A alta dos preços é um fenômeno que atinge todas as economias do mundo, trazendo consequências tanto para o consumo como para os investimentos. Ademais, não é apenas a inflação nacional que impacta o Brasil — também somos impactados pelo avanço dos preços nos EUA.

Afinal, em um cenário globalizado, as variações econômicas de um país afetam a situação financeira dos demais. Isso é ainda mais intenso quando se trata de uma economia central, como os Estados Unidos. Por isso, vale a pena acompanhar esses movimentos para proteger seus investimentos.

Quer entender como a inflação nos EUA e o comportamento dos consumidores estadunidenses impactam a economia no Brasil? Então continue a leitura deste artigo!

O que é inflação e como ela funciona?

Antes de analisar de que forma a inflação nos EUA influencia a economia no Brasil, é necessário compreender o que significa esse conceito. O fenômeno inflacionário pode ser entendido como o aumento contínuo e generalizado dos preços de serviços e produtos em uma economia.

Em termos práticos, a inflação faz com que o dinheiro diminua seu valor ao longo do tempo. Desse modo, o poder de compra dos consumidores cai, já que os preços ficam mais altos e é preciso quantias maiores para comprar os mesmos itens.

Vale destacar que a variação dos preços de uma cesta de produtos e serviços em determinado período pode ser positiva ou negativa. Quando ocorre a segunda possibilidade, o fenômeno é conhecido como deflação. Ela é o oposto da inflação e representa a diminuição dos preços.

Em geral, a medição do movimento inflacionário é feita mensalmente. Dessa forma, a cada 30 dias os órgãos responsáveis realizam a divulgação da inflação do período. Com o resultado do acúmulo de 12 meses, temos o valor anual.

Quais índices são utilizados para medir a inflação?

Além de saber o que é a inflação e como ela funciona, é importante compreender como esse fenômeno é medido. Isso ocorre a partir de determinados indicadores. Cada um deles segue uma metodologia específica e, por isso, podem apresentar resultados diferentes.

Confira os principais índices brasileiros de inflação a seguir:

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerado o indicador oficial da inflação no Brasil. Ele é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Geralmente, essa é a referência utilizada quando são divulgadas notícias sobre a inflação nacional.

A metodologia do IPCA é baseada na análise dos preços de uma cesta de produtos e serviços nas principais cidades do Brasil. Cada item apresenta um peso diferente. Na prática, são analisados os impactos desses valores na realidade de famílias que recebem de 1 a 40 salários mínimos.

INPC

Outro indicador utilizado para medir a inflação é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Também calculado pelo IBGE, a grande diferença entre ele e o IPCA é que seu foco é em famílias que ganham entre 1 e 5 salários mínimos. Ou seja, o cálculo é focado no público de menor renda.

A partir dele, é possível compreender de que maneira a alteração nos preços tem afetado a maior parte da população. Esses recortes podem ser feitos para analisar melhor como os impactos na economia afetam o consumo dos brasileiros.

IGP-M

Já o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) é medido pela Fundação Getúlio Vargas. Ele também é conhecido como inflação do aluguel, uma vez que costuma ser utilizado para corrigir os valores de contratos de prestações de serviços no país.

Um de seus grandes diferenciais é que a cesta de serviços e produtos analisada por esse índice também considera etapas da cadeia produtiva. Portanto, em vez de ponderar apenas o preço que chega ao consumidor final, o IGP-M avalia os estágios intermediários de produção.

Outros indicadores

Além desses índices que você conferiu, existem outros indicadores de preços que podem ser considerados. O IGP, por exemplo, é constituído a partir de índices como:

  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
  • Índice de Preços ao Atacado (IPA);
  • Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC).

Contudo, é importante destacar que o IPCA, INPC e o IGP-M costumam ser os indicadores mais utilizados na economia. Por isso, vale a pena prestar mais atenção a esses índices.

Como a inflação afeta a economia?

Tão relevante quanto compreender o que é a inflação e seus indicadores, é saber de que forma ela atinge a economia. Afinal, sem esse ponto, não é possível entender como a inflação dos EUA afeta a economia brasileira.

Como você pode imaginar, a alta da inflação costuma trazer problemas para a economia — e, por isso, ela não é desejada. Então é comum que a política monetária busque controlar o índice de inflação para manter os preços equilibrados.

