Quem quer investir com mais embasamento e se manter informado sobre o mercado financeiro e suas movimentações pode se interessar em conhecer os termos econômicos. Entre eles, está a recessão técnica.

Você já ouviu falar nessa situação? Com a pandemia de covid-19 e outros eventos relevantes do começo da década, diversos países se viram nesse cenário. Ele não afeta somente os investimentos, mas o consumo, a produção e o dia a dia financeiro dos cidadãos.

Quer aprender mais sobre o que é a recessão técnica, como ela impacta sua vida e seus investimentos e como se proteger nessa situação? Nós, da Genial, preparamos este conteúdo completo.

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O que é recessão técnica?

Para entender a recessão técnica, é preciso ter em mente o cenário macroeconômico. Quando se fala em recessão — que é uma situação de retrocesso, queda — na economia, considera-se estruturas e sistemas em ampla escala.

Nesse sentido, a diminuição de produção de determinada fábrica, ainda que seja relevante, não é considerada sozinha uma recessão. É preciso analisar todo o sistema de uma região, seja ela um estado, país ou continente.

Assim, uma recessão se caracteriza pela diminuição da atividade econômica generalizada. Ou seja, ela acontece quando os indicadores econômicos sofrem uma queda de desempenho na média da região.

Geralmente, utiliza-se o Produto Interno Bruto (PIB) do país para classificar os cenários de recessão. Trata-se de um indicador que demonstra a soma de valores da atividade econômica em determinado ano, como a produção de bens e serviços.

Quando o PIB tem alta em comparação ao período passado, significa que a atividade econômica cresceu. Logo, houve mais produção de bens, contratação de serviços, circulação de dinheiro e consumo.

Por outro lado, quando o PIB diminui, a soma de valores dos bens e serviços produzidos e estocados segue o mesmo movimento. Nesse caso, a produção diminuiu, a moeda perdeu valor, as contratações caíram, o desemprego aumentou etc.

Considerando esses pontos, a recessão técnica é um cenário em que ocorre a queda do PIB de um país em dois ou mais trimestres seguidos. Essa comparação da diminuição do Produto Interno Bruto se dá em relação aos meses anteriores, e não aos trimestres do ano passado.

Dessa maneira, a recessão técnica é uma situação mensurável e caracterizada por sequências de redução do PIB. Isso significa que o país teve uma queda no valor de seus bens e serviços produzidos durante o período por, pelo menos, 6 meses seguidos.

Quais são os eventos por trás de uma recessão técnica?

Após aprender o que é uma recessão técnica, vale a pena conhecer os motivos e eventos que podem levar a essa situação. Esse entendimento é importante porque ajuda a compreender melhor os cenários e se preparar para uma possível recessão, caso seja necessário.

Não há apenas uma razão para as recessões técnicas. Esses cenários já ocorreram diversas vezes em muitos países, seja por motivos internos da nação, crises em escala global e problemas políticos.

O Brasil, por exemplo, sofreu uma recessão técnica em 2020, quando em três trimestres seguidos houve uma redução do PIB brasileiro. Nesse momento, o principal motivo foi a pandemia de covid-19, que afetou a produção, o consumo e a sociedade em geral.

Logo, a recessão técnica foi desencadeada por uma crise sanitária em escala global, que além de vitimar milhões de pessoas, trouxe consequências graves para a economia.

Uma recessão técnica em escala global aconteceu em 2008. Ela foi causada pela crise dos subprimes e a bolha imobiliária norte-americana. Naquela época, a oferta de crédito para hipoteca e os títulos relacionados a essas negociações não foram devidamente analisados em relação ao risco.

Assim, houve uma grande oferta de empréstimos hipotecários que contavam com um alto risco de inadimplência. Quando as dívidas venceram em grande escala e a bolha estourou, houve um efeito cascata.

O banco de investimentos Lehman Brothers, em funcionamento desde 1850 em Nova Iorque, entrou em falência. Com isso, a maior empresa seguradora dos EUA — a American International Group (AIG) — também faliu.

O efeito dominó se espalhou pelo mundo, atingindo grandes mercados e, consequentemente, a maioria das economias.

Quais as diferenças entre recessão técnica e econômica?

Outro ponto que você pode ter interesse em entender é a diferença entre a recessão técnica e a econômica. Como visto anteriormente, a primeira acontece quando o PIB de um país apresenta queda em relação aos meses anteriores por 2 ou mais trimestres.

Já uma recessão econômica, que é uma recessão de fato, não está delimitada pelo PIB ou pelo número de meses em declínio. O cenário de recessão econômica deriva da recessão técnica, quando a economia de um país apresenta baixos indicadores por mais tempo.

