Quando se pesquisa condições ofertadas por instituições financeiras, é comum se deparar com o spread bancário. Mas você sabe o que ele significa? Apesar de ser frequente nas operações, muitas pessoas não entendem de que o conceito trata. 

No entanto, compreender esse termo e a sua relação com o mercado é importante para entender os movimentos da economia. Além disso, ele afeta o acesso ao crédito e tem impactos no dia a dia da população, fazendo com esse seja um conhecimento relevante. 

Pensando nisso, nós, da Genial, preparamos um conteúdo esclarecendo as principais dúvidas sobre o assunto. Continue lendo e descubra o que é e como funciona o spread bancário no Brasil! 

O que é spread bancário? 

O termo spread se refere à diferença entre o preço pago em um produto e o preço pelo qual ele é vendido depois. No caso do spread bancário, ele trata da diferença entre as taxas cobradas pelos bancos e as que eles pagam na captação de recursos. 

Por exemplo, existem títulos de renda fixa emitidos pelas instituições visando obter capital para financiar determinadas operações. Nesse caso, o investidor faz um empréstimo e recebe os valores com a correção indicada na aplicação. 

É o caso dos certificados de depósitos bancários (CDBs), das letras de crédito imobiliário (LCIs) e do agronegócio (LCAs). Ao mesmo tempo, as instituições financeiras oferecem diversas linhas de crédito, por meio de empréstimos e financiamentos.  

Assim, elas podem usar os recursos levantados por meio dos títulos para financiar essas atividades. Nesse caso, o spread se dará pela diferença entre as taxas pagas pelo banco nas aplicações financeiras e os juros cobrados em empréstimos.  

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Como funciona o spread bancário? 

Agora que você sabe de que se trata o conceito, fica mais fácil entender o seu funcionamento. Primeiro, vale descobrir como é feito o cálculo do spread.  

Ele segue a seguinte fórmula: 

Spread bancário = taxa de aplicação – taxa de captação. 

Para compreender melhor, suponha que um banco oferece um CDB para captar recursos, apresentado um retorno de 6% ao ano. Por outro lado, ele oferta um empréstimo com taxa de 12% ao ano, utilizando o capital levantado. 

Nesse caso, o spread é de 6% — que é a diferença entre 6 e 12. No entanto, é preciso ter em mente que isso não significa, necessariamente, lucro. Isso porque ele inclui outros custos da instituição com a operação financeira, além da lucratividade. 

Outro ponto importante a saber é que normalmente os juros bancários acompanham as movimentações da taxa Selic. Logo, as altas na taxa básica de juros costumam elevar o spread, enquanto as quedas podem baixar esse valor.  

Qual é a situação do spread bancário no Brasil? 

Vale a pena entender, ainda, que o spread bancário no Brasil é considerado bastante elevado. Na verdade, um dos maiores do mundo. Isso é resultado de problemas estruturais e macroeconômicos do país, inclusive os riscos envolvidos nas operações.  

O alto volume de inadimplência, por exemplo, colabora com as altas taxas cobradas. Vale destacar que em junho de 2021, existia mais de 62 milhões de brasileiros inadimplentes. Isso em um cenário que demonstrava um aumento nas pendências.  

Outro fator, conforme dados levantados pelo Banco Central (BC), demonstram que a concorrência existente influencia o spread. Ademais, em um nível menor, a concentração também é um elemento que afeta as taxas.  

O que compõe o spread bancário? 

Outra questão relevante sobre o tema trata dos itens que compõem o spread. Você já aprendeu que ele não trata apenas dos lucros. Porém, vale entender quais são os outros fatores que afetam essa taxa.  

São eles: 

Custos administrativos 

As instituições financeiras precisam arcar com despesas operacionais para manter o seu funcionamento, incluindo gastos com colaboradores, agências, equipamentos, entre outros. Como em qualquer tipo de negócio, os ganhos obtidos nas negociações devem cobrir esses custos. 

Depósito compulsório 

O Banco Central exige o depósito compulsório das instituições financeiras. Ele incide sobre todas as captações de investimento em poupança, depósitos à vista e a prazo. Uma parcela desse valor é destinada ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC). 

A instituição ajuda a garantir a segurança dos correntistas e investidores, permitindo a recuperação de valores até o limite estabelecido. Esse recolhimento também permite controlar o dinheiro que está em circulação.  

Inadimplência 

Você já viu que a inadimplência colabora com o spread. Mas é importante entender como se dá essa relação. Na verdade, a falta de pagamento pelos clientes é um risco e leva a prejuízos. Assim, o banco aumenta as taxas para que as quitações consigam cobrir a parcela de inadimplentes.  

Como o spread é sempre calculado considerando a média de inadimplência, ele afeta todos os clientes, inclusive os que são considerados bons pagadores.  

Impostos diretos 

Os bancos e outras instituições também precisam recolher diversos tributos. Então eles são considerados no momento de definir as taxas cobradas dos consumidores.  

Veja alguns custos que integram essa categoria: 

  • Imposto de Renda (IR); 
  • Imposto sobre Operação Financeira (IOF); 
  • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); 
  • Programa de Integração Social (PIS); 
  • Financiamento da Seguridade Social (COFINS). 

Qual a diferença em relação ao spread no mercado financeiro? 

Depois de conhecer o spread bancário, vale a pena entender como ele funciona no mercado financeiro. Nesse caso, ele representa a diferença entre o preço de venda e o preço de compra de determinado ativo. 

Pelas suas características, ele costuma ser mais utilizado na bolsa de valores, visando determinar a rentabilidade do investimento. Assim, ele indica a margem bruta do lucro ou qual será o custo para se desfazer do ativo negociado, considerando o preço de negociação. 

Na renda fixa, esse conceito pode ficar mais evidente nas negociações no mercado secundário. Um ponto interessante no mercado financeiro é que o spread pode ser positivo ou negativo. Afinal, o preço de venda de um ativo pode ser menor que o de compra.  

Como você percebeu, o spread bancário tem um papel importante na economia e afeta diversas operações financeiras. Além disso, o conceito também pode ser aplicado ao mercado financeiro, então é importante conhecê-lo para entender os seus impactos e tomar melhores decisões em relação aos seus aportes. 

Quer aprender mais sobre os conceitos do mercado financeiro? Confira o nosso glossário e entenda as principais siglas!

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