Você tem dinheiro guardado na conta-corrente e não sabe qual o melhor jeito de rentabilizá-lo da forma mais segura possível? Saiba que você não está sozinho. Milhões de brasileiros têm a mesma dúvida e se perguntam: afinal, é melhor investir na Poupança ou no Tesouro Direto? A pergunta que não quer calar e que está na boca de milhares de pessoas tem muito mais a ver com a descoberta de novos investimentos do que, de fato, o cabimento de uma comparação.
Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), a caderneta de poupança continua sendo o investimento favorito dos brasileiros, com 26% da preferência. Mas por que tanta gente ainda opta pela poupança, que apresenta baixo rendimento comparado a outros títulos de Renda Fixa?
Há duas possíveis hipóteses: desconhecimento de outros produtos e conservadorismo extremo na hora de investir. Por isso, é fácil entender que, naturalmente, o brasileiro escolhe a opção mais conservadora, conhecida, tradicional e, além de tudo, praticamente sem riscos de perder o dinheiro.
No entanto, o Tesouro Direto é o grande concorrente da poupança, comparando dois quesitos essenciais para a escolha de um investimento: rentabilidade e segurança. Nos últimos anos, o investimento nos títulos públicos do Governo Federal apresentou recordes de novos cadastros e vem crescendo exponencialmente, segundo dados do próprio Tesouro Nacional.
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Segurança
O que muitas pessoas não sabem é que o Tesouro Direto é considerado o investimento mais seguro do mercado brasileiro, com praticamente “risco zero”, porque o Governo Federal é tido como bom pagador a quem lhe empresta dinheiro. Digamos que, em uma situação hipotética, o país entre em colapso financeiro e não tenha mais dinheiro para pagar a quem investiu no Tesouro Direto. Mesmo neste cenário, o poder público pode emitir notas e mais notas para pagar a todos, sem risco de calote.
Claro que isso causaria maiores danos à economia, visto que mais dinheiro vivo circulando é resultado de aumento considerável na inflação. Mas é certo que o governo precisaria primeiro “arrumar a casa” e pagar os cidadãos que investiram nos títulos públicos, depois lidar com o rombo financeiro. Portanto, nesse quesito, o Tesouro Direto acaba sendo até mais seguro do que a poupança.
A Poupança tem a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que, sim, é um ótimo indicador de segurança para o seu dinheiro. No entanto, acaba sendo limitado, de certa forma. O FGC garante seu dinheiro em até R$ 250 mil em investimentos por CPF em uma única instituição financeira cadastrada no FGC. Portanto, se seu investimento passar desse valor, o excedente não é coberto, caso o banco ou corretora venha a falir.
Rentabilidade: Poupança x Tesouro Direto
Tanto a Poupança como o Tesouro Direto são investimentos considerados para pessoas que querem a segurança total do seu dinheiro, com riscos mínimos de perda. São destinados, especialmente, para os chamados investidores conservadores. No entanto, as características de ambos são diferentes e vamos mostrar a você como a poupança pode ser menos rentável comparado ao Tesouro Direto e por que isso acontece.
Poupança
Não é preciso nem explicar e se aprofundar muito para entender o motivo de a poupança ser o investimento mais tradicional e conhecido dos brasileiros. O tempo explica melhor do que qualquer outro fator. A poupança foi criada, em 1861, pelo imperador Dom Pedro II, junto com a fundação da Caixa Econômica Federal (CEF). E desde então, reserva de dinheiro é quase que um sinônimo de deixar o dinheiro na poupança. Virou uma tradição brasileira para qualquer planejamento financeiro, seja ele grande ou pequeno.
Porém, o retorno oferecido pela poupança é menor em praticamente todos os cenários. A rentabilidade da poupança funciona da seguinte forma. Com a Selic, taxa básica de juros da economia, abaixo de 8,5%, o cálculo do rendimento fica 70% do resultado da Selic no mês + a variação da Taxa Referencial (TR).
Se a Selic estiver acima de 8,5%, o rendimento da poupança fica com o valor de 0,5% fixo no mês + a TR. Mas o que isso significa? Atualmente, o Banco Central mantém a Selic em 13,75%. Portanto, vale a regra do 0,5% ao mês + a TR. Ou seja, se levarmos em consideração essa rentabilidade no ano todo com esse mesmo patamar da taxa Selic, o rendimento seria de, no máximo, 8,09% ao ano, isto é, abaixo da meta da Selic para 2023, de 12,50%,estipulada pelo Banco Central.
