Fundos são ótimos veículos de investimento para as pessoas físicas, pois permitem que vários investidores apliquem seus recursos em condomínio, de forma diversificada e com gestão profissional. Mas qualquer um que comece a fazer uma pesquisa sobre esses produtos perceberá rapidamente que são vários os tipos de fundos de investimento oferecidos no mercado.
Os fundos são ideais para aqueles investidores que não tem muitos recursos. Ou ainda, que não têm tempo para estudar os produtos financeiros individualmente e investir por conta própria. Mesmo assim, o investidor precisa escolher os tipos de fundos de investimento nos quais vai aplicar. E é aí que a coisa começa a ficar confusa.
Se você ainda não sabe bem o que é ou como funciona um fundo de investimento, pode dar uma olhada neste post, que traz tudo que você precisa saber sobre esse tipo de investimento: definição, vantagens de investir, custos, forma de tributação, entre outras informações importantes.
A seguir, falamos um pouco sobre os diversos tipos de fundos de investimento existentes, segundo a classificação comumente utilizada no mercado. Você vai saber quais deles são ideais para seu perfil de investidor e objetivos, como escolher e quais as características de cada um.
Fundos abertos ou fechados
Os fundos de investimento podem ser abertos ou fechados. Os fundos abertos são aqueles que permitem a entrada de novos cotistas, novos aportes e resgates a qualquer momento.
Já os fundos fechados são aqueles que não aceitam novos cotistas, aportes ou resgates. O investimento deve ser feito durante um período de captação com prazo bem definido. Depois disso, quem quiser sair do fundo ou reaver parte do seu investimento deve vender suas cotas para outros investidores interessados.
Entre os fundos fechados, os mais populares entre as pessoas físicas são os fundos imobiliários. Eles investem em imóveis e papéis de renda fixa ligados ao mercado imobiliário, e em geral têm cotas negociadas em bolsa, como se fossem ações.
Mas o universo de fundos abertos acessíveis às pessoas físicas é bem maior e mais complexo. Os fundos mais conhecidos das pessoas físicas se enquadram nessa categoria: fundos de renda fixa, fundos de ações, fundos cambiais e multimercados.
Conheça os principais tipos de fundos de investimento existentes:
1. Fundos de renda fixa
Fundos de renda fixa são aqueles que investem em ativos de renda fixa, ainda que sintetizados por meio de derivativos, expondo-se a risco de juros e de índices de preços (inflação). Podem investir em renda fixa emitida no exterior e não podem investir em ativos de renda variável, como ações.
Alguns exemplos de ativos de renda fixa: títulos públicos federais, debêntures (papéis emitidos por empresas) e títulos emitidos por bancos, como CDB e Letras Financeiras (LF).
Fundos conservadores de renda fixa
São os fundos de menor risco do mercado. Mas fique atento: nem todo fundo de renda fixa é de baixo risco! Apenas são considerados de baixo risco os fundos caracterizados como conservadores.
Para ser considerado de baixo risco, um fundo de renda fixa deve investir primordialmente em aplicações de baixo risco de crédito cuja remuneração seja atrelada à taxa básica de juros (Selic) ou à taxa CDI.
Por exemplo, títulos emitidos por bancos com baixo risco de calote e títulos públicos federais. O objetivo desses fundos deve ser o de seguir ou superar ligeiramente o CDI.
Os fundos de Renda Fixa Simples, voltados para o pequeno investidor iniciante, enquadram-se nesse perfil conservador.
Também são considerados de baixo risco os antigos fundos Referenciados DI, que foram incorporados à categoria de Renda Fixa a partir de outubro de 2015, quando houve mudanças na classificação dos tipos de fundos de investimento.
Para quem são indicados: Os fundos de renda fixa conservadora são ideais para investidores com objetivos de curto prazo, com data certa para ocorrer e inadiáveis, como uma festa de casamento ou uma viagem de férias.
Também são indicados para investidores muito conservadores, que não toleram qualquer tipo de perda, ainda que momentânea, em nenhuma porção da sua carteira.
Finalmente, são recomendados para o investimento da reserva de emergência, poupança destinada a cobrir problemas repentinos, como a perda de um emprego ou uma doença na família.
Fundos moderados de renda fixa
São fundos de risco intermediário entre fundos conservadores e fundos mais arrojados.
Alguns desses fundos investem em títulos públicos federais prefixados ou atrelados à inflação. Embora tenham baixo risco de calote, esses papéis têm maior risco de flutuação de preços que os títulos públicos atrelados à Selic.
Isso faz com que as cotas desses fundos passem por altos e baixos, o que pode levar a resultados negativos. Em geral, esses fundos procuram acompanhar não a Selic ou o CDI, mas sim um índice de renda fixa, como o IRF-M e os índices IMA-B.