Aqui, não se considera apenas o PIB, mas também outros indicadores importantes — como a taxa de desemprego, inflação, produção e consumo. Apesar de todos eles estarem relacionados ao PIB, existem diferenças importantes e consequências diferentes de cada um.

Nesse contexto, a recessão econômica ocorre quando os indicadores econômicos estão em movimento de baixa por diversos meses. Pode-se dizer que, nesses casos, a queda do PIB e outros indicadores se consolidou no tempo, trazendo consequências mais danosas.

Assim, a recessão econômica é um fator mais grave que a recessão técnica. Pode ser muito difícil sair de uma recessão econômica, enquanto o cenário técnico pode ser causado por fatores pontuais, que logo se dissiparão. Portanto, vale a pena ficar atento a esses cenários e suas causas.

Os EUA estão em recessão técnica?

Uma pergunta importante que os investidores podem se fazer diz respeito às recessões técnicas dos Estados Unidos. Esse país tem a economia mais forte do mundo, além de apresentar o maior PIB anualmente.

Com isso, os problemas econômicos norte-americanos afetam o mercado de investimentos de forma bastante ampla. O preço do dólar, o investimento externo no Brasil e as variações em preços de commodities, por exemplo, estão intimamente ligadas aos EUA.

Nesse contexto, vale saber que o PIB dos Estados Unidos teve queda nos dois primeiros trimestres de 2022. Logo, ficou caracterizada uma recessão técnica no país. Isso aconteceu, principalmente, por conta dos gastos do Governo Federal, o consumo de bens e o investimento privado.

Ademais, o desemprego também é um indicador que tem se mantido em alta nos EUA em 2022. Essa característica resulta em menos consumo e produção.

Mas, apesar da recessão técnica, os principais analistas do mercado não entendem que os Estados Unidos entrarão em recessão econômica e depressão prolongada. Isso porque os números de desemprego estão melhorando e a expectativa é uma retomada de força da economia do país.

Como proteger sua carteira nessa situação?

Como você viu, os cenários de recessão técnica têm reflexos tanto no consumo e emprego dos cidadãos como nos seus investimentos. Logo, saber como proteger o patrimônio nesses momentos pode evitar problemas financeiros e perdas de capital.

Confira a seguir como você pode proteger a sua carteira em cenários de recessão técnica, tanto no Brasil quanto em outras economias!

Diversificação

A diversificação de investimento costuma ser uma recomendação bem comum para os investidores que querem montar uma carteira mais sólida. Isso porque ela promove segurança e a possibilidade de potencializar os ganhos.

A estratégia consiste em compor a carteira com investimentos com riscos diferentes e descorrelacionados. Ademais, pode haver outras formas de proteção, como a correlação negativa entre as alternativas.

A finalidade da diversificação é evitar que todo o seu patrimônio fique exposto aos mesmos riscos e condições. Essa estratégia é importante porque, caso esse risco se concretize, todo o seu capital investido estará exposto ao movimento de queda.

Por outro lado, diversificando a carteira e se expondo a riscos diferentes, você terá um equilíbrio em relação à segurança. Se um dos riscos se concretizar, apenas uma parte do patrimônio estará submetida ao movimento de baixa, enquanto outra parte do capital pode, inclusive, se valorizar.

Foco no longo prazo

Uma boa forma de evitar que recessões, crises e momentos políticos passageiros afetem seus resultados é focar no longo prazo. Lembre-se de que todos esses cenários costumam se manifestar em médio e curto prazo.

Então, apesar de haver oscilações nos seus ativos durante esse período, os preços tendem a se normalizar com o tempo. Portanto, se você efetuou uma boa análise e tomou uma decisão considerando as expectativas a longo prazo, há mais chances de evitar que a recessão afete seus resultados.

Lembre-se de que os investimentos servem para que você busque seus objetivos financeiros. Desse modo, é fundamental sempre considerar o prazo dos aportes e não agir precipitadamente em movimentos de baixa do mercado.

Manutenção da estratégia

Considerando uma estratégia de longo prazo e boa análise dos ativos, a dica sobre como agir em cenários de recessão é manter sua estratégia. Afinal, um erro comum dos investidores é se precipitar e realizar negociações em cenários como esse, fugindo do planejamento de investimento.

Como você viu, a recessão se manifesta a curto e médio prazo. Então se a sua estratégia está bem montada e considera essas questões, manter os aportes e sua carteira conforme esse planejamento é essencial para minimizar perdas e, até mesmo, ampliar o seu potencial de resultados.

Entendeu o que é uma recessão técnica e como você pode agir diante dessas circunstâncias? Conhecendo questões macroeconômicas será possível ter uma visão mais abrangente do cenário e se preparar para esses momentos.

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