Buscar estratégias para proteger seu portfólio da inflação é o objetivo de muitos investidores. Nesse sentido, a dolarização da carteira é uma prática que pode trazer resultados positivos — inclusive, para a ampliação do potencial de rentabilidade dos seus investimentos.

Essa medida possibilita que investidores exponham seu patrimônio ao mercado dos Estados Unidos. Como o país representa a principal economia global, você pode atrelar seu portfólio a uma economia mais forte e reduzir possíveis riscos internos na sua carteira.

Neste artigo você entenderá como investir de forma dolarizada e qual é a importância de se proteger contra a inflação por meio dessa técnica.

Boa leitura!

O que é a inflação?

Antes de compreender os benefícios de dolarizar a carteira, é necessário conhecer a inflação. Afinal, as variações dela desempenham um papel importante para a economia brasileira — e, consequentemente, para a sua carteira de investimentos.

A inflação representa o aumento médio e geral nos preços de produtos, bens e serviços em uma economia. No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o indicador oficial para medir esse fenômeno.

Para calcular as variações da inflação, o IPCA monitora uma cesta de produtos nas principais metrópoles do país. Dentro desse grupo estão os custos da população com alimentação, transporte, saúde, entre outros elementos.

Embora exista certa preocupação com a inflação, ela por si só não é danosa para a economia. Quando está sob controle, inclusive, esse índice pode ser um dos indicativos de que o mercado do país está aquecido e em crescimento.

Porém, o aumento descontrolado da inflação não é um sinal positivo para a economia. Por isso, o Governo busca formas de equilibrar esse índice. No Brasil, o principal mecanismo utilizado com essa finalidade é o aumento da taxa básica de juros: a taxa Selic.

Por que é importante proteger a carteira da inflação?

Como você viu, as variações da inflação impactam toda a economia do país. Nesse sentido, elas também podem ter efeitos em seus investimentos — especialmente quanto à rentabilidade deles. Isso pode acontecer tanto na renda fixa quanto variável.

Para entender melhor, é preciso conhecer as diferenças entre a rentabilidade nominal e a real. A rentabilidade nominal refere-se a tudo aquilo que um aporte retornou para você. Isto é, quais foram os seus ganhos com o investimento.

Por sua vez, a rentabilidade real busca analisar esse número em perspectiva com as oscilações do IPCA. Desse modo, ela serve para indicar se os seus lucros foram suficientes para manter o seu poder de compra diante da inflação.

Por exemplo, imagine que você investiu em um título de renda fixa com retorno de 8% no ano. Caso o IPCA acumulado desse mesmo período esteja em 5%, sua rentabilidade real foi positiva. Mas se a variação for de 10%, você perdeu poder de compra — mesmo obtendo ganhos com o investimento.

Dessa forma, é vantajoso desenvolver estratégias para proteger sua carteira de investimentos da inflação. Com isso, você pode reduzir as chances de ter rentabilidade real negativa, ao mesmo tempo em que amplia seu potencial de retorno.

O que é a dolarização da carteira?

Agora que você entendeu como a inflação impacta seus investimentos, é preciso conhecer estratégias para se proteger dessas variações. Nesse sentido, a internacionalização da carteira está entre as principais práticas que podem ser adotadas.

A dolarização consiste em fazer investimentos que apresentem vínculo com a moeda e a economia norte-americana. Dessa maneira, em vez de seu patrimônio estar somente exposto ao mercado brasileiro, uma parcela dele terá ligação com os Estados Unidos.

Essa estratégia pode ser vantajosa devido à força dos EUA no mercado global. Como o país representa a principal economia do mundo, costuma não estar suscetível às oscilações comuns em países em desenvolvimento — como o Brasil.

Desse modo, quando o capital do investidor está exposto a outro mercado, a variação de preços na economia brasileira pode não afetá-lo diretamente. Logo, a dolarização ajuda a proteger a sua carteira de investimentos da inflação.

Ademais, a moeda norte-americana tende a apresentar uma correlação negativa com a bolsa de valores brasileira. Isso significa que, quando o mercado nacional está em baixa, é comum esperar por uma valorização do dólar. Portanto, ter investimentos atrelados a ele ajuda a equilibrar os riscos do seu portfólio.

