Quem investe em ações costuma pesquisar quais são as melhores alternativas para compor o seu portfólio. Como não existe uma resposta única a esse questionamento, é preciso conhecer as oportunidades presentes em cada setor.

Por exemplo, você conhece as principais empresas de varejo na B3 (bolsa de valores brasileira)? Embora a crise gerada pela covid-19 tenha impactado negativamente esse segmento, pode existir espaço para recuperação ao longo do tempo.

Afinal, o mercado é cíclico — e oportunidades de investimento costumam aparecer a qualquer tempo. Então, que tal saber mais sobre as companhias desse setor listadas na B3.

Confira este artigo preparado por nós, da Genial, para descobrir o que é o setor de varejo e as principais empresas do segmento listadas na bolsa brasileira.

Acompanhe!

O que é o setor de varejo?

Também conhecido como setor varejista, o segmento de varejo é aquele que engloba lojas e redes que realizam a venda de produtos ao consumidor final. Entre elas, estão supermercados, lojas de roupas, calçados, móveis, produtos esportivos, material de construção etc.

Em grande parte dos casos, o modelo de vendas varejista acontece por unidade e em pequenas quantidades. Ademais, ele geralmente não envolve a produção do item, mas sim a sua aquisição de fábricas e atacadistas para a revenda aos clientes finais.

Na realidade, o setor é tão amplo que a B3 não faz uma distinção do segmento. Normalmente, as empresas consideradas varejistas são classificadas como integrantes do setor de consumo cíclico ou não cíclico. Existe um índice, o ICON (Índice de Consumo), que reúne algumas empresas de varejo. Para fazer parte elas precisam cumprir alguns requisitos.

O consumo cíclico apresenta uma demanda atrelada ao crescimento econômico e está relacionado a produtos ou serviços considerados não essenciais, como por exemplo e-commerce, vestuário e calçados. Ou seja, aqueles que grande parte da população consegue viver sem. Por conta disso, o seu consumo tende a aumentar em períodos de crescimento econômico e diminuir diante de crises.

Por sua vez, o consumo não cíclico pode ser representado em uma demanda constantes, menos elástica ao ciclo econômico e diz respeito aos produtos e serviços essenciais como supermercados e farmácias, por exemplo. Desse modo, empresas com essa classificação tendem a apresentar resultados mais lineares, sofrendo baixa influência de sazonalidade — seja em períodos de economia em alta ou em baixa.

Como está o setor de varejo no Brasil?

Após conhecer o que é o setor de varejo, é importante verificar como está o segmento no Brasil. Quem atua diretamente nesse segmento provavelmente sentiu as dificuldades enfrentadas durante a crise sanitária de coronavírus — que abalou os mercados mundiais no início de 2020.

As medidas de distanciamento social adotadas na ocasião obrigaram muitos lojistas a fecharem as portas e verem seu faturamento reduzir rapidamente. Em contrapartida, quem já tinha um espaço de vendas online pôde perceber o aumento da demanda nessa modalidade de atendimento.

Segundo uma pesquisa conduzida pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), antes da pandemia, as vendas online representavam em média de 9,2% do faturamento das varejistas brasileiras. Quatro meses após o início da crise sanitária mundial, o percentual subiu para 19,8% — chegando a atingir 21,2% em 2021.

Outro dado relevante acerca dessa pesquisa revela que 49,7% das empresas não faziam vendas online antes da pandemia. Em julho de 2020, essa porcentagem caiu para 28,4%, atingindo 20,2% em julho de 2021.

Em fevereiro de 2022, a PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou um aumento na receita de vendas no varejo. O percentual de variação foi de 14,5% a mais em comparação ao mesmo mês do ano anterior.

Esses dados têm relação com o fim das restrições e o avanço da vacinação contra a covid-19. Entretanto, é preciso lembrar que períodos de altas taxas de juros e inflação, por exemplo, costumam retardar o crescimento da economia.

Quais as perspectivas para esse setor?

A pandemia de covid-19 fez com que muitas pessoas mudassem seus hábitos de consumo. Logo, a necessidade de se reinventar para sobreviver a esse novo cenário contribuiu para que as varejistas acelerassem o processo de adequação ao chamado “novo varejo” ou “varejo 4.0”.

Trata-se de um modelo de negócio baseado na tecnologia e na internet. A sua proposta é atender consumidores cada vez mais habituados ao mundo digital e mais exigentes. Felizmente, os avanços tecnológicos têm trazido ferramentas que auxiliam na digitalização do varejo.

Por exemplo, o chamado omnichannel é uma proposta de configuração de sistema, atendimento e logística para que as vendas estejam disponíveis em qualquer canal de comunicação que o consumidor desejar. Ele também é conhecido como phydigital — a junção de físico com digital.