O IRF-M é um índice que acompanha o desempenho de uma carteira hipotética de títulos públicos prefixados de diferentes prazos; já os IMA-B acompanham o desempenho de cestas hipotéticas de títulos públicos atrelados à inflação de diferentes prazos.
Esses fundos tendem a se valorizar quando as perspectivas são de queda na taxa básica de juros (Selic), pois neste cenário os títulos prefixados e atrelados à inflação se valorizam.
Outro tipo de fundo de renda fixa de risco moderado são os de crédito privado, que têm permissão para investir mais do que 20% do patrimônio em títulos de renda fixa privada de médio ou alto risco de calote. Por serem mais arriscados que os títulos de baixo risco de crédito, eles costumam render mais.
Para quem são indicados: Fundos moderados de renda fixa são recomendados para investidores de perfil moderado ou arrojado, que queiram ganhar um pouco mais do que a renda fixa tradicional, mas ainda sem correr no risco da renda variável.
Não é aconselhável investir nesses fundos os recursos que serão usados em uma data específica, no curto prazo ou que precisem ser resgatados a qualquer momento.
2. Fundos de ações
Também chamados de fundos de renda variável, os fundos de ações devem investir no mínimo 67% da carteira em ações, bônus ou recibos de subscrição, certificados de depósito de ações, cotas de fundos de ações, cotas de fundos de índices de ações e Brazilian Depositary Receipts (BDR) níveis I, II e III.
Fundos de ações podem ser passivos ou ativos, dependendo do objetivo. Os passivos se propõem a seguir o desempenho de um determinado índice do mercado de ações, como o Ibovespa, por exemplo. Já os ativos procuram superar um determinado índice.
Cada um dos diferentes tipos de fundos de investimento em ações adota uma determinada estratégia: investimento em empresas de baixo valor de mercado (small caps), em empresas que pagam bons dividendos, em empresas de um único setor, em empresas com boa governança e com iniciativas para a sustentabilidade ou em empresas negociadas abaixo de seu “preço justo” e com fortes perspectivas de crescimento.
Há também os fundos de ações livres, que não adotam uma estratégia específica, apenas tentam superar um determinado indicador de mercado. Alguns fundos chegam a ter permissão de investir mais de 40% do seu patrimônio em ativos no exterior.
Fundos de ações são investimentos arriscados, sujeitos à variação dos preços das ações. Podem gerar fortes ganhos, mas também fortes perdas.
Para quem são indicados: São indicados para investidores de perfil arrojado e agressivo. Investidores moderados também podem investir um pequeno percentual da sua carteira para diversificar os investimentos e turbinar um pouco sua rentabilidade global.
Fundos de ações também são recomendados para objetivos de longo prazo e para a diversificação da carteira.
Podem ser bons instrumentos para poupar, por exemplo, para a aposentadoria enquanto ainda se é jovem, ou simplesmente para acumular um bom patrimônio no longo prazo.
3. Fundos cambiais
Os fundos cambiais devem investir pelo menos 80% da carteira em ativos de qualquer nível de risco de crédito relacionados ao dólar ou ao euro. A relação pode ser direta ou sintetizada por meio de derivativos.
O restante da carteira deve ser aplicado apenas em títulos e operações de renda fixa prefixada ou indexada à Selic e ao CDI.
O desempenho dos fundos cambiais tende a acompanhar o da moeda de referência. Mas essa ligação nem sempre é perfeita.
Além disso, com o desconto da taxa de administração e do imposto de renda, o rendimento do fundo tende a ser um pouco menor que a variação positiva da moeda, quando esta se valoriza.
Em função disso, os fundos cambiais não são recomendados para quem tem objetivos de curto prazo relacionados à moeda estrangeira, como uma viagem para o exterior dentro de poucos meses.
Para quem são indicados: Fundos cambiais são recomendados para quem quer ter ganhos com a variação cambial – por exemplo, os investidores que acreditam que o dólar vai subir – e para quem quer se proteger das variações cambiais por conta de objetivos de médio e longo prazo.
Por exemplo, quem vai fazer uma viagem grande para o exterior daqui a um bom tempo e está se planejando com antecedência.
Mas, principalmente, quem tem obrigações em moeda estrangeira, como a manutenção de uma conta ou de investimentos no exterior, o pagamento de um curso em uma data futura ou o sustento de um parente lá fora.
4. Fundos multimercados
Os fundos multimercados podem aplicar em diferentes classes de ativos de diversos mercados, envolvendo diferentes tipos de riscos. Assim, podem investir em renda fixa, câmbio e ações de toda espécie, além de usar derivativos tanto para proteção do investimento quanto para alavancagem.
Os multimercados apresentam maior liberdade de gestão que os demais tipos de fundos de investimento, mas devem seguir uma política de investimentos bem definida e apresentada no prospecto e no regulamento.
Há vários tipos de fundos de investimento multimercados. Alguns aplicam em diferentes classes de ativos, sendo bastante diversificados, e outros procuram ganhar dinheiro com distorções de preços de certos tipos de ativos, como ações ou taxas de juros. Alguns, ainda, podem investir mais de 40% dos recursos no exterior.
