Entre os fundos de investimento, o fundo cambial se destaca como uma alternativa para proteção dos recursos financeiros contra oscilações de moedas fortes. Além disso, ele também pode ser interessante para quem busca diversificar a carteira.
Devido às suas características, ele pode proteger o investidor contra aumentos cambiais e quedas na renda variável, devido à descorrelação entre o câmbio e a bolsa de valores. Porém, antes de investir, é preciso entender o funcionamento desses veículos de investimento.
Neste artigo, nós, da Genial Investimentos, vamos explicar em detalhes o que são fundos cambiais, e como funcionam. Você também descobrirá em quais tipos de ativos investem, seus custos, riscos e para quem são indicados.
Confira!
O que são fundos cambiais?
Fundos cambiais são tipos de fundos de investimento que investem em ativos atrelados a moedas estrangeiras. De modo geral, eles são indicados para proteger os recursos do investidor contra as flutuações de moedas fortes, como dólar e euro.
No entanto, também podem ser usados para lucrar com a variação positiva da moeda. Ademais, o valor de investimento inicial dos fundos cambiais varia conforme o ativo, havendo opções no mercado para investidores de todos os portes.
Contudo, é preciso ter atenção ao seu perfil de investidor. Devido aos riscos envolvidos, eles costumam ser mais adequados para investidores moderados ou arrojados. Cabe ressaltar que, embora esses fundos tenham a rentabilidade atrelada à variação de uma moeda estrangeira, os aportes e resgates são sempre feitos em reais.
O que são fundos de investimento?
Como você viu, fundos cambiais são fundos de investimento. Ou seja, são veículos de investimento em formato de condomínio que possibilitam aos investidores adquirem cotas de participação.
Assim, eles podem investir de forma mais diversificada e em ativos que podem apresentar melhor relação risco-retorno do que um investidor individual normalmente conseguiria. Tudo isso com o benefício da gestão profissional.
Afinal, ao investir em um fundo, o investidor terceiriza a escolha da estratégia e as decisões de investimento a um profissional. Por isso, ele paga uma taxa de administração. Como o veículo conta com um montante mais elevado de recursos, isso beneficia a estratégia.
Os valores disponíveis permitem investimentos em ativos geralmente inacessíveis às pessoas físicas. Além disso, o fato de o fundo de investimento ser em formato de condomínio faz com que cada cotista (ou condômino) seja dono de uma quantidade de cotas proporcional ao valor que investiu.
Assim, se o preço de cada cota, em determinado momento, for R$ 10, um investidor que investir R$ 1.000 se tornará dono de 100 cotas. Seus custos e o direito a eventuais rendimentos distribuídos pelo fundo também serão proporcionais ao montante investido.
Como funcionam os fundos cambiais?
Os fundos de investimento podem ser classificados segundo diferentes critérios. Eles podem ser abertos ou fechados, de curto ou longo prazo. Ainda, podem ser de tipos variados, de acordo com os ativos em que investem, por exemplo.
No caso dos fundos cambiais, eles são classificados como abertos. Isto é, eles permitem aportes e resgates a qualquer momento — sempre respeitando os prazos previstos, e desde que o fundo esteja aberto para captação.
Se um investidor deseja investir na modalidade ou aumentar sua participação, o fundo pode emitir novas cotas para aquisição. Para sair, basta solicitar o resgate para reaver os recursos. Em função disso, o procedimento para entrar e sair desses fundos costuma ser simples, Mas, como você viu, há regras que devem ser consideradas.
Quanto à tributação, os fundos cambiais podem ser classificados como de curto ou longo prazo. As modalidades de curto prazo têm alíquotas que variam de 22,5% a 20%. Já os fundos de longo prazo seguem a tabela regressiva do Imposto de Renda (IR).
Aqui, a alíquota varia conforme o prazo médio dos ativos que o compõem, indo de 22,5% para prazo de até 180 dias até 15% para mais de 720 dias. Vale destacar, ainda, que todos os fundos cambiais estão sujeitos ao come-cotas — uma antecipação semestral do IR.
