Provavelmente, você já notou que o mesmo produto tem diversos preços ao longo do tempo e que o custo de vida tende a aumentar com o passar dos anos, certo? Isso acontece por um fenômeno que é chamado de inflação. 

Certamente, ela afeta o cotidiano e as finanças dos consumidores, mas esse não é o seu único impacto. A inflação também pode afetar o desempenho da carteira de investimentos, o que justifica a importância de conhecer esse movimento. 

Pensando nisso, nós, da Genial Investimentos, preparamos este conteúdo. Nele, você aprenderá o que é a inflação e entenderá quais são seus efeitos práticos.  

Confira! 

O que é a inflação? 

Inflação é o aumento generalizado e contínuo de preços de bens e serviços de uma economia. Por conta disso, ela faz o dinheiro perder valor no tempo. Esse fenômeno é medido por uma taxa que pode utilizar metodologias de diferentes indicadores. 

É importante saber que a inflação representa a média do aumento ocorrido em toda a cesta de produtos e serviços avaliados no período de análise. Dependendo da metodologia utilizada, há itens com um peso maior no cálculo que outros.  

Por isso, um aumento mais elevado em um determinado produto pode afetar menos o índice — e vice-versa. Então, se a inflação em um ano tiver sido de 5%, não significa que todos os produtos e serviços aumentaram nessa mesma proporção.  

Um produto pode ter tido um avanço de 10%, enquanto um serviço observou uma queda de 2% e outro teve um aumento de 3%, por exemplo. Portanto, o resultado traz um panorama amplo da situação, mas é muito útil para apresentar os movimentos do mercado e do dinheiro. 

Quais são as causas da inflação? 

A inflação costuma decorrer de um desequilíbrio entre oferta e demanda. Por exemplo, quando há uma procura maior por produtos e serviços do que produtores e prestadores podem atender. Ou uma escassez de itens que têm muita demanda. 

Na prática, a causa também pode estar relacionada a fatores que dificultam a produção. Afinal, eles funcionam como obstáculos para que produtores e prestadores de serviços consigam atender a uma grande demanda. 

É o que ocorre, por exemplo, quando a infraestrutura para determinadas atividades econômicas não é adequada. Outras situações são a falta de mão de obra ou quando existem problemas relacionados a questões climáticas, como uma quebra de safra, que causam uma escassez de matéria-prima. 

Esses fatores também encarecem a produção. Por consequência, a alta de custos frequentemente é repassada ao consumidor final. Ainda, há uma série de outros fatores que encarecem a produção, como: 

  • a alta do dólar, que aumenta os preços dos insumos importados; 
  • a alta dos preços dos produtos negociados em bolsa, como petróleo, soja e minério de ferro; 
  • a elevação de tarifas de utilidades públicas, como luz e energia elétrica; 
  • a alta de impostos. 

Há outras questões que influenciam a inflação, como as expectativas em relação ao próprio indicador. Afinal, empresas fazem previsões com base nas expectativas de inflação, o que também impacta no preço de seus produtos e serviços. 

Outra causa da inflação é a correção monetária, chamada de indexação. Muitos contratos preveem esse indicador como fator de ajuste. Isso contribui, em parte, para realimentar a própria inflação. 

Quais as diferenças entre inflação, hiperinflação e deflação? 

O aumento generalizado dos preços não é o único cenário possível. Quando há queda de preços o termo usado é deflação, que é uma taxa negativa. Por exemplo: se a taxa de inflação em determinado ano é de -2%, significa que houve deflação e os preços efetivamente caíram 2% naquele período. 

A queda de preços generalizada e contínua também pode ser um problema. Ela desestimula o consumo, pois poupar passa a ser mais vantajoso. Afinal, os preços vão cair no futuro, e as aplicações financeiras enriquecem o poupador. 

A redução do consumo resulta em queda na produção e na geração de empregos, reduzindo o crescimento da economia. As deflações geralmente sucedem crises e estouros de bolhas, tornando a recuperação econômica ainda mais difícil. 

Já a hiperinflação é a inflação que está em um nível muito alto. No entanto, não há um patamar definido que estabeleça que, a partir de determinado resultado, um país esteja vivendo uma essa situação. 

No passado, considerava-se que um país tinha hiperinflação quando suas taxas ficavam consistentemente acima de 50% ao mês. Porém, uma inflação de dois dígitos abaixo desse patamar era tida apenas como alta. 