Comparando com a taxa Selic, que determina a taxa básica de juros do país, o rendimento na poupança em 2023 é considerado muito baixo em relação a outros títulos conservadores.
Dada a explicação de como funciona seu rendimento, a poupança teve mais recentemente seu auge durante o ápice da recessão econômica, entre 2015 e 2016, quando a Selic chegou a atingir 14,25%.
Nesta época, como a taxa básica estava acima dos 8,5%, rendia muito mais e a poupança poderia ser comparada a outros títulos de investimento mais conservadores. Mas, ainda assim, o rendimento da poupança estava muito perto da inflação acumulada no ano, por isso o investimento também não era o mais indicado.
Tesouro Direto
O Tesouro Direto, criado em 2002 pelo Governo Federal a fim de arrecadar dinheiro para realizar projetos e democratizar o acesso aos investimentos, ganha cada vez mais adeptos por ser uma opção muito mais rentável do que a poupança, sobretudo nos últimos anos. Vimos que, atualmente, a poupança pode render, no máximo, pouco mais do que a meta da inflação.
Já há alguns títulos públicos disponíveis na plataforma do Tesouro Direto que rendem aproximadamente 10% ao ano, ou seja, pelo menos o dobro do que rende a poupança. As formas de rentabilidade no Tesouro Direto variam conforme os tipos disponíveis de títulos públicos no mercado.
1) Tesouro Prefixado: a rentabilidade é conhecida no ato da contratação do produto, pois o título já vem com uma taxa de remuneração pré-estabelecida pelo Tesouro.
2) Tesouro IPCA + (títulos híbridos): nesse tipo de investimento, há uma taxa prefixada que será acrescida da variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil.
3) Tesouro Selic (pós-fixado): o retorno da aplicação nesse tipo de título será exatamente a variação de acordo com a Selic, taxa básica de juros da economia. Em 2018, por exemplo, a rentabilidade desse título pode chegar a aproximadamente 6,5% ao ano, segundo as expectativas do mercado, que apontam para a manutenção da taxa pelo Banco Central.
4) RendA+ (pós-fixado): modalidade recente criada pelo Tesouro Direto, com principal objetivo de ser uma alternativa complementar para aposentadoria. Este título, dá ao investidor uma renda extra mensal na aposentadoria, garantindo rentabilidade acima da inflação. Com o Tesouro RendA+, você investe nos títulos durante o seu tempo de trabalho. Quando for se aposentar, passa a receber os frutos desse investimento mensalmente por 20 anos. A rentabilidade do título é a mesma do Tesouro IPCA+, citado acima. A principal diferença, no entanto, está no fluxo de pagamento. No Tesouro RendA+, você não tem pagamentos de cupons no período. O recebimento da renda mensal inicia no vencimento definido pelo investidor (início da aposentadoria), por um período de 20 anos.
Características básicas: Poupança x Tesouro Direto
Conseguimos perceber que a segurança e a rentabilidade da poupança e do Tesouro Direto são bem diferentes entre si. Mas há alguns outros quesitos interessantes a serem levados em consideração. Confira!
Qual o mínimo que eu posso investir?
A poupança e o Tesouro Direto são dois dos investimentos mais acessíveis do mercado brasileiro. São a porta de entrada para o mundo dos investimentos. Portanto, com pouco já dá para começar a investir. Na poupança, não há mínimo, mas há o limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira. No Tesouro Direto, com R$ 30 você já pode investir em qualquer título público. O máximo permitido pelo Tesouro é de R$ 1 milhão.
Quando eu posso resgatar meu dinheiro?
No mercado financeiro, o termo liquidez é constantemente citado. Pode parecer distante, mas é muito mais simples do que você imagina. Essa palavra técnica significa o período de tempo em que um investidor pode resgatar seu dinheiro da aplicação.
Na Poupança, não há restrições. Você pode resgatar qualquer quantia dentro do valor investido. Mas há um grande porém: a rentabilidade da caderneta é considerada somente na data de aniversário do investimento. Caso você tenha investido R$ 1000 na poupança no dia 1 de maio, a rentabilidade só será garantida se o resgate for feito a partir de 1 de junho. Resgatando antes disso, o investidor não terá nenhuma rentabilidade sobre o valor aplicado.
No caso do Tesouro Direto, a liquidez é de até um dia útil para todos os títulos. Basta vender os títulos de volta para o governo para ter seu dinheiro depositado. No entanto, é interessante ressaltar que ao vender os títulos de forma antecipada o investidor estará sujeito ao preço daquele título no ato da venda. Isso pode representar prejuízos, caso o papel esteja desvalorizado naquele dia. Esse alerta vale para os investimentos prefixados e híbridos. Apenas no Tesouro Selic, títulos pós-fixados, você não corre riscos de perdas e ainda tem liquidez diária, a qualquer momento.