Isso permite que o cliente inicie um atendimento em uma loja física e, depois, o termine na loja virtual ou vice-versa. Muitas companhias já contam com a possibilidade de realização de uma compra online e retirada em uma loja física ou box de autoatendimento.

Outra grande aposta aplicável ao setor é o metaverso. Ele é um ambiente virtual no qual o usuário poderá conhecer, testar e até customizar produtos, antes mesmo de adquiri-los. Isso tende a melhorar a experiência do usuário, ao passo que gera economia ao varejista — que poderá concentrar as suas vendas em um produto bem avaliado, por exemplo.

Um estudo da Bloomberg Intelligence concluiu que, até o ano de 2024, o metaverso pode gerar cerca de US$ 800 bilhões em oportunidades de mercado. Dessa maneira, muitos acreditam no crescimento do setor do varejo diante dessas possibilidades em um curto ou médio prazo.

Quais são as principais empresas de varejo na bolsa brasileira?

Agora que você entendeu o que é o setor do varejo, sua situação e expectativas, chegou o momento de conhecer quais são as principais empresas de varejo da bolsa brasileira.

Confira alguns dos nomes relevantes da B3!

Arezzo (ARZZ3)

A Arezzo Indústria e Comércio iniciou as suas atividades como fabricante de calçados, em 1972. Ao longo de 80 anos, a companhia manteve a sua produção em Minas Gerais, o seu Estado natal. Nos anos de 1990, ela abriu sua primeira loja em São Paulo, no ramo do varejo.

Com o sucesso, a marca decidiu encerrar as suas fábricas e a sua produção passou a ser realizada por intermediárias, com revenda nas grandes capitais. O seu IPO (initial public offering) ocorreu em 2011, quando lançou ações ordinárias ao mercado sob o ticker ARZZ3.

Carrefour (CRFB3)

O Carrefour é uma marca bastante conhecida por seus hiper e supermercados em diversas localidades do território brasileiro. Embora a marca tenha chegado ao Brasil em 1975, a sua criação se deu na França, no ano de 1959.

O grupo Carrefour conta com cerca de 12 mil lojas ao redor do mundo e atua em diversos segmentos — desde o ramo alimentício até postos de combustíveis. O seu IPO no Brasil foi feito em 2017, sendo lançadas ações ordinárias sob o código CRFB3.

Centauro (SBFG3)

A Centauro é uma loja de produtos esportivos, calçados e roupas, levando o nome de grupo SBF S.A na bolsa brasileira. A sua inauguração foi realizada em 1981 em Minas Gerais. Em 2022, a rede marcava presença em mais de 100 cidades brasileiras, além de um e-commerce (desde 2003).

A oferta pública inicial da companhia foi feita em 2019, arrecadando por volta de R$ 770 milhões na ocasião. As suas ações ordinárias podem ser negociadas na bolsa brasileira por meio do ticker SBFG3.

C&A (CEAB3)

A C&A é uma varejista estrangeira ligada ao setor de vestuário, calçados e moda, além de possuir uma financeira própria. No Brasil, as suas atividades começaram em 1976, contando com cerca de 300 lojas e um e-commerce — inaugurado em 2014.

Ela realizou o seu IPO na bolsa brasileira em 2019, sendo listada no mais alto segmento de governança corporativa — o Novo Mercado. O investidor pode negociar as ações ordinárias da empresa pelo ticker CEAB3.

Grupo SOMA (SOMA3)

O Grupo SOMA constitui como uma grande oportunidade de compra em 2022. Não só continuará se beneficiando da volta de clientes inativos durante a pandemia, como também o posicionamento da marca a categoria de luxo e o modelo de negócios resiliente, escalável e rentável se mostram atrativos ao momento de incerteza macroeconômica e de alta de juros.

Estimamos ao final de 2022 uma receita consolidada em torno de R$ 5 bi, não só por conta da força da marca FARM que continuará expandindo lojas, mas também por conta de importantes drivers de valor como reestruturação da Hering; e expansão da NV, ANIMALE e FARM Global, que constituem também um dos maiores mark ups do grupo. É por isso que estimamos um PA para a companhia de R$ 20,00 em 2022, a empresa se encontra atrativa e recomendamos COMPRA.

Americanas (AMER3)

As Lojas Americanas estão entre as varejistas mais conhecidas no Brasil. A sua fundação data o ano de 1929, com sua primeira loja aberta em Niterói, no Rio de Janeiro. A empresa atua com a venda de diferentes produtos, possuindo lojas físicas e um comércio eletrônico.