Assim, todos os anos o Banco Central (Bacen) estabelece o centro da meta e os limites acima e abaixo para a inflação. Esses são valores que servirão de referência para o IPCA, com o intuito de equilibrar seu patamar.

Caso a inflação aumente ou supere os limites estabelecidos, a tendência é que o Banco Central adote medidas de controle do indicador. A mais comum delas é o aumento da taxa Selic — a taxa básica de juros da economia no Brasil.

Essa decisão é tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne a cada 45 dias. Como a Selic serve de referência para as demais taxas do mercado, seu aumento impacta diretamente o valor das linhas de crédito.

Dessa forma, empréstimos, financiamentos e outras soluções tendem a ficar menos acessíveis. Então há um desestímulo ao consumo, o que pode fazer com que ocorra uma retração da economia. Isso faz com que a circulação de dinheiro diminua, ajudando a reduzir a inflação.

No entanto, é importante notar que a inflação nem sempre é um fenômeno negativo. O problema está no descontrole de sua alta. Ou seja, quando ela acelera ou rompe com a meta estabelecida pelo Banco Central, os efeitos se intensificam e podem causar problemas econômicos.

Qual o histórico da inflação no Brasil e nos Estados Unidos?

Agora que você compreende o que é a inflação, vale a pena conferir como está esse aspecto econômico no Brasil e nos Estados Unidos. Afinal, analisar essas questões ajuda a entender a relação entre a variação de preços dos dois países.

Então confira as informações a seguir!

Estados Unidos

Um dos indicadores de inflação nos EUA é o CPI (Índice de Preços ao Consumidor dos EUA, na sigla em inglês). Desde 1980, ele manteve um valor acumulado anual abaixo dos 6,3%. Contudo, diante de mudanças significativas no cenário mundial, como a Guerra na Ucrânia, esse indicador subiu na década de 2020.

Em 2022, os Estados Unidos apresentaram o maior índice de inflação em mais de 10 anos. No ano anterior, houve um aumento de 7% nos preços do país — e a tendência de alta foi mantida posteriormente.

Em abril de 2022, a inflação dos EUA subiu 0,8% em relação a março. Além da manutenção da alta dos preços, o valor superou as expectativas do mercado, que aguardavam uma subida de apenas 0,2%.

Embora o Governo dos EUA tenha adotado o discurso de que esse movimento era temporário, a desconfiança do mercado permaneceu. Isso provocou venda massiva de ações e títulos públicos estadunidenses.

Brasil

No Brasil, a inflação histórica apresenta oscilações maiores que nos EUA. Ao analisar o mesmo período econômico, a partir do início da década de 1980, é possível notar oscilações maiores que 6.000% durante a década de 1990.

Já a partir da implementação do real, em 1994, passou a haver uma maior estabilidade no preço dos produtos e serviços brasileiros. Entretanto, nosso país continuou lidando frequentemente com altos e baixos em relação à inflação.

Em 2022, o IPCA apresentou uma alta considerável — que não era percebida desde 2016. Apesar de o Banco Central (Bacen) apontar que o país apresentou o crescimento esperado pelo Copom (Comitê de Política Monetária), ele não foi o suficiente para impedir a alta nos preços.

São diversos os fatores que podem ter influenciado esse movimento. No entanto, de acordo com o Bacen, em grande parte a alta na inflação se deve à deterioração do cenário internacional. Ele se refere, especialmente, à recuperação global após a pandemia e à Guerra na Ucrânia.

Como a inflação nos EUA afeta a economia brasileira?

Depois de analisar um breve histórico da inflação nos EUA e no Brasil, é possível notar que aspectos internacionais afetam ambos os países. Ainda que cada economia sofra os impactos das mudanças globais de maneiras diferentes, nenhum país é alheio a elas.

Isso ocorre porque vivemos uma economia mundialmente interconectada. A partir da globalização, todos os países passaram a se relacionar, comprando e vendendo produtos e serviços uns dos outros. Como resultado, as mudanças econômicas que ocorrem em um país afetam os demais.

Além disso, quando as alterações econômicas ocorrem em países centrais para o capitalismo, os efeitos são globais. Logo, a alta de preços nos EUA tem um impacto direto na economia brasileira, pois o país norte-americano é um de nossos principais parceiros comerciais.

