O seu objetivo ao investir é construir patrimônio e fazê-lo evoluir? Então saiba que reinvestir os dividendos pode ajudá-lo a acumular capital mais rapidamente. Afinal, essa estratégia é capaz de impulsionar seus ganhos no longo prazo.
Porém, antes de recorrer a ela, é necessário saber como ela é colocada em prática. Assim, você aprenderá como criar um efeito de bola de neve para as finanças, em busca de seus objetivos financeiros.
Quer entender o que significa reinvestir dividendos, como o processo funciona e por que ele pode ser decisivo para o acúmulo de capital com o tempo? Continue a leitura!
O que são dividendos?
Quando o assunto é investir na bolsa de valores, muitas pessoas associam o potencial de lucro à decisão de vender os valores mobiliários, como ações e cotas de fundos de investimento. Contudo, existe outra possibilidade de ganhos que pode trazer um retorno recorrente.
Trata-se do pagamento de dividendos, que são um tipo de provento que corresponde a uma parte do lucro líquido de empresas ou fundos imobiliários (FIIs). Eles são distribuídos entre os investidores de maneira proporcional ao número de ações ou cotas que cada um possui.
Como os dividendos funcionam?
Além de saber o que são dividendos, é importante entender como eles funcionam. Assim, você poderá compreender com mais facilidade por que essa estratégia é relevante para o acúmulo de capital.
Primeiramente, vale considerar que a distribuição dos lucros entre os acionistas é obrigatória para empresas de capital aberto. Contudo, cada organização define as próprias regras, em relação à frequência e porcentagem de pagamento.
Para entender melhor, suponha que uma empresa obteve um determinado lucro líquido nos últimos 12 meses. Essa mesma companhia definiu que parte do valor seria reinvestido no negócio e o restante seria distribuído entre os investidores, uma vez por ano.
Nesse caso, o lucro líquido é dividido entre as ações em circulação no mercado. Dessa maneira, os investidores que tiverem mais papéis na carteira receberão um montante maior na forma de dividendos.
Em relação aos fundos de investimento imobiliários, o processo é semelhante. Esses veículos financeiros focam no mercado de imóveis e a distribuição dos lucros é feita pelo pagamento de dividendos entre os cotistas.
Isso acontece porque os FIIs são obrigados por lei a distribuírem, pelo menos, 95% dos seus lucros entre os investidores. Se não houver ganhos, não há distribuição. Em alguns casos, como quando o fundo investe em imóveis físicos focados em aluguéis, o pagamento de dividendos pode ser mensal.
Quais são os outros tipos de proventos existentes?
Como você viu, os dividendos são um dos tipos de proventos pagos aos investidores. Além deles, existem outros benefícios que são distribuídos pelas empresas aos acionistas.
Conheça detalhes sobre os demais tipos de proventos!
Juros sobre capital próprio
Os juros sobre capital próprio (JCP) são proventos semelhantes aos dividendos. A principal diferença é que a distribuição ocorre antes do pagamento de impostos. Dessa forma, os JCP não se referem ao lucro líquido da companhia.
Como consequência, os investidores ficam responsáveis pelo pagamento do Imposto de Renda (IR) correspondente ao valor recebido. A alíquota é de 15% sobre o montante, que fica retida na fonte. Os dividendos, ao contrário, são isentos de IR.
Note que tanto os juros sobre capital próprio quanto os dividendos são pagos em dinheiro. O montante é depositado na conta da corretora de valores que você utiliza para realizar as operações na bolsa.
Bonificação
As empresas de capital aberto não precisam distribuir, necessariamente, proventos na forma de dinheiro. Dessa maneira, existem outros meios de remunerar os investidores, como no caso da bonificação.
Nessa alternativa, o pagamento do benefício se dá em ações. Isso ocorre quando a empresa decide transformar parte do lucro em reserva de capital social e emite novos papéis. Então eles são distribuídos aos acionistas de modo proporcional à quantidade de ativos que cada um já possui.
