevado será o retorno dos CDBs que estiverem atrelados a ele, beneficiando o investidor. Por outro lado, se a taxa DI diminuir, a rentabilidade dos títulos indexados a ela também reduzirá, podendo prejudicar aquele que o comprou. 

O que significa rendimento de 100% do CDI? 

Você entendeu que o CDI pode ser um título ou um indexador financeiro. Assim, no mercado, é comum encontrar investimentos que pagam 100% do CDI ao ano. 

Mas o que isso significa? Ao comprar um título com essa proposta de rentabilidade (pós-fixada), o investidor receberá de juros o equivalente a 100% das movimentações da taxa DI. 

Desse modo, se em um período de 12 meses o CDI chegar a 10%, esse será o percentual pago como juros ao investidor. Entretanto, se no ano seguinte o CDI cair para 9%, a rentabilidade do título acompanhará o movimento, reduzindo o seu retorno — desconsiderando o efeito dos juros compostos. 

Já um CDB que pague 110% do CDI, terá uma remuneração de 11% no primeiro ano e 9,9% no segundo, considerando as mesmas movimentações do exemplo. Por sua vez, uma aplicação que renda 80% do CDI terá um retorno de 8% no primeiro ano e 7,2% no segundo. 

Isto é, a porcentagem sobre o CDI estipulada na rentabilidade proposta em um CDB pós-fixado será usada no cálculo dos juros a serem pagos. De todo o modo, os CDBs não são os únicos títulos que podem ser indexados à taxa DI, como você poderá ver, a seguir. 

Quais outros investimentos estão atrelados ao CDI? 

Sabendo que existem outros investimentos que podem estar atrelados ao CDI, é pertinente conferir quais são eles. A incidência da taxa DI é bastante comum em investimentos emitidos por instituições financeiras e em fundos de renda fixa. 

Entre eles, estão: 

LCI (letra de crédito imobiliário) 

Esse é um investimento de renda fixa emitido por bancos que usam os recursos captados para financiar o setor imobiliário. O seu funcionamento é semelhante ao CDB, com a diferença de não contar com a cobrança de IR para pessoa física. 

LCA (letra de crédito do agronegócio) 

Trata-se de mais um investimento de renda fixa, cujos recursos captados são usados para financiar o setor do agronegócio brasileiro. Ele também conta com a isenção de IR para pessoa física sobre os seus ganhos. 

LC (letra de câmbio) 

A LC é uma aplicação de renda fixa emitida por sociedades de crédito, financiamento e investimento. Os rendimentos das LCs são sujeitos à tributação, observando a tabela regressiva — como acontece nos CDBs. 

Fundos DI 

Os fundos DI aplicam parte do seu patrimônio em ativos de renda fixa, ligados à Selic ou CDI. Eles não contam com a proteção do FGC, e sua tributação varia conforme o prazo da aplicação, havendo a incidência do come-cotas

Debêntures 

Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas não financeiras que buscam captar recursos para financiar seus projetos e expansão. Elas podem ter sua rentabilidade atrelada ao CDI ou a outros indicadores de mercado, não havendo a proteção do FGC. 

A tributação pode ser diferente, de acordo com o tipo de aplicação. Algumas têm cobrança de IR seguindo a tabela regressiva, enquanto as debêntures incentivadas podem ter isenção do imposto. 

Vale a pena investir em alternativas ligadas ao CDI? 

A decisão de investir em alternativas ligadas ao CDI pode variar entre cada investidor. Afinal, a resposta definitiva é multifacetada, dependendo de diversos fatores. Dessa forma, nem sempre o investimento que faz sentido para uma pessoa também fará para outra. 

Logo, antes de investir em um título atrelado ao CDI, é pertinente avaliar se ele atende às suas estratégias de investimento. Por exemplo, optar pelos CDBs pode ser uma forma de diminuir o risco global do seu portfólio, considerando a sua proteção pelo FGC. 

Já a escolha por uma LCA ou LCI pode ser voltada para quem não deseja pagar tributação ao investir, já que elas são isentas de IR para pessoa física, como visto. Mas existem diversas outras estratégias que podem ser adotadas com títulos ligados ao CDI. 

Avaliar o seu perfil de investidor é um passo fundamental para quem deseja ingressar no mercado. Ele revelará o seu nível de abertura aos riscos, o que é necessário para orientar as suas decisões. O mesmo pode ser dito no que diz respeito à definição prévia dos seus objetivos. 

Ao traçar metas de curto, médio e longo prazo, fica mais fácil escolher quais investimentos são mais adequados para atender a cada uma de suas necessidades. A análise conjunta dos fatores determinará se o investimento em aplicações ligadas ao CDI vale a pena no seu caso. 

Como a Genial pode auxiliar nesse processo? 

Independentemente da sua escolha entre CDB ou outras aplicações indexadas ao CDI, para investir, você precisará abrir conta em uma corretora de valores. A instituição atua como intermediária dessas negociações, conectando investidores aos emissores de títulos, fundos e demais participantes do mercado. 

Uma possibilidade é investir com a Genial Investimentos. Somos uma plataforma de investimentos completa, com mais de 10 anos oferecendo acesso a serviços financeiros de qualidade, com simplicidade e eficiência. 

Conosco, investir no mercado financeiro se torna muito mais dinâmico e sem burocracia. Caso você fique com alguma dúvida sobre os investimentos, é possível saná-la com um dos nossos assessores, gratuitamente. 

Como você aprendeu neste artigo, investir em CDB ou em outras alternativas ligadas ao CDI depende de uma análise de diferentes fatores. Então não deixe de usar os conhecimentos assimilados neste conteúdo no momento de tomar suas decisões no mercado. 

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