Como funciona essa estratégia?

Você já aprendeu que a dolarização é uma estratégia que consiste em fazer investimentos em dólar. Porém, isso não quer dizer que você deve comprar a moeda norte-americana propriamente dita. Essa prática, inclusive, pode não ser a mais adequada para as suas finanças.

O motivo é que as negociações do dólar, em geral, são feitas em casas de câmbio. Além disso, é comum que pessoas físicas só consigam acesso ao dólar turismo — que costuma ser mais caro que o dólar comercial.

Quem compra dólares diretamente também lida com mais custos, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e taxas de câmbio. A prática ainda deixa a pessoa mais suscetível a roubos ou perdas — visto que ela terá o dinheiro em espécie.

Ademais, a inflação também impacta esse capital. Afinal, como ele ficará parado e sem rentabilidade, estará perdendo poder de compra. Embora essas oscilações sejam menos intensas que com o real, elas afetam o dólar.

Desse modo, a dolarização envolve investir em alternativas do mercado financeiro que estejam expostas à economia dos Estados Unidos. A estratégia pode ser executada tanto diretamente no mercado norte-americano quanto por meio de oportunidades presentes no Brasil.

Quais as vantagens de dolarizar a carteira?

Existem diversas alternativas no mercado brasileiro que possibilitam a dolarização da sua carteira de investimentos. Mas, antes de conhecê-las, é preciso entender por que elaborar uma estratégia com esse foco pode trazer vantagens para você.

Primeiro, é preciso ressaltar o potencial que a dolarização tem para proteger seu patrimônio contra as variações da inflação. Isso acontece porque os investimentos dolarizados estarão expostos a uma nova economia. Por consequência, oscilações do Brasil podem não ter um impacto direto neles.

Em complemento a esse aspecto, a dolarização também é benéfica para a diversificação da sua carteira de investimentos. Assim, você pode ter mais sucesso no equilíbrio de riscos, já que seu patrimônio não estará exposto a somente um mercado ou setor.

Além disso, o dólar faz parte da maior economia do mundo. Desse modo, ele costuma não sofrer as mesmas oscilações que o real brasileiro, por exemplo. Historicamente, a inflação dos Estados Unidos também é menor que no Brasil.

Você também viu que o dólar tende a ter uma correlação negativa com a bolsa brasileira. Portanto, investimentos atrelados a essa moeda auxiliam na proteção do seu patrimônio em uma baixa na economia brasileira — o que costuma acontecer em período de inflação alta.

A dolarização também pode ajudá-lo a potencializar seus ganhos. Afinal, com a valorização do capital ligado ao dólar, você tem chances de ampliar a margem de lucros da sua carteira. Logo, as chances de superar a inflação brasileira podem ficar maiores.

Como proteger a carteira com a dolarização dos investimentos?

Como foi possível perceber, a dolarização pode ser uma estratégia vantajosa para proteger sua carteira da inflação. Por isso, é interessante saber quais as alternativas disponíveis para que você consiga colocá-la em prática da melhor maneira.

Confira!

Investimento direto

Fazer investimentos diretamente nos Estados Unidos é uma das formas de dolarizar o seu patrimônio. Nesse caso, é preciso abrir uma conta no país para realizar suas movimentações em instituições norte-americanas.

Contudo, essa alternativa pode trazer algumas complicações. Em primeiro lugar, há a burocracia para a abertura da conta internacional. Você também precisaria lidar com custos para conversão e transferência de capital. Por isso, é válido conhecer as alternativas negociadas no Brasil.

Fundos internacionais

Para dolarizar a carteira diretamente no mercado brasileiro, os investidores podem comprar cotas de fundos internacionais. Eles são veículos coletivos que compõem seu portfólio com alternativas vinculadas a outras economias — como a norte-americana.

Geralmente, os fundos internacionais se dividem em três grupos principais:

  • renda fixa;
  • renda variável;
  • cambiais.

Os fundos internacionais de renda fixa são aqueles que investem em alternativas dessa classe presentes em outros países. Quando o foco é em dólar, o aporte é em títulos norte-americanos. Esses fundos podem se destacar por estarem menos expostos à volatilidade.