Ela também possui participação nas marcas Submarino, Americanas.com, Shoptime e SouBarato. A princípio, ela tinha ações ordinárias (LAME3) e preferenciais (LAME4) em negociação na B3. Porém, em 2022, houve a fusão de ambas, tornando-se ações ordinárias sob o ticker AMER3.

Lojas Renner (LREN3)

Outra empresa do setor de varejo presente no Brasil são as Lojas Renner. As suas atividades começaram em 1922, como uma indústria têxtil de Porto Alegre — sendo parte do Grupo A.J. Renner. Em 1965, foi criada a marca Lojas Renner, que se expandiu a partir dos anos de 1990.

A varejista é famosa por comercializar roupas, calçados e acessórios. O seu IPO foi realizado no ano de 2005. O interessado em suas ações ordinárias poderá negociá-las no mercado, utilizando o ticker LREN3.

Magazine Luiza (MGLU3)

O Magazine Luiza está entre as companhias mais conhecidas por investidores. Isso diante de uma alta repentina de suas ações a partir de 2017. Na verdade, a história da companhia começa em 1957, na cidade de Franca, São Paulo. Em meados dos anos de 1970, o Magalu — como é conhecido — começou a sua expansão.

Em 1992, a companhia foi uma das pioneiras ao criar uma loja virtual. Já no início dos anos 2000, foi lançado o seu site oficial para compras online. Seguindo o processo de crescimento, em 2021, ela possuía mais de 900 lojas físicas, sendo líder no marketplace online no Brasil.

Além disso, o Magazine Luiza controla as marcas Netshoes, Shoestock, Zattini e Kabum!. O seu IPO ocorreu no ano de 2011, quando ofertou ao mercado ações ordinárias sob o código de negociação MGLU3.

Via (VIIA3)

A Via (antiga Via Varejo) é um grupo responsável pelas famosas redes varejistas Casas Bahia, Ponto (antigo Ponto Frio), Bartira e o e-commerce Extra.com. A companhia surgiu da fusão entre as Casas Bahia e o Ponto Frio, que era propriedade do grupo Pão de Açúcar (até 2019).

A sua oferta pública inicial foi realizada em 2013, sendo lançada sob o ticker VVAR3. Contudo, em 2021, a companhia anunciou a mudança de nome de sua marca, mudando as suas ações para o código de negociação VIIA3.

Vivara (VIVA3)

Criada em 1962, em São Paulo, a Vivara é uma opção para quem se interessa pelo ramo de joalheria. Já no ano de 1992, a companhia abriu sua primeira fábrica na Zona Franca de Manaus e, cerca de 10 anos mais tarde, a sua linha de relógios.

Além de joalheria, ela atua com a comercialização de relógios, perfumes, carteiras e bolsas, possuindo mais de 230 lojas em todo o Brasil. O seu IPO aconteceu em 2019, quando lançou ações ordinárias, negociadas sob o ticker VIVA3.

Vale a pena ter ações de empresas de varejo na carteira?

Chegando até aqui, pode surgir a dúvida se vale a pena ter ações de empresas de varejo na carteira. Assim, é importante destacar que a decisão de investir no setor é individual e deve ser tomada após a análise do perfil de investidor, objetivos financeiros e pode acompanhar análises e resultados sobre o setor na nossa plataforma Genial Analisa.

Como você já deve saber, as ações integram a renda variável. Dessa forma, é impossível prever com precisão quais serão os seus resultados futuros. Isso faz com que o investimento seja mais arriscado que o aporte em produtos de renda fixa, por exemplo.  A maior parte do varejo são cíclicos, e como falamos lá em cima, estão atreladas ao ciclo da economia. Isso pode trazer volatilidade a carteira, por isso, nossa recomendação é diversificar as suas escolhas de investimento. Na plataforma Genial Analisa nosso time traz insights e análises que facilitam esse processo de escolha.

Nesse sentido, você precisará avaliar se esse tipo de risco é adequado ao seu perfil de investidor. O investimento em ações normalmente faz parte da carteira de quem tem o perfil arrojado. Mas nada impede que sejam incluídas nos portfólios moderados ou mais conservadores — em menor percentual.

Além disso, ao adotar estratégias de controle de risco — como a diversificação de carteira —, é possível aumentar a proteção do seu capital. Também é válido utilizar a análise fundamentalista para se aprofundar nos fundamentos do negócio em busca das melhores ações para a sua carteira.

Ao conhecer as empresas que atuam no setor de varejo e que estão listadas na bolsa de valores brasileira, se torna possível começar a avaliar se esse tipo de negócio faz sentido no seu portfólio. Contudo, não se esqueça de revisitar o seu perfil e objetivos, bem como conhecer as empresas profundamente para tomar decisões mais acertadas.

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