As finanças descentralizadas estão revolucionando o sistema financeiro mundial. Ao eliminar a necessidade de intermediários, elas tornam as operações mais acessíveis, práticas e confiáveis. Mas, apesar de sua importância, muitas pessoas ainda não sabem o que é DeFi.

Diante disso, é possível que elas desconheçam as oportunidades que as finanças descentralizadas podem oferecer. Esse é o seu caso? Então saiba que entender sobre o assunto pode fazer diferença na hora de montar sua carteira de investimentos.

Neste artigo, você poderá compreender o que é DeFi e como elas funcionam. Confira!

O que é DeFi?

DeFi é a abreviação de decentralized finance que, em tradução livre, significa finanças descentralizadas. Esse termo se refere a um conjunto de serviços e produtos financeiros que operam com base nas diretrizes e protocolos de um blockchain.

O blockchain é uma espécie de banco de dados público que armazena as informações sobre cada movimentação financeira em um sistema de blocos. Para que um registro seja inserido na rede, é necessária a realização de um processo de validação a partir de um algoritmo de consenso.

Caso a transação seja aprovada, ela é adicionada à blockchain e recebe um código que confirma a sua autenticidade. Dessa forma, é possível evitar alterações em seu conteúdo e permitir que os usuários realizem operações financeiras com segurança.

Como as DeFi funcionam?

Agora que você sabe o que é DeFi, é preciso saber o que as tornam possíveis. As aplicações DeFi funcionam por meio de contratos inteligentes — ou smart contracts, em inglês. Trata-se de códigos de computador que executam automaticamente o acordo quando as suas cláusulas são cumpridas.

Esses contratos são armazenados em uma blockchain — como o ethereum. Essa rede foi desenvolvida pelo programador russo-canadense Vitalik Buterine em 2013, usando o código base do bitcoin. No ano de 2015, ela foi lançada no mercado com a sua própria criptomoeda: a ether.

Quais são as principais aplicações de DeFi?

Acima, você viu que as finanças descentralizadas representam um conjunto de produtos e serviços financeiros desenvolvidos na estrutura de uma blockchain — em sua maioria, na ethereum. Mas quais são eles?

Conheça algumas aplicações de DeFi!

Troca de criptoativos

Nas DeFi é possível criar decentralized exchanges (DEX). Em tradução literal, o termo significa corretora descentralizada. Ele é usado para se referir às plataformas que permitem a negociação de criptoativos entre os usuários de uma blockchain.

Assim, por meio da DEX, os participantes da rede podem trocar criptomoedas entre si, sem a intermediação de instituições financeiras tradicionais.

Empréstimo P2P

Além de facilitar a negociação de criptoativos por meio de DEX, o protocolo DeFi oferece aos usuários a possibilidade de conceder ou tomar empréstimos com criptomoedas. A operação funciona como no modelo tradicional, mas sem intermediários.

Ou seja, é firmado um contrato entre as partes envolvidas, onde o credor empresta uma quantia de moedas digitais a outro usuário da rede até uma data pré-determinada. No vencimento, ele recebe o valor que havia emprestado acrescido de juros.

Tokenização de ativos

Outra possibilidade com DeFi é a tokenização de ativos. Esse é o processo de criar uma representação digital de ativos com valor econômico e que podem ser negociados.

Normalmente, eles são agrupados em duas categorias:

  • tangíveis: o termo se refere aos bens materiais — como imóveis, metais preciosos, moedas fiduciárias e obras de arte;
  • intangíveis: o conceito trata de elementos imateriais. É o caso de ações de empresas, marcas registradas, direitos autorais, licenças e patentes.

Para facilitar o entendimento, imagine que alguém tem um imóvel no valor de R$10 milhões e deseja vendê-lo. É possível tokenizá-lo e fragmentá-lo em diversas partes para que mais de um comprador possa adquiri-lo. Dessa forma, o imóvel pode ser mais facilmente negociado.

Protocolos de rendimentos

Você viu que as DeFi podem servir como uma plataforma de empréstimos peer to peer (P2P), ou seja, de pessoa para pessoa. Além disso, o sistema de finanças descentralizadas permite ao usuário emprestar moedas digitais para a rede realizar operações de crédito.

Isso é o que acontece nos empréstimos bancários, por exemplo. Essas instituições financeiras utilizam o dinheiro depositado pelas pessoas na caderneta de poupança e em outras aplicações para emprestá-lo a clientes. Em troca, elas oferecem uma rentabilidade sobre o capital investido.

