Você busca oportunidades que podem trazer mais diversificação e ganhos para o seu portfólio? Então o fundo de investimento em participações — conhecido como FIP — pode ser uma alternativa.
Esses veículos financeiros possuem características que os diferenciam de outras modalidades disponíveis no mercado. Por isso, é interessante entender seu funcionamento antes de escolher um FIP para investir.
Para ajudar, este artigo apresentará o que é e como funciona um fundo de investimento em participações (FIP). Continue a leitura e descubra!
O que são FIPs?
Os fundos de investimento em participações são modalidades financeiras que permitem investir de maneira coletiva. Isso porque os investidores que desejam participar dos eventuais resultados do fundo podem adquirir as cotas de participação.
Desse modo, os recursos reunidos são administrados por um gestor profissional. Ele deve utilizar a sua experiência e seguir a estratégia do fundo para definir o portfólio em busca de lucros no mercado.
No caso dos FIPs, existe a possibilidade de o fundo fazer investimentos em empresas de capital fechado. Ainda, a carteira do veículo pode ser composta por ações de companhias negociadas na bolsa de valores, bônus de subscrição, debêntures conversíveis e outras alternativas.
Também vale saber que os fundos de investimento em participações recebem esse nome porque eles têm o objetivo de participar da gestão das empresas que compõem seu portfólio. Logo, além de alocar dinheiro nos negócios, o veículo tem envolvimento no controle e desenvolvimento da companhia.
Como o FIP funciona?
Em relação ao funcionamento, existem alguns pontos que diferem o FIP de outros fundos de investimento. Por exemplo, é possível encontrar diferentes tipos de FIPs disponíveis no mercado, variando de acordo com o foco dos aportes.
Ademais, como você aprendeu, o fundo faz aportes visando ter influência nas decisões da empresa. Para tanto, há a aquisição de ações suficientes para ter esse controle ou é feito um acordo com os sócios e eventuais acionistas.
Dessa forma, o gestor pode usar a sua expertise para participar das decisões e tem o direito de indicar nomes para o Conselho Administrativo da empresa, por exemplo. Para o negócio, essa é uma forma de obter recursos e profissionalizar sua gestão.
Com esse funcionamento complexo e riscos mais elevados, até 2024, os FIPs eram destinados apenas a investidores qualificados e profissionais. No primeiro caso, é preciso ter, pelo menos, R$ 1 milhão em capital investido e atestar essa condição, ou certificação para atuar no mercado financeiro.
Quais são os principais tipos de FIPs disponíveis no mercado?
Ao descobrir o que são e como funcionam os FIPs, você aprendeu que eles são de diversos tipos. Como cada fundo pode seguir uma estratégia de investimento, existem classificações distintas para eles.
Confira as características dos principais tipos de FIPs que você pode encontrar no mercado de capitais!
Capital semente
Um FIP do tipo capital semente prioriza o investimento em empresas de menor porte. Em geral, essas companhias estão em fase inicial de desenvolvimento, mas apresentam potencial de crescimento que pode ser explorado.
Empresas emergentes
Os FIPs de empresas emergentes são similares aos de capital semente, mas eles focam em negócios mais desenvolvidos. Contudo, essas companhias não atingiram um estágio completo de amadurecimento.
Nesse caso, é comum que os gestores busquem empreendimentos que precisam de capital para desenvolver seus projetos e consolidar a expansão.
Infraestrutura
Já os FIPs de infraestrutura são veículos financeiros que priorizam a participação em empresas desse segmento do mercado. Entre as possibilidades, estão os negócios que desenvolvem projetos de pesquisa e inovação nas áreas de transporte, energia, água e saneamento básico.
Uma particularidade interessante do fundo de investimento em participações de infraestrutura é a isenção de Imposto de Renda (IR) no pagamento de dividendos e venda de cotas. Esse incentivo fiscal ocorre por se tratar de um investimento em um setor estratégico para o desenvolvimento do país.
Multiestratégia
Ainda, há o fundo de investimento em participações com mais liberdade para investir, e que é conhecido como do tipo multiestratégia. Nesse caso, eles não se limitam a empresas de determinados portes ou setores.
