Você já ouviu falar em FED? Essa entidade responsável pela política monetária norte-americana tem influência em diferentes países, inclusive o Brasil. Afinal, os Estados Unidos são uma grande potência mundial, causando efeitos na economia de todo o mundo. 

Por essa razão, as medidas tomadas pelo Governo dos EUA podem causar impactos no mercado financeiro e interferir nas suas decisões de investimento. Portanto, vale a pena entender como o FED funciona na prática. 

Quer saber mais sobre o assunto? Nós, da Genial Investimentos, explicaremos o que é Federal Reserve e a sua influência na economia brasileira. Acompanhe a leitura! 

O que é FED? 

O FED, ou Federal Reserve System, é uma entidade autônoma dos Estados Unidos com poderes independentes e descentralizados daqueles do legislativo e executivo. Criado em 1913 pelo Congresso norte-americano, o órgão foi estabelecido com o objetivo de trazer segurança e equilíbrio ao sistema bancário dos EUA. 

Assim, é possível perceber a semelhança da atuação do FED com o Banco Central do Brasil (BCB), certo? Nesse sentido, ele assume diversas responsabilidades, incluindo:  

  • proteger os consumidores e promover o desenvolvimento da comunidade, garantindo que as políticas financeiras beneficiem a população em geral; 
  • tornar eficiente e seguro o sistema de pagamentos, garantindo que as transações financeiras aconteçam de modo rápido e confiável; 
  • conduzir a política monetária nacional, controlando a oferta de moeda e a taxa de juros para alcançar objetivos econômicos, como estímulo ao crescimento da economia e controle da inflação; 
  • regular as instituições financeiras, estabelecendo normas e diretrizes para o seu funcionamento e conduta; 
  • equilibrar o sistema de finanças, garantindo a sua estabilidade e o funcionamento eficiente.  

Essas responsabilidades surgiram, principalmente, após eventos como o “Pânico de 1907”. O acontecimento resultou em uma grande recessão depois da queda de 50% da New York Stock Exchange (NYSE).  

Como é a estrutura do FED? 

Após entender o conceito de FED, vale a pena entender como é composta a sua estrutura. De modo geral, o órgão conta com três grupos principais: Federal Open Market Committee (FOMC), Federal Reserve Banks e Board of Governors. 

Veja mais detalhes sobre eles! 

Federal Open Market Committee (FOMC) 

O FOMC (Comitê Federal do Mercado Aberto) é uma parte fundamental da estrutura do FED. Nele, existem integrantes do Board of Governors, que são os 7 membros do Conselho de Governadores do FED.  

Além disso, no comitê, estão presentes os presidentes de cada um dos Federal Reserve Banks, totalizando 12 presidentes regionais, resultando em 19 membros. Eles se reúnem, no mínimo, 8 vezes por ano para discutir as perspectivas econômicas dos EUA. 

Nos encontros, os membros do FED tomam decisões relevantes sobre a política monetária do país. Durante essas reuniões, são analisados diversos indicadores econômicos e financeiros, bem como as condições atuais e futuras da economia.  

Uma função essencial do FOMC é definir a taxa de juros de referência, conhecida como a taxa dos fundos federais. Nesse caso, ela influencia diretamente os juros em toda a economia, afetando o consumo, os investimentos e o crescimento econômico — como a Selic, a taxa básica de juros no Brasil. 

Federal Reserve Banks  

Por sua vez, os Federal Reserve Banks consistem em 12 instituições, cada uma operando em uma região específica dos Estados Unidos, cobrindo diferentes áreas do país. Cada unidade é responsável por supervisionar e regular os bancos localizados em sua localidade.  

Ademais, os Federal Reserve Banks desempenham diversas funções importantes. Eles são responsáveis por coletar dados econômicos e financeiros em suas regiões, compilando essas informações em relatórios. 

Os documentos são utilizados pelo FOMC e pelo Conselho de Governadores do FED para tomar decisões sobre a política monetária. Os Federal Reserve Banks também são importantes na operação do sistema de pagamentos dos Estados Unidos. São eles que garantem que as transações financeiras ocorram de forma eficiente e segura em todo o país.  

Board of Governors 

Por fim, o Board of Governors, ou Conselho de Governadores, é o órgão de direção máxima do Federal Reserve System. Ele é fundamental para a formulação e implementação da política monetária dos EUA.  

