Expor seu patrimônio apenas ao mercado nacional pode gerar uma concentração de riscos. Afinal, caso o país passe por uma crise econômica ou política, por exemplo, você estará completamente exposto aos seus efeitos. Porém, esse risco pode não ser interessante para o seu patrimônio.

Por outro lado, se você mantiver no seu portfólio um conjunto de investimentos dolarizados, o nível de proteção de sua carteira será outro — mesmo que o cenário interno esteja caótico. Contudo, antes de buscar alternativas nesse sentido, é pertinente explorar melhor esse assunto.

Quer saber mais sobre como dolarizar seu patrimônio? Então prossiga com a leitura deste artigo e confira alguns investimentos dolarizados disponíveis no mercado brasileiro.

Acompanhe!

O que são investimentos dolarizados?

Os investimentos dolarizados são aqueles que estão expostos direta ou indiretamente ao dólar. A exposição direta acontece nos investimentos internacionais cotados em dólar. Já a indireta, refere-se a alternativas nacionais (cotadas em real) atreladas ao dólar.

Na prática, ter em carteira investimentos dolarizados alinhados ao seu perfil de investidor e objetivos, contribui para aumentar o seu nível de proteção. Isso se torna mais evidente quando considerada a descorrelação que costuma existir entre o dólar e a bolsa de valores brasileira, a B3.

Ao acompanhar o mercado, é possível notar que, geralmente, a bolsa brasileira cai quando o dólar está em alta. O contrário também acontece, ou seja, quando o mercado nacional ganha força, o dólar costuma cair — embora essa não seja uma regra absoluta.

Assim, ter uma carteira composta apenas por investimentos nacionais tende a potencializar os riscos do portfólio. Isso porque seu capital estará totalmente exposto às nuances do mercado interno, aumentando os riscos de você ter perdas financeiras — especialmente na renda variável.

Por que dolarizar o patrimônio?

Sabendo o que é um investimento dolarizado, é pertinente aprender mais sobre a dolarização. Portanto, confira os principais motivos que levam os investidores a decidir dolarizar o patrimônio!

Proteção cambial

Não é preciso estar inserido no mercado financeiro para saber que o dólar é uma moeda forte. Na verdade, basta acompanhar o noticiário — constantemente há notícias relacionadas à valorização da moeda americana frente ao real.

Isso acontece porque o dólar é utilizado como referência monetária em diversos produtos e matérias primas. É o caso de commodities como o petróleo, o minério de ferro, a soja, o milho, entre outros. Então muitas multinacionais utilizam o dólar para realizar suas operações.

A moeda também é bastante demandada pelos Governos de diferentes países na construção de reservas monetárias. Elas são importantes para evitar que o país passe por crises decorrentes de restrições externas, bem como no controle das flutuações de suas moedas.

Logo, ter ativos que acompanham as variações do dólar é uma forma de mitigar perdas com a desvalorização do real. Porém, é válido lembrar que a moeda norte-americana também pode passar por desvalorização, então ter apenas em investimentos dolarizados pode não ser interessante.

Diversificação

A diversificação está entre as estratégias mais conhecidas e utilizadas por investidores. Ela consiste em distribuir o seu capital entre diferentes investimentos visando aproveitar as vantagens de cada um deles e equilibrar os riscos. É possível usar investimentos dolarizados com essa finalidade.

No entanto, isso não significa que você deva pulverizar a sua carteira com uma grande quantidade de ativos. Ao contrário, a escolha deverá ser embasada no seu perfil e objetivos, bem como em opções que estejam descorrelacionadas entre si ou tenham correlação negativa.

Por exemplo, não seria produtivo investir em uma empresa petrolífera nacional e em outra internacional buscando a diversificação. Afinal, ambas têm a receita dolarizada, considerando que trabalham com o mesmo produto — o petróleo, que tem sua cotação em dólar.

Nesse cenário, o risco seria o mesmo para as duas companhias, pois eventual queda no preço da commodity impactaria os resultados de ambas. Como resultado, você não teria a proteção de sua carteira como almejado.

Portanto, se você for investir em alternativas dolarizadas visando a diversificação, lembre-se de buscar por ativos de diferentes níveis e tipos de risco. Para ajudar, vale considerar classes, setores e mercados distintos.