Para tanto, o cotista paga 15% de Imposto de Renda sobre os rendimentos a cada seis meses, descontando em suas cotas. No momento do resgate, será preciso pagar apenas a diferença entre o valor recolhido e devido, se houver.
Onde os fundos cambiais podem investir?
Você já entendeu o que é e como funciona um fundo cambial. Mas, afinal, quais ativos podem fazer parte da carteira dessa modalidade?
Os fundos cambiais devem investir a maior parte da carteira em alternativas de qualquer nível de risco de crédito relacionados a moedas estrangeiras — como o dólar ou o euro. A relação pode ser direta ou sintetizada por meio de derivativos.
Nesse sentido, é importante saber o que são os derivativos. Eles são alternativas referenciadas em outros ativos, como taxas de juros ou moedas. Desse modo, permitem ao investidor participar da alta ou na queda de um ativo, por exemplo.
Os derivativos são bastante usados tanto para obter ganhos por meio da especulação quanto para proteção da carteira contra as oscilações de mercado. Perceba que os fundos cambiais não investem em moeda estrangeira diretamente, como pode parecer à primeira vista.
Eles investem em títulos referenciados em moeda estrangeira emitidos por bancos e empresas, fazem operações com derivativos atrelados a essas moedas ou operações que permitam replicar a variação cambial.
O restante da carteira, normalmente, é destinado a alternativas mais conservadoras. Como exemplo estão os títulos e aplicações de renda fixa prefixada ou indexada à Selic e ao CDI (certificado de depósito interbancário).
Como se dá o desempenho do fundo cambial?
O desempenho dos fundos cambiais tende a acompanhar o da moeda de referência. Como foi possível aprender, as mais comuns são o dólar e o euro. Porém, também existem fundos referenciados em cestas de moedas fortes — que incluem, por exemplo, a libra e o iene.
Entretanto, nem sempre a correlação entre o desempenho do fundo e o da moeda ou cesta de moedas utilizada como referência é perfeita. Ademais, após o desconto da taxa de administração e do IR, o rendimento tende a ser menor que a variação positiva da moeda, quando ela ocorre.
Em função disso, os fundos cambiais podem não ser recomendados para aqueles que desejam lucrar no curto prazo. Contudo, podem fazer sentido para quem tem objetivos de curto prazo relacionados à moeda estrangeira e desejam se expor ao câmbio para proteção.
É o caso de uma viagem para o exterior dentro de poucos meses, por exemplo — como você entenderá a seguir.
Para quem os fundos cambiais são indicados?
Agora que você sabe mais sobre os fundos cambiais, pode se interessar pelo investimento. Para isso, é importante saber quando eles podem fazer sentido para o investidor ou especulador.
Eles podem, por exemplo, ser adequados para quem busca por ganhos com a variação cambial. Por exemplo, os investidores que acreditam que o dólar se valorizará frente ao real.
Eles também podem ser interessantes para quem deseja proteger das variações cambiais por conta de objetivos em diferentes prazos em moeda estrangeira. Por exemplo, no caso de empresas que têm compromissos financeiros a quitar no futuro, em dólar.
Assim, você evita que as oscilações cambiais possam interferir no montante a ser pago posteriormente.
Quais são os riscos envolvidos nos fundos cambiais?
Assim como todo investimento, os fundos cambiais também envolvem riscos que devem ser considerados. Primeiro, é importante saber que eles costumam ser classificados como moderados ou arrojados.
Afinal, estão sujeitos ao risco de flutuação da moeda estrangeira de referência em relação ao real. Portanto, um fundo cambial de dólar está exposto à volatilidade da moeda norte-americana, enquanto um fundo de euro se expõe à volatilidade da moeda europeia.
Cabe destacar que o câmbio é um dos indicadores econômicos mais difíceis de se prever, mesmo para especialistas. Logo, investir em fundos cambiais buscando lucrar com a valorização da moeda é uma atividade que envolve altos riscos.