Os tipos de fundos de investimento multimercados, segundo sua estratégia, são:
– Macro: operam diversas classes de ativos (renda fixa, renda variável, câmbio etc.) e definem suas estratégias de investimentos com base em avaliações de cenários macroeconômicos de médio e longo prazo.
– Trading: operam diversas classes de ativos, mas tentam obter seus ganhos por meio de movimentos de curto prazo nos preços dos ativos.
– Long and Short – Direcional: operam ações e derivativos ligados ao mercado de renda variável, montando posições compradas (long) e vendidas (short). Posições vendidas são aquelas que ganham com a desvalorização do ativo. O ganho do fundo vem da diferença entre as duas posições.
– Long and Short – Neutro: operam ações e derivativos ligados ao mercado de renda variável, montando posições compradas (long) e vendidas (short), com o objetivo de manterem a exposição financeira líquida limitada a 5%.
– Juros e Moedas: buscam retorno no longo prazo por meio de investimentos em renda fixa, podendo se expor a risco de juros, de índices de preços e de moeda estrangeira. Não investem em renda variável.
– Livre: não têm compromisso de concentração em nenhuma estratégia específica.
– Capital Protegido: buscam retornos em mercados de risco, mas procuram proteger parte ou a totalidade do principal investido. Assim, se houver perdas no investimento do fundo, os cotistas são capazes de recuperar um percentual pré-definido ou a totalidade dos recursos que investiram.
– Estratégia Específica: adotam estratégias com riscos específicos, como commodities e futuros de índices.
Para quem são indicados: Os níveis de risco dos multimercado também variam bastante. Os fundos que seguem a estratégia Juros e Moedas, por exemplo, são considerados conservadores, podendo ser usados, pelo investidor, da mesma forma que os fundos de renda fixa conservadora.
Outros são considerados moderados ou arrojados, e alguns dos multimercados mais agressivos podem ser até mais arriscados do que certos fundos de ações.
Multimercados moderados e arrojados são mais voltados para investidores que se enquadrem nesses perfis, para objetivos de longo prazo e na busca de um diferencial de rentabilidade para turbinar a construção do patrimônio do investidor.
5. Fundos de investimento imobiliário
Os fundos de investimento imobiliário (FII) ou simplesmente fundos imobiliários são fundos fechados que investem em imóveis (fundos de tijolo) ou em títulos de renda fixa atrelados ao mercado imobiliário (fundos de papel), como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
Os fundos mais acessíveis às pessoas físicas captam recursos por meio de ofertas públicas de cotas, que os investidores interessados podem reservar e adquirir para investir no fundo desde o início. Os recursos captados dessa forma são usados para a compra dos ativos da carteira.
Terminado o período de captação, o fundo não permite aplicações e resgates. Quem quiser entrar precisa comprar cotas de outro investidor, e quem quiser sair precisa vender suas cotas a outro interessado. Esse processo ocorre, geralmente, na bolsa de valores.
Há diferentes tipos de fundos de investimento imobiliário. Uns investem em imóveis para alugar, outros compram e vendem imóveis para lucrar com sua valorização; alguns ainda constroem imóveis para vender, e outros lucram com o rendimento dos títulos de renda fixa nos quais investem.
Um fundo imobiliário pode, ainda, investir em um ou mais imóveis e alugar para um ou mais inquilinos.
Os rendimentos distribuídos pelos FII são isentos de imposto de renda, atendidas certas condições. Fundos que lucram com aluguel em geral pagam rendimentos periódicos.
Já o lucro advindo da venda das cotas é tributado em 20%. Ou seja, há duas formas de ganhar, pelos rendimentos e pela valorização das cotas. Mas atenção: estas também podem se desvalorizar.
Para quem são indicados: Fundos imobiliários são investimentos moderados, indicados para investidores de perfil moderado e arrojado que queiram lucrar com o bom desempenho do mercado imobiliário.
São recomendados, ainda, para diversificação da carteira e para tentar ganhar acima da remuneração das aplicações mais conservadoras em épocas de juros baixos.
Além disso, os FII são investimentos interessantes para quem deseja investir seus recursos em um produto capaz de gerar renda periódica. Por exemplo, um fundo que distribua aluguéis mensalmente pode funcionar como uma fonte de renda e tem uma série de vantagens em relação à compra direta de um imóvel para alugar.
Eles se beneficiam de cenários de taxa Selic baixa ou em queda, de crescimento ou recuperação econômica. Momentos de recessão, inflação elevada e juros em alta, por outro lado, tendem a prejudicar esses fundos.
Neste post, você pode aprender tudo sobre esses fundos, seu funcionamento, os tipos de fundos de investimento imobiliário e suas vantagens em relação ao investimento direto em imóveis.
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