Portanto, os gestores têm mais autonomia para escolher as companhias que eles acreditam ter o maior potencial de retorno. Então eles planejam e definem a estratégia de alocação de capital conforme suas expectativas.
Esse tipo de FIP pode, até mesmo, investir todo o seu capital subscrito em ativos no exterior. Nesse caso, é preciso observar as regras do mercado.
Quais as vantagens de investir em FIPs?
Além de saber que existem diferentes tipos de FIPs para investir, é válido conhecer as vantagens dessa modalidade. Esse conhecimento ajuda a analisar se o veículo pode ser adequado para a sua estratégia de investimento.
Veja os principais benefícios relacionados aos fundos de investimento em participações!
Gestão profissional
A gestão profissional é um dos principais pontos positivos dos fundos de investimento. Afinal, existe uma equipe qualificada responsável por tomar as decisões de aporte, garantindo que a estratégia da modalidade seja seguida.
Isso resulta em mais praticidade para o investidor. Outra vantagem está relacionada ao fato de que o gestor é ativo nas tomadas de decisão internas de cada empresa que faz parte do portfólio do fundo.
Logo, os objetivos do veículo e de seus cotistas tendem a se alinhar melhor com a administração da companhia.
Potencial de retorno
Ter uma rentabilidade positiva com os investimentos é relevante, concorda? Dessa maneira, vale saber que o potencial de retorno é outro fator vantajoso dos FIPs. Com a profissionalização da gestão das empresas e a implementação de boas práticas de governança, a companhia pode se valorizar.
Isso tende a gerar grandes resultados financeiros para o fundo — e, consequentemente, para os seus cotistas. No entanto, cabe ressaltar que o maior potencial de rentabilidade está relacionado a riscos mais elevados.
Outro ponto de destaque é que muitas empresas que compõem o portfólio dos FIPs são de capital fechado, como você viu. Com o eventual desenvolvimento gerado pela boa gestão, o empreendimento pode fazer sua oferta pública inicial (IPO).
Nessa hipótese, a companhia passa a disponibilizar suas ações na bolsa de valores e consegue captar mais recursos. Portanto, existem diferentes formas de obter rendimentos e retorno com o investimento em FIPs, caso as organizações que fazem parte do fundo consigam crescer e se solidificar no mercado.
Diversificação
Mais uma vantagem dos FIPs está relacionada ao seu potencial de diversificação. Esse ponto se relaciona a dois fatores. Primeiro, os gestores dos fundos podem investir em diferentes empresas, o que ajuda a diluir os riscos da carteira do veículo.
Ainda, os fundos de investimento em participações permitem que você se exponha a um segmento de mercado que nem sempre está acessível aos investidores por meio de outras alternativas. Afinal, não é preciso se limitar a ações e títulos, por exemplo, sendo possível aproveitar o potencial de crescimento de empresas privadas.
Quais são os principais riscos de aportar nesses veículos?
Apesar das vantagens, investir em fundos de investimento em participações também apresenta riscos. Desse modo, eles devem ser considerados e avaliados antes do aporte para que a sua tomada de decisão seja mais embasada.
Confira os principais riscos que os FIPs podem oferecer!
Risco de mercado
Devido à forma de funcionamento do fundo, os rendimentos dos FIPs dependem do bom desempenho das empresas que fazem parte do seu portfólio. Nesse contexto, vale lembrar que esses fundos costumam investir em companhias menores.
Então o processo é diferente do que costuma acontecer com quem investe na bolsa de valores, por exemplo. Em geral, nesse caso, o investidor busca comprar e lucrar com ações de empresas sólidas no mercado. Já nos FIPs eles se expõem a riscos mais significativos.
Isso acontece porque companhias menores e em desenvolvimento podem enfrentar diversas dificuldades em sua evolução no mercado. Dessa forma, um dos principais riscos relacionados aos FIPs é o de a gestão não alcançar o sucesso almejado no crescimento da empresa.
Se a situação ocorrer, o negócio pode não obter lucros. Em casos extremos, a empresa pode vir à falência, gerando prejuízos para os cotistas.