Como o comportamento do consumidor nos EUA afeta a nossa economia?

Como foi possível notar, em um mundo de economia globalizada, as variações econômicas de um país impactam diversas outras nações. Diante dessa realidade, é necessário aprofundar a análise para perceber como o comportamento do consumidor nos EUA afeta a economia nacional.

Nesse sentido, quando há um aumento nos preços e na taxa de juros dos Estados Unidos, a consequência direta é a diminuição do poder de compra do consumidor. Portanto, há uma redução na circulação de dólares na economia americana, pois as pessoas nos EUA passam a consumir menos.

Diante disso, a moeda se torna mais escassa e, pela lógica da oferta e demanda, mais cara. Como grande parte das economias globais são referenciadas no dólar, a alta no preço dele faz com que outros países sofram impactos negativos. O real, por exemplo, passa a ser desvalorizado.

Nesse cenário, alguns dos impactos práticos para a economia brasileira são:

  • negociações com preços elevados;
  • empréstimos mais caros;
  • matérias-primas e commodities com preços mais altos;
  • entraves na produção devido ao alto custo de materiais e serviços.

Como se proteger da inflação?

Até aqui, você entendeu as principais informações sobre a inflação nos EUA e como ela afeta tanto a economia estadunidense como a brasileira. É importante destacar que essa movimentação dos preços tem impacto também nos investimentos.

Assim, o investidor precisa adotar determinadas estratégias para se proteger desses cenários. Para isso, você deve considerar algumas questões.

Confira!

Identifique seu perfil de investidor e objetivos financeiros

Antes de tomar qualquer decisão com relação aos investimentos, é preciso considerar seu perfil de investidor. A partir dele, você terá condições de compreender quais riscos está disposto a tomar na hora de investir.

Além disso, tendo clareza com relação aos seus objetivos financeiros, será possível saber o que você deseja alcançar com sua carteira. Esse é um ponto indispensável. Afinal, sem ter consciência dos motivos de seus investimentos, as probabilidades de fazer escolhas equivocadas são altas.

Avalie os investimentos atrelados à inflação

Depois que você compreender seu perfil e objetivos, é possível buscar investimentos que estejam adequados às suas necessidades. Para ampliar a segurança de sua carteira, é válido buscar alternativas cuja rentabilidade esteja ligada à inflação.

Esses são investimentos de renda fixa com rendimento híbrido ligado à inflação. Isso significa que, neles, o retorno é composto por uma taxa fixa somada à variação do IPCA. No caso dos títulos públicos, um exemplo é o Tesouro IPCA — que pode ou não pagar juros semestrais.

Já no caso de títulos privados, é possível encontrar diferentes títulos com rendimento híbrido. Alguns exemplos são as letras de crédito imobiliário (LCI), letra de crédito do agronegócio (LCA) e o certificado de depósito bancário (CDB).

Considere investimentos em moeda estrangeira

Para se proteger dos efeitos da inflação nos EUA, também pode ser interessante buscar por investimentos atrelados ao dólar. Nesses casos, você pode fazer os seus aportes no Brasil via ETFs (exchange traded fund), BDRs (brazilian depositary receipt) e fundos internacionais.

Diversifique sua carteira

Outro ponto indispensável para proteger seu capital da inflação é diversificar sua carteira. Isso ajuda a diluir o risco do portfólio, já que a concentração de recursos em poucos ativos e condições será evitada.

Note, ainda, que a diversificação da carteira pode aumentar o potencial de seu portfólio, ampliando as chances de rentabilidade real. Essa é a rentabilidade que fica acima da inflação e traz ganhos efetivos para você.

Logo, vale a pena considerar diversificar as suas escolhas em renda fixa e renda variável, em diferentes proporções. Ademais, o importante é procurar alternativas que tenham comportamentos variados entre si, para aumentar as chances de ter lucros acima da inflação em qualquer cenário.

Compreendeu de que forma a inflação nos EUA influencia a economia do Brasil? Conhecer esse fenômeno e avaliar como ele impacta seus investimentos possibilita traçar estratégias que permitam a você evitar decisões precipitadas e fazer escolhas conscientes no mercado financeiro.

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