O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado está relacionado à inflação brasileira, tendo uma grande influência nas suas finanças. O indicador também impacta diversos investimentos direta ou indiretamente.
Portanto, é fundamental entender como o índice funciona e o que ele representa para o seu planejamento. Afinal, isso ajuda a verificar boas oportunidades para investir e a preservar o poder de compra do seu dinheiro.
Neste artigo, nós, da Genial Investimentos, mostraremos as principais informações sobre o IPCA acumulado que você precisa conhecer na hora de investir. Boa leitura!
O que é o IPCA acumulado?
O IPCA é um índice calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mede o aumento generalizado e contínuo dos preços médios de serviços e produtos na economia brasileira. Isso significa que o indicador é utilizado para quantificar a inflação do país.
Desse modo, ele demonstra a perda do poder de compra do dinheiro. Por conta dessas funções, o IPCA é utilizado pelo Banco Central (Bacen) como referência para diversas decisões. Entre elas está a manutenção ou alteração da Selic, a taxa básica de juros — um instrumento da política monetária do Brasil.
O índice é uma forma de o Governo Federal definir as metas inflacionárias. Portanto, essa é uma das maneiras de avaliar se a economia está em equilíbrio.
Assim, o cálculo é atualizado todos os meses. Nesse contexto, a variação do IPCA se acumula com o tempo, gerando o chamado IPCA acumulado. Trata-se da verificação da inflação por um período de, por exemplo, um ano.
Como esse índice funciona?
Agora que você já sabe o que é o IPCA acumulado, também é importante conhecer o seu funcionamento. Ele faz parte da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) do IBGE, que verifica as condições de vida da população brasileira.
A pesquisa abrange uma cesta de produtos e serviços considerados básicos para o consumo dos cidadãos. Nela, estão, por exemplo:
- alimentos básicos (arroz, feijão, carnes);
- transporte;
- habitação;
- saúde;
- educação.
Para tanto, o estudo considera não apenas os itens da cesta básica, mas o peso que eles têm no orçamento familiar. A partir da pesquisa, é possível entender o aumento ou diminuição do poder de compra do dinheiro.
Como é feito o cálculo do indicador?
Após entender o que é e como o IPCA funciona, o próximo passo é saber como o cálculo é realizado. Como você viu, para chegar ao resultado, o IBGE define uma cesta de produtos e serviços básicos, bem como o peso que eles assumem no orçamento doméstico, certo?
Assim, o instituto realiza a comparação dos preços desses itens de um mês para o outro e verifica qual foi a variação. O resultado representa o aumento no custo de vida, ou seja, a inflação do período.
Por exemplo, se no intervalo de um mês, o preço da cesta avaliada pela POF tiver aumentado 0,02%, isso significa que o custo de vida subiu 0,02% no período. Logo, houve a inflação nesse percentual.
Vale destacar que, além do IPCA mensal, o IBGE tem variações do indicador com outras periodicidades. O instituto calcula o IPCA-15, que realiza a coleta no dia 15 de cada mês. Há ainda o IPCA-E, que verifica o acúmulo trimestral utilizando como referência o IPCA-15.
Como saber qual é o IPCA acumulado?
Você já aprendeu que esse é um indicador essencial para a economia brasileira, certo? Portanto, é necessário saber como verificar o IPCA acumulado por período. Como foi possível aprender, ele é divulgado periodicamente pelo IBGE.
Nesse contexto, o índice é utilizado também pela população para definir o reajuste de preços de produtos e serviços e serve de base para a atualização salarial. Logo, além do Governo Federal, a população pode usar o indicador como uma referência no seu dia a dia.
Para saber qual é o IPCA acumulado para o intervalo de tempo desejado, você pode utilizar a calculadora do cidadão disponibilizada pelo Bacen. Ela tem os dados do IPCA desde 1980, permitindo uma verificação bastante ampla do índice.
A ferramenta ainda permite conhecer as variações de outros indicadores econômicos brasileiros relacionados à inflação. Alguns exemplos são o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e o IGP-M (Índice Geral de Preços — Mercado).
Para utilizar a calculadora, você deve inserir o mês e o ano inicial, bem como o mês e ano final. Também é possível informar o valor a ser corrigido pela inflação do período, caso deseje que o sistema atualize determinada quantia automaticamente.