Porém, nesse caso, a taxa costuma ser baixa quando comparada com os retornos oferecidos por outras contas remuneradas. Isso acontece porque o intermediário fica com a maior parte dos juros pagos pelo devedor. Assim, as DeFi podem trazer mais oportunidades nesse sentido.

Quais são os maiores protocolos de DeFi?

Com a popularização das DeFi, esse setor tem crescido continuamente. Hoje, é possível encontrar diversos protocolos de finanças descentralizadas disponíveis no mercado. Caso você tenha interesse em suas aplicações, vale a pena conhecer essas plataformas.

Abaixo, veja alguns dos maiores protocolos de DeFi do mercado!

MakerDAO (MKR)

O MakerDAO é uma plataforma de empréstimo. O MKR é o seu token de governança e concede ao detentor poder de decisão. Assim, o usuário que o possui pode opinar em assuntos relacionados ao projeto por meio de votações.

Além disso, o MKR pode ser usado como colateral em empréstimos com DAI. Ou seja, para uma pessoa receber unidades dessa moeda, ela pode usar os tokens da MakerDAO para oferecer como garantia de pagamento.

O DAI é uma stablecoin. O termo se refere a criptomoedas com preço estabilizado por ter lastro em um ativo, como moedas fiduciárias. No caso do DAI, o lastro envolve os criptoativos deixados em garantia no protocolo Maker.

Curve finance (CRV)

O curve finance é uma plataforma de negociação de criptoativos, assim como stablecoins. Nela, é possível encontrar USDT, USDC, GUSD, TUSD, BUSD, EURS e PAX — ativos com lastro em moedas fiduciárias. Os usuários também podem negociar PAX gold, cujo valor está pareado ao preço do ouro.

Assim como o MRK, o CRV é o token nativo da plataforma que oferece ao detentor o direito de votar nas escolhas que podem definir o futuro da exchange. Ele também pode ser usado como meio de pagamento de juros em empréstimos feitos pelo usuário ao curve finance.

Aave (AAVE)

A Aave é outro exemplo de plataforma DeFi de empréstimos que permite a negociação de uma ampla variedade de criptomoedas e stablecoins. Ela também exige depósitos de garantia dos usuários antes de receber moedas emprestadas.

Esses depósitos podem ser usados pelos credores para cobrar os juros do empréstimo. O token AAVE é o token de governança da plataforma.

Lido DAO (LDO)

Essa é uma organização autônoma descentralizada cujo objetivo é oferecer liquidez aos ativos digitais negociados em corretoras descentralizadas. Desse modo, os usuários da plataforma conseguem comprar e vender moedas com facilidade.

Para tornar isso possível, a Lido DAO realiza um procedimento chamado staking que, em tradução livre, significa aposta. Porém, nesse contexto, a definição mais adequada é bloqueio de tokens.

Quando o usuário deixa as suas moedas em staking, elas ficam travadas na plataforma para impedir o uso pelo proprietário. Em seguida, os ativos ficam à disposição das exchanges para garantir o seu funcionamento. Na data combinada, o capital emprestado é devolvido ao credor, com juros.

Quais oportunidades de investimento o DeFi oferece?

Até aqui, você pôde entender o que é DeFi ao conhecer o conceito, o seu funcionamento e exemplos de aplicações e protocolos. Agora, é hora de acompanhar quais são as oportunidades de investimento oferecidas por esse sistema.

Acompanhe!

Tokens em DEX

Uma das maneiras de investir em DeFi é por meio da negociação de ativos digitais em corretoras descentralizadas. Nesse sentido, você pode comprar e vender criptomoedas, tokens nativos da rede e stablecoins para tentar obter ganhos por meio da valorização de seus preços.

Para realizar operações por meio da DEX, é preciso ter uma carteira de moedas digitais online e acessar o site oficial da exchange. É importante ressaltar que toda corretora descentralizada funciona em um blockchain e você deve verificar se o ativo é da rede para evitar incompatibilidade.

Além disso, é preciso ter em mente que essa é uma alternativa mais arriscada, já que não há regulamentação dessas transações o mercado brasileiro.

Empréstimos

Outra oportunidade de investimento em DeFi é por meio dos empréstimos P2P, como vimos. Como não há a intermediação de instituições financeiras nesse processo, você tem a oportunidade de negociar taxas de juros interessantes. Porém, os riscos são mais altos.