Custos: taxas e impostos
Na poupança, não há qualquer custo para o investidor, uma vez que há isenção de Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e outras taxas, que não são cobradas pelos bancos.
No Tesouro Direto, há a cobrança regressiva do Imposto de Renda (IR). Ou seja, quanto mais tempo o dinheiro se manter até o vencimento, menor será a tributação federal. A tabela regressiva é padrão para investimentos em Renda Fixa: vai de 22,5%, para até 180 dias, a 15%, para mais de 720 dias. O imposto só é cobrado em cima dos rendimentos.
Se em menos de 30 dias houver um resgate, pode haver a cobrança de IOF. Após esse período, o IOF não será cobrado. Há ainda algumas corretoras que fazem a cobrança de uma taxa de custódia e de administração, mas algumas instituições, inclusive a Genial, não cobram absolutamente nenhuma taxa adicional à tributação.
Outros investimentos mais rentáveis que a poupança
O Tesouro Direto é considerado um título de renda fixa à parte por ser a única forma de comprar e vender os títulos públicos emitidos pelo Governo Federal. Mas não é só esse tipo de investimento que bate a poupança em termos de rentabilidade e benefícios. Outros títulos de Renda Fixa têm características distintas entre si, cobranças diferentes de taxas e impostos, mas mesmo assim ainda são mais indicados do que a poupança.
Ao investir em renda fixa, é como se você emprestasse a banco ou instituições financeiras, ou, no caso do Tesouro Direto, para o Governo. Definindo o período de empréstimo, eles devolvem o dinheiro acrescido de juros e remuneram o investidor que emprestou o dinheiro.
Veja outros títulos de Renda Fixa que também desbancam a poupança e que vale a pena você conhecer:
CDB, LCs, LCI, LCA e debêntures
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é uma aplicação em que os títulos são emitidos pelos bancos para a captação de recursos e distribuição interna para lidar com outros produtos, outros clientes e até mesmo com outras instituições.
Assim como acontece com o Tesouro Direto, o investidor receberá o valor aplicado corrigido mais os juros que são acordados previamente. Há CDBs que ultrapassam 100% do CDI, índice referência para investimentos, o que torna esse título bem mais vantajoso que a poupança.
As Letras de Câmbio, também conhecida por LCs, é outro título de renda fixa muito parecido com o CDB. Inclusive, esse investimento pode ser apelidado de “CDB das financeiras”, no qual as sociedades de crédito, financiamento e investimento (SCFI)
são as emissoras.
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos emitidos por bancos e instituições financeiras, portanto, são privados e têm o intuito de financiar os respectivos mercados.
Suas características são muito parecidas, diferenciando-se apenas na destinação dos recursos captados. Todos os recursos captados por meio de investimentos em LCI serão utilizados em financiamentos na área de imóveis, enquanto na LCA os valores serão utilizados para investimentos no setor de agronegócios. Ambos são isentos de Imposto de Renda.
Por fim, vale a pena você conhecer os títulos de renda fixa emitidos por grandes empresas: as debêntures. A lógica da remuneração paga ao investidor é a mesma: a pessoa física compra um título de crédito de uma empresa, que recebe esses recursos para movimentar e efetivar projetos. Assim, o investidor recebe o juros desse empréstimo, como nos outros títulos de renda fixa.
Vale ainda ressaltar, que ao contrário das debêntures tradicionais, temos também as incentivadas, aquelas nas quais a dívida é emitida por empresas para financiar projetos de infraestrutura (energia renovável, transporte, saneamento e telecomunicações), as quais são isentas de IR para a pessoa física. Sendo assim, tornando-se uma ótima opção de adquirir títulos de dívida isento de IR.
Abra sua conta na Genial!
Assim como vimos neste post, a centenária poupança acabou ficando para trás em questão de rentabilidade e benefícios quando o assunto é o seu dinheiro. Chegou a hora de conhecer novos investimentos que caibam no seu bolso, são seguros e ainda te ajudam a conquistar sonhos e atingir seus objetivos. Abrindo uma conta na GENIAL, plataforma de investimentos mais completa do mercado, você terá custo ZERO ao investir em Tesouro Direto, por exemplo. Assim, seu dinheiro é mais valorizado. Conte também com o atendimento de nossos especialistas em Renda Fixa, que te ajudarão a entender melhor qual título se encaixa melhor com o seu perfil e objetivo. Comece já!