Com o passar dos anos, taxas de inflação próximas de 30% ou 40% ao mês já começaram caracterizar os estados de hiperinflação, por exemplo. 

Como ocorre a medição da inflação? 

Considerando a importância da inflação na economia, vale a pena entender como ela é medida. No geral, o resultado é conhecido por meio dos índices de inflação, os quais utilizam metodologias específicas. 

Normalmente, um indicador de inflação é formado com base no acompanhamento de preços de uma cesta de produtos e serviços. Assim, eles podem focar em itens específicos, bem como em determinadas camadas sociais e segmentos da população. 

Por exemplo, é possível que ele mantenha o foco em famílias com ganhos que estejam dentro da faixa salarial de interesse. No Brasil, há diversos índices de inflação, que acompanham a evolução dos preços para diferentes grupos e prazos.  

Conheça, a seguir, os principais índices de inflação brasileiros: 

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 

O índice IPCA é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é considerado o índice de inflação oficial do país. 

A coleta de preços ocorre do dia 1 ao dia 30 do mês de referência. Nesse caso, a pesquisa abrange as famílias com rendimentos mensais entre um e 40 salários mínimos, provenientes de quaisquer fontes, e residentes em áreas urbanas. 

Índice de Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) 

Também calculado pelo IBGE, o período de coleta do índice INPC se estende do dia 1 ao dia 30 do mês de referência. 

Ele engloba as famílias com rendimentos mensais entre um e cinco salários mínimos, cuja pessoa de referência é assalariada em sua ocupação principal e residente em áreas urbanas. Esse indicador costuma ser aplicado para os reajustes salariais das categorias profissionais. 

Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) 

O índice IGP-M é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e seu período de coleta vai do dia 21 de um mês até o dia 20 do mês seguinte. 

A cesta inclui não apenas produtos e serviços voltados para o consumidor final, como também preços do atacado (que têm peso grande no índice) e da construção civil. É muito usado para reajustar contratos de aluguel. 

Há ainda índices que apuram os preços de determinados setores econômicos — como serviços ou construção civil. Também existem índices que abarcam outros prazos e até setores específicos da população, como os idosos. 

Como é feito o controle da inflação? 

Para manter a inflação controlada, o Brasil adota um sistema de metas. Com base nas expectativas para o crescimento da economia, o Banco Central calcula o índice de inflação esperada. 

O mercado, então, alinha suas expectativas com esse objetivo, o que por si só já exerce certo controle sobre a alta de preços. O valor principal é o centro da meta inflacionária, mas existe uma faixa que é considerada aceitável para o indicador. 

Inclusive, é a atuação do Banco Central sobre a inflação é o que explica a relação desse indicador do aumento de preços com a taxa Selic. Na prática, as movimentações da taxa básica de juros ajudam a manter ou reverter a inflação medida em determinado período. 

Normalmente, quando a Selic é elevada, a atividade produtiva é desestimulada, pois o crédito fica mais caro. Como consequência, é possível reduzir a inflação. Quando a Selic é reduzida, ocorre o oposto: o crédito fica mais barato e a economia é estimulada, o que pode elevar a inflação. 

O Banco Central também pode atuar pela venda ou compra de títulos públicos no mercado. Dependendo do movimento, há maior ou menor circulação de dinheiro, o que ajuda a aumentar ou diminuir a inflação, aproximando-a da meta. 

Contudo, como você viu, políticas de preços administrados pelo Governo — como as tarifas de concessões públicas e os preços de combustíveis — e a política cambial também podem influenciar a inflação. 

Além disso, é interessante saber que o Banco Central ou o Governo, de forma geral, não têm controle total sobre a inflação. É possível tomar medidas na tentativa de direcioná-la para o centro da meta, mas existem diversas questões imprevisíveis e/ou incontroláveis que podem afetar os resultados. 

Quais são os efeitos da inflação? 

Por fazer o dinheiro perder valor no tempo, a inflação leva a uma perda de poder de compra. Assim, se a sua remuneração não acompanhar ou superar a inflação, a sua capacidade financeira ficará menor. 

Uma inflação baixa ou moderada pode estimular a economia, na medida em que uma demanda ligeiramente mais aquecida que a oferta pode incentivar a produção, gerando crescimento. Porém, a inflação alta pode ter um efeito bastante negativo, sobretudo para quem tem menos renda.  