Aumento do potencial de ganhos

Além dos investimentos dolarizados permitirem a redução dos riscos, eles podem aumentar o potencial dos seus ganhos. Afinal você terá a oportunidade aproveitar os resultados de mercados internacionais.

Por exemplo, os Estados Unidos possuem a maior economia do mundo. Ainda, as suas bolsas de valores estão listadas as multinacionais mais valiosas. Nelas, você encontra múltiplas possibilidades de investimento, o que traz uma perspectiva de ganhos diferenciados.

Desse modo, ao dolarizar a carteira, os seus ganhos não estarão vinculados apenas ao crescimento e alta do mercado nacional. Aliás, ao buscar investimentos dolarizados, podem surgir oportunidades de obter lucros mesmo quando a bolsa brasileira está em queda.

Vale destacar que mercados internacionais consolidados (como o dos Estados Unidos) tendem a se recompor mais facilmente de períodos de crise. Assim, as chances de você potencializar seu retorno são maiores nesse caso.

Instabilidade política e econômica no âmbito nacional

Muitos investidores evitam manter todo o seu capital investido no Brasil considerando seu histórico de instabilidade política e econômica. Em sua história recente, o país já teve 2 presidentes que sofreram impeachment, cenários de hiperinflação, confisco da poupança, greves, etc.

A crise de covid-19, no ano de 2020, fez com que a bolsa brasileira recuasse à quase metade de sua pontuação. Além disso, as medidas econômicas adotadas pelo Governo diante da crise sanitária, somadas ao aumento do teto de gastos públicos e ao crescimento da inflação resultaram em um agressivo ciclo de alta de juros no país.

Em pouco mais de um ano, a Selic (taxa básica de juros) foi de 2%, em janeiro de 2021, a 11,75% — em março de 2022. Esse contexto, portanto, trouxe consigo fatores que prejudicaram o crescimento econômico do país.

Assim, considerar também investir em economias mais sólidas tende a trazer uma segurança maior ao seu patrimônio. Dessa forma, seus ganhos não ficam restritos às condições econômicas do Brasil.

Como fazer investimentos dolarizados?

Após conhecer os motivos e benefícios de dolarizar sua carteira, é preciso aprender como fazê-lo — desde que essa estratégia faça sentido para você. O modo tradicional é o investimento direto, o que demanda abrir uma conta no exterior e remeter dinheiro para fora do país.

Contudo, essa é a forma mais burocrática e onerosa de dolarização. Afinal, provavelmente você terá que cumprir exigências formais para conseguir abrir essa conta no exterior, além de ter gastos com câmbio e impostos adicionais para movimentar seu dinheiro.

Assim, o modo mais prático, acessível e seguro é buscar por investimentos no mercado financeiro nacional que permitam a exposição ao dólar.

Confira alguns deles!

Fundos internacionais

Os fundos de investimentos são veículos de investimento coletivos que podem ser encontrados nas plataformas das melhores corretoras de valores — como a Genial Investimentos. Eles são formados pelo capital de múltiplos investidores que detêm interesses em comum.

O patrimônio reunido ficará sob a responsabilidade de um gestor qualificado. Esse profissional fará a escolha dos investimentos que comporão o portfólio do fundo, conforme a estratégia definida.

Existem fundos que possuem o objetivo de buscar exposição internacional — popularmente chamados de fundos internacionais. Neles, o gestor escolherá investimentos que proporcionam a internacionalização e dolarização do capital dos cotistas.

Porém, é preciso ter atenção: a depender das estratégias utilizadas pelo gestor, o nível de exposição aos mercados estrangeiros poderá ser maior ou menor. Então você terá que avaliar se o risco do investimento é adequado ao seu perfil de investidor e objetivos financeiros.

Os fundos de investimento normalmente contam com a taxa de administração, cobrada de todos os seus cotistas. Eles também podem cobrar a taxa de performance, que é uma espécie de bônus pago ao gestor quando ele supera o benchmark do fundo.

Os ganhos nesse tipo de investimento ocorrem com a valorização das cotas e o resgate por um valor superior ao de compra. Geralmente, quando o gestor entrega bons resultados, mais pessoas se interessam pelo investimento — contribuindo para a valorização das cotas.

ETFs

Os ETFs (exchange traded funds) ou fundos de índice também integram a classe dos fundos de investimento. Porém, as suas cotas são negociadas na bolsa de valores brasileira, sendo necessário ter uma plataforma de acesso ao mercado para adquiri-las — como um home broker.