Isso porque, no empréstimo entre pessoas, é comum o tomador não oferecer garantias de pagamento ao credor. Assim, quem empresta criptomoedas não sabe se recuperará o valor emprestado. Por isso, os retornos tendem a ser maiores nessa modalidade.

Lembre-se, ainda, de que essa oportunidade também não é regulamentada. Dessa forma, as chances de golpes e fraudes são maiores.

Staking

Você aprendeu que o staking envolve o empréstimo de moedas para a rede para, depois, recebê-las de volta com juros. Se você se interessou por essa oportunidade de investimento disponível no protocolo DeFi, apesar da ausência de regulamentação, vale a pena conhecer as três formas de fazer staking.

Elas são:

  • grupos de staking: os usuários se unem para deixar suas criptomoedas em conjunto travadas no protocolo. Isso é feito quando as pessoas não têm recursos o suficiente para investir individualmente;
  • cold staking: é feito com uma cold wallet, que significa carteira fria, em português. Ela recebe esse nome por não ficar conectada à internet, o que permite proteger as moedas dos usuários de ataques cibernéticos;
  • provedores de staking: são as plataformas que oferecem o serviço de stake aos usuários que desejam rentabilizar suas carteiras, de forma simples e prática. Porém, o retorno tende a ser menor, devido à cobrança de uma comissão por parte do provedor.

Fundos de investimentos de criptomoedas

Até aqui, foram elencadas oportunidades de investimento em DeFi que permitem a exposição direta. Contudo, como você viu, essa prática não conta com regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — órgão responsável por fiscalizar o mercado financeiro brasileiro.

Com isso, os investidores que se expõem diretamente em criptoativos estão mais suscetíveis a fraudes e golpes financeiros. Entretanto, existem maneiras de investir nesse mercado com uma segurança maior — por meio de alternativas regulamentadas pela CVM.

Entre elas, estão os fundos de criptomoedas. Eles são uma modalidade de investimento coletivo em que diversos investidores podem adquirir cotas e se expor aos resultados obtidos por um gestor profissional, assim como o fundo DEFI11.

Vale a pena investir em DeFi?

Como você viu, as DeFi apresentam diversas oportunidades de investimento. Diante disso, é possível que você esteja se perguntando se vale a pena aproveitá-las, certo? Para ter uma resposta a essa pergunta, é preciso analisar certos critérios.

A seguir, veja o que considerar antes de investir em DeFi!

Perfil de investidor

O primeiro ponto que você deve examinar antes de investir em qualquer alternativa disponível no mercado é o seu perfil de investidor. Essa informação serve para orientar as suas decisões de investimentos após coletar informações sobre:

  • sua situação financeira;
  • sua aceitação às perdas;
  • seus objetivos financeiros;
  • suas expectativas de ganhos;
  • sua experiência de investimento.

Há três tipos principais de investidores: conservador, moderado e arrojado. Eles variam conforme o nível de tolerância aos riscos relacionados aos investimentos, de modo que o conservador é o mais resistente a correr riscos, enquanto o arrojado é o mais tolerante.

Como as oportunidades de DeFi são consideradas de alta volatilidade, elas tendem a ser mais adequadas para os investidores moderados e arrojados. Isso porque esses perfis costumam lidar melhor com possíveis perdas.

Objetivos financeiros

Outro fator importante para a sua tomada de decisão são os seus objetivos financeiros. Ou seja, os motivos pelos quais você pretende deixar seu dinheiro investido. Ao conhecê-los, é possível saber quais alternativas se alinham aos seus planos e ao prazo de realização deles.

Os objetivos financeiros podem ser classificados em:

  • curto prazo: até 1 ano — como reserva de emergência;
  • médio prazo: entre 2 e 5 anos — como a troca de um veículo;
  • longo prazo: mais de 5 anos — como a aposentadoria ou a construção de patrimônio.

Em se tratando das oportunidades de investimentos em DeFi, é possível encontrar alternativas que se encaixam nos diferentes prazos. Os fundos de criptomoedas, por exemplo, podem ser interessantes para projetos de longo prazo.

Com base nessas informações, foi possível entender o que é DeFi e como funciona. Ademais, você conheceu oportunidades que elas oferecem para investir. Caso tenha interesse nessas alternativas, lembre-se de considerar seu perfil de investidor e objetivos financeiros para tomar uma boa decisão. Gostou do assunto? Então aproveite para aprender como funciona uma carteira de criptomoedas!

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