Ele é composto por 7 membros, nomeados pelo presidente dos Estados Unidos e confirmados pelo Senado, garantindo independência política durante a condução das atividades. De modo geral, eles têm mandatos longos, de 14 anos. 

O objetivo é proteger a independência e estabilidade na tomada de decisões econômicas para o país. Essa estrutura de mandato fixo ajuda a garantir que as políticas monetárias não sejam influenciadas por mudanças políticas de curto prazo.  

Além disso, o Board of Governors tem diversas responsabilidades a serem cumpridas, como: 

  • supervisionar e regular as atividades dos Federal Reserve Banks; 
  • participar das reuniões do FOMC; 
  • fornecer relatórios regulares sobre a saúde econômica dos Estados Unidos ao Congresso e ao público em geral.  

Qual é a importância do FED para a economia global? 

Como foi possível entender, o FED interfere no andamento da economia dos EUA. Isso porque uma de suas funções é estabelecer as taxas de juros dos Estados Unidos — o que impacta todo o mercado internacional.  

Nesse sentido, a política monetária do FED visa controlar a inflação e estimular o crescimento econômico interno dos EUA. Por exemplo, quando o órgão opta por injetar dinheiro na economia e reduzir as taxas de juros para estimular o crescimento, isso pode impulsionar o consumo e os investimentos em todo o mundo.  

Outro ponto é que o dólar americano é uma moeda de reserva global que é muito utilizada nas transações internacionais. Logo, as decisões do FED têm um grande impacto nas taxas de câmbio e na estabilidade financeira de outros países.  

Nesse caso, flutuações na política monetária dos EUA podem resultar em valorizações ou desvalorizações do dólar. Esse processo afeta os preços de produtos negociados globalmente e a competitividade das exportações e importações de outras nações.  

Como o FED influencia a economia brasileira? 

Você entendeu que as decisões do FED impactam a economia global, principalmente em países em que o dólar exerce influência. Mas, afinal, como esse órgão pode influenciar o Brasil especificamente?  

Confira com mais detalhes, a seguir! 

Câmbio e taxas de juros 

Como você entendeu, as políticas do FED, principalmente aquelas relacionadas às taxas de juros, têm um impacto direto sobre a economia mundial, como no mercado cambial.  

Quando o órgão opta por aumentar as taxas de juros nos EUA, os investidores estrangeiros são atraídos para o mercado americano em busca de um retorno mais elevado. Como resultado, eles costumam retirar capital de países emergentes — como o Brasil. 

Esse movimento de saída de capital resulta em uma redução na oferta de dólares no mercado brasileiro, o que pode levar à desvalorização do real em relação à moeda americana. Esse processo gera implicações para a economia do Brasil. 

Por um lado, ele torna as importações mais caras, aumentando os custos para empresas brasileiras que dependem de insumos e produtos estrangeiros. Por outro, uma desvalorização pode tornar as exportações brasileiras mais competitivas nos mercados internacionais, impulsionando setores exportadores da economia.  

Preço de commodities 

O Brasil é um dos principais exportadores de commodities agrícolas, como café, soja, açúcar e carne bovina. Então as decisões do FED também impactam os preços dessas mercadorias no mercado internacional.  

Nesse caso, um dólar mais fraco pode pressionar para baixo as receitas de exportações brasileiras, uma vez que quanto menor o valor do dólar, menor é o ganho em reais. Isso é verdade para o setor de commodities.  

Investimentos 

A política monetária do FED influencia os fluxos de Investimento Direto no País (IDP) e os investimentos em carteira no Brasil. Quando as taxas de juros nos EUA sobem, os investidores podem transferir os recursos para títulos do Tesouro americano e outros ativos de baixo risco. 

Nesse caso, eles retiram capital de mercados emergentes, como visto. A fuga da moeda costuma levar a uma redução nos preços dos ativos brasileiros, incluindo ações e títulos da renda fixa, bem como uma queda no investimento em projetos e negócios no país. 

Por outro lado, quando as taxas de juros nos EUA são baixas, os investidores podem buscar retornos mais elevados em mercados emergentes. Portanto, há um aumento do fluxo de capital para o Brasil, impulsionando os preços dos ativos locais. 