O que faz o IPCA subir ou cair?
Ao conhecer mais sobre o IPCA, você pode desejar saber quais são os fatores que fazem o indicador subir ou descer. Considere que são muitos os elementos com potencial para causar a variação da inflação em um país.
Entre eles, vale destacar a oferta e a demanda. Quando a procura por determinados bens e serviços aumenta em relação à disponibilidade, os preços tendem a subir. Da mesma forma, a diminuição da demanda em relação à oferta costuma levar a uma queda nos preços.
Além disso, variações nos custos de produção podem impactar a inflação. Quando aspectos como salários, matérias-primas e energia ficam mais caros, as empresas tendem a repassar os custos para os consumidores por meio de preços mais altos.
Essas mudanças podem estar relacionadas a condições internacionais — como conflitos e relações políticas —, alterações climáticas, entre outros fatores. Variações nas taxas de câmbio são mais um item capaz de afetar os preços dos produtos importados. Afinal, uma moeda mais fraca em relação a outras tende a contribuir para aumentar a inflação.
Você aprendeu que a política monetária é capaz de impactar o IPCA. As políticas relacionadas aos gastos públicos, impostos e transferências também têm o poder de influenciar a inflação. Por exemplo, aumentos nos gastos do Governo ou medidas de austeridade alteram o curso do indicador.
Portanto, esse é um movimento complexo e com muitos fatores nacionais e internacionais. Para entender mais sobre as variações da inflação, é necessário realizar um estudo aprofundado do cenário econômico.
Como a inflação afeta as suas finanças?
Até aqui, você conheceu mais sobre o IPCA acumulado e o que afeta seus movimentos. Logo, é necessário avaliar como a inflação impacta as suas finanças, afinal, ela está presente no seu dia a dia.
O principal efeito sentido pelos consumidores é a perda do poder de compra — a capacidade de adquirir itens com uma determinada quantia. Por exemplo, no intervalo entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024 o IPCA acumulado era de 4,51%.
Considere, então, que você realizou as suas compras no supermercado em janeiro de 2023 e gastou R$ 100. Para adquirir os mesmos itens em janeiro de 2024, seriam necessários R$ 104,51. Logo, o consumidor precisaria de mais dinheiro para realizar uma compra igual.
Entretanto, na prática, as variações podem ser distintas. Afinal, a inflação segue uma cesta de itens, mas as mudanças nos preços de cada um deles pode ser distinta, com maior ou menos impacto no orçamento mensal.
Entender esse efeito faz com que o seu planejamento financeiro fique mais eficiente, afinal, você consegue perceber os impactos da inflação no seu dinheiro.
Foi possível ver que a inflação se relaciona também com as taxas de juros, estando atrelada ao custo do crédito no Brasil. Dessa forma, quando as taxas de juros sobem, os empréstimos tendem a ficar mais caros.
Portanto, é válido entender como acontece essa dinâmica para planejar empréstimos, financiamentos e outras formas de crédito. Como resultado, você evita pagar mais caro quando precisar do recurso.
Qual é a relação do IPCA com os investimentos?
Até aqui, você já entendeu como o IPCA acumulado interfere nas suas finanças, não é mesmo? Mas como o indicador se relaciona com os investimentos?
Veja os principais impactos da inflação no seu portfólio!
Rentabilidade nominal e rentabilidade real
Dois conceitos relevantes para verificar os resultados dos seus investimentos a partir da inflação são o de rentabilidade nominal e real. A primeira é o resultado absoluto de um investimento, enquanto a rentabilidade real representa o ganho ajustado pelo poder de compra.
Por exemplo, imagine que você fez um investimento e obteve um rendimento líquido de 10% em um ano com a alternativa. Essa é a sua rentabilidade nominal. Considere que, no período, o IPCA acumulado foi de 9%. A rentabilidade real deve descontar a inflação desse ganho. Portanto, ela foi de cerca de 1%.
Desse modo, um investimento rentável deve superar a inflação. Caso contrário, você estará perdendo dinheiro, por conta da conhecida corrosão do poder de compra. Com efeito, é importante sempre avaliar a rentabilidade real para entender se as suas operações estão sendo lucrativas.