Já os fundos internacionais de renda variável fazem aportes em ações de empresas estrangeiras, cotas de outros fundos e demais ativos dolarizados nessa classe de investimentos. Embora possam oscilar mais que os fundos de renda fixa, eles contam com maior potencial de retorno.

Por fim, os fundos cambiais realizam diversas operações com ativos e derivativos ligados a moedas estrangeiras — principalmente o dólar. Muitas vezes, o objetivo é proteger os cotistas das variações de câmbio.

Independentemente da classificação do veículo, todos eles os fundos de investimento contam com um gestor profissional. É ele o responsável por movimentar e alocar o capital do fundo de acordo com a estratégia definida.

ETFs

Outra modalidade de fundo de investimento que pode ajudar na dolarização do seu portfólio é o exchange traded fund (ETF). Também conhecido como fundo de índice, as suas cotas são negociadas na bolsa de valores do Brasil, a B3.

A principal característica dos ETFs é reproduzir o desempenho de um indicador do mercado. Ou seja, eles adotam um índice como benchmark e procuram estratégias para entregar um resultado igual ou similar ao desempenho do indicador aos cotistas.

Para atingir esse objetivo, os ETFs são fundos de gestão passiva. Assim, os gestores costumam estruturar o portfólio do fundo com os mesmos ativos presentes na carteira teórica do indicador e não fazem movimentos tentando superar o índice. 

Muitos dos fundos de índice brasileiros usam indicadores internacionais como referência — em especial, os que estão presentes nos Estados Unidos. Desse modo, os investidores podem usá-los em sua estratégia de dolarização do patrimônio.

BDRs

Os brazilian depositary receipts (BDRs) também são alternativas que garantem exposição ao mercado internacional. Eles consistem em certificados de investimentos estrangeiros negociados na bolsa de valores brasileira.

Para que eles sejam disponibilizados, uma instituição depositária do Brasil faz a compra de alternativas diretamente no mercado internacional. Em um segundo momento, ela deve mantê-los sob custódia para, finalmente, emitir os certificados com lastro nesses investimentos.

Os BDRs também podem ser chamados de certificados de depósitos de valores mobiliários. Vale saber, ainda, que eles podem ter lastro em ações de empresas de capital aberto, cotas de ETFs internacionais e até títulos públicos.

Ademais, os BDRs podem funcionar em uma estratégia de investimentos com foco em renda passiva. Isso acontece porque algumas ações e ETFs norte-americanos fazem pagamentos de dividendos. Então a instituição depositária brasileira repassa o montante para os investidores.

Durante seus primeiros anos, os BDRs eram restritos para investidores qualificados. Entretanto, já existem alternativas disponíveis para o público geral da bolsa brasileira desde 2020.

Ações brasileiras dolarizadas

Os investidores interessados em dolarização também podem explorar as ações do mercado brasileiro. Isso é possível porque muitas companhias listadas na bolsa de valores do nosso país têm seu faturamento influenciado pelo dólar.

Logo, é possível considerá-las para sua estratégia de proteção. Contudo, é fundamental fazer uma análise fundamentalista da empresa para entender o potencial do negócio e ver se ele está alinhado com a sua carteira e o seu perfil de risco.

O que considerar antes de investir em dólar?

Agora que você conhece todos esses detalhes sobre a dolarização da carteira, é necessário saber o que considerar antes de investir com exposição à moeda norte-americana. O seu perfil de investidor é um dos aspectos mais importantes a analisar.

Como ele define sua tolerância aos riscos, o perfil permite que você encontre as melhores alternativas para sua carteira. Nesse sentido, investidores de perfil conservador podem se interessar mais por fundos internacionais de renda fixa, por exemplo, pois os riscos são mais controlados.

Além do perfil, vale considerar seus objetivos para realizar o investimento. Como você viu, um deles é a proteção contra a inflação. Ao saber o que você espera da sua carteira e em que prazo pretende ter acesso ao dinheiro, fica mais fácil montar uma estratégia alinhada aos seus planos.

Como vimos, a dolarização da carteira pode ser uma das principais formas de proteger seu patrimônio da inflação. Dessa maneira, vale a pena saber como ela funciona e quais alternativas permitem colocá-la em prática em sua estratégia de investimentos.

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