Além disso, a volatilidade nos mercados financeiros globais, muitas vezes desencadeada por mudanças nas políticas do FED, pode afetar o sentimento dos investidores e a percepção de risco em relação ao Brasil. Isso pode influenciar os fluxos de investimento estrangeiro no país. 

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Por que o investidor brasileiro deve conhecer o FED? 

Depois de entender como o FED influencia a economia brasileira e, até mesmo, os investimentos, fica mais fácil saber por que os investidores brasileiros devem conhecer esse órgão, concorda? O conhecimento pode ser bastante útil para quem realiza operações na bolsa de valores, por exemplo. 

Como você viu, as políticas monetárias e as decisões de taxas de juros do FED afetam diretamente o dólar e o preço das commodities negociadas nessa moeda. Essa movimentação, por sua vez, impacta as empresas brasileiras e o valor de suas ações na bolsa brasileira, a B3. 

Suponha que o FED eleve a taxa de juros, tornando os títulos públicos americanos mais atrativos. Nesse caso, os investidores dos EUA tendem a vender ativos na B3 e repatriar fundos. 

Consequentemente, pode haver uma desvalorização das ações brasileiras. Por outro lado, se o FED diminui as taxas de juros, os investidores tendem a procurar por mercados mais lucrativos, como as ações brasileiras, impulsionando a sua valorização. 

Por esse motivo, os investidores brasileiros devem acompanhar as comunicações do FED. Tenha em mente que o acompanhamento da política monetária nos EUA ajuda a entender as tendências do mercado global de capitais, auxiliando na tomada de decisões. 

Ademais, compreender como as políticas do FED afetam o mercado brasileiro pode fornecer uma vantagem competitiva. Isso ocorre principalmente na gestão de carteiras e na busca por oportunidades de investimento lucrativas.  

Quais os impactos nos investimentos internacionais? 

Você compreendeu os motivos pelos quais os investidores brasileiros devem conhecer o FED, certo? Então é possível perceber que os investimentos internacionais também são impactados pelas mudanças na economia dos Estados Unidos. 

Como você viu, as alterações nas taxas de juros determinadas pelo FED afetam diretamente os retornos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos e outros investimentos de renda fixa e variável. Portanto, de maneira geral, vale a pena monitorar as resoluções da entidade. 

Por exemplo, oportunidades de investimentos internacionais disponíveis para os brasileiros, como os BDRs (brazilian depositary receipts), têm seus resultados influenciados pelas mudanças. Afinal, eles são negociados na B3, permitindo exposição a ativos estrangeiros.  

O mesmo ocorre com os fundos cambiais, em que a rentabilidade está atrelada ao dólar. Logo, os investidores brasileiros interessados em expandir o horizonte de investimento para o mercado norte-americano devem acompanhar todas as decisões do FED. 

Como acompanhar as decisões do FED e proteger a sua carteira? 

Por conta da sua importância, é válido saber como acompanhar as decisões do FED. Para tanto, você pode acessar sites oficiais, como o Federal Reserve Board, nos quais são divulgadas as atas das reuniões do FOMC e outros comunicados relevantes. 

Além disso, o Federal Reserve System é bastante citado pelos veículos de mídia. Desse modo, é possível acompanhar as manchetes e ficar por dentro das decisões do órgão.  

Já em relação à proteção da carteira contra os movimentos da economia dos EUA, uma alternativa é optar por investimentos de longo prazo. Dessa forma, você pode reduzir os riscos associados a oscilações de curto prazo e otimizar o potencial de retorno ao longo do tempo.  

Diversificar a sua carteira de investimentos também é uma escolha para reduzir o risco e se proteger contra a volatilidade dos ativos relacionada a mudanças no mercado. Além de investir em variadas classes de ativos, como títulos, ações e fundos imobiliários, você pode diversificá-los geograficamente.  

Essa opção inclui dolarizar parte do portfólio, ajudando a proteger a carteira contra flutuações na economia brasileira e na taxa de câmbio, por exemplo. 

Neste conteúdo, você aprendeu o que é o FED, a sua estrutura e como esse órgão influencia a economia brasileira e o mercado financeiro. Lembre-se de que acompanhar as decisões da entidade pode ajudar na sua estratégia de investimentos. 

Gostou do post e quer aprender mais? Então saiba se é possível aplicar dinheiro em ações americanas

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