Investimentos em renda fixa
Como você viu, os investimentos devem superar a inflação para serem efetivamente rentáveis. Desse modo, é necessário avaliar o IPCA acumulado, bem como as metas do Governo. Depois, vale comparar esses dados com as perspectivas dos investimentos na hora de compor a carteira.
Na renda fixa, você tem a previsibilidade em relação aos resultados, afinal, na hora do aporte é possível conhecer as regras para a remuneração. Portanto, a classe dá condições ao investidor de entender como a alternativa se comportará em relação à inflação.
Além disso, ela conta com títulos atrelados ao IPCA, oferecendo uma rentabilidade híbrida — que segue a variação do índice mais uma taxa de juros fixa. Como resultado, você tem a garantia de um investimento capaz de superar a inflação e, logo, de oferecer rentabilidade real.
Portanto, se o seu objetivo no mercado financeiro for proteger o patrimônio da perda do poder de compra pelos efeitos inflacionários, vale a pena conhecer essas alternativas. Veja exemplos!
Tesouro IPCA+
O Tesouro IPCA+ é um título emitido pelo Governo Federal e negociado pela plataforma Tesouro Direto, com rentabilidade híbrida, atrelada ao IPCA. O investimento é garantido pelo Tesouro Nacional e conta com liquidez diária.
No entanto, é válido observar que esses títulos estão sujeitos à marcação a mercado. Assim, o resgate antes do vencimento pode prejudicar os resultados. Ainda, é fundamental observar que a rentabilidade tem a incidência de Imposto de Renda (IR). A alíquota vai de 22,5% a 15%, conforme o tempo da aplicação.
Também há outros títulos do Tesouro Direto com essa lógica de rentabilidade, como o RendA+ e o Educa+. Nesse caso, eles têm como diferencial um fluxo de pagamento distinto, feito em 240 e 60 parcelas, respectivamente.
Títulos privados
Além dos títulos públicos atrelados ao IPCA, você pode encontrar títulos privados de renda fixa que oferecem rentabilidade híbrida. Alguns exemplos são:
- CDBs (certificados de depósito bancário): são emitidos por instituições bancárias e contam com tributação do IR;
- LCIs e LCAs (letras de crédito imobiliário e do agronegócio): são emitidas por bancos e com recursos captados destinados a esses setores específicos da economia. Os rendimentos são isentos de IR para pessoas físicas;
- CRIs e CRAs (certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio): são similares às LCIs e LCAs, porém, emitidos por securitizadoras e também têm isenção de IR para pessoas físicas;
- Debêntures: são emitidas por empresas. Há a tributação de IR, com exceção das debêntures incentivadas, que oferecem isenção para pessoas físicas.
Cabe destacar que em todos os títulos privados é possível encontrar a rentabilidade atrelada ao IPCA, mas também outras formas de remuneração. Ela pode ser prefixada — com uma taxa de juros fixa — ou pós-fixada, quando estiver vinculada a um indicador como a taxa Selic. É necessário verificar esse dado na hora de investir.
Investimentos em renda variável
Já a renda variável não oferece previsibilidade em relação aos resultados. Portanto, os ganhos podem ser superiores à inflação ou inferiores. Nessa classe é possível, inclusive, resgatar uma quantia menor do que você investiu.
Contudo, você ainda encontra alternativas indiretamente atreladas à inflação. Por exemplo, na bolsa de valores existem os ETFs (exchange traded funds) de renda fixa. Eles são fundos de investimentos que replicam o desempenho de um índice de mercado.
Assim, um ETF pode estar atrelado ao IMA-B. Trata-se de uma categoria de índices que acompanham uma carteira de títulos atrelados ao IPCA. Embora ainda faça parte da renda variável, esses fundos podem trazer maior previsibilidade.
Ainda, existem os FIIs (fundos de investimentos imobiliários), que estão vinculados ao mercado imobiliário. Uma das formas de rentabilidade da alternativa consiste no recebimento de aluguéis — que costumam ser reajustados conforme índices de inflação.
Entendeu o que é o IPCA acumulado e como ele se relaciona com a sua carteira de investimentos? Como foi possível apreender, o índice demonstra as variações inflacionárias do Brasil e afeta diretamente as suas finanças.
Quer montar uma carteira de investimentos rentável e eficiente? Então abra sua conta com a Genial Investimentos!