Ao obter mais ações de maneira gratuita, o preço médio de compra delas diminui, além de ser possível incrementar o patrimônio. Como consequência, você pode aumentar seus ganhos no longo prazo, tanto pela valorização quanto pelo recebimento de dividendos.
Direitos de subscrição
Os direitos de subscrição também são tipos de proventos que podem ser dados aos investidores. Eles funcionam a partir da emissão de ações — porém, ao contrário da bonificação, não há distribuição gratuita.
Nesse caso, o acionista ganha o direito de comprar novos papéis ou cotas, caso tenha interesse. Assim, o benefício é concedido quando uma empresa decide aumentar seu capital social e dá preferência de aquisição para os investidores atuais.
O objetivo é permitir que o investidor mantenha a proporção de ações que ele possui. Além disso, o preço pago pela compra dos ativos costuma ser menor que o preço de mercado, o que também pode ser vantajoso para quem investe.
O que é o reinvestimento de dividendos?
Após entender sobre a distribuição de dividendos, vale saber que o investidor é livre para decidir o que fazer com o valor recebido. Quem já tem o patrimônio consolidado pode utilizar os rendimentos para formar uma renda passiva — a fim de custear seus gastos mensais, por exemplo.
Contudo, uma estratégia bastante utilizada por quem está na fase de acumular patrimônio é reinvestir os dividendos. Na prática, isso significa usar os proventos para comprar mais ações ou cotas de fundos para alavancar seus ganhos.
Ao repetir esse processo ao longo do tempo, a carteira de investimentos pode apresentar resultados cada vez maiores.
Como a estratégia funciona?
Como você viu, o reinvestimento de dividendos se baseia em utilizar o dinheiro recebido com a distribuição do provento para adquirir novas ações ou cotas de fundos. Com isso, sempre que você reinveste o valor, sua posição aumenta e você poderá obter mais dividendos no futuro.
Essa é a mesma lógica dos juros compostos, que ajuda a formar uma bola de neve positiva para o acúmulo de capital. Ao reinvestir de modo regular, poderá haver um momento em que o fluxo de dividendos alimentará seus aportes mensais.
Caso esse contexto se concretize, você terá a oportunidade de viver de renda — apenas utilizando os valores recebidos, sem precisar reinvesti-los. Nesse cenário, você terá alcançado a independência financeira.
Por isso, é interessante usar o reinvestimento para comprar ativos que paguem bons dividendos. Assim, você abastece essa operação e favorece o acúmulo de capital.
Quais são os efeitos do reinvestimento ao longo do tempo?
Agora que você sabe o que é e como funciona o reinvestimento de dividendos, é hora de compreender quais são os efeitos que ele pode causar na sua carteira ao longo do tempo. Assim, será possível identificar quais são os benefícios para a sua estratégia.
Confira!
Redução do preço médio
Ao investir na bolsa de valores frequentemente, é comum para o investidor comprar as mesmas ações ou cotas de fundos em momentos diferentes. Com isso, os preços de aquisição, provavelmente, não serão iguais. Nesse sentido, surge o conceito de preço médio.
Ele corresponde a um cálculo que indica a média do quanto você pagou para adquirir os ativos em diferentes períodos. Assim, ao utilizar os dividendos para comprar novas ações ou cotas, o montante de proventos contribui para reduzir parte dos custos da movimentação.
Na prática, funciona como se o preço médio da sua carteira ficasse menor. Afinal, na teoria, você não paga nada para comprar as novas ações ou cotas, já que utiliza o dinheiro recebido como rendimento. Precisa mencionar que isso só funciona se o preço de compra for menor do que a compra inicial
Aumento da renda
Outro efeito do reinvestimento de dividendos é a possibilidade de aumentar a renda. Isso acontece porque aumentar sua participação como acionista da empresa ou cotista do FII leva à chance de obter uma soma maior de dividendos.
Além disso, como você viu, receber esses proventos representa uma oportunidade para incrementar seus ganhos mensais e alcançar a independência financeira.
Como reinvestir os dividendos?