Diante disso, a estratégia visando ganhos com as variações cambiais costuma se alinhar melhor à carteira de investidores moderados e arrojados que buscam diversificação para a carteira. Contudo, quando o foco é a proteção de parte dos recursos quando variações do câmbio, o risco pode ser menor.
Quanto à facilidade e rapidez de resgate, os fundos cambiais costumam ter alta liquidez. Os recursos normalmente ficam disponíveis para o investidor poucos dias após o pedido de resgate. Mas isso varia conforme as regras dos fundos.
Nesse cenário, vale saber que liquidez de um fundo de investimento está relacionada com o seu prazo de cotização. Quando você investe na alternativa, existe um processo para que o montante seja realmente aplicado. Afinal, é necessário que o capital seja alocado de acordo com a estratégia.
Isso pode levar um determinado tempo, que pode ser de dias ou semanas. Do mesmo modo, para resgatar o dinheiro, é necessário aguardar um prazo para conversão da cota em dinheiro. Esse processo é chamado de prazo de cotização.
Além dele, é necessário avaliar o prazo de liquidação, que considera o tempo necessário para o montante ser creditado ao investidor. Então observe os prazos para se planejar corretamente.
E quais são os custos relacionados aos fundos cambiais?
Você já aprendeu que os fundos cambiais sofrem a cobrança de taxa de administração para remunerar a gestão profissional. Todavia, é necessário conhecer os outros custos. Por exemplo, é possível haver ou não a cobrança de taxa de performance.
Nesse caso, o custo incide sobre a rentabilidade que excede o indicador de referência do fundo, o chamado benchmark. Como exemplo, imagine que um fundo referenciado em dólar prevê o pagamento de 20% de taxa de performance.
Isso significa que o percentual incide sobre os rendimentos acima da variação positiva da moeda americana em um determinado ano. Há, ainda, cobrança de IR na fonte.
Por fim, existe a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para quem mantém seus recursos investidos por um prazo inferior a 30 dias. Acima desse prazo, o tributo não é cobrado.
Como escolher um fundo cambial?
Depois de conhecer as características dos fundos cambiais, fica mais fácil escolher o mais adequado para as suas necessidades. Para isso, é preciso analisar uma série de fatores.
Se você é um investidor conservador, por exemplo, talvez não esteja disposto a correr os riscos inerentes aos fundos cambiais. Já o moderado e o arrojado têm maior tolerância à exposição na busca por melhores rentabilidades.
Além disso, é fundamental considerar seus objetivos, pois eles devem estar alinhados ao que os fundos cambiais podem oferecer. Em regra, o ideal é que eles estejam relacionados com compromissos em moedas estrangeiras — ou objetivos de especulação.
Outro ponto importante é analisar a lâmina do fundo. Esse descritivo apresenta as principais informações a respeito da alternativa escolhida, como:
- objetivo do fundo;
- política de investimento;
- tributação e taxa de administração;
- rentabilidade histórica.
Analisar esse último fator é importante para entender se a taxa de administração cobrada pelo fundo está adequada aos resultados entregues pela gestão no passado. Contudo, também é importante ter atenção, já que a rentabilidade passada não é garantia de lucros no futuro.
Como investir em fundos cambiais?
Após considerar as vantagens e os riscos dos fundos cambiais, além do seu perfil e objetivos, você pode definir se vale a pena investir na alternativa. Em caso positivo, é necessário saber como fazer os seus aportes.
Para isso, o primeiro passo é abrir conta em uma corretora de valores. É por meio da plataforma da instituição financeira que você terá acesso aos fundos disponíveis. Dessa maneira, é possível avaliar as alternativas disponíveis para definir em qual investir e adquirir as cotas.
Lembre-se de contar com uma instituição que possa oferecer suporte de qualidade para o investidor, como a Genial Investimentos. Assim, se torna mais fácil investir com eficiência, simplicidade e segurança.
Agora você sabe que o fundo cambial é um veículo de investimento que pode ser adequado a investidores que buscam proteger seu capital ou obter retornos com a variação cambial. Porém, para ter maior segurança, é essencial que a escolha seja feita de acordo com o seu perfil e objetivos.
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