Afinal, elas tendem a viver com o orçamento apertado e gastam a maior parte do que ganha em alimentos e outros itens básicos. Para elas, a inflação leva a uma forte queda no padrão de vida e, até mesmo, restrições no dia a dia. 

A inflação muito alta também é mais difícil de prever, o que aumenta o risco da economia do país, desestimulando o investimento e a produção. Ademais, os produtos de uma nação que sofre com altas taxas de inflação podem ficar menos competitivos que os importados. 

Como a inflação afeta os investimentos? 

Os impactos da taxa de inflação não ocorrem apenas sobre a economia ou sobre o orçamento das famílias. Esse indicador também impacta todo o mercado de investimentos. É por isso que todo investidor deve conhecer o funcionamento dessa movimentação de preços. 

O primeiro aspecto trata da perda do poder de compra provocado pela inflação, que exige o investimento do dinheiro poupado. Deixá-lo parado em casa ou na conta corrente, por exemplo, faz com que o montante perca valor com o tempo. 

Além disso, a poupança também não é a melhor escolha, embora seja um investimento popular. Devido ao baixo retorno que oferece, ela pode perder para a inflação. Na prática, o seu patrimônio tende a ficar cada vez menor. 

Isso acontece porque é preciso descontar a inflação do retorno de qualquer investimento. O resultado dessa operação é conhecido como rentabilidade real, que indica o quanto seu dinheiro realmente rendeu. 

Em outras palavras, a inflação, assim como as taxas de administração e os impostos, consome parte da remuneração dos investimentos. Portanto, ao escolher uma aplicação financeira ou um investimento da renda variável, deve-se pensar no possível resultado em relação à inflação. 

Como investir considerando a inflação? 

Ao montar sua carteira de investimentos, é preciso avaliar aspectos como perfil de investidor, objetivos financeiros e alternativas disponíveis no mercado que se alinham às suas características. Para que o patrimônio cresça efetivamente, também é importante pensar na inflação. 

Ao considerar o avanço dos preços, você notará a importância de buscar oportunidades que tragam ganhos reais. No caso das aplicações de renda fixa, uma forma de obter retorno acima do índice de inflação é escolher títulos e certificados de rendimento híbrido.  

Nesse caso, eles apresentam retorno atrelado ao IPCA mais uma taxa de juros (chamada de spread). Um exemplo é o Tesouro IPCA+, que é um título público emitido pelo Governo Federal com rendimento atrelado à inflação mais uma taxa prefixada.  

Essa é uma aplicação de longo prazo e também está disponível com pagamento de juros semestrais. Também é possível escolher títulos privados com rendimento atrelado ao IPCA, como: 

  • certificado de depósito bancário (CDB); 
  • letra de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA); 
  • certificado de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA). 

Caso esteja em busca de mais praticidade, há o investimento em fundos de inflação. É preciso adquirir cotas de participação e os recursos são investidos por um gestor profissional. Assim, os aportes são feitos, principalmente, em investimentos que acompanham a inflação. 

Já a renda variável, por ter mais riscos, pode oferecer retornos maiores e apresentar uma rentabilidade real superior. Porém, não há previsibilidade ou garantias quanto ao retorno, o que deve ser analisado. Isso porque há mais riscos envolvidos, inclusive em relação a perdas financeiras.  

Como acompanhar os resultados da inflação? 

Sabendo que há diversos índices inflacionários no Brasil, é interessante ter atenção a como acompanhar a evolução da inflação. É possível calcular o IPCA, o INPC ou o IGP-M acumulados em determinado período usando a calculadora do cidadão, do Banco Central. 

Por outro lado, se quiser conhecer as expectativas do mercado para a inflação, é interessante acessar o Boletim Focus do Banco Central. Ele é gratuito e atualizado semanalmente, com as projeções das principais instituições financeiras do mercado. 

Para saber as expectativas do próprio Banco Central para os índices de preços oficiais, você pode acessar a seção de Indicadores Econômicos Consolidados. Nela, você pode acessar a planilha de Expectativas de Índices de Preços para ter informações mais completas.  

Após descobrir o que é a inflação e como funciona, você sabe como ela pode interferir em sua vida financeira, o que inclui seus investimentos. Por isso, é importante acompanhar e considerar o comportamento do indicador para fazer escolhas mais eficientes. 

Quer saber mais sobre o assunto? Descubra agora como a inflação e a Selic estão relacionadas!

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