Outra diferença marcante dos ETFs diz respeito ao seu objetivo. Os fundos de índice focam em acompanhar o desempenho de um índice de mercado. Para tanto, o gestor monta o portfólio do ETF com os mesmos ativos que compõem a carteira teórica do benchmark escolhido. 

Nesse sentido, o gestor atua de forma passiva, vez que não precisa superar o desempenho do índice, apenas acompanhá-lo. Por conta disso, é normal que não haja a cobrança de taxa de performance nos ETFs. Porém, haverá a taxa de administração, que usualmente é menor que em fundos com a gestão ativa.

Os ETFs também podem ser alternativas diversificadas, a depender dos ativos que formam o índice. No mercado brasileiro, é possível encontrar ETFs que estão ligados a índices estrangeiros.

Um exemplo clássico é o S&P 500 (Standard and Poor’s 500), composto pelas 500 maiores empresas do mercado norte-americano. Nesse caso, ao investir em apenas uma cota de um ETF atrelado ao S&P 500, você terá exposição indireta a diversas empresas dolarizadas.

Vale destacar que diversos outros índices internacionais são espelhados pelos ETFs brasileiros e nem sempre eles estão vinculados a ações de empresas.

Por exemplo, existem ETFs que seguem índices compostos de REITs (real estate investment trusts), os fundos imobiliários norte-americanos. Nesse caso, você poderá se expor ao mercado imobiliário dos Estados Unidos, sem precisar sair do Brasil.

BDRs

BDR é a sigla para brazilian depositary receipts ou, em tradução literal, recibo depositário brasileiro. Trata-se de um investimento de renda variável negociado na bolsa de valores, que está lastreado em uma alternativa internacional.

Para que um BDR seja emitido, é necessária a atuação de uma instituição depositária. Ela fará o investimento no exterior e o depositará junto a um agente custodiante. Isso impede que o investimento internacional seja negociado ou vendido.

Na sequência, a depositária registra a documentação na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e emite os BDRs com lastro no investimento internacional. Com isso, eles passam a ser negociados na bolsa brasileira — semelhante à negociação de outros ativos, como ações e ETFs.

Até 2020, somente ações de companhias estrangeiras podiam lastrear os BDRs. Porém, naquele ano, a CVM flexibilizou as regras de emissão, permitindo que fossem atrelados a títulos públicos, REITs, ETFs e outros investimentos estrangeiros.

A principal vantagem de um BDR é que eles contam com a possibilidade de pagamento de dividendos. Isso porque, a depositária repassa aos titulares dos certificados os valores que ela recebe pelo investimento no país de origem.

Ou seja, esse é um tipo de investimento que pode atender a quem busca por renda passiva no mercado financeiro. Contudo, é preciso ter em mente que, ao comprar um BDR, você não será o titular do investimento estrangeiro, mas sim de um certificado nacional atrelado a ele.

Contratos futuros

Uma outra forma de proteger seu capital com alternativas dolarizadas acontece no mercado futuro. Por meio dos contratos futuros, o interessado consegue se posicionar, por exemplo, contra ou a favor do preço da moeda norte-americana por meio de um ambiente da bolsa brasileira.

Assim, quem acredita na sua valorização se posiciona na compra. Já os operadores que acreditam na queda da moeda se posicionam na venda. Todos os dias, a bolsa faz o ajuste dos preços com base em uma média ponderada das negociações envolvendo o derivativo.

Assim, os participantes são debitados ou creditados de acordo com a diferença existente entre o preço de sua posição e o preço do ajuste diário. O resultado final da operação será a soma de todos os ajustes desde o posicionamento até o vencimento do contrato.

No entanto, o interessado pode encerrar a sua posição a qualquer momento, basta abrir uma posição contrária à sua, em igual quantidade.

Na prática, é possível utilizar os contratos futuros de dólar com a finalidade de especulação (ganhos no curto prazo) ou para proteção de sua carteira (hedge cambial). De toda a forma, é preciso estar ciente dos riscos e se preparar para operar nesse mercado, pois ele apresenta maior volatilidade. 

Como você aprendeu, existem diferentes maneiras de acessar investimentos dolarizados, então vale analisar qual se encaixa melhor ao seu perfil e objetivos. Dessa forma, é possível tomar as decisões mais alinhadas à sua estratégia.

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