Risco de liquidez
A liquidez representa a facilidade com que um investimento pode ser convertido em dinheiro. Quando ela é alta, o acesso aos recursos é mais rápido. Por outro lado, uma baixa liquidez indica que a conversão do ativo financeiro em capital tende a demorar mais.
Dessa maneira, o risco de liquidez se refere à possibilidade de encontrar maior dificuldade para resgatar ou vender um investimento no momento desejado. Sabendo disso, é preciso considerar que os FIPs apresentam um funcionamento mais complexo porque envolvem a participação na gestão das empresas.
Além disso, os FIPs costumam ser fundos fechados, ou seja, o dinheiro investido só pode ser resgatado no seu vencimento. Especialmente no caso dos fundos de investimento em participações, o prazo costuma ser longo.
Mesmo que o fundo permita a negociação de cotas no mercado secundário dentro desse período, ele costuma ter liquidez menor. Afinal, a tendência é que menos investidores estejam capacitados ou interessados em fazer o investimento em FIP. Portanto, você deve considerar esse fator antes de investir.
Riscos econômicos
Mais um risco que você deve observar ao investir em FIPs está relacionado aos fatores macroeconômicos. Esses são elementos relacionados a questões de grande escala, como dificuldades econômicas nacionais.
Em geral, empresas menores estão mais suscetíveis a problemas diante de crises financeiras, por exemplo. Nesse sentido, os riscos para quem investe em um fundo de investimento em participação aumentam em momentos de instabilidade.
Em períodos de retração econômica, essas companhias também encontram maiores desafios para alcançar o crescimento desejado.
O que avaliar ao investir em um FIP?
Se você ficou interessado em investir em um fundo de investimento em participação, vale lembrar que é preciso ser um investidor qualificado. Ainda, saiba que é possível encontrar cotas de FIPs tanto na bolsa quanto na plataforma da sua corretora.
Agora conheça outros aspectos que você deve considerar antes de fazer o aporte!
Considere seu perfil e objetivos
Antes de fazer um investimento, é preciso considerar o seu perfil de investidor e os seus objetivos financeiros. Esses fatores ajudam a basear as suas decisões para que as suas metas sejam alcançadas.
Como o FIP tende a ser mais arriscado, ele pode ser mais adequado para investidores com maior tolerância aos riscos. Além disso, trata-se de uma alternativa focada no longo prazo. Por demandar mais tempo de maturação, vale observar se ela se adéqua ao seu planejamento.
Avalie a gestão do FIP
Outro fator importante que você deve analisar é a qualidade da gestão do fundo. No caso dos FIPs, você aprendeu que o gestor é responsável pelas decisões de investimento e pela participação direta no gerenciamento da empresa.
Portanto, os resultados dependem mais da atuação do profissional. Uma dica é conferir o histórico do gestor no mercado para entender como ele se comporta diante de diferentes cenários — embora resultados passados não sejam garantia de ganhos futuros.
Analise a lâmina do fundo
Os fundos de investimento possuem lâminas que apresentam as informações mais relevantes sobre seu funcionamento e estratégias. No documento, você encontra dados sobre a gestão, administração e regras. Logo, verificar a lâmina antes de investir leva você a fazer uma escolha mais embasada.
Considere as taxas e tributos
Como acontece com outros fundos de investimento, os FIPs cobram uma taxa de administração dos seus cotistas, definida em porcentagem anual. Esse montante é utilizado para remunerar o gestor e a estrutura do fundo.
Também pode haver a cobrança de uma taxa de performance. Nesse caso, o pagamento ocorre apenas quando os resultados do fundo superam o índice de referência estabelecido na estratégia.
Com exceção dos FIPs de infraestrutura, que podem ter isenção de IR em determinadas condições, há a incidência de Imposto de Renda sobre os rendimentos do fundo. Todas essas cobranças devem ser observadas porque influenciam na rentabilidade real do investimento.
Agora você sabe o que é e como funciona um fundo de investimento em participações. Investir nessa modalidade pode ser bastante vantajoso, mas é preciso considerar os riscos e a sua estratégia. Assim, as chances de tomar decisões mais acertadas são maiores.
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