Percebeu como reinvestir os dividendos pode ser interessante para a sua carteira? Se você ficou interessado em aplicar a estratégia, é preciso entender como colocá-la em prática.
Confira as dicas que preparamos para você!
Busque boas empresas pagadoras de dividendos
O primeiro passo para reinvestir dividendos frequentemente é ter ações de boas empresas pagadoras de proventos na carteira. Por isso, na hora de compor seu portfólio, vale usar esse critério para a tomada de decisão, priorizando ações que fazem os maiores pagamentos do tipo.
Afinal, como todas as empresas listadas na bolsa brasileira são obrigadas a distribuir parte do lucro, toda ação pode ser pagadora de proventos. Contudo, isso dependerá de a companhia ter lucro ou não, além do nível de distribuição que ela definiu em seu estatuto.
Logo, é preciso saber como escolher as melhores alternativas para a sua carteira. O processo envolve fazer uma análise de fundamentos das empresas ou fundos de investimento de interesse. Nesse caso, existem dois indicadores que podem ser especialmente úteis: o dividend yield (DY) e o dividend payout.
O DY considera a relação entre os dividendos pagos nos últimos 12 meses e a cotação das ações ou cotas. Dessa maneira, ele define qual é o retorno na forma de dividendos, em relação ao preço pago pelo ativo. Com essa informação, é possível comparar empresas do mesmo setor para encontrar a melhor pagadora de dividendos, por exemplo.
Em relação ao dividend payout, o indicador se relaciona com o percentual de lucro que a organização distribui como dividendos.
Em geral, companhias mais sólidas tendem a distribuir mais dividendos. Isso porque o negócio já se consolidou no mercado e não precisa fazer tantos reinvestimentos. Além disso, a lucratividade costuma ser recorrente — já que essas empresas conseguem destinar uma porção maior dos seus ganhos aos acionistas.
Por outro lado, companhias menores e que ainda estão em fase de crescimento ou que demandam mais reinvestimento costumam ter um dividend payout menor. Afinal, elas tendem a usar a maior parte dos ganhos para reinvestir na própria operação.
Confira os proventos aos quais você tem direito
Se as empresas nas quais você investe não oferecem planos de reinvestimento dos dividendos, é possível fazer o processo manualmente. Para isso, é interessante verificar quais são os proventos que cairão na sua conta.
Ao acessar a sua corretora de valores, busque os investimentos que compõem a sua carteira. Dessa forma, é possível analisar informações referentes ao total de dividendos que você já recebeu ou que ainda serão pagos.
Ao fazer uma análise mais detalhada, você identificará a data de pagamento, o valor a obter e o tipo de provento. Dessa maneira, é possível se organizar para fazer o reinvestimento assim que os ganhos forem depositados na sua conta.
Complemente o valor
Em alguns casos — especialmente no início da construção de patrimônio —, o montante recebido em dividendos não é o suficiente para adquirir um lote de ações, por exemplo. Se isso ocorrer, é possível comprar quantas unidades você desejar por meio do mercado fracionário.
Outra possibilidade é esperar para acumular mais dinheiro. Ademais, você pode complementar o valor enviando recursos próprios para a sua conta na corretora de valores. A escolha dependerá da sua estratégia e necessidades.
Acesse o home broker
Por fim, o processo de aquisição das ações ou cotas de fundos com recursos oriundos dos dividendos é feito normalmente. Para isso, você deve acessar o home broker, que é a plataforma que permite realizar os investimentos com ativos e derivativos negociados na bolsa.
Depois, basta procurar pelo ticker correspondente e escolher o número de ativos que você deseja adquirir. Emita uma ordem de compra e aguarde o processamento e a liquidação da operação.
Agora você sabe que reinvestir os dividendos pode ser interessante para aumentar seu patrimônio e montar uma carteira sólida. Dessa forma, é possível impulsionar seus ganhos e alcançar seus objetivos financeiros mais rapidamente.
Gostou do conteúdo? Então compartilhe este artigo com seus amigos para que mais pessoas entendam a importância de